Visitante
Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri/ Curso Aquilombar nos Vales: diálogos com Lélia González e Beatriz Nascimento
Sobre a Ação
202304000039
042023 - Cursos e/ou Eventos
Curso/Oficina
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - Com Relatório Final
08/11/2023
07/01/2024
Dados do Coordenador
claudilene da costa ramalho
Caracterização da Ação
Ciências Sociais Aplicadas
Educação
Direitos Humanos e Justiça
Grupos sociais vulneráveis
Local
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
Está disponível para a divulgação o facebook do GMOM https://www.facebook.com/gmomto?mibextid=ZbWKwL
Membros
Esse curso é resultando da pesquisa de doutorado “Mulheres Quilombolas do Vale do Jequitinhonha: Tecelãs da Resistência" e do trabalho que o Observatório dos Direitos das Mulheres desenvolveu entre 2016 a 2019. Em 2023, com os acúmulos possibilitados pela aproximação com o debate étnico racial e racial o foco de nossas ações visam fortalecer a atuação da UFVJM no combate ao racismo e sexismo e a valorização e troca de saberes entre universidade e sociedade.
racismo, sexismo, afrolatinas, Amefricanas
Essa proposta é vinculada ao Programa de Extensão "Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri" que está em processo de registro e também do NEABI. Celebrando o Mês da Consciência Negra propomos a realização do curso de extensão: “Aquilombar nos Vales: diálogos com Lélia González e Beatriz Nascimento). Esse curso de curta duração dará visibilidade a vida e obra de Lélia Gonzalez e de Beatriz Nascimento, enquanto intelectuais negras e militantes que possuem uma trajetória central para a luta antirracista e para o enfrentamento das desigualdades de gênero. O termo aquilombar, utilizado por Evaristo (2020), foi popularizado nos últimos anos no Brasil tanto junto ao movimentos negro, quilombola e feministas negras, como também entre as(os) pesquisadoras(os), sendo utilizado no sentido de destacar a construção histórica da resistência negra no Brasil. Esse termo vai na direção do que Nascimento (2021) nos ensinou sobre os quilombos como sistemas alternativas que prevaleceram no pós-Abolição, Nesse sentido, o Curso Aquilombar nos Vales: diálogos com Lélia González e Beatriz Nascimento, pretende mostrar que o combate ao racismo e sexismo historicamente ocorreu por meio das comunidades remanescentes de quilombo, das favelas, dos terreiros e de outros locais onde a sobrevivência da população negra sempre foi pautada na construção coletiva e na preservação dos modos de vida baseados em laços comunitários. Dentro disso, aquilombar ―é o movimento de buscar o quilombo, formar o quilombo, tornar-se quilombo. Ou seja, aquilombar-se é o ato de assumir uma posição de resistência contra-hegemônica a partir de um corpo político (SOUTO, 2020, p. 141). O que vai determinar os rumos de nossa história enquanto sociedade é essa capacidade de nos aquilombar, na construção do projeto de sociedade livre das opressões e exploração de raça, classe e gênero. Nesse sentido, o Curso "Aquilombar nos Vales: : diálogos com Lélia González e Beatriz Nascimento, surge a partir das inquietações provocadas durante o meu processo de doutoramento, onde pude perceber o quando é importante dá visibilidade as intelectuais negras. As obras de Lélia Gonzalez (2020) e Beatriz Nascimento (2021) são centrais para pensar sobre o racismo e sexismo no Brasil, como também para a organização dos primeiros movimentos de mulheres negras. Desse modo, no mês da Consciência Negra esse curso embora seja de curta duração, pretende impulsionar estudos e debates sobre a obra dessas autoras, como também possibilitar o fortalecimento da agenda antirracista dentro e fora da UFVJM.
Para nós negras e negros brasileiras(as) é muito simbólico o mês de novembro, uma vez que em novembro é comemorado ―Dia da Consciência Negra, representando uma data de destaque escolhida pelo Movimento Negro Brasileiro, para homenagear Zumbi dos Palmares. Nesse sentido, negras e negros quebram correntes e tentam cotidianamente se movimentar contra as opressões advindas da reprodução das racista e sexista, essas opressões foram alimentadas nos últimos anos de forma escancarada pelos órgãos máximos que deveriam defender os direitos constitucionais de pessoas negras, particularmente da população quilombola. A partir disso, compreendemos que a tríade do racismo-sexismo-capitalismo produz e reproduz um conjunto de opressões/exploração na vida cotidiana das mulheres negras que marcam os seus corpos. Nessa lógica, o racismo estrutural faz com que essas marcas da escravidão ainda se façam presentes em nossos comportamentos, nossas posturas, nossos olhares, nossa fala, nosso ato de escutar, nossa subjetividade e em especial nosso silêncio. Gonzalez (2020) destaca que o racismo faz com que as(os) negras(os) sejam tratadas(os) não como sujeitos, mas como objetos. Para a autora, a libertação da mulher branca se deu às custas da exploração da mulher negra. Como resultado, ao se colocar como sujeito, essa mulher negra, na denúncia dessas estruturas, é infantilizada e não tem direito à voz própria (GONZALEZ, 2020). Um dos marcos para o surgimento do feminismo negro no Brasil foi a Semana de Cultura Negra, organizada pela militante do movimento negro e pesquisadora Beatriz Nascimento, em 1972, na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Beatriz, juntamente a outras mulheres negras, reuniu-se com seus companheiros, criando um espaço ampliado de reflexão sobre a condição da mulher negra no Brasil e refletindo inclusive sobre a solidariedade baseada na experiência histórica comum, uma especificidade do feminismo negro perante o feminismo ocidental e branco (GONZALEZ, 2020). Consciente da discriminação sexual e racial que a mulher negra sofria e da exploração de classe existente, Gonzalez (2020) e Nascimento participaram ativamente do Movimento Negro e do movimento de mulheres negras, da construção do feminismo negro no Brasil, com destaque à organização do I Encontro de Mulheres Faveladas e Periférica, em 1983. Esse evento foi articulado pelo movimento de mulheres em conjunto como movimento de favelas e com o movimento negro. Dessa forma, percebe-se que o feminismo afro-latino-americano defendido do Gonzalez (2020) pode oferecer elementos que rompam com esse enquadramento de um ―tipo ideal de feminismo, de feminista e de movimento de mulheres e possibilita inclusive que as mulheres quilombolas possam dar voz as suas particularidades e construir uma unidade na luta das mulheres negras e quilombolas latino-americanas, posto que a opressão e a exploração sofridas possuem uma raiz comum. Cabe ressaltar que tanto Beatriz Nascimento, como Lélia Gonzalez são intelectuais militantes que estiveram envolvidas nas diversas lutas em prol dos direitos da população negra brasileira, como também para o reconhecimento legal do Dia da Consciência Negra. Além dessas contribuição políticas, tanto Lélia quanto Beatriz, possuem uma ampla produção intelectual que ainda é pouco estudada e valorizada. Desse modo, esse curso dará visibilidade e trajetória e obras dessas duas pesquisadoras militantes essenciais para o pensamento social brasileiro.
Objetivo Geral: Contribuir com o debate do racismo e sexismo a partir da visibilidade e difusão do pensamento das autoras Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento, ressaltando a importância dessas intelectuais para a criação da data do Dia da Consciência Negra. Objetivos específicos: . Apresentar a trajetória e produção intelectual de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento e suas contribuição para as conquistas da população negra. . Realizar estudos e debates introdutórios sobreas principais categorias e conceitos do pensamento de Lélia Gonzalez e Beatriz do Nascimento partir de sua trajetória e produção intelectual. . Ressaltar a importância de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento para a criação do movimento negro no Brasil e para as a conquista das políticas afirmativas .Contribuir com o fortalecimento da agenda antirracista e anti machista dentro e fora da UFVJM.
Realizar 3 módulos de curso de formação presencial Envolver o movimento de mulheres na organização e mobilização do curso Atingir 20 pessoas Produzir um artigo e ou resumo expandido sobre as autoras
O curso será realizado 03 módulos previstos para os dias 28, 29 e 30 de novembro de 2023. Ocorrerão no período da tarde, na Casa dos Movimentos Populares, que é sede da associação dos bairros de Teófilo Otoni. Essa Associação é a sede onde se reuni o Grupo de Mulheres Organizadas do Mucuri-GMOM, sendo a realização nesse espaço uma estratégia para envolver os movimentos nessa formação. A construção coletiva do conhecimento acerca das temáticas propostas será promovida mediante coordenação da equipe responsável e participação dos demais cursistas. Nesse sentido, a proposta prevê reunião da equipe com o objetivo de envolver os discentes na organização, mobilização e avaliação das atividades. Serão disponibilizadas 20 vagas e as inscrições serão em formulário online. A metodologia utilizada no Curso serão filmes, textos, debates, intervenções artísticas que favoreçam a compreensão das obras das autoras. Após a realização a equipe do projeto realizará avaliação do mesmo. Essa avaliação levará em conta a participação efetiva durante o curso e as rodas de conversa e socialização do aprendizado durante o curso. Após essa avaliação os envolvidos com o projeto elaboraram relatório final, artigo e resumo expandido para socializar o debates que foram possibilitados pelo curso.
GONÇALVES, Renata. Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento: contribuições para o combate à tríade capitalismo-patriarcado-racismo. In: Marxismo e questão étnico-racial: desafios contemporâneos. Maria Beatriz Costa Abramides (org.). São Paulo: EDUC, 2021. GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latinoçamericano: ensaio, intervenções e diálogos. FLÁVIA RIOS, Márcia Lima (org.). 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. NASCIMENTO, Beatriz. Textos e narração de Ôrí. Ôrí. Direção de Raquel Gerber. Brasil: Estelar Produções Cinematográficas e Culturais, 1989, 131min. NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negra: relações raciais, quilombos e movimentos. Alex Ratts (org.). 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. NASCIMENTO, Beatriz. Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Alex Ratts e Bethania Gomes (org.). Ogums Toque Negro Editora. Rio de Janeiro, 2015.
O curso pretende dá visibilidade a duas intelectuais negras ( Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento) que historicamente foram invisibilizadas pelo sexismo e racismo, pretendemos reforçar na universidade o temas dentro e fora da universidade, . Assim, esta proposta vai compor a agenda antirracista da UFVJM no mês da consciência negra. Como os módulo do curso e as reuniões serão realizadas na Casa dos Movimentos Populares em grande parte em um espaço de articulação dos movimentos, possibilitará a valorização e troca de saberes entre universidade e sociedade
Essa proposta dialoga com as várias áreas do conhecimento, uma vez que o racismo e sexismo impactam o conjunto da vida social. O processo de mobilização e divulgação visará atingir toda a comunidade acadêmica e comunidade. A 20 vagas serão divididas de forma que atendam esses princípios. Se a demanda for muito superior ao numero de vagas, buscaremos formas de ampliar o número de vagas.
A indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão se dará em toda etapa do curso, sendo estimulando o estudo, reflexão, debates e produção de conhecimento.
Os (as) extensionistas participantes dessa propsta, bolsistas ou não, estarão presentes em todas as etapas previstas, desde a mobilização, passando organização, realização do curso, possibilitando intercâmbios e formação. As metodologias participativas e demais ferramentas de diálogo com a comunidade serão construídas e aplicadas conjuntamente por toda a equipe. Caberá ao bolsista atuar no planejamento, organização e execução das atividades, na divulgação dessas, no suporte para as etapas do curso, na elaboração de relatórios e artigo, ajudando assim no desenvolvimento planejado de todo o projeto. Ele será elemento chave no processo contínuo de avaliação de todas as etapas previstas. O curso será oportunidade para toda a equipe, incluindo os extensionistas, ampliar seus conhecimentos sobre racismo e sexismo. A formação da equipe executora não será algo estanque, e sim, parte da proposta que norteará todo o processo de planejamento, execução e avaliação das atividades. Acreditamos que o Projeto poderá contribuir significativamente no processo de formação profissional e humana dos discentes, não só dos extensionistas, uma vez que o debate racismo e sexismo são ainda incipiente nos cursos de graduação, e que esse debate é de extrema necessidade e urgência pela realidade descrita acima. A modalidade de participação se dará ainda como: Extensionista com bolsa; Extensionista voluntário (com registro) Os participantes no projeto na qualidade de extensionistas ou não serão avaliados não só através da frequência, mas, sobretudo, por meio das intervenções no planejamento, execução e avaliação das atividades.
Esse curso na UFVJM campus do Mucuri um primeiro voltado ao pensamento de Lélia Gonzalez e Beatriz do Nascimento, para além de contribuímos com a visibilidades dessas duas intelectuais negras, pretende-se que esse contribua para ampliar as ações de enfrentamento ao racismo e sexismo dentro e fora da universidade. Em curto prazo seria possibilitar uma aproximação ao pensamento dessas autoras. Ao médio prazo pretendemos ampliar ações voltada a essas temáticas e a longo prazo fazer um curso e outros espaços que deem visibilidade a outras mulheres negras, uma vez que compreendemos que o mês da consciência negra, as ações de enfrentamento ao racismo devem ser durante todo ano. Por isso, pretendemos realizar juntamente com comunidade acadêmica e movimentos espaços de formação continuadas que abarquem tais temáticas, contribuindo assim para enfrentar o racismo e sexismo.
A divulgação será realizada pela redes sociais do Observatório dos Direitos das Mulheres e do GMOM. Será divulgado ainda pelo facebook e Instagram do GMOM e pelo WhatsApp
Essa proposta é vinculada ao Programa de Extensão "Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri" que está em processo de registro e também do NEABI.
Caracterização do Curso ou Oficina
Iniciação
12
Ementa: Parte 1 - Ori ou a origem (Beatriz Nascimento) Democracia Racial? Nada disso! (Lélia Gonzalez) Parte 2- O pensamento insurgente de Lélia Gonzalez e Beatriz do Nascimento Parte 3 - - Feminismo afrolatino e a unidade na luta panafricanista (Lélia Gonzalez)
serão utilizados filmes, textos, intervenções artísticas que favoreçam a compreensão das obras das autoras. As principais bibliografias serão: GONÇALVES, Renata. Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento: contribuições para o combate à tríade capitalismo-patriarcado-racismo. In: Marxismo e questão étnico-racial: desafios contemporâneos. Maria Beatriz Costa Abramides (org.). São Paulo: EDUC, 2021. GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latinoçamericano: ensaio, intervenções e diálogos. FLÁVIA RIOS, Márcia Lima (org.). 1ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. NASCIMENTO, Beatriz. Textos e narração de Ôrí. Ôrí. Direção de Raquel Gerber. Brasil: Estelar Produções Cinematográficas e Culturais, 1989, 131min. NASCIMENTO, Beatriz. Uma história feita por mãos negra: relações raciais, quilombos e movimentos. Alex Ratts (org.). 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2021. NASCIMENTO, Beatriz. Todas (as) distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Alex Ratts e Bethania Gomes (org.). Ogums Toque Negro Editora. Rio de Janeiro, 2015.
A equipe do projeto serão avaliados não só através da frequência, mas, sobretudo, por meio da participação no planejamento, execução e avaliação das atividades do projeto. Quanto aos cursistas serão avaliados por meio da frequência, recebendo certificado o cursista que participa em 70% do curso.
A principal estratégia é construir junto com os movimentos populares e envolver os discentes em todas as fases do projeto. Ao final do curso será disponibilizado para os cursistas formulário de avaliação do mesmo. Ao final do projeto, a equipe envolvida com a organização realizará uma avaliação considerando a avaliação dos cursistas e percepções da equipe e parceiros.
Público-alvo
Esse curso é voltado aos estudantes de graduação da UFVJM, estudantes de outras instituições, professoras/es, pessoas vinculadas à movimentos sociais e demais interessadas/os que tiverem disponibilidade de frequentar os encontros.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni - MG
Parcerias
PARTICIPARÁ NA ORGANIZAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO CURSO
Participará na organização, mobilização e avaliação do curso. Como também cederá o espaço para a realização do mesmo
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 24 h
- Tarde;
Nessa primeira etapa será realizado planejamento com os bolsistas e parceiros. Será ainda realizando concomitante a mobilização e as inscrições para o mesmo. As inscrições serão feitas em formulário virtual e o resultado dos selecionados será até o dia 12/11. Cabe ressaltar que ao ser aprovada essa proposta se iniciará o processo de mobilização e intensificará a articulação a execução da mesma
- Noite;
Organização dos estudantes e colaboradores para organização da infra-estrutura para realização do curso e realização dos módulos do mesmo.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Será realizado relatório com o objetivo de avaliar o curso e também a elaboração conjunta do relatório final e de resumo expandido e artigos que tratem dos debates que foram realizados