O presente evento constitui-se de workshop que tem como objetivo ofertar a escolas da educação básica pública/privada do Vale do Mucuri, palestras e oficinas vinculadas a temas científicos que serão abordados de forma prática, lúdica e objetiva. Por meio de palestras e oficinas elaboradas pelos discentes no âmbito de disciplinas do curso de Ciência e Tecnologia da UFVJM, Campus do Mucuri, temas científicos serão tratados com linguagem simples.

Alfabetização científica; extensão universitária; sociedade

O presente evento constitui-se de workshop que será realizado em escolas da educação básica de Teófilo Otoni-MG. O evento faz parte do projeto de extensão registrado na proexc e está na sua terceira versão. A partir da realização do evento, o projeto que semestralmente é realizado em uma escola por semestre, irá atender outras duas escolas de Teófilo Otoni. Popularmente, a expressão “dedo de prosa”, é utilizada quando uma pessoa deseja conversar com outra sem formalidade. Expressão comum em Minas Gerais, o termo foi empregado no título do projeto de extensão a fim de imprimir ao mesmo leveza e maior acessibilidade comunicacional a temas científicos, aproximando e adequando termos, temas e linguagem à sociedade como um todo. Nesse sentido, serão feitas parcerias com escolas da rede pública ou privada a fim de realizar mesas redondas, rodas de conversa, palestras, podcasts e outras ações para promover a reflexão e aprofundamento de temas atuais e de interesse dos sujeitos envolvidos. Vale lembrar que ciência aqui é entendida como todo conhecimento científico que é produzido pelo meio acadêmico, com validação e crivo pelos pares, sendo ele provenientes das ciências exatas, biológicas, sociais ou humanas. Como o projeto vai ser desenvolvido por estudantes e professores do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia - BC&T, do Campus Mucuri, logo o mesmo apresenta perspectiva interdisciplinar, o que está previsto no PDI (2017-2021) da UFVJM e no PPC do BC&T. Os acadêmicos do BC&T, pela própria estrutura, objetivos e perfil do egresso denotam, possuem formação interdisciplinar, o que favorece a implementação do projeto. Conhecimento científico e alfabetização científica A ciência está cada vez mais presente no cotidiano da população mundial. A aparição cada vez mais frequente de cientistas (microbiologistas, pneumologistas, imunologistas, biólogos e outros) e a apresentação dos resultados de suas pesquisas em tempo quase que real na imprensa escrita e falada para explicar e esclarecer a população quanto ao novo coronavírus (vírus SARS-CoV-2, coronavírus - COVID-19), trouxe palavras comuns ao meio científico até então eram desconhecidas da população em geral. Um cenário de dúvidas e incertezas gerou (des) informação, o que demandou maior interlocução / aproximação entre cientistas / Instituições de Pesquisa / Universidades e sociedade. Tal fato foi propiciado pelo uso crescente das mídias digitais ao longo da quarentena e que foram inseridas nos setores ligados às esferas econômicas, sociais, culturais, científicas e educacionais como forma de troca de informações e conhecimentos. Por isso, a ciência ganhou espaço a partir das redes sociais como forma de atingir a maior parcela da população possível, servindo de impermeabilizante contra as notícias falsas que estavam cada vez mais presentes nas redes sociais. A preocupação com a divulgação científica e o conhecimento da população não é recente. A Base Nacional Comum Curricular-BNCC, homologada em 20 de dezembro de 2017, traz em seu texto a proposta de uma educação científica ao propor à formação do estudante o espírito crítico, reflexivo, vinculado à aplicação científica da sua realidade. Vale notar que, o termo educação científica aparece uma única vez no documento ao defender que é “impossível pensar em uma educação científica contemporânea sem reconhecer os múltiplos papéis da tecnologia no desenvolvimento da sociedade humana” (BRASIL, 2017, p.329). Ao longo do texto, seja referente a educação infantil, o ensino fundamental e médio, a tecnologia emerge como ferramenta fundamental de produção e, principalmente de divulgação científica. Desde a educação infantil o uso da linguagem científica (artística e matemática) é mencionado como objetivo importante para formação da criança, o que é reforçado no ensino fundamental e médio, principalmente na disciplina Língua Portuguesa com a utilização de textos de divulgação científica, hipertextos, vídeos e podcasts como instrumentos de aproximação do público em geral do processo de transposição didática a públicos específicos. O objetivo é formar base para estudantes que à medida que atinjam outras etapas consigam ter intimidade com a leitura científica de acordo com sua idade e nível de escolaridade.

A BNCC de 2017 já prevê a educação científica na educação básica. Nesse sentido, faz-se necessário o debate acerca de temáticas científicas nas escolas públicas. Atrelado a esse fato, como citado anteriormente por Alexandre Brasil Fonseca (2007) é necessário implementar a alfabetização científico-tecnológica em um contexto de disparidades regionais como o brasileiro como forma de promover desenvolvimento econômico, social e tecnológico.

Objetivo Geral Promover a divulgação dos conhecimentos científicos relacionados à ciência, educação, tecnologia e sociedade. Objetivos Específicos Levantar os temas de interesse dos estudantes da escola alvo do projeto. Organizar debates, mesas redondas, rodas de conversa e eventos para promover a discussão dos temas indicados pelos estudantes. Estimular a busca pelo conhecimento científico e a checagem de informações a partir de fontes seguras.

Envolver 300 estudantes de escolas da Rede pública ou privada de ensino de Teófilo Otoni, Minas Gerais.

A metodologia da ação de extensão, está vinculada ao projeto de extensão em execução e está relacionada a um projeto integrador que envolverá as disciplinas do Núcleo de Humanidades. A partir de discussões no interior da disciplina, presentes na ementa, os acadêmicos terão arcabouço teórico para aprofundar e compreender diversas temáticas. Foi feito contato com escolas e duas estaduais irão receber o projeto. Um primeiro contato com a escola será feito com a visita dos acadêmicos a mesma para conhecer o ambiente, professores e estudantes. Diagnóstico será feito, a fim de compreender qual escola, clientela, projetos desenvolvidos e temas de interesse dos estudantes. Posteriormente, serão planejadas ações em parceria com os professores da educação básica e os alunos da escola. Todos participarão ativamente. Os estudantes da UFVJM irão elaborar tabela canva com o planejamento da proposta, que serão distribuídas as responsabilidades de cada um na tabela 3W, 2H, What (O que é?), Who (Quem irá fazer?), Where (Onde será executada?), When? (Quando sera feito?), Why? (Por que?), How? (Como será executada?), How Much? (Quando custa?). O projeto será dividido nas seguintes etapas: Etapa 1: Acadêmicos do BC&T identificam os conteúdos presentes na ementa da disciplina. E o professor da disciplina levanta temáticas atuais e problemas sociais que podem ser suscitados a partir da ementa. Etapa 2: Estudantes elegem a escola para receber o projeto de extensão. Etapa 3: Contato inicial e diagnóstico da escola. Levantamento de temas de interesse entre alunos e professores. Etapa 4: Pesquisa e estudo dos temas de interesse escolhidos e de eventos ou projetos que possuem vontade de participar. Etapa 5: Planejamento inicial de ações a serem desenvolvidas a partir da metodologia canva . Etapa 6: Finalização do planejamento e distribuição das tarefas entre os acadêmicos . Etapa 7: Aplicação das atividades. Culminância do projeto. Etapa 9: Avaliação do projeto pelos alunos e professores da escola. Etapa 9: Elaboração do relatório final. Serão respeitados os cuidados éticos com os envolvidos e nenhuma imagem será divulgada sem o consentimento da escola, alunos ou professores.

AULER, D. e DELIZOICOV, D. Alfabetização Científico-Tecnológica Para Quê? Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências. 2001, v.3, n.1, junho. BRANCO, Alessandra Batista de Godoi et all. Alfabetização e letramento científico na BNCC e os desafios para uma educação científica e tecnológica. Revista Valore, Volta Redonda, 2018, 3 (Edição Especial): 702-713. BRANDI, A.T.E. e GURGEL, C.M.A. A Alfabetização Científica e o Processo de Ler e Escrever em Séries Iniciais: Emergências de um Estudo de Investigação-Ação, Ciência & Educação. 2002, v.8, n.1, 113-125. CHASSOT, Attico. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação. Jan/Fev/Mar/Abr, 2003, Nº 22. CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica – Questões e Desafios para a Educação. Ijuí: Editora da Unijuí, 2000. FONSECA, Alexandre Brasil. Ciência, tecnologia e desigualdade social no Brasil: contribuições da sociologia do conhecimento para a educação em ciências. Revista Electronica de Enseñanza de las ciencias. 2007, Vol. 6, N° 2, 364-377. FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1980. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974. LORENZETTI, L. e DELIZOICOV, D. Alfabetização científica no contexto das séries iniciais, Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências. 2001, v.3, n.1, 37-50. MAMEDE, M.; ZIMMERMANN, E. Letramento Científico e CTS na Formação de Professores para o Ensino de Física, trabalho apresentado no XVI SNEF – Simpósio Nacional de Ensino de Física, São Luís, 2007. MINAS GERAIS. Apresentação Projeto Iniciação Científica na Educação Básica. (Slides) 01 de julho de 2021. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1PLTf2wGOnNgP0awq1-oExv_keJMMbOpR/view?usp=sharing SANTOS, W.L.P.; MORTIMER, E.F. Tomada de Decisão para Ação Social Responsável no Ensino de Ciências, Ciência & Educação. 2001, v.7, n.1, 95-111. SASSERON, Lúcia Helena; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Alfabetização científica: Uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências. 2011, V16(1), pp. 59-77. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros, Belo Horizonte: Autêntica, 1998. SOUZA, C.A.; BASTOS, F.P.; ANGOTTI, J.A.P. Cultura Científico-Tecnológico na Educação Básica, Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciências. 2007, v.9, n.1

A partir desse projeto será possível a interação dialógica entre Universidade e escola, proporcionando também a interlocução entre professores de diferentes formações, cidades e regiões.

O projeto possui em sua natureza interdisciplinaridade ao propor debates transdisciplinares (meio ambiente, cultura, tecnologia e outros) que envolvem problemas sociais. O contato entre discentes do curso de Ciência e Tecnologia e Engenharia Hídrica com escolas da educação básica promove a interprofissionalidade, na busca de conhecimentos de diversas áreas para compreensão de problemas sociais.

O projeto está vinculado a curricularização da extensão e, por isso, equaciona ensino, pesquisa e extensão.

O estudante irá ter contato com a sociedade e poderá desenvolver o seu senso crítico, de forma a aprimorar o trabalho em equipe, cooperativo e as habilidades oral e escrita.

O projeto irá contribuir para combater mitos e fake news que, constantemente, estão presentes na sociedade brasileira, o que contribuirá para o desenvolvimento social e cultural.

A divulgação ocorrerá pelas redes sociais do ICET UFVJM campus mucuri.

Solicita-se 8 bolsistas