Visitante
Encontro de fazeres: Grupo de atividades manuais
Sobre a Ação
202203000595
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
21/09/2023
01/09/2024
Dados do Coordenador
thais peixoto gaiad machado
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais
Regional
Não
Não
Não
Dentro do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
Membros
O projeto de extensão ‘Encontro de fazeres’ visa promover o reconhecimento de capacidades e novas habilidades em pessoas com deficiência motora decorrente de condições neurológicas crônicas da cidade de Diamantina e região a partir do encontro com discentes de diferentes cursos de graduação da UFVJM pela participação em um grupo de atividades manuais.
deficiência motora, atividades manuais, grupo de atividades, educação em saúde, participação.
O projeto de extensão ‘Encontro de fazeres’ pretende proporcionar que adultos com sequelas crônicas de doenças neurológicas da cidade de Diamantina e região reconheçam suas capacidades e potencialidades na sua nova condição de saúde. O projeto está em execução desde outubro de 2018 e devido à procura da comunidade externa e acadêmica, será realizado por pelo menos mais um ano (setembro de 2023 a setembro de 2024). Será organizado um Grupo de Atividades uma vez por semana com duração de duas horas no Espaço JK - campus I da UFVJM , podendo ser explorado os espaços ao ar livre. Ao longo dos primeiros encontros serão levantadas as habilidades manuais/artesanais de interesse dos integrantes e uma atividade de interesse do grupo será definida a cada encontro para ser trabalhada no próximo, e assim por diante. Esta atividade manual escolhida poderá durar mais de um encontro ou até que o trabalho seja concluído. Essas atividades manuais/artesanais serão simples, envolverão o fazer com as mãos e serão coordenadas por um dos integrantes que tenham habilidade com a tarefa. Em todos os encontros as atividades serão organizadas e mediadas pela equipe. A dinâmica de cada encontro seguirá as seguintes etapas: 1.Dinâmicas de roda e diálogo nos primeiros encontros para reconhecimento dos participantes entre si (suas relações familiares, sua profissão anterior, gostos, dificuldades encontradas, resolução de problemas). Com o avançar dos encontros as dinâmicas de roda passarão a discutir temas relacionados à saúde em geral, hábitos de vida saudáveis, prática de exercícios físicos, lazer com a família e outros temas relevantes para os participantes que surjam ao longo dos encontros; 2. Dinâmicas corporais de relaxamento, alongamento, movimentos coordenados, sensibilidade e ritmo, para a partir dos estímulos corporais, os integrantes percebam sua atual imagem corporal e aprendam sobre o autocuidado; 3. Desenvolvimento de atividades manuais de conhecimento dos integrantes como, por exemplo, pintura, tricô, crochê, dobraduras, culinária, horta , jardinagem e atividades de vida diária. As atividades serão uma a uma ensinadas/aprendidas, experimentadas e praticadas em grupo com um dos integrantes sendo o guia e a equipe, a condutora das atividades. A proposta é que no Grupo de Atividades os integrantes reconheçam suas capacidades neste momento de sua vida (atual condição de saúde) e explorem este potencial a partir do ensinar e aprender habilidades manuais com outras pessoas, percebendo-se parte de um grupo e fortalecendo as redes de socialização. A fim de acompanhar a efetividade do projeto, a frequência e adesão da comunidade à proposta será um importante parâmetro. Cada integrante será avaliado em relação à sua auto eficácia (manejo de sua atual condição de saúde) e percepção da qualidade de vida de maneira individual no início e final do projeto. Apesar de a equipe do projeto já contar com diferentes profissionais (fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, enfermeiras), de acordo com os temas de interesse que surgirem nas dinâmicas outros profissionais poderão ser convidados a participar dos encontros para explorar temas como alimentação saudável (médico da família, nutricionista), prática de atividades (educador físico), psicólogos, para ir de encontro com a demanda do grupo. Mensalmente a equipe do projeto se reunirá para avaliar o trabalho realizado e traçar o planejamento do mês seguinte para o grupo. O registro do projeto será feito pelo arquivo das avaliações individuais para posterior comparação do indivíduo consigo mesmo ao final dos 12 meses de encontros, por fotos caso haja consentimento de todos os integrantes e registro das falas em forma de relatórios de cada encontro exclusivo do grupo para futuros relatos, auto-avaliações da equipe e apresentações para a comunidade acadêmica.
Pessoas com deficiência (PcD) são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2013). Na população adulta com doenças adquiridas, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado a terceira maior causa de incapacidade (Silva et al., 2015). As pessoas com AVC e outras lesões encefálicas adquiridas experimentam uma mudança na sua rotina diária por conta das deficiências que resultam na limitação da realização de atividades e restrição na sua participação social (vida em família e comunidade) e ocupacional em graus variados. Estas pessoas têm direito ao tratamento de saúde desde a fase aguda (relacionado com alta complexidade e sobrevivência à lesão), passando pela fase ambulatorial (média complexidade) até chegar à fase comunitária (baixa complexidade), momento este em que a pessoa está apta a voltar a desempenhar seus papéis familiares, sociais e ocupacionais com as devidas adaptações particulares em cada caso (Rimmer e Henley, 2013). A fisioterapia é uma das áreas da saúde responsável pela reabilitação destas pessoas pós-lesão encefálica e atua em todos os níveis de complexidade buscando o mais alto grau de independência funcional possível. Na prática do processo de reabilitação as deficiências das estruturas e funções corporais bem como as limitações para a realização das atividades são parcial ou completamente restauradas/adaptadas, porém a participação da PcD é dificilmente superada ficando esta restrita ao seu ambiente doméstico, usufruindo o direito de aposentadoria por invalidez e saindo de casa apenas para frequentar os atendimentos de saúde, entre eles a fisioterapia (Martins, 2017). De acordo com Rimmer e Henley (2013), apesar da pessoa estar apta ao seu retorno à participação social ela enfrenta dificuldades, pois esta última etapa da reabilitação neurológica enfrenta barreiras, entre eles, fatores pessoais, ambientais, fatores relacionados às estruturas e funções corporais e àqueles inerentes da lesão. Dentre as barreiras de ordem pessoal chama atenção a dificuldade no desligamento da pessoa com o ambiente de reabilitação. Esse trabalho de se reconhecer em um novo momento da vida, com novas características, com desafios superados por conta da lesão e uma nova rotina de vida e hábitos diários faz parte do processo de reabilitação. Contudo, é comum que a alta fisioterapêutica seja dada por motivo da estabilidade do quadro clínico do paciente, no caso de pacientes com sequelas crônicas, com pouca ênfase no enfrentamento dessa nova realidade com seus desafios. Para que esta etapa de retorno à comunidade aconteça adequadamente é necessário que ela seja trabalhada por parte dos profissionais da reabilitação, a educação em saúde de maneira ampla, sendo considerado na assistência à saúde os determinantes sociais, ambientais e aqueles relacionados às subjetividades, não valorizando apenas as dimensões biológicas (Malta e Merhy, 2010), respeitando as crenças e as expectativas da pessoa que passa por este processo (OMS, 2014). Silveira e Ribeiro (2005) discutem que esta falha na assistência à saúde está enraizada na forma de se pensar o conceito de saúde vinda de um modelo biologista de fragmentação das partes para se entender o todo. Os autores apontam a necessidade de uma mudança na forma de olhar o cuidado com o ser humano e que esta mudança deve ter início na formação dos profissionais de saúde, criando-se um novo cenário de integração do cuidado e da aprendizagem. Como proposta, os autores relatam a estratégia de grupo como um importante espaço de ensino-aprendizagem para pacientes e profissionais da saúde na medida em que ocorre uma interação de diferentes pessoas, conceitos, valores e culturas no qual cada participante se diferencia e se reconhece no outro em dinâmicas que possibilitam falar, escutar, sentir, indagar, refletir e aprender a pensar. O grupo de atividades é uma ferramenta terapêutica muito utilizada para promoção de saúde e autonomia e têm como benefício a socialização (Kim, 2018), o desenvolvimento de capacidades individuais coletivas, a troca de informações e de saberes vindo da própria experiência da convivência (Silveira e Ribeiro, 2005; Antônio e Toldrá, 2015). Mais do que tratar várias pessoas ao mesmo tempo ou favorecer o acompanhamento de um maior número de pessoas, quando se estabelece um grupo, ele é uma “unidade dinâmica (...) que além de compartilhar uma proposta que só pode ser atingida através da interação e trabalho conjunto, têm idéias e comportamentos em comum, apresentando certo grau de afeto e confiança em si.” (Mosey 1974 apud Maximino, 2001). As atividades manuais são definidas como aquelas que exigem um conhecimento específico que é intuitivo e expresso através do fazer (Pollanen, 2009). De acordo com Horghagen et al. (2007) o uso de atividades manuais/artesanato por um grupo de terapeutas ocupacionais estudado foi escolhido por poder ser empregado como uma forma de renda pelos pacientes uma vez que eles poderiam dar continuidade às atividades no domicílio. As atividades manuais podem ser úteis para adquirir mudanças na fisiologia (frequência cardíaca e respiratória), dor, desenvolvimento sensório-motor, funções visuais, táteis e cinestésicas, coordenação motora fina, cognição, comportamento, desenvolvimento de habilidades técnicas, emocionais e de comunicação (Pollanen, 2009). Dessa forma, para o desenvolvimento deste projeto foi escolhida como estratégia, o Grupo de Atividades com ênfase na atividade manual. Acredita-se que a estratégia escolhida vai de encontro ao modelo biopsicossocial de saúde que respeita o contexto, as expectativas do indivíduo, a autonomia e independência na vida apesar das deficiências voltando a atenção para as suas capacidades. Espera-se que haja uma ressignificação da pessoa com seu corpo no momento que ela é ensinada a ser a condutora do seu processo de re-conhecimento, aceitação e aprendizado consigo mesma a partir da dinâmica de grupo de atividades sendo capaz de olhar para novas potencialidades nesta atual condição de saúde. Este projeto se insere na área temática da Saúde, mais especificamente, na Atenção integral à saúde de adultos e na linha ‘Pessoas com deficiências, incapacidades e necessidades especiais’ (Regulamento das ações de extensão universitária – Resol. nº. 24/2008 – Consepe) uma vez que busca desenvolver projeto voltado para a implementação da atenção à saúde visando a inclusão de pessoas com incapacidades físicas/sensoriais advindas de doenças neurológicas crônicas com metodologias de intervenção coletiva, tendo como objeto da ação essas pessoas e suas famílias; bem como a formação, capacitação e qualificação da equipe (fisioterapeutas, terapeuta ocupacional, enfermeiros, discentes dos cursos de graduação da UFVJM) que atuam com esse segmento. Ainda, este projeto atende às diretrizes pactuadas pelo Forproex. Este projeto foi apresentado inicialmente em 2018 e foi cadastrado na PROEXC sob numero 051.2.190_2018 e esteve em funcionamento no prédio do Departamento de Fisioterapia campus JK até março de 2020 com registro no SiGProj 340335.1908.322052.01102019 (sem bolsista). Devido à pandemia e a não realização de atividades presenciais, o projeto foi interrompido e retornou em 2022 com registro SIEXC xxx e bolsa PIBEX do edital 01/2022. Durante seu funcionamento, o projeto contou com a participação de aproximadamente 15 a 20 PcD da comunidade de Diamantina e região (Carbonita e Couto de Magalhães) e discentes de diferentes períodos e cursos da UFVJM como Fisioterapia, Enfermagem, Farmácia, Agronomia, Pedagogia, Letras, Turismo. Como resultados da ação extensionista, a análise de conteúdo dos relatórios dos encontros revelou sentimentos de pertencimento ao grupo; cuidado, incentivo e resolução de problemas durante a realização das atividades corporais e manuais propostas; e satisfação em ensinar atividades aprendidas ao longo da vida, resgatando memórias afetivas. Em relação aos discentes participantes, a ação extensionista proporcionou uma visão da PcD como um todo, independentemente de sua situação de paciente com alguma limitação. O contato precoce com um paciente, dentro da matriz curricular do curso de Fisioterapia, contribuiu para as experiências futuras dos estudantes, como os estágios supervisionados, assim como a habilidade de abordar atividades coletivas e, situações problema, respeitando a limitação e valorizando as capacidades de cada integrante. A necessidade da utilização de uma linguagem menos técnica e mais informal, pelos monitores, contribuiu para a aproximação do paciente. Como a maioria das PcD já havia passado por um processo de reabilitação, o projeto de extensão contribuiu para levar o olhar do grupo de um momento reabilitativo, para um momento de integração social.
Gerais: - Promover o encontro de Pessoas com Deficiência (PcD) motora para vivenciar antigas e novas habilidades pela dinâmica de grupo de atividades manuais. Específicos: - Dialogar sobre temas relacionados com a deficiência motora a partir das experiências individuais trazidas para a discussão em grupo; - Promover momentos de troca de experiências e socialização para os integrantes visando à saúde integral; - Re-conhecer as habilidades individuais por meio do ensino-aprendizagem de atividades manuais e corporais com os integrantes do grupo; - Incentivar a troca de habilidades manuais aprendidas ao longo da vida; - Fortalecer as capacidades individuais por meio da observação, escuta, ensino e fazer com o outro; - Promover nos participantes um novo olhar para sua condição de saúde atual a partir da relação com os integrantes do grupo durante a execução das atividades; - Re significar o corpo e sua imagem corporal com as dinâmicas de sensibilização, movimento e descoberta de capacidades; - Entender quais são as dificuldades na rotina diária de cada integrante e encontrar soluções em grupo para resolução de problemas; - Despertar o olhar individual para suas potencialidades atuais. Objetivos relacionados ao estudante de graduação: - Vivenciar e refletir como cada participante vivencia sua condição de saúde atual; - Desenvolver a habilidade de comunicação do estudante de graduação pela convivência com as PcD; - Aprender por meio da ação a condução de um grupo de atividades como ferramenta para a promoção de saúde; - Favorecer a prática de ensino-aprendizagem entre PcD, profissionais de saúde e discentes; - Desenvolver habilidade de solucionar problemas reais exercitando o pensar, refletir a partir da prática;
Impacto direto: - Promover a socialização da PcD; - Modificar a imagem corporal diante da nova condição de saúde; - Reconhecer suas habilidades prévias e atuais relacionadas às atividades manuais; - Praticar atividades manuais e corporais em grupo; - Estimular a educação em saúde por meio do auto-cuidado; - Oferecer ao estudante da graduação o oportunidade de conviver com PcD fora do ambiente de reabilitação. - Promover o trabalho em equipe: profissionais, TAs, docente, discentes e as PcD; Impacto Indireto: - Aumentar a interação das PcD com outras pessoas; - Promover a participação das PcD em um ambiente acolhedor que estimule a convivência; - Valorizar os conhecimentos prévios da PcD; - Possibilitar uma maneira de encerrar o processo de reabilitação da PcD; - Melhorar a independência e qualidade de vida das PcD. O acompanhamento da ação extensionista e análise das metas atingidas será realizado através de avaliações e escalas numéricas durante a duração do projeto de extensão. O Projeto 'Encontro de Fazeres' espera alcançar as metas de impacto direto em pelo menos 75% dos participantes. Será utilizada o questionário WHODAS 2.0 (12 itens) no início das atividades e a cada 6 meses de participação no grupo de atividades manuais.
O projeto será desenvolvido no Espaço JK do Campus I da UFVJM sendo solicitada autorização prévia da PROAD (Diretoria de gestão de espaços) e reserva para uso do espaço. *Anteriormente (out/2018 a mar/2020) a ação de extensão aconteceu nas dependências do prédio do departamento de Fisioterapia (Campus II) com a limitação que alguns participantes relataram dificuldade financeira, de tempo ou de condições físicas de utilizar o transporte público para o deslocamento até o local. Essa mudança de local pretende permitir o acesso a um número maior de participantes da comunidade tornando-o mais acessível. Equipe e participantes: A equipe será formada por três professores do curso de fisioterapia da área neurofuncional, uma Terapeuta Ocupacional, um TA Fisioterapeuta do departamento de fisioterapia, discentes dos cursos de fisioterapia e demais cursos da UFVJM que se interessarem pelo projeto. Os participantes serão indivíduos com diagnóstico clínico de lesão neurológica, com sequelas a mais de 1 ano de Diamantina ou região. Inicialmente, pacientes que receberam alta da Clínica Escola de Fisioterapia, área neurofuncional serão convidados a participar. Cartazes esclarecendo sobre o projeto serão afixados nas Unidades Básicas de Saúde de Diamantina e região e no Centro de Especialidades em Reabilitação – CER IV de Diamantina. Haverá divulgação nas redes sociais do projeto @encontrodefazeres principalmente para divulgação entre o corpo discente da UFVJM. Período de realização: A duração do projeto será de 12 meses, do mês de setembro de 2023 ao mês de setembro de 2024, podendo haver continuidade caso a avaliação seja positiva e haja acadêmicos interessados. Neste caso haverá o cadastramento desta solicitação de continuidade junto ao SIEXC. Desenvolvimento do projeto: Serão realizadas duas reuniões prévias com a equipe (duas semanas consecutivas) com o objetivo de planejar as ações iniciais, embasar teoricamente os discentes envolvidos e definir/treinar os instrumentos de avaliação que serão empregados para acompanhamento da ação extensionista. Serão também construídas em equipe as dinâmicas dos 3 primeiros encontros e mensalmente a equipe se reunirá para avaliar as ações do mês anterior e traçar as dinâmicas para os encontros do próximo mês. As reuniões de equipe acontecerão uma vez ao mês após o Encontro 1 de cada mês. Antes do início das atividades da ação extensionista haverá um momento de encontro individual para coleta dos dados pessoais, dados referentes ao processo de reabilitação, preferências sobre trabalhos manuais, experiência prévia e também avaliação de cada participante com escalas funcionais para entender o manejo de sua Auto eficácia e percepção sobre sua Qualidade de vida. Atividade Extensionista: Os encontros ocorrerão uma vez por semana, quatro vezes por mês, no período da tarde, por 2h. Após todo primeiro encontro do mês haverá uma reunião da equipe para avaliar o andamento e planejar as próximas ações da extensão. O grupo de atividades será organizado de forma que todos os encontros terão as seguintes etapas respeitadas: 1. Acolhimento: rodas de conversa com exposição dialogada de conteúdos sobre temáticas de saúde e suas interfaces, relacionadas à adoção de hábitos de vida saudáveis, rupturas e mudanças no cotidiano advindas da deficiência, conversar sobre as dúvidas e questionamentos trazidos pelos participantes. Essas discussões proporcionarão que os participantes aos poucos entendam quem são os integrantes deste grupo (suas relações familiares, sua profissão anterior, gostos, dificuldades encontradas) e o próprio participante se reconheça neste grupo (quem sou eu? O que gosto de fazer? O que não faço mais, o que gostaria de voltar a fazer, por que não faço). 2. Dinâmicas corporais: momento de relaxamento, alongamentos, movimentos coordenados, rítmicos e estímulo da sensibilidade de todo o corpo a fim de descobrir uma nova organização da sua imagem corporal ao mesmo tempo em que se ensina o autocuidado. 3. O fazer em grupo: Nesta etapa será definido o objetivo de trabalho do grupo de atividades partindo do ensinar e aprender entre os participantes. O tema selecionado pelo grupo será trabalhado ao longo dos próximos encontros e será constantemente redefinido a fim de explorar mais de uma atividade. Essas atividades são simples, devem envolver o fazer com as mãos (artesanato, pintura, culinária, horta, jardinagem) e serão coordenadas por um dos integrantes que tenham habilidade com a tarefa. Em todos os encontros as atividades serão organizadas e mediadas pela equipe. 4. Reconhecimento das capacidades: todo encontro encerrará com uma roda de conversa sobre o que foi trabalhado no dia. Ao final dos 12 meses de trabalho haverá um encerramento do grupo de atividades e serão retomados os temas dos primeiros encontros (item 1). Além disso, no momento de encerramento do grupo de atividades os participantes serão novamente avaliados com os mesmos instrumentos de avaliação. Avaliação da atividade extensionista A ação extensionista será mensalmente avaliada pela equipe a partir das reuniões para o direcionamento das ações do próximo mês. A permanência e aderência dos participantes à proposta, bem como o convite pelos próprios participantes a outras PcD será a forma de avaliarmos que a proposta foi bem aceita pelo público alvo. As atividades realizadas em cada encontro semanal serão documentadas por meio de relatórios onde os discentes se revezarão para realizar o registro enquanto as atividades acontecem. Nos relatórios serão também registradas as falas dos participantes e fotos para posterior divulgação (se houver consentimento do uso da imagem). A percepção dos participantes será avaliada a partir de duas escalas funcionais validadas - Escala de auto-eficácia e EQV-AVE, de rápida aplicação. A auto eficácia pode ser definida como uma confiança de um indivíduo sobre suas crenças e capacidades para executar tarefas e atividades a ele impostas (NOTT; et al, 2019) e pode ter influência dos seguintes fatores: crenças, experiências e atitudes em relação à atividade física e AVC, participação de atividades como incremental à recuperação, como central para a recuperação, como facilitador social, o comportamento de praticas de atividades antes do AVC, e a percepção de capacidade (MORRIS, et al, 2017). Será utilizada também a escala WHODAS 2.0 que é um instrumento para avaliar a saúde e deficiência que fornece o nível de funcionalidade de seis domínios de vida, sendo eles: Cognição, mobilidade, autocuidado, relações interpessoais, atividades de vida e participação (CASTRO, LEITE, 2015). É um instrumento traduzido e validado para a população brasileira. O instrumento possui 7 versões, sendo a versão obtida pelos dados do projeto a de 12 itens administrada por um entrevistador, e faz um resumo das perguntas mais importantes sobre cada domínio. Ao final de um ano de ação extensionista, haverá um último encontro para encerramento e retomada das questões iniciais levantadas pelos participantes nos primeiros encontros e para uma conversa sobre os indicadores de auto eficácia e qualidade de vida individualmente, será dialogado sobre a visão dos participantes em relação ao projeto, críticas e sugestões. Em seguida haverá uma reunião somente da equipe do projeto para reavaliar as ações colocadas em prática, discutir pontos positivos, negativos e a melhorar para o planejamento de uma próxima ação. Será realizado um registro sistemático de todos os dados individuais e do grupo que será arquivado com o coordenador. Considerações Éticas Todos os participantes serão esclarecidos sobre como será a extensão, quais os objetivos, importância e benefícios. Serão informados que as informações geradas serão de responsabilidade da equipe envolvida que se compromete a guardar sigilo da identidade de todos os participantes, e que os resultados da extensão podem ser expostos em encontros e publicações acadêmicas. O ambiente escolhido para a realização da pesquisa terá boa iluminação, ventilação e serão respeitadas as normas de biosegurança. Os indivíduos serão alertados sobre todos os possíveis riscos e as maneiras de minimizá-los. Poderá existir constrangimento para responder as perguntas das avaliações/escalas. Será minimizado pelos seguintes procedimentos: esclarecimento em relação ao sigilo das informações coletadas na avaliação e profissionalismo por parte dos pesquisadores no momento da coleta das informações. Ainda, a aplicação das escalas e das avaliações ocorrerá em uma sala reservada e na presença apenas dos pesquisadores envolvidos com o projeto. Os participantes serão comunicados que a qualquer momento poderão desistir da atividade de extensão sem que isso cause prejuízos na sua relação com a UFVJM e principalmente com a sua unidade de atendimento de saúde.
Antônio, PP, Toldrá, RC. A estratégia grupal na reabilitação de pessoas com acidente vascular cerebral: Reflexões sobre a prática da Terapia Ocupacional. Cad Ter Ocup UFSCar, v. 23, n. 1, p. 43-52, 2015. BRASIL, Ministério da Saúde. Estatuto da Pessoa com Deficiência, 2013. Horghagen, S. et al. The use of craft activities as an occupational therapy treatment modality in Norway during 1952–1960. Occup Ther Int 14(1): 42–56, 2007. Kim,H. The effectiveness on sociality and social relationship by therapeutic recreation based on partner and group activity in the institutionalized elderly. J Exerc Rehabil, 14(3):356-360, 2018. Malta, DC, Merhy, EE. The path of the line of care from the perspective of nontransmissible chronic diseases. Interface - Comunic., Saude, Educ., v.14, n.34, p.593-605, jul./set. 2010. Martins, WB et al. Pessoas com deficiências motoras e o conhecimento dos seus direitos fundamentais. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v.24, n.3, p.441-454, Jul.-Set., 2018. Maximino, VS. Grupos de Atividades com pacientes psicóticos. Univap Editora, 175p., 2001. MORRIS J. H, et al. Physical activity participation in community-dwelling stroke survivors: synergy and dissonance between motivation and capability. A qualitative study. Physiotherapy, v.103, p.311-321, 2017. NOTT M. et al. Stroke self-management and the role of self efficacy. Disability and Rehabilitation, v.43, ed.10, p.1464-5165, 2019. OMS. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Lisboa, 238 p, 2014. Pollanen, S. Craft as context in therapeutic change. Indian J Physiother Occup Ther, XLI, No. 2, 2009. Rimmer, JH, Henley, KY. Building the Crossroad Between Inpatient/Outpatient Rehabilitation and Lifelong Community-Based Fitness for People With Neurologic Disability. J Neurol Phys Ther, 37: 72–77, 2013. Silva, SM et al. Evaluation of post-stroke functionality based on the International Classification of Functioning, Disability, and Health: a proposal for use of assessment tools. J. Phys Ther Sci, 27: 1665–1670, 2015. Silveira, LMC, Ribeiro, VMB. Compliance with treatment groups: a teaching and learning arena for healthcare professionals and patients, Interface - Comunic, Saúde, Educ, v.9, n.16, p.91-104, set.2004/fev.2005.
Nesta proposta a comunidade acadêmica será capaz de vivenciar a interação com a comunidade com objetivo de ensino-aprendizagem de novas habilidades e foco nos trabalhos manuais realizados em grupo. Como já foi visto em versões anteriores deste mesmo projeto, na prática a interação dialógica acontece no desenvolvimento de habilidades como a comunicação, reconhecimento de capacidades por trás de uma pessoa dita com deficiência, troca de experiências, superação de desafios, criação de vínculos de amizade e trocas, práticas corporais inclusivas em grupo e educação em saúde
A interdisciplinaridade é exercitada constantemente durante este projeto de extensão uma vez que ele é composto por estudantes de diversos cursos de graduação que contribuem com seus saberes para o objetivo principal de explorar novas habilidades e capacidades na nova condição de saúde dos participantes. Além disso, o projeto possibilita o contato do estudante de graduação com outros profissionais da saúde, seja o terapeuta ocupacional membro do projeto, seja com profissionais convidados para a roda de conversa, como psicólogas, farmacêuticas, enfermeiras, entre outros.
Há indissociabilidade do ensino extensão e pesquisa, os alunos estão envolvidos com o aprendizado já costumeiro, mas estão construindo um aprendizado mais sólido através da experiência prática, de vida, de troca de saberes que a extensão proporciona; além disso, há preocupação de verificar o quão benéfica foi a extensão para a sociedade, indicadores numéricos fazem parte deste projeto. Ademais, ajuda na compreensão ampliada da saúde, definida não apenas como a ausência da doença, mas como um conjunto de aspectos psíquicos, sociais, culturais e ambientais que precisam ser levados em conta. Amplia o olhar dos profissionais para estas questões e faz com que os participantes percebam a sua saúde de uma forma mais integral.
A contribuição na formação do estudante será através da experiência prática de estar envolvido em uma realidade que encontrará em algum momento do seu curso ou na sua vida profissional. A oportunidade de vivenciar um trabalho multidisciplinar com a comunidade. Oferecerá, além do contato com PcD da comunidade, o contato com outros profissionais da saúde (professores e profissionais liberais) e com técnicos administrativos da saúde, acostumados com as dificuldades enfrentadas por estes pacientes aqui de Diamantina e região. Ajudará a desenvolver a comunicação oral e abordagem interpessoal; no desenvolvimento de habilidades, como a escuta atenta, a comunicação e interlocução próprias para condução de uma roda de conversa e oficinas; no conhecimento teórico e burocrático necessário para condução de qualquer atividade acadêmica; na vivência da relação fisioterapeuta-paciente, capacitando-o para avaliações e intervenções, para elaboração de raciocínio clínico; para crescimento profissional e pessoal.
O presente Projeto envolve indivíduos de Diamantina e região (Vale do Jequitinhonha/MG), que possui baixo Índice de Desenvolvimento Humano nacional e é uma das regiões do estado com maior vulnerabilidade (SIMÕES; ANTIGO, 2022). A cidade de Diamantina oferece poucos centros de atendimento gratuito, e como é um centro de referência em saúde do Vale do Jequitinhonha há muita demanda e o tempo de espera, para iniciar ou retornar para estes centros é longo. Programas de reabilitação que possuem o olhar para saúde integral dos pacientes são escassos. Este projeto oferecerá este serviço, sendo um dos objetivos ações transformadoras em todos os envolvidos, os pacientes receberão todo o suporte para saírem do projeto como uma visão ampla sobre o cuidado com a saúde. Por fim, destaca-se que os dados obtidos serão divulgados, contribuindo para uma iniciação científica dos alunos envolvidos e com conhecimento para sociedade.
A divulgação dos resultados será realizada por meio de artigos direcionados às revistas de extensão universitária e apresentação em congressos e similares voltados para ações de extensão.
Público-alvo
Adultos da comunidade de Diamantina e região que possuem deficiência motora decorrente de disfunção neurológica crônica e que já tenham passado pelo processo de reabilitação.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Carbonita - MG
Gouveia - MG
Datas - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 80 h
- Tarde;
Reuniões mensais com a equipe do projeto para discussão das ações realizar e planejamento das próximas atividades
- Tarde;
Recepção e coleta dos dados pessoais dos participantes interessados na proposta. Aplicação da escala de auto eficácia e qualidade de vida. Esclarecimento sobre a proposta, objetivos e periodicidade.
- Tarde;
Encontros semanais da atividade extensionista para realizar atividades manuais em grupo
- Tarde;
Planejamento da metodologia e divulgação entre os discentes da UFVJM e público-alvo (comunidade)