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Diálogos territoriais sobre Agricultura Familiar e Economia Popular Solidária no Vale do Mucuri
Sobre a Ação
202203000662
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
01/11/2023
31/12/2024
Dados do Coordenador
priscila barbosa dos santos
Caracterização da Ação
Ciências Sociais Aplicadas
Educação
Trabalho
Desenvolvimento regional
Regional
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Sim
Membros
O Vale do Mucuri (MG) é composto de 27 municípios, muitos deles com grande parte da população vivendo na área rural. Faz-se necessário o fortalecimento da agricultura familiar com vistas ao desenvolvimento regional. Todavia, os grupos produtivos populares da agricultura familiar vivenciam dificuldades no processo de desenvolvimento e consolidação de seus empreendimentos. Assim, propõe-se o presente projeto objetivando propor espaços de diálogo e formação para grupos produtivos populares locais.
Vale do Mucuri; Agricultura Familiar; Economia Solidária.
A Economia Popular Solidária, em todas as suas dimensões e ao longo do tempo, tem sido uma resposta importante de trabalhadores e trabalhadoras em suas estratégias de organização, articulação e criação de saberes socioeconômicos. É uma alternativa de inclusão social que propicia aos participantes a vivência e convivência com temas emancipadores, como trabalho associado, solidariedade, autogestão e produção para viver. Ao considerar o ser humano na sua integralidade como sujeito, tem como finalidade potencializar estratégias de geração de trabalho associado e de cooperação em atividades de produção, comercialização e consumo, articuladas a processos sustentáveis e solidários de desenvolvimento. Tem como princípios essenciais: trabalho associado; autogestão; democracia; propriedade coletiva dos meios de produção; solidariedade; sustentabilidade; consumo consciente; comércio justo; cooperação; valorização da diversidade e do saber local; centralidade no ser humano; justiça social; dentre outros. São organizações da economia popular solidária aquelas iniciativas econômicas, rurais ou urbanas, em que os trabalhadores estão organizados coletivamente em associações e grupos de produtores ou consumidores; cooperativas de agricultura familiar e assentamentos de reforma agrária; cooperativas de prestação de serviços; empresas recuperadas que foram assumidas por trabalhadores em sistema de autogestão; redes de produção, comercialização e consumo; instituições de finanças solidárias; clubes de trocas; etc. No Brasil existem mais de 20 mil empreendimentos econômicos solidários mapeados na base de dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (2014) além de muitas outras iniciativas ainda desconhecidas e necessitando de estímulo para sua consolidação. O território do Vale do Mucuri, situado no nordeste de Minas Gerais, é formado por 27 municípios e abriga uma população predominantemente rural, onde a agricultura familiar figura como protagonista e possui uma diversidade de iniciativas que praticam a economia popular solidária, grande parte delas necessitando de contribuições para solução de questões tanto internas dos seus grupos e nichos produtivos, quanto da interação e acesso a mercados. Sabe-se que o avanço da economia popular solidária no Brasil impulsionou a existência de uma atuação mais próxima das universidades junto a coletivos de trabalho autogestionários no processo de desenvolvimento e consolidação de empreendimentos solidários. De igual modo, a região do Vale do Mucuri carece de uma aproximação da universidade junto a esses grupos produtivos. Assim, o Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar (GEPAF) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) propõe o presente projeto que tem como objetivo promover a troca de saberes entre grupos produtivos locais da agricultura familiar e parceiros, por meio da proposição de espaços de diálogo e formação. A promoção dos espaços de discussão e formação será feita pelo GEPAF em parceria com uma organização com atuação em nível nacional, chamada Aldeia Mundo, que trabalha com assessoria multidisciplinar tecendo metodologias, processos organizacionais e soluções sob medida para organizações e negócios comunitários socioambientais.
1 Problematização e justificativa O território do Vale do Mucuri, situado no nordeste de Minas Gerais, é formado por 27 municípios e abriga uma população de 438.257 habitantes, segundo dados do censo demográfico de 2010. O percentual de população rural destes municípios representa em média 42% da população total, sendo que alguns municípios chegam a ter até 75% de população na área rural. Trata-se de uma região com predominância de municípios de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com condições precárias de habitação, saúde, educação, renda e infraestrutura. Nesse contexto, o Grupo de Extensão e Pesquisa em Agricultura Familiar (GEPAF) da UFVJM vem atuando desde 2007 na promoção da interação dialógica entre a universidade e a sociedade, contribuindo com o empoderamento de agricultores e agricultoras familiares e de comunidades e povos tradicionais da região do Vale do Mucuri e adjacências, integrando o ensino, a pesquisa e a extensão, com vistas à promoção do desenvolvimento regional e melhoria da qualidade de vida. O grupo tem entre as suas linhas de trabalho a Economia Popular Solidária e tem uma parceria estabelecida com a Aldeia Mundo, empresa privada sediada em Brasília – Distrito Federal, com larga experiência em assessoria a grupos produtivos e que ajudou a conceber a metodologia de um dos programas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), chamado Programa Mais Gestão, implantado para oferecer ATER específica para organizações da agricultura familiar (associações, cooperativas e centrais), com base em ferramentas de apoio à tomada de decisão. A Aldeia Mundo esteve envolvida diretamente na formação de técnicos do MDA e organizações parceiras para utilização da metodologia na execução da primeira chamada pública do Programa Mais Gestão, que atingiu aproximadamente 1.200 cooperativas e associações da agricultura familiar em todo Brasil, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ASBRAER). Assim, o GEPAF propõe, em parceria com a Aldeia Mundo, o presente projeto de extensão, com foco na promoção de processos dialógicos e formativos em torno da temática da economia popular solidária, cooperativismo e associativismo no âmbito da Agricultura Familiar, tendo como base os princípios e metodologias do Programa Mais Gestão. Assim, o objetivo da presente proposta é promover a troca de saberes entre grupos produtivos locais da agricultura familiar, a Aldeia Mundo e o GEPAF, por meio da proposição de espaços de diálogo e formação que se darão por meio de estudos, oficinas, e participação em encontros e atividades promovidas pelos grupos produtivos e parceiros. Este ambiente de aprendizagem envolverá estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos locais da agricultura familiar. 2 Fundamentação Teórica 2.1 Economia Popular Solidária Para Bevian (2013) “a economia solidária se constitui como um conjunto de atividades econômicas caracterizadas, em sua organização, por possuir como fundamento a autogestão.” Este modelo alternativo tem sua origem pautada nas primeiras experiências de gestão diferenciada e democrática – frutos do pensamento cooperativista e dos percussores do socialismo utópico. Bevian (2013, p.36), afirma que trata-se de “uma nova visão, um novo modo de entender o trabalho e a mais-valia, ou mesmo uma reorganização das forças produtivas e da situação dos trabalhadores diante da realidade econômica e social”. A expressão economia solidária foi utilizada de modo pioneiro no Brasil em 1996 por Paul Singer, que a define como “outro modo de produção, cujos princípios básicos são a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito à liberdade individual.” (SINGER: 2002, p.10). No país, a implantação deste modelo de economia alternativa foi estimulada com o intuito de solucionar a problemática relacionada à geração de emprego e renda para a população. Entretanto, na concepção de Gellert (2013) as iniciativas de economia solidária perpassam a solução de problemáticas como geração de trabalho e renda, uma vez que reivindicam direitos sociais e vinculam as conquistas às transformações sociais e políticas, associando o direito econômico à luta pela democracia. Bevian (2013, p.23) afirma que apesar de a economia solidária servir de fundamento para a normatização de sociedades cooperativas, por meio da difusão gradativa dos seus princípios na sociedade atual, esta ainda não dispõe de lei regulamentar específica. Entretanto, para fortalecer esta proposta de desenvolvimento justo, sustentável, diverso e solidário, foi iniciada em 2012 a Campanha pela Lei da Economia Solidária, que objetivou criar a primeira lei brasileira que reconheça o direito ao trabalho associado e apoie tais iniciativas. De acordo com Singer (2003), o movimento da economia popular solidária, ultrapassa a dimensão de iniciativas isoladas e fragmentadas nas cadeias produtivas e articulações periféricas, assim como se fundamenta na cultura da cooperação, solidariedade e partilha, rejeitando as práticas da competição, exploração e lucratividade. 2.2 Associativismo e Cooperativismo O Associativismo, de acordo com Alencar (1997, p.7 apud LAZZAROTTO, 2002), “refere-se à atividade humana desenvolvida em um grupo social, que é constituído por uma coletividade de indivíduos ligados entre si por uma rede ou sistema de relações sociais”. Sociologicamente a associação pode ser abordada como um espaço que opera a passagem, graças a um encontro entre pessoas, entre redes de associação primária e secundária, e, entre esferas privada e pública. Estas relações ultrapassam o contrato entre pessoas, buscando fins comuns (CHANIAL; LAVILLE, 2009). Dentre os objetivos das associações o autor destaca o de representação dos interesses dos associados, considerado central pelo menos nos estatutos. O espaço participativo de uma associação é um dos acessos da comunidade aos acontecimentos políticos e econômicos; desempenhando um papel relevante, à medida que capacitam os participantes na tomada de decisão a partir das próprias experiências (ARAUJO; TOLENTINO; THEOPHILO, 2009). Os principais princípios do associativismo são a adesão livre, tal como é livre a saída do movimento associativo; o funcionamento pautado na equidade entre os seus membros além do fato de que as associações resultam sempre de uma congregação de esforços, em primeiro lugar dos fundadores e depois de todos os associados (PINHO, 2010). Existem as mais variadas associações, dentre elas se destacam as culturais, recreativas, desportivas, de defesa do ambiente e patrimônio, de desenvolvimento local, moradores, estudantes, pais e profissionais (PINHO, 2010). Chanial e Laville (2009) destacam ainda as mutualidades, cooperativas, sindicatos e associações civis. De acordo com a legislação brasileira, as associações que têm o objetivo produtivo e econômico devem ser registradas na forma de cooperativas. No entanto, na prática muitas associações, além da representação de seus associados, realizam atividades produtivas. O cooperativismo é um movimento de origem européia que veio solucionar na época de sua criação os problemas gerados pela revolução industrial, e que hoje, tem tido uma grande importância devido à descentralização do aparelho estatal e da reestruturação das relações de trabalho. É um movimento internacional, e sua essência está na associação de pessoas que, com esforço próprio e ajuda mútua, observando a liberdade, a justiça e a solidariedade, satisfazem suas necessidades econômicas e sociais pela constituição de uma organização, sem fins lucrativos, voltada para a qualidade de vida e a dignidade humana, cumprindo com rigor os seus princípios. Para a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB, 1988), cooperativa é uma organização de, pelo menos, vinte pessoas físicas unidas pela cooperação e ajuda mútua, gerida de forma democrática e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns, cujos aspectos legais e doutrinários são distintos de outras sociedades. Fundamenta-se na economia solidária e se propõe a obter um desempenho econômico eficiente, através da qualidade e da confiabilidade dos serviços que presta aos próprios associados e aos usuários. O cooperativismo possui uma série de princípios erigidos de longa data e que devem nortear a formação de toda sociedade cooperativa, que são, de acordo com a definição dada no Congresso da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) de 1995 (OCB, 2010): a) adesão voluntária e livre; b) gestão democrática; c) participação econômica dos membros; d) autonomia e independência; e) educação, formação e informação; f) intercooperação; g) interesse pela comunidade. O cooperativismo preserva a iniciativa privada, persegue a eficiência econômica através da gestão democrática, distribui os resultados proporcionalmente à participação de cada membro e, dessa forma, desenvolve a cidadania em sua plenitude. Assim, acabou por se inserir em todos os setores da economia como uma alternativa adequada aos diversos problemas e situações da economia moderna.
Objetivo Geral Promover a troca de saberes em torno da temática da economia popular solidária, cooperativismo e associativismo, envolvendo estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri - MG. Objetivos Específicos - Promover espaços de diálogo e formação de atores locais da economia popular solidária, cooperativismo e associativismo; - Participar de espaços de mobilização e articulação relacionados às temáticas do projeto.
Objetivo específico 1: Meta 1: Promover 4 encontros de formação envolvendo estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Previsão de impacto direto: 20 pessoas Previsão de impacto indireto: 200 pessoas Objetivo específico 2: Meta 1: Participar de 10 Plenárias do Fórum Municipal de Economia Solidária Previsão de impacto direto: 20 pessoas Previsão de impacto indireto: 200 pessoas Outro produto esperado com a execução do projeto é: Elaboração de Relatório Final
Para a preparação dos encontros serão realizadas pesquisas bibliográficas que fundamentem as discussões a serem promovidas durante as mesmas. Nas reuniões semanais do GEPAF serão debatidos os artigos e demais materiais encontrados durante as pesquisas bibliográficas realizadas. Agricultores, extensionistas e pesquisadores e estudantes que tenham experiências com o tema, também contribuirão, socializando os materiais encontrados com os participantes dos encontros. Serão preparados textos de apoio para os encontros, que poderão ser levados pelos presentes, como forma de divulgar informações e sítios da internet importantes sobre o tema debatido. Na definição da estratégia de atuação, SOUZA (2004) ressalta que se devem utilizar as metodologias participativas como norteadoras do desenvolvimento dos trabalhos priorizando-se, fundamentalmente, a possibilidade de expressão dos participantes. As ferramentas de visualização das ideias em tarjetas, cartazes, textos, cartilhas são usadas como facilitadoras de discussões. O uso destas metodologias permite às pessoas participarem ativamente expressando seu potencial criativo, exercitando o diálogo entre os seus pares nos espaços de construção coletiva de conhecimento. Este conjunto de procedimentos são técnicas, instrumentos, ferramentas pedagógicas que, segundo BROSE (2004) citado por GUTIERREZ (2006), “têm como função principal ajudar a estruturar as disputas sobre poder entre atores sociais, torná-las mais transparentes e, dessa forma, contribuir para uma distribuição mais equitativa de poder”. Na realização dos encontros, os presentes serão muito incentivados a se manifestarem pois, conforme Freire (1987) “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Serão utilizadas, desta forma, metodologias participativas a serem definidas pelo facilitador que potencializem também o trabalho em grupo. Além das ferramentas de metodologias participativas, utilizar-se-ão de linguagens que permitam a participação efetiva dos participantes, de forma a criar um ambiente de diálogo entre a comunidade e a equipe de extensionistas/pesquisadores/estudantes, possibilitando assim a socialização e a construção de novos conhecimentos empíricos e científicos. É importante que a equipe de extensionistas/pesquisadores/estudantes, durante todas as atividades, para que se consiga alcançar os resultados esperados, se atente para os aspectos citados abaixo: - Criar relação de respeito e confiança mútua; - Favorecer a criatividade e conhecimento dos participantes; - Incentivar o intercâmbio de informações e provocar reflexões; - Não impor as próprias ideias; - Manter uma atitude neutra e prestar muita atenção ao comportamento dos participantes (interesse, atenção e dispersão). Por fim, a utilização destas metodologias visa possibilitar que os participantes possam pensar e repensar o seu papel nos grupos que participam, assim como no acesso e construção de políticas públicas locais, propiciando o empoderamento e o fortalecimento do capital social. As atividades previstas são: - Promoção de 4 encontros de formação Os encontros envolverão estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Acontecerão na modalidade híbrida, sendo que a parte presencial acontecerá na sala do GEPAF, no Campus do Mucuri da UFVJM. Serão abordados nessas oficinas os seguintes temas: 1) Economia Popular Solidária; 2) Cooperativismo e Associativismo; 3) Histórico do programa de ATER Mais Gestão: objetivos, resultados, perspectivas, condições de acesso e; 4) Recursos metodológicos para o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), tendo como parâmetro a metodologia do Programa de ATER Mais Gestão. Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 1. A equipe GEPAF será responsável pela mobilização e infraestrutura necessária para realização da atividade, enquanto a equipe da Aldeia Mundo será responsável por conduzir os espaços de formação. Espera-se um número de cerca de 20 participantes em cada encontro. Os encontros terão 3 horas de duração e acontecerão trimestralmente. - Plenárias do Fórum Municipal de Economia Solitária O Fórum Municipal de Economia Solidária de Teófilo Otoni é uma organização democrática dos atores da Economia Solidária para o desenvolvimento deste movimento no município e para a articulação com as outras instâncias regionais, nacionais e internacionais de Economia Solidária, responsável pela implementação de atividades como: discussão, troca de ideias e informações sobre os empreendimentos e sobre Economia Solidária; organização de eventos relacionados à Economia Solidária; formulação, implementação e monitoramento de propostas para o fortalecimento das iniciativas de Economia Solidária; representação de Teófilo Otoni em outros espaços de discussão de Economia Solidária; aproximação e integração entre os empreendimentos e demais atores. As plenárias do Fórum Municipal de Economia Solidária de Teófilo Otoni acontecem mensalmente, onde participam: empreendimentos de economia solidária; entidades de apoio e fomento e representantes da gestão pública. Nas plenárias participarão, representando o GEPAF, estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos integrantes da equipe GEPAF, conforme disponibilidade. Elas acontecem de forma presencial na sede da Associação Aprender e Produzir Juntos (APJ). Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 2. A atividade é coordenada pela coordenação do Fórum municipal e a equipe GEPAF será uma das entidades participantes.
ARAUJO, Claudiana A. L. de; TOLENTINO; Marlucia T.; THEOPHILO; Carlos R. Realidade Organizacional das Associações Comunitárias Rurais da Região Sul de Montes Claros – MG. In: Anais do XXXI Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração – ENANPAD. São Paulo. 2009. BEVIAN, Elsa Cristine; SOUZA, Ricardo Corrêa. Economia Solidária – De política de Governo para política de Estado. In: MARCHI, Rita de Cássia (Org.) et al. Economia Solidária na ITCP/FURB – Reflexões e experiências em busca da inclusão social. Blumenau: Editora Meta, 2013. CHANIAL, Philippe; LAVILLE, Jean-Louis. Associativismo. In: HESPANHA, Pedro et al. Dicionário Internacional da Outra Economia. São Paulo: Almedina Brasil, Ltda. 2009. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GELLERT, Luana Jamayna; REYES, Paula C.; SHIOCHET, Valmor. Relação entre poder público e a sociedade civil: o caso da rede de economia solidária do Vale do Itajaí. In: MARCHI, Rita de Cássia (Org.) et al. Economia Solidária na ITCP/FURB – Reflexões e experiências em busca da inclusão social. Blumenau: Editora Meta, 2013. GUTIERREZ, D. F. AGENDA 21 LOCAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO POPULAR – O CASO DE ACAIACA – MG (Monografia apresentada à Universidade de Brasília para conclusão do curso de Especialização em Extensão Rural para o Desenvolvimento Sustentável). Brasília: xxxp 2006. LAZZAROTTO, Joelsio J. Associativismo Rural e a sua Viabilização: estudo de caso comparativo de duas associações de produtores rurais do município de Pato Branco (PR). In: Anais do XXXI Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração –ENANPAD. Salvador. 2002. PINHO; Paulo. O Associativismo: conceitos, princípios e tipologias. Disponível em: <http://pt.shvoong.com/social-sciences/1658411-associativismo-conceitosprinc%C3%ADpios-tipologias/>. Acesso em: 22 de mar. De 2010. SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo, Editora Fundação Perseu Abramo, 2002. SINGER, Paul; SOUZA, André Ricardo. et al. A Economia Solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego. 2ª Ed. São Paulo: Contexto, 2003. SOUZA, D. Semeando sonhos: da Acaiaca que temos a Acaiaca que queremos construir. Viçosa: 2004. (mimeo). BROSE, M.(org). METODOLOGIA PARTICIPATIVA: uma introdução a 29 instrumentos. 2ª. impressão. Porto Alegre: Tomo Editoral, 2004. 326 p.
Através da extensão universitária, os conhecimentos e experiências vivenciados na academia e nas comunidades são compartilhados proporcionando uma troca de saberes e a consolidação de autênticos laboratórios acadêmicos conectados diretamente à realidade da comunidade. As instituições de ensino, pesquisa e extensão são fundamentais na integração com os demais parceiros na busca, em conjunto com os atores sociais envolvidos, por soluções adequadas às realidades locais, fomentando o debate sobre os problemas vivenciados, identificando melhores práticas e buscando os recursos necessários a implementação dessas ações. Este projeto não pretende ser uma ferramenta de “levar e trazer” conhecimentos, mas uma proposta de construção coletiva a partir da vivência de cada participante. Conforme expresso no item referente à metodologia, todas as atividades desenvolvidas, desde a sua concepção, preparação e realização acontecerão “a partir de” e “com vistas à” uma interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade.
O GEPAF conta com uma equipe interdisciplinar e interprofissional que envolve docentes, técnicos administrativos, discentes, colaboradores externos de diversas áreas do conhecimento e com acúmulo de experiência profissional. Isso permite que o projeto tenha esse olhar interdisciplinar e interprofissional desde a sua concepção até a sua implementação. O grupo pauta-se em valores como: a) atuação sob as perspectivas intersetorial, interdisciplinar e interinstitucional; b) valorização dos saberes tradicionais e da interdisciplinaridade entre os saberes científicos; c) garantia da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; dentre outros. Ademais, a projeto envolve participantes das mais diferentes cadeias produtivas regionais e permitirá aos envolvidos ampliar, de forma significativa, seus leques de conhecimentos sobre as diversas áreas.
O GEPAF, desde a sua criação, e pauta-se na garantia da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Além disso, pode-se dizer que as ações universitárias junto a grupos populares direcionadas à formação e fortalecimento de coletivos de trabalho autogestionários têm se tornado uma das mais promissoras e fecundas iniciativas de articulação entre ensino, pesquisa e extensão capazes de estimular padrões de relações produtivas sob uma perspectiva de sustentabilidade social e ambiental.
Este projeto contará com a participação de estudantes voluntários integrantes da equipe GEPAF. A dinâmica de participação de estudantes no referido projeto passa pela concepção de Paulo Freire, que diz que ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo, ou seja, o estudante terá a oportunidade de contribuir socializando seus conhecimentos, conciliando-os com os conhecimentos dos demais e, a partir da realidade vivenciada, poderá contribuir para a transformação da realidade. Ainda de acordo com Paulo Freire, conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer. Sendo assim, é imperativo que os estudantes sejam de fato sujeitos no processo. Desta forma, pretende-se que o projeto possa contribuir com a formação pessoal e profissional dos estudantes e com a atuação dos mesmos dentro do ambiente acadêmico, já que eles terão oportunidade de trabalhar em equipe, conhecer a realidade dos grupos produtivos da Agricultura Familiar, participantes da economia solidária no Vale do Mucuri, conhecer os desafios e potencialidades das dinâmicas da economia popular solidária, assim como os processos de construção e acesso à políticas públicas. Todas as atividades dos estudantes serão feitas sob orientação da coordenação e/ou de outro membro da equipe devidamente habilitado para tal. Os estudantes participarão na organização, mobilização e preparação dos encontros de formação. Também realizarão pesquisas bibliográficas sobre os temas que serão debatidos nos encontros, de forma que possam contribuir mais efetivamente nas mesmas. Os estudantes, por outro lado, serão avaliados pela participação efetiva nas reuniões semanais do GEPAF, pelo interesse demonstrado no preparo das atividades, pelo esforço feito no cumprimento do cronograma de trabalho e pela autonomia na realização das tarefas.
Espera-se, com a realização do projeto contribuir na formação de pelo menos 20 atores regionais da economia popular solidária, dentre eles estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e integrantes de grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri - MG. Indiretamente, espera-se alcançar cerca de 200 pessoas com esses espaços de formação. Espera-se que os espaços de diálogo, propostos no âmbito do presente projeto possibilitem aos envolvidos espaços para amadurecimento político, proposição de ideias, fomento e articulação para acesso à políticas públicas, para submissão de propostas, captação de recursos, bem como favoreça o melhor desempenho das atividades produtivas finalísticas dos grupos produtivos envolvidos.
A divulgação será feita através de publicações feitas nos perfis de redes sociais do GEPAF.
O projeto está vinculado ao programa “Território do Mucuri: estudos, assessoria e apoio às comunidades de agricultura familiar e povos tradicionais do Vale do Mucuri (MG)” REGISTRO PROEXC Nº: 051.1.008-2011. Entretanto não foi possível marcar que ele é vinculado à esse programa, pois na listagem de programas no campo correspondente no SIEXC, o referido programa não aparece.
Público-alvo
Diretamente, serão beneficiados pelo projeto agricultores e agricultoras familiares que integram grupos produtivos da economia popular solidária. Indiretamente, todos os coletivos aos quais esses agricultores e agricultoras pertencem serão beneficiados.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni - MG
Carlos Chagas - MG
Catuji - MG
Frei Gaspar - MG
Nanuque - MG
Novo Cruzeiro - MG
Ouro Verde de Minas - MG
Padre Paraíso - MG
Serra dos Aimorés - MG
Parcerias
A empresa Aldeia Mundo Ltda. é parceira indispensável na proposição e implementação do presente projeto. Ela será responsável por conduzir os espaços de formação. A empresa apresentou carta de anuência, anexada em local próprio e está ciente das suas responsabilidades no âmbito do projeto.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 24 h
- Tarde;
No primeiro Encontro de Formação será abordada a seguinte temática: Economia Popular Solidária. O encontro envolverá estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Acontecerá na modalidade híbrida, sendo que a parte presencial acontecerá na sala do GEPAF, no Campus do Mucuri da UFVJM. Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 1. A equipe GEPAF será responsável pela mobilização e infraestrutura necessária para realização da atividade, enquanto a equipe da Aldeia Mundo será responsável por conduzir o espaço de formação. Espera-se um número de cerca de 20 participantes. O encontro terá 3 horas de duração.
- Tarde;
No segundo Encontro de Formação será abordada a seguinte temática: Cooperativismo e Associativismo. O encontro envolverá estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Acontecerá na modalidade híbrida, sendo que a parte presencial acontecerá na sala do GEPAF, no Campus do Mucuri da UFVJM. Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 1. A equipe GEPAF será responsável pela mobilização e infraestrutura necessária para realização da atividade, enquanto a equipe da Aldeia Mundo será responsável por conduzir o espaço de formação. Espera-se um número de cerca de 20 participantes. O encontro terá 3 horas de duração.
- Tarde;
No terceiro Encontro de Formação será abordada a seguinte temática: Histórico do programa de ATER Mais Gestão: objetivos, resultados, perspectivas, condições de acesso. O encontro envolverá estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Acontecerá na modalidade híbrida, sendo que a parte presencial acontecerá na sala do GEPAF, no Campus do Mucuri da UFVJM. Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 1. A equipe GEPAF será responsável pela mobilização e infraestrutura necessária para realização da atividade, enquanto a equipe da Aldeia Mundo será responsável por conduzir o espaço de formação. Espera-se um número de cerca de 20 participantes. O encontro terá 3 horas de duração.
- Tarde;
No quarto Encontro de Formação será abordada a seguinte temática: Recursos metodológicos para o trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), tendo como parâmetro a metodologia do Programa de ATER Mais Gestão. O encontro envolverá estudantes, técnicos administrativos, professores, colaboradores externos e grupos produtivos populares locais da agricultura familiar da região do Vale do Mucuri – MG. Acontecerá na modalidade híbrida, sendo que a parte presencial acontecerá na sala do GEPAF, no Campus do Mucuri da UFVJM. Espera-se, com esta atividade alcançar o objetivo específico 1. A equipe GEPAF será responsável pela mobilização e infraestrutura necessária para realização da atividade, enquanto a equipe da Aldeia Mundo será responsável por conduzir o espaço de formação. Espera-se um número de cerca de 20 participantes. O encontro terá 3 horas de duração.