Visitante
Segunda chance – Atendimento médico veterinário especializado em medicina de animais silvestres e selvagens.
Sobre a Ação
202104000140
042021 - Programa
Programa
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
01/10/2023
30/09/2024
Dados do Coordenador
ramiro das neves dias neto
Caracterização da Ação
Ciências Agrárias
Meio Ambiente
Saúde
Questões ambientais
Municipal
Não
Não
Dentro do campus
Integral
Sim
Membros
A pressão antrópica exercida sobre as área natuais fazem com que a fauna esteja cada vez mais sofrendo com isso, a presença humana próximo ao ambiente natural pode causar dado ao meio ambiente. Neste sentido animais silvestres frequentemente são atropedado, caçados ou mantidos de forma irregular em cativeiro. Uma vez resgatados, por órgãos ambientais, eles precisam passar por atendimento médico veterinário. E este projeto visa proporcionar uma segunda chance a estes animais.
Animais silvestres. Animais selvagens. Resgate.
Animais silvestres e selvagens são protegidos por lei. Contudo devido a expansão das zonas urbanas e agrícolas, interações antagonistas podem correr e resultar em uma situação desfavorável aos animais, podendo causar prejuízo à saúde animal. Uma vez que o animal apresente uma injúria, os órgãos ambientais são acionados para realizar a captura do animal e encaminhar para um local que possa recurar a saúde do mesmo. No caso do município de Unaí-MG, não há um local oficial para se encaminhar estes animais e o local mais próximo que pode realizar o atendimento clínico veterinário esta localizado a aproximadamente 300 km de distância. A distância e o tempo para que o animal seja atendido é crucial e está diretamente relacionado às chances de sobrevivência do animal. Atualmente a UFVJM, campus Unaí-MG, tem em seu campus o Instituto de Ciências Agrárias e dentre os cursos disponíveis está o curso de medicina veterinária. O referido projeto visa a colaboração entre os órgãos ambientais e a UFVJ para proporcionar o atendimento clínico especializado de animais silvestres e selvagens resgatados pelos órgãos ambientais e que precisem de atendimento médico veterinário.
O Brasil dispõe de um papel de suma importância no que diz respeito à biodiversidade de fauna e flora, essa presença é tão abundante que corresponde a cerca de 20% do número total de espécies da Terra, correspondendo assim a um dos principais países megadiversos, ou seja, aqueles de maior biodiversidade (BRASIL) . Ademais, da grande variedade de espécies de animais selvagens, o país detém de um vasto território em extensão, superando 7.000.000 km2 (IBGE). Sendo assim, esses fatores quando associados aos diversos tipos de biomas promovem um cenário complexo e até mesmo problemático no âmbito da conservação e, principalmente, do atendimento desses animais. Dentre os Estados brasileiros, Minas Gerais tornou-se um dos destaques em biodiversidade animal e vegetal, esse cenário é amplamente favorecido pela presença de mais de um bioma em seu território. Segundo a Fundação Biodiversitas, fatores exógenos favorecem o aparecimento endêmico de diversas espécies no território mineiro, principalmente pela riqueza de vegetação, rios, lagos e lagoas. Alguns números levantados pela fundação apontam a grandeza dessa riqueza e a variedade de espécies, como por exemplo das 1.678 espécies de aves brasileiras, 46,5% (780 delas) encontram-se presentes no Estado, também verifica-se 190 espécies de mamíferos não-aquáticos, representando 40% dos catalogados no Brasil; 180 espécies de répteis entre serpentes, lagartos e jacarés, com ênfase para as 120 de serpentes, cerca da metade das catalogadas no país; 200 espécies de anfíbios, correspondendo a 1/3 das que ocorrem no país. Com esse panorama geral do território mineiro, é possível evidenciar a grandiosidade e relevância do Estado para a biodiversidade do país. Juntamente com a riqueza animal de Minas Gerais, a região enfrenta um cenário doloroso e preocupante quando o assunto é o tráfico desses animais. De acordo com o contexto nacional, o território torna-se mais favorável para a ocorrência desses crimes, principalmente pela sua vasta extensão, o que promove uma deficiência de fiscalização, com o objetivo de impedir a comercialização ilegal e clandestina de animais silvestres. As rotas e formas de atuação desses criminosos são profundamente favorecidas pela presença de estradas pouco fiscalizadas, mas também com destaque para o transporte fluvial, com a presença de rios que detém de grandes dimensões, percorrendo por grande parte do estado, com realce no Rio São Francisco e Urucuia. As regiões mais acometidas pela captura ilegal de animais silvestres em Minas Gerais são Buritis; Serra das Araras; Serra dos Gaúchos; Parque Nacional Grande Sertão Veredas e Urucuia (CONGRESSO NACIONAL). Dentre essas regiões de relevância, Buritis e Urucuia são regiões próximas a Unaí, sendo assim, surge a necessidade de aprimorar e promover um suporte eficiente aos animais que são apreendidos do tráfico e venda clandestina. A ocorrência desse cenário tornou-se extremamente real no Brasil, e com essa dinâmica nasce a necessidade de um atendimento especializado para esses animais, principalmente aqueles que se tornam vítimas desse descaso. Portanto, é imprescindível a atuação de profissionais qualificados para tal atendimento, principalmente pela variedade de espécies acometidas e o quadro em que esses animais encontram-se, com o intuito de promover um manejo adequado, um atendimento individual, visando a melhora gradual e em tempo eficiente para o retorno do animal ao ambiente para diminuir, se possível, os impactos dessa realidade no país. Em relação ao Noroeste de Minas Gerais, mais precisamente a região em que a cidade de Unaí está localizada, juntamente com o ICA - Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, é notável a abundância de animais selvagens na região, principalmente pela presença majoritária do Cerrado e pontos de Caatinga. Ademais disso, um dos fatores que evidenciam a necessidade desses atendimentos especializados está na presença endêmica de determinadas espécies, como o Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus), o maior canídeo da América Latina e um dos principais símbolos da biodiversidade no Brasil. Essa espécie está amplamente distribuída em cidades extremamente próximas de Unaí, como Paracatu (cerca de 1h de distância de Unaí), Brasilândia e João Pinheiro (PEREIRA 2019). Outras espécies também são extensamente dispostas na região, como Arara-Canindé (Ara ararauna), Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), entre outros. Sendo assim, a intenção do projeto Segunda Chance é promover um atendimento médico veterinário especializado para animais selvagens e silvestres que necessitem. Com o propósito de viabilizar atendimento e apoio a esses indivíduos, já que na região de Unaí, não há a presença de um local ou instituição que promova esses atendimentos. Logo, o projeto Segunda Chance, entra como uma fonte de apoio à região, atendimento especializado para os animais, retorno à sociedade e principalmente como uma fonte de conhecimento de grande impacto na formação acadêmica dos discentes da UFVJM.
Objetivos gerais Oferecer uma segunda chance de vida aos animais silvestres ou selvagens que precisam de atendimento médico veterinário, visando a recuperação dos mesmos e posterior destinação de acordo com a recuperação do indivíduo. Simultaneamente, corroborar com a formação dos discentes em medicina veterinária e zootecnia visando proporcionar experiências reais que serão essenciais a formação dos mesmos. Objetivos específicos Atendimento médico veterinário especializado em animais silvestres e selvagens que necessitem. Auxiliar os órgãos ambientais que atuam na gestão da fauna nativa. Corroborar com a formação e reciclagem de agentes públicos e discentes da UFVJM. Fazer um levantamento de dados da quantidade de animais silvestres que necessitam de atendimento médico veterinário e quais as afecções mais frequentes. Proporcionar bem-estar aos animais silvestres e selvagens que precisam de atendimento médico veterinário.
Temos como meta deste projeto, promover o atendimento médico veterinário especializado aos animais silvestres e selvagens que necessitem de atendimento. A fim de aumentar as chances de sucesso no seu tratamento e consequentemente aumentar as chances de reabilitação dos mesmo. Em paralelo a esta meta, vamos dar oportunidade a comunidade acadêmica de ter vivência prática nesta área de atuação e poder colocar em prática os conhecimentos aprendidos nas diversas disciplinas cursadas na Universidade. Assim como, os dados obtidos com o atendimento deste animais, após tabulados e analisados poderão servir como base para publicações científicas e para auxiliar atividades de monitoramento e/ou ações de fiscalização e educação por parte dos órgãos ambientais, a fim de mitigar danos ao meio ambiente. Por fim, o projeto visa o bem-estar dos animais silvestres e selvagens que necessitam de atendimento médico veterinário, corrobora com a formação acadêmica dos discentes de medicina veterinária e zootecnia e tem potencial para desenvolvimentos de artigos acadêmicos com base nos dados que serão obtidos.
Será realizado o convênio entre a UFVJM e os órgãos ambientais que atuam com a fauna no Estado de Minas Gerais. No segundo momento será realizado um treinamento com os agentes ambientais e a equipe que participará do projeto a fim de padronizar os dados necessários a serem coletados (geolocalização do local onde o animal foi encontrado, espécie, sexo, peso, etc) e ministrado um treinamento sobre as melhores condutas a serem abordadas para a captura e transporte destes animais. A partir do treinamento, será acordado um método de contato entre os órgãos ambientais e o docente responsável pelo projeto, a fim de viabilizar os atendimentos clínicos quando necessário. Em virtude da necessidade do atendimento clínico pode ocorrer em diversos momentos, o docente será o elo de ligação entre os órgãos ambientais e a UFVJM. A UFVJM ficará responsável pelo atendimento clínico veterinário dentro da instituição. Será de responsabilidade do órgão ambiental o resgate dos animais e o encaminhamento deste até a UFVJM. Quando o animal estiver de alta médica, caberá ao órgão ambiental a destinação dos animais com base no parecer do médico veterinário.
Fundação Biodiversitas Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais. WWF-BRASIL. O tráfico de animais silvestres no Brasil Um diagnóstico preliminar. Série técnica Volume I. Brasília, 1995. HAMADA, Hélio Hiroshi. TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES - UMA ABORDAGEM ANALÍTICA DO FENÔMENO CRIMINAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS. O Alferes, Belo Horizonte, 19 (56): 59-82, jul./dez. 2004 Relatório da CPI do Congresso Nacional/2002. Ministério do Meio Ambiente, Brasil, 2022 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE EDUCA, 2023 PEREIRA, Saulo Gonçalves. Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus): características gerais, mitológicas e seu conhecimento popular na região noroeste de Minas Gerais. Rev. Acad. Ciênc. Anim. 2019;17:e17002
O referido projeto visa a integração entre os conhecimentos teóricos e práticos ministrados no curso de medicina veterinária e as demandas regionais.
Os casos clínicos atendidos na universidade necessitarão da interdisciplinaridade entre as áreas de clínica médica, cínica cirúrgica, patologia clínica, anestesiologia, parasitologia, dentre outras. Uma que, os casos clínicos demandam de intensa investigação e tratamentos multimodais.
Ao realizar o tratamento dos animais, os alunos terão a oportunidade de vivenciar na rotina prática, os assuntos aprendidos em sala de aula. E as informações geradas a partir dos atendimentos certamente serão utilizadas como fonte de conhecimento científico e retornarão a comunidade local como ações conjuntas entre a UFVJM e os órgãos ambientais.
Uma vez que os estudantes irão acompanhar o docente no atendimento dos animais silvestres e selvagens, não haverá pré-requisito de disciplinas obrigatórias que os discentes irão cursar. Contudo havendo mais interessados que o número de vagas aceitáveis para o acompanhamento clínico, será priorizado os discentes que já cursaram a disciplina de clínica médica de animais silvestres e aqueles mais avançados na graduação. Os membros do projeto além de participarem dos atendimentos clínicos e do tratamento, quando necessário, irão participar de discussões clínicas dos casos atendidos, desta forma auxiliando na consolidação do conhecimento aprendido na instituição. Desta forma a interação entre o ambiente universitário e a rotina clínica corroborará com a formação de médicos veterinários inseridos no contexto socioeconomico regional e possibilitará melhor capacitação dos mesmos, uma vez que durante os atendimentos há necessidade de integrar o conhecimento multidisciplinar aprendido na graduação.
Uma vez que o saber científico gera informações que certamente serão utilizadas para promover ações públicas buscando evitar as interações antagonistas entre humanos e animais silvestres.
A divulgação será através de redes sociais oficiais do ICA.
Público-alvo
Corroborar com o atendimento clínico de animais silvestres e selvagens.
Representarão as respectivas intituições e corroborarão com o projeto
Auxiliar no atendimento e cuidado dos animais durante o período de tratamento.
Municípios Atendidos
Unaí - MG
Parcerias
Órgão ambientais responsável pela fauna no Estado de Minas Gerais.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 1102 h
- Manhã;
Reuniões semanais (discussão de casos clínicos, mesa redonda, leitura de artigos) a fim de corroborar com o processo de aprendizado prático-teóricos dos alunos envolvidos no projeto e corroborar com o tratamento clínico dos animais em tratamento.
- Manhã;
Levantamento das atividades e preparação dos relatórios finais
- Manhã;
Atendimento aos animais silvestres e selvagens encaminhados para a instituição.