A proposta visa realizar conferências municipais para fortalecer a colaboração entre União, Estado e Município. As conferências ocorrerão em Polos como Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Guanhães, Pedra Azul, Taiobeiras e Teofilo Otoni. Estes locais foram escolhidos pela facilidade de deslocamento para gestores vizinhos. O objetivo é criar indicadores que auxiliem na elaboração de um Programa de Formação para profissionais da educação.

Cooperação - Profissionais da educação - Conferências municipais - Formação continuada

A presente proposta para a realização de um evento intitulado "A qualidade da educação em discussão: cooperação e colaboração entre os entes federados", é fruto de uma articulação realizada entre as prefeituras municipais e a UFVJM, por meio da realização de conferências municipais, visto que a organização pactuada entre municípios garante o fortalecimento da cooperação intermunicipal, o que segundo Linhares (2011) favorece o fortalecimento de políticas que tenham como pilares estruturantes a cooperação entre os entes públicos, em prol ao objetivo comum. Pretende-se com esta ação estimular a organização de arranjos de Desenvolvimento da Educação, entendido como agrupamentos de municípios geograficamente próximos e que possuam "características sociais e econômicas semelhantes", mas para o desenvolvimento de um trabalho integrado, propõe a ação intermunicipal, necessariamente com a participação do Estado e da União, incluindo ou não instituições privadas e não governamentais, "sem que haja para isso transferência de recursos públicos para tais instituições e organismos privados”. (OLIVEIRA; GANZELI, 2013). Neste contexto, a realização de conferências municipais emerge como uma estratégia para aprimorar a cooperação entre os entes federados, vez que a que [...] a formação de redes cooperativas vem ganhando cada vez mais espaço na gestão das políticas públicas. Um sistema trabalhando em rede favorece a inovação, como consequência da experimentação, e a interação cooperativa entre os diferentes tipos de organização. Diante a este cenário é que se propõe a organização de Arranjos de Desenvolvimento que levem em conta a construção de um olhar para o território que possa considerar valores de múltiplas naturezas: culturais, antropológicos, econômicos, sociais, financeiros (SOUZA, 2005), pois é notória a necessidade de inserção da universidade, nesse contexto, para apoiar intervenções com intuito de auxiliar na melhoria da qualidade da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) da região.

A educação é um dos pilares centrais para o desenvolvimento sustentável e equilibrado de qualquer sociedade. No entanto, garantir uma educação de qualidade exige mais do que apenas esforços individuais de instituições ou governos isolados. Nesse sentido, o fortalecimento da cooperação e colaboração entre os entes federados torna-se crucial para o estabelecimento de políticas públicas educacionais eficientes e adaptadas às peculiaridades locais. Conforme Oliveira e Ganzeli (2013) destacam, não se trata meramente de transferir recursos públicos, mas de promover um trabalho conjunto e integrado que pode incluir, ou não, instituições privadas e não governamentais, sempre com o foco em resultados palpáveis e melhoria educacional. O cenário atual, marcado pela crescente formação de redes cooperativas na gestão das políticas públicas, mostra uma tendência de integração e cooperação, sendo a inovação e a interação cooperativa elementos-chave dessa dinâmica. A escolha dos polos para as conferências municipais, como Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Guanhães, Pedra Azul, Taiobeiras e Teofilo Otoni, não foi aleatória. Estes locais foram estrategicamente escolhidos tendo em vista a facilidade de deslocamento para gestores vizinhos e a presença de características sociais e econômicas semelhantes. Isso possibilita a troca de experiências, aprendizados e boas práticas de forma mais efetiva, visando a melhoria coletiva da qualidade educacional. Além disso, a inserção da universidade, especificamente a UFVJM, nesse contexto de cooperação, é fundamental. A universidade, com sua expertise acadêmica e científica, pode fornecer subsídios teóricos e práticos que auxiliam na tomada de decisões e na elaboração de estratégias pedagógicas mais eficazes para a educação básica. Assim, a proposta de realização dessas conferências municipais busca, em sua essência, criar um espaço de diálogo e construção coletiva, que permita não só o compartilhamento de saberes, mas também a elaboração conjunta de indicadores e programas de formação voltados para os profissionais da educação, garantindo que a educação básica em nossa região alcance patamares cada vez mais elevados de qualidade e excelência.

Objetivo Geral Estimular a organização de Arranjos de Desenvolvimento da Educação, de forma cooperativa entre os municípios localizados nas regiões: Vales do Jequitinhonha (Alto, Médio e Baixo), Mucuri, Rio Doce e Alto Rio Pardo. Objetivos específicos I- Organizar conferências envolvendo os municípios que serão considerados Polos de Formação: Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Guanhães, Pedra Azul, Taiobeiras e Teofilo Otoni. II- Identificar indicadores que possam auxiliar na elaboração de um Programa de Extensão Universitária, com bases pactuadas, para a formação de profissionais da educação. III- Contribuir na consolidação de redes colaborativas entre os municípios, por meio da utilização de Arranjos de Desenvolvimento da Educação.

Metas: 1. Efetivar a realização de sete conferências em cada um dos polos mencionados (Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Guanhães, Pedra Azul, Taiobeiras e Teofilo Otoni) até o final do ano de 2023. 2. Garantir a participação de, no mínimo, 80% dos gestores educacionais dos municípios vizinhos em cada conferência. 3. Desenvolver e validar um conjunto de, pelo menos, dez indicadores-chave até o final do segundo semestre do ano de 2023 , que serão usados para avaliar e melhorar a qualidade da educação nas regiões envolvidas. 4. Utilizar os indicadores-chave para criar e lançar um Programa de Formação para profissionais da educação até o final do ano de 2023, com capacidade para treinar pelo menos 500 profissionais da educação no primeiro ano de implementação. 5. Estabelecer, até o final do ano 2023 , cinco redes cooperativas intermunicipais focadas na melhoria da educação, envolvendo União, Estado e Municípios. 6. Estabelecer dois arranjos de Desenvolvimento da Educação, considerando as características culturais, antropológicas, econômicas, sociais e financeiras da região, até o final do ano 2023.

A realização do evento em questão prevê a organização de conferências, que serão realizadas nos municipais: Araçuaí, Capelinha, Diamantina, Guanhães, Pedra Azul, Taiobeiras e Teófilo Otoni e prevê a participação de representações das cidades circunvizinhas. O evento terá como temática para discussão: a cooperação entre os entes federados. No evento em questão será realizada uma palestra seguida de uma discussão sobre a temática, objeto da discussão em questão, que terá a duração de 2horas para exposição e 2horas para diálogo com as representações locais, tendo como princípio estruturante a organização de um Arranjo de Desenvolvimento Educacional entre os municípios. espera-se certificar uma participação de um universo de 100 participantes.

OLIVEIRA, C. DE; GANZELI, P. Relações intergovernamentais na educação: fundos, convênios, consórcios públicos e arranjos de desenvolvimento da educação. Educação & Sociedade, v. 34, p. 1031–1047, 1 dez. 2013. LINHARES, P. T. F. S. Evolução da Cooperação Intermunicipal no Brasil. In: IV Congresso CONSAD de Gestão Pública, 2011, Brasília. Anais do IV Congresso CONSAD de Gestão Pública, Brasília, 2011, p. 34-123.

Baseado na proposta apresentada, podemos afirmar que a interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade possui características fundamentais que buscam superar as barreiras tradicionais e promover a integração de saberes, experiências e práticas em prol da educação. Neste sentido, a interação dialógica proposta como metodologia para a realização das Conferências pauta-se na abordagem em que ambas as partes, a comunidade acadêmica e a sociedade, devem participar ativamente da construção e compartilhamento de conhecimentos. No contexto da proposta, essa interação é central, uma vez que busca envolver gestores, educadores, acadêmicos e a comunidade em geral nas conferências municipais, gerando uma troca de experiências e conhecimentos. O reconhecimento do valor e das contribuições de cada parte é essencial. Enquanto a comunidade acadêmica traz abordagens teóricas, pesquisas e estudos, a sociedade, em especial os profissionais da educação e gestores locais, contribui com experiências práticas, desafios reais e compreensão profunda das peculiaridades regionais. Diante ao exposto, os polos de formação selecionados, não são apenas espaços de realização, mas se tornam protagonistas, uma vez que refletem as necessidades, desafios e características de suas respectivas regiões. Essa escolha permite que as soluções e discussões propostas sejam mais alinhadas às realidades locais. A proposta destaca ainda a importância de envolver diferentes níveis de gestão, como a União, o Estado e o Município, promovendo uma visão holística e integrada dos desafios da educação. Isso favorece a construção de políticas públicas mais robustas e alinhadas com as demandas de diferentes esferas da sociedade. Ao propor que se considere um olhar para o território que englobe múltiplas naturezas (culturais, antropológicas, econômicas, entre outras), há um reconhecimento da complexidade e da riqueza da interação entre academia e sociedade. De tal forma, a interação dialógica, por natureza, promove a inovação. Ao conectar a teoria com a prática, novas soluções podem emergir, e a proposta reconhece isso ao enfatizar o papel das redes cooperativas e do trabalho em rede.

A proposta ressalta a importância da colaboração e cooperação entre diversos atores e instituições, trazendo à tona conceitos de interdisciplinaridade e interprofissionalidade. Estes são fundamentais para uma abordagem integrada e eficaz em relação à qualidade da educação. De tal forma, a interdisciplinaridade favorece a convergência de Saberes. e ainda a interação entre diferentes campos do conhecimento que se convergem para entender e abordar as complexidades da educação. Assim, a interação entre as prefeituras municipais e a UFVJM revela uma tentativa de unir diferentes áreas do conhecimento acadêmico para tratar da questão educacional. Não é apenas a área de educação que está envolvida, mas também áreas que estudam economia, cultura, antropologia, entre outras. Olhar necessário, ao se pensar que para entender o território é preciso conhecer as suas peculiaridades. O que exige uma abordagem que vá além de uma única disciplina. Para realmente entender e abordar os desafios e oportunidades de um território, é necessário integrar conhecimentos das diferentes áreas do conhecimento.. Diante ao exposto é que faz-se necessária a Participação de Múltiplos Atores, vez que a proposta ressalta a cooperação entre União, Estado e Município, além da possível inclusão de instituições privadas e não governamentais. Isso implica na colaboração entre diferentes profissionais da educação.

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um pilar fundamental das universidades, especialmente das instituições públicas de ensino superior. Esta indissociabilidade significa que essas três atividades não devem ser vistas como separadas ou independentes, mas como partes integrantes e complementares da missão educacional. Ao analisar a proposta apresentada, é possível perceber que esses três elementos estão implícitos e são essenciais para sua efetivação. Assim, a proposta em pauta demonstra claramente a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. O ensino é a base para a formação de profissionais qualificados; a pesquisa busca entender e propor soluções para os desafios educacionais das regiões envolvidas; e a extensão é o mecanismo de aplicação e interação do conhecimento acadêmico com a realidade social. Juntos, esses três pilares garantem uma abordagem holística e integrada que pode conduzir a uma transformação significativa na qualidade da educação nas regiões mencionadas na proposta.

A participação de graduandos em ações de extensão, contribui para a formação dos mesmos a medida que viabiliza o contato com atividades formativas que fazem interface entre a integração entre a teoria e a prática, desenvolvimento de competências transversais, conexão com a comunidade, estímulo a pesquisa e a inovação e viabiliza a participação em redes profissionais que possam integrar o futuro profissional no mercado de trabalho.

A proposta busca ir além de simplesmente abordar questões educacionais; ela visa transformar comunidades através da educação. Ao promover a cooperação entre entes federados, investir na formação de educadores, e integrar universidades na prática educacional local, a proposta tem potencial para promover uma transformação social profunda, beneficiando não apenas estudantes, mas toda a comunidade nas regiões abordadas. O sucesso desta iniciativa poderia servir como modelo para outras regiões do Brasil, mostrando que a colaboração e a abordagem focada no local podem resultar em avanços educacionais significativos e, por extensão, em transformação social.

A divulgação será realizada via e.mail, whatsapp e redes sociais. O convite poderá ser acessado no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/15qyDwhM-AihwjsXv_ULFDZRNXbhdcLYc/view.