Visitante
Escritório Público: Mapeamento das necessidades de habitação e assistência técnica pata grupos vulneráveis.
Sobre a Ação
202304000048
042023 - Cursos e/ou Eventos
Evento
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
08/11/2023
30/12/2023
Dados do Coordenador
danilo bento oliveira
Caracterização da Ação
Engenharias
Direitos Humanos e Justiça
Tecnologia e Produção
Desenvolvimento urbano
Local
Sim
Não
Sim
Fora do campus
Integral
Não
Redes Sociais
E-mail Institucional: escritoriopublico.icet@ufvjm.edu.br LinkedIn: escritoriopublico.icet@ufvjm.edu.br
Membros
O projeto "Escritório Público" busca oferecer assessoria à população carente de Teófilo Otoni com ações que incluem mobilização, orientação técnica, acompanhamento do processo construtivo e elaboração de projetos de arquitetura e engenharia. Espera-se promover a cooperação entre universidade, profissionais, município e sociedade em prol da melhoria da qualidade de vida dos beneficiados. A ação de mapeamento, tem como objetivo levantar os potenciais beneficiários do EP no bairro Funcionários.
Habitações populares, Escritório Público, Assistência técnica, Mapeamento.
No Brasil, grande parte das habitações e construções populares são realizadas a partir de processos de autoconstrução não orientada, sem projeto, nem orçamento prévio. Segundo dados do Ministério das Cidades de 2007, mais de 80% das moradias do país são feitas nessas condições (BRASIL, 2007). Quinze anos depois, essa porcentagem não parece ter diminuído, tendo em vista a paisagem urbana brasileira. A ausência de respaldo técnico e profissional às famílias e organizações sociais é decorrente da falta de recursos financeiros da população, sem condições de contratar os serviços de Arquitetura, Engenharia e Construção – AEC –, mas também do desconhecimento quanto à importância do projeto. Consequentemente, têm-se construções precárias, que podem apresentar condições insalubres aos usuários, além de custos que extrapolam as expectativas. Muitas dessas obras demandam soluções técnicas simples, que podem ser conduzidas por estudantes de engenharia e arquitetura. Nesse sentido, o objetivo do “Escritório Público” – EP – é atender essa demanda de serviços de construção civil, oferecendo orientação técnica à população carente de Teófilo Otoni nas ações referentes à elaboração de projetos de AEC. Esse projeto extensionista inspira-se em outras iniciativas universitárias, como o projeto “Adote uma Casa”, da Universidade Vila Velha, ES – UVV – (NEPCAU/UVV, 2016) e os projetos “HABITAT” (CARVALHO et al, 2013) e “Engenharia Pública” (MARTINS et al, 2015), da Universidade Federal de Viçosa, MG – UFV –. Essas ações levam assistência técnica à população carente de suas cidades e partilham do objetivo comum à essa proposta de conhecer e atender os anseios dos atendidos quanto às suas demandas construtivas. Nesse sentido, o EP pretende agir como parceiro das famílias e organizações não governamentais que desejam executar reformas ou novas edificações na busca por soluções e no apoio às suas conquistas. Almeja-se ainda fomentar o associativismo dos envolvidos e a sua capacitação, a fim de tratar as questões concernentes à superação das suas necessidades. As ações do “Escritório Público” incluem a mobilização de indivíduos e organizações para a criação de parcerias e processos de ajuda-mútua, a fim de potencializar conhecimentos e recursos. Além disso, o EP funcionará auxiliando na identificação das necessidades, promovendo o diálogo pedagógico entre os estudantes estagiários e o público atendido. Algumas atividades oferecidas pelo Escritório envolvem a avaliação das condições da edificação, a orientação técnica construtiva e organizacional, o acompanhamento do processo construtivo com implantação de práticas de racionalização da construção, redução de custos e uso de tecnologias de baixa demanda de recursos, além da elaboração de projetos arquitetônicos e de engenharia. Adicionalmente, o EP buscará possibilidades de capacitação para execução de obras, melhor aproveitamento e gerenciamento dos recursos humanos disponíveis e captação de fontes de financiamento. Como resultados desta proposta, espera-se fomentar a articulação e a cooperação entre a Universidade, profissionais habilitados, conselhos fiscais, municípios e sociedade, em prol da melhoria da qualidade de vida dos beneficiados pela assistência técnica.
Desde a década de 70 podem ser encontradas iniciativas de movimentos sociais, entidades de classe e outras instituições para oferecer orientação técnica gratuita à população carente, como sumariza a Cartilha da Engenharia Pública de 2018 (CREA-SC). O tema tornou-se objeto de legislação em 2008, com a criação da Lei Federal 11.888, que visa assegurar, para famílias de até 3 salários-mínimos, o direito à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. Para garantir a efetiva utilização da lei, Conselhos Regionais e Sindicatos têm desenvolvido materiais para dar ciência a população e definir o papel de cada ator social, capacitando setores públicos, grupos de assistência técnica e profissionais interessados (IAB, 2010; CREA, 2012). A implementação da legislação também é tema de pesquisas acadêmicas. Moraes (2012) identifica os limites e potencialidades da lei para a cidade de Viçosa-MG, enquanto Santos (2016) apresenta um estudo de aplicação para municípios paraibanos. Semelhantemente, Vieira e Basto (2020) apresentam estratégias para colocar em prática a assessoria pública na cidade de João Monlevade-MG, a partir de estudos que comparam projetos com diferentes agentes responsáveis pela prestação dos serviços prescritos na Lei: Prefeitura, Entidade de Classe e Universidade. Os autores salientam que nenhuma das iniciativas analisadas receberam aporte financeiro da União aos Estados e Municípios, conforme prescrito no artigo 3º da Lei 11.888, expondo assim uma deficiência da legislação. Nesse contexto, as universidades têm papel fundamental na implementação da assessoria prevista, pois, além de serem um agente articulador entre os diferentes atores envolvidos, também qualificam seus estudantes, inserindo-os no processo. Dessa forma, o “Escritório Público” configura-se como uma ação de ensino-pesquisa-extensão embasada nos preceitos da Lei Federal 11.888, procurando proporcionar assessoria técnica às famílias carentes e organizações sem fins lucrativos da cidade de Teófilo Otoni, que possui uma considerável população de baixa renda. Segundo dados do IBGE (2020), 38.1% dos domicílios da cidade possuem rendimento nominal mensal per capita de até meio salário-mínimo. De forma geral, problemas semelhantes aos encontrados pelo Projeto Habitat em Viçosa (LEITE, 2017), recorrentes em diversas cidades brasileiras (JACOBI, 2000; SÁ, 2009; FIM, et al., 2019;), também são observados em Teófilo Otoni. Pode-se identificar uma situação de degradação na cidade, incluindo a instalação e o funcionamento inadequado de empreendimentos de construção civil, a falta de projetos ou projetos mal concebidos, a ausência de investigação prévia do terreno, as condições precárias de infraestrutura e análise socioeconômica insuficiente. Infelizmente, a população de baixa renda é encontrada ocupando áreas de risco socioambiental, cujas condições de moradia, renda, higiene e habitabilidade são graves, em grande parte da sua extensão. Desse modo, constata-se que a orientação à população carente na elaboração de projetos para construção e/ou modificação de edificações e o acompanhamento da sua execução, representa uma importante contribuição que a Universidade e seus estudantes podem oferecer à comunidade Teófilo-otonense. Almeida et al. (2022) sugerem o envolvimento de outros atores no processo, estabelecendo parcerias entre a Prefeitura e organizações, a fim de facilitar a prestação da assessoria gratuita prevista em lei. A celebração de convênios com essa finalidade foi aprovada pela Câmara Municipal da cidade em 2019, por meio da Lei 7.362. Essa autorização para a criação da Engenharia Pública em Teófilo Otoni é fruto de um movimento incitado pelo Instituto de Engenharia e Agronomia do Nordeste de Minas – IENAM -, em prol da implementação da assistência técnica gratuita à população carente da cidade. Entretanto, com exceção das ações esporádicas de associações privadas e da solidariedade de profissionais ligados à construção civil, não se conhece na cidade nenhuma atividade organizada e atuante de engenharia e arquitetura pública. Sabe-se de tentativas de organização do Conselho Municipal de Habitação, órgão necessário para a gestão dos recursos que irão garantir a assistência de qualidade preterida. O que existe é, portanto, uma carência de modelos de funcionamento de uma engenharia pública aparelhada e sistemática, com o qual este projeto pretende contribuir. Logo, o trabalho extensionista proposto neste projeto é de grande relevância, na medida em que ultrapassa a mera identificação dos problemas, procurando minimizá-los e dar o retorno necessário à comunidade. Neste sentido, promove reflexão sobre a interação da comunidade universitária com a comunidade externa na resolução de problemas. Espera-se que a participação da população seja intensificada, uma vez que abrange vários bairros da cidade e que as ações propostas tendem a abranger muitas famílias e organizações sem fins lucrativos. Permite a superação de dificuldades, intercâmbio de conhecimentos, saberes e serviços através da fundamentação na diretriz indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão. Contudo, a problematização e a justificativa se fundamentam na diretriz interdisciplinaridade reunindo conhecimentos do ensino, pesquisas para atender às necessidades da sociedade mais próxima.
O objetivo geral desta ação é realizar um levantamento estatístico das moradias com renda inferior a três salários-mínimos no bairro Funcionários, localizado no município de Teófilo Otoni. De maneira mais específica, tem-se como objetivos: * Realizar um diagnóstico abrangente para embasar decisões relativas à alocação de recursos financeiros federais, conforme preconizado pela Lei Federal 11.888/08. * Avaliar e classificar os bairros quanto à sua prioridade para receber assistência técnica pública e gratuita. * Promover acesso e informar à população sobre os serviços de assessoria disponibilizados pelo Projeto Escritório Público.
Algumas metas são previstas, e a partir disso é possível identificar impactos diretos e indiretos. Além disso, foram atribuídos indicadores numéricos, em uma escala de 0 (zero) a 10 (dez) para cada potencial impacto. Dessa forma, quanto mais próximo de zero menor tende a ser o impacto ocasionado pelo item a ser avaliado, e o oposto, quanto mais próximo de dez maior o impacto. Impacto direto: Provocação de diálogos envolvendo representantes de famílias, de organizações e de profissionais de projetos de arquitetura, engenharia e construção, para descobertas de necessidades comuns e de possibilidades de uso conjunto de recursos; (10) Identificação dos anseios do público envolvido, acompanhada da documentação dessas pretensões para a proposição de possíveis soluções técnicas; (10) Estabelecimento de parcerias com outros grupos e projetos de extensão dedicados ao desenvolvimento de projetos de habitação popular, de instalações físicas de projetos sociais e de capacitação em assistência técnica aplicada à construção civil; (10) Impacto indireto: Formação de profissionais críticos e éticos, comprometidos com intervenções transformadoras na sociedade e com o desenvolvimento sustentável; (10) Favorecimento da autonomia dos participantes, ampliando a sua capacidade de análise, discussão, prospecção, planejamento e cooperação, com consequente aumento da sua autoestima e confiança; (10) Desenvolvimento de um senso de responsabilidade social nos estudantes e profissionais envolvidos no Projeto, assim como da comunidade atendida, capaz de influenciar, de forma geral, toda a sociedade local. (10)
A metodologia proposta para a ação de extensão "Escritório Público: Mapeamento das necessidades de habitação e assistência técnica para grupos vulneráveis" abrange uma série de etapas cuidadosamente planejadas. Essas etapas foram desenvolvidas com base em princípios fundamentais e visam garantir a participação ativa dos diversos atores envolvidos na proposta do Escritório Público. A seguir, detalharemos cada uma das atividades propostas: 1. Diagnóstico Inicial: O primeiro passo é a realização de um diagnóstico inicial, que visa identificar os principais atores envolvidos no projeto, como profissionais, instituições públicas e privadas, e, principalmente, a população beneficiária. Para isso, serão conduzidas pesquisas, entrevistas e grupos focais a fim de coletar informações sobre as necessidades da população, demandas específicas e o contexto geral das áreas em questão. 2. Mobilização e Criação de Rede Colaboradora: A próxima etapa consiste na mobilização e na criação de uma rede colaboradora. Isso envolve a sensibilização dos diversos atores envolvidos sobre a importância do projeto e a oportunidade de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Reuniões, eventos e ações de comunicação serão realizados para engajar esses colaboradores em potencial. 3. Reuniões com o Público Interessado: O projeto promoverá reuniões com grupos específicos da população interessada, como famílias, organizações comunitárias e associações locais. O objetivo dessas reuniões é estabelecer um diálogo aberto e participativo para identificar as necessidades e demandas específicas de cada grupo, além de discutir soluções conjuntas. 4. Levantamento de Dados: A coleta de dados é uma atividade crucial para embasar as ações futuras do projeto. Serão realizadas pesquisas, entrevistas e grupos focais para obter informações detalhadas sobre a população, incluindo aspectos relacionados à qualidade de vida, características da moradia e infraestrutura. Esses dados serão fundamentais para a elaboração de um diagnóstico preciso da situação. Dados relacionados à educação, saúde, entre outros poderão ser coletados para uma melhor caracterização do perfil socioeconômico da população abrangida na ação. 5. Análise de Dados e Sua Relevância em Ações Futuras: Esta etapa é essencial para o desenvolvimento do projeto "Escritório Público". A análise de dados coletados será realizada de forma rigorosa e detalhada. A partir dessas análises, serão identificados padrões, tendências e desafios críticos relacionados às condições de habitação, infraestrutura e qualidade de vida nas áreas de estudo. Essa etapa servirá como base sólida para a tomada de decisões futuras e, consequentemente, direcionarão as ações do Escritório. 6. Planejamento e Implementação de Ações Baseadas em Dados: Com base na análise de dados, o planejamento e a implementação de ações serão direcionados para abordar as questões identificadas como prioritárias e relevantes para a melhoria das condições de vida das comunidades. O planejamento detalhado será elaborado em estreita colaboração com os atores envolvidos e considerará as informações derivadas da análise de dados. 7. Monitoramento e Avaliação Contínuos: A etapa de monitoramento e avaliação é fundamental para garantir o acompanhamento constante das ações implementadas com base na análise de dados. A partir das informações geradas durante essa análise, ajustes e adaptações nas ações poderão ser realizados de forma ágil. A avaliação contínua garantirá que o projeto permaneça relevante e eficaz ao longo do tempo, à medida que novos desafios e necessidades surgirem. A metodologia proposta adota os princípios de participação social, diálogo e formação para promover uma abordagem abrangente e eficaz no enfrentamento das necessidades da população beneficiária. A partir disso, é possível diagnosticar problemas imediatos e, também, capacitar os envolvidos e estabelecer parcerias sólidas para o desenvolvimento das comunidades atendidas.
ALMEIDA, S. S. de; POMPERMAYER, R. de S.; SOUZA, M. C. de; FRANCO, M. L.; ALMEIDA, I. C.; BARROS, G. F.; ALVES, W. M.; COSTA, A. S. V. da .; HIGUCHI, A. K.; SANTOS, E. A.; RODRIGUES, S. P. Federal Law 11.888 and free technical assistance for the housing project in the municipality of Teófilo Otoni-MG. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 4, p. e4210413866, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i4.13866. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/13866 Acesso em: 27 jul. 2022. BRASIL. LEI 11.888, de 24 de dezembro de 2008. Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social e altera a Lei 11.124/2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11888.htm Acesso em: 27 jul. de 2021. Câmara Municipal de Teófilo Otoni. LEI 7.362, de 13 de março de 2019. Dispõe sobre a autorização para a criação da Engenharia Pública no Município de Teófilo Otoni e autoriza o Poder Executivo Municipal a celebrar convênios em termos de parcerias e dá outras providências. Disponível em: https://digitaliza-institucional.s3.us-east-2.amazonaws.com/teofilo-otoni-camara-municipal/legislacao/LEIS-08-02-2022%20-%20vB6WJ.pdf Acesso em: 29 julho 2021. Cartilha da Engenharia Pública de 2018 – CREA-SC. Disponível em https://portal.crea-sc.org.br/wp-content/uploads/2021/08/6.4-Cartilha-da-Engenharia-Publica-%E2%80%93-Lei-Federal-11-888-2008.pdf Acesso em: 28 jul. de 2021 Cartilha Engenharia e Arquitetura Públicas de 2012 – Parceria entre CREA-MG, Senge/MG, Senge/BA e Fisenge. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/read/32533353/engenharia-e-arquitetura-pablicas-senge-ba Acesso em: 28 jul. de 2021. CARVALHO, A. W. B. de; PIMENTA, V. H. R.; RAMOS, R. N.; FARIA, R. S. A Assistência Técnica Gratuita Para o Projeto de Habitação de Interesse Social: Uma Experiência de Aproximação entre Pesquisa, Ensino e Extensão. In: Anais... 6o PROJETAR 2013, 2013, Salvador, BA. Disponível em: http://projedata.grupoprojetar.ct.ufrn.br/dspace/bitstream/handle/123456789/887/E3011.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 29 julho 2021. FIM, M.; SILVA, A. C. M.; BRAGA, B. D. ; OLIVEIRA, H. S. A. ; PEREIRA, J. H. T. . Assistência técnica pública e gratuita para habitação de interesse social: análise das condições arquitetônicas de residências de um bairro em Nova Venécia - ES. REVISTA IFES CIÊNCIA, v. 5, p. 11-35, 2019. IAB – INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL. Manual para a implantação da assistência técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda para projeto e construção de habitação de interesse social. Editora: Tecnodata educacional, 2010. Disponível em: https://www.caupr.gov.br/wp-content/uploads/2019/01/manual-para-implantacao-da-assistencia-tecnica-publica-e-gratuiata.pdf Acesso em: 29 julho 2021. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama de Teófilo Otoni. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/teofilo-otoni/panorama Acesso em: 29 julho de 2021. JACOBI, P. Cidade e meio ambiente. Percepções e práticas em São Paulo. São Paulo: Annablume, 2000. LEITE, R. V. (2017) Paisagens autoconstruídas: o papel da assistência técnica habitacional na produção do espaço no bairro Nova Viçosa, Viçosa (MG). 137 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Viçosa.to MARTINS, P. P. M.; VENTORIM, P. V.; LUCARELLI, D. C.; CARVALHO, J. M. F. Engenharia Pública: da necessidade social e urbana à experiência de Engenharia Civil e Arquitetura. Revista ELO - Diálogos em Extensão, v. 4, p. 33-37, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/elo/article/view/1130/611 Acesso em: 29 julho 2021. MORAES, A. P. de. (2012). Limites e potencialidades da assistência técnica pública e gratuita para projeto, construção e melhoria da habitação popular na cidade de Viçosa, MG. 198 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Viçosa. NEPCAU/UVV (2016). Núcleo de Estudos e Práticas dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha/ES. Design de Produto e Engenharia Civil. Adote uma Casa. Um projeto NEP e UVV. Vila Velha. Disponível em: https://adoteumacasa.wixsite.com/oprojeto. Acesso em: 29 julho 2021 SÁ, W. L. F. de. Autoconstrução na Cidade Informal. 2009. 169 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Urbano - Departamento de Arquitetura e Urbanismo). Universidade Federal de Pernambuco, Recife. SANTOS, J. S. (2016). Lei da assistência técnica pública e gratuita: um estudo de aplicação para municípios paraibanos. 118 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa. VIEIRA, AA & Basto, TP. (2020). Housing for low-income families: strategies for implementing free public assistance. Research, Society and Development, 9(7): 1-28, e167973770.
As ações do Escritório Público (EP) incluem a promoção da interação dialógica entre a comunidade acadêmica e os setores sociais através dos seguintes pontos: 1. Pesquisa participativa: A comunidade acadêmica pode engajar-se em pesquisas participativas, envolvendo a população e outras partes interessadas na Identificação dos anseios do público envolvido, acompanhada da documentação dessas pretensões para a proposição de possíveis soluções técnicas, na definição de objetivos e metas para os projetos a serem elaborados, bem como na disseminação dos resultados alcançados. Esse enfoque permite que as ações do Escritório de Projetos sejam mais relevantes e aplicadas às necessidades e demandas da sociedade, garantindo maior envolvimento e participação dos atores locais. 2. Diálogo com setores públicos e privados: A comunidade acadêmica pode promover um diálogo constante com setores públicos e privados da sociedade, como governos (Prefeitura e Estado), empresas, organizações da sociedade civil, visando compartilhar conhecimento técnico e discutir políticas públicas a fim de desenvolver projetos de habitação popular, de instalações físicas de projetos sociais e de capacitação em assistência técnica aplicada à construção civil. Essa interação pode ocorrer por meio de reuniões, seminários, workshops, fóruns e outras atividades de troca de experiências e informações. 3. Divulgação científica: A comunidade acadêmica pode promover a divulgação científica, tornando o conhecimento produzido mais acessível e compreensível para a sociedade em geral a partir da Verificação dos resultados obtidos nas ações desenvolvidas no Projeto. Isso pode ser feito por meio de publicações em revistas populares, blogs, redes sociais, palestras abertas ao público, programas de rádio e televisão, entre outros meios de comunicação. Dessa forma, o conhecimento técnico e científico acumulado e seus impactos podem ser disseminados e utilizados para melhoria das intervenções conseguintes. 4. Educação e formação: A comunidade acadêmica pode contribuir para a sociedade por meio da educação e formação de profissionais qualificados. Isso pode envolver a formação de estudantes, capacitação de profissionais em exercício e treinamentos específicos para a comunidade. Através da educação e formação, a comunidade acadêmica pode contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades, ampliando a sua capacidade de análise, discussão, prospecção, planejamento e cooperação, com consequente aumento da sua autoestima e confiança, além do desenvolvimento de um senso de responsabilidade social nos estudantes e profissionais envolvidos no Projeto, assim como da comunidade atendida, necessárias para o avanço social e econômico de toda a comunidade local.
A diretriz subjacente a essa abordagem é que a combinação de especialização e visão holística pode ser alcançada através da interação de modelos, conceitos e metodologias provenientes de diversas disciplinas e áreas do conhecimento, bem como através da construção de parcerias intersetoriais, interorganizacionais e interprofissionais. Dessa forma, busca-se conferir às ações do Escritório Público (EP) a consistência teórica e operacional necessária para garantir sua efetividade através de algumas práticas como: I. Diagnóstico e avaliação da melhor forma de se enquadrar a temática do projeto interdisciplinar nas etapas de concepção e elaboração de projetos de Arquitetura e Engenharia. II. Planejamento e desenvolvimento atividades que abordem e integrem conteúdos e/ou docentes de mais de uma unidade curricular ou área, de modo a contribuir para uma visão global do desenvolvimento de projetos de Arquitetura e Engenharia. III. Parcerias com conselhos, autarquias, entidades governamentais, empresas privadas e sociedade civil, visando entender as demandas da público-alvo e quais as práticas precisam ser abordas para o desenvolvimento e melhoramento dos serviços de Arquitetura e Engenharia.
No que se refere à relação Extensão e Ensino, é um pilar fundamental do Escritório Público colocar o discente como protagonista de sua formação técnica - processo de obtenção de competências necessárias à atuação profissional -, e de sua formação cidadã – processo que lhe permite reconhecer-se como agente de garantia de direitos e deveres e de transformação social. Essas práticas serão consolidadas através do contato direto com uma parte da população que é extremamente carente da presença e dos serviços profissionais técnicos e das parcerias com profissionais já inseridos no mercado de trabalho. Na relação entre Extensão e Pesquisa, abrem-se múltiplas possibilidades de articulação entre a Universidade e a sociedade. A proposta do projeto Escritório Público é eminentemente prática, podendo dar respostas imediatas ou de curto prazo às necessidades da população da cidade, visando à produção de conhecimento que priorizam métodos de análise inovadores, a participação dos atores sociais e o diálogo, de forma a apreender saberes e práticas ainda não sistematizados, aproximar-se dos valores e princípios que orientam as comunidades e, assim, contribuir para sua transformação em direção à justiça, solidariedade e democracia.
As ações do Escritório Público (EP) incluem a mobilização de indivíduos e organizações para a criação de parcerias e processos de ajuda-mútua, a fim de potencializar conhecimentos e recursos. Do ponto de vista acadêmico, a participação dos estudantes no EP representa um diferencial, permitindo-lhes aplicar os conhecimentos adquiridos nas matérias da graduação. Todavia, avança para questões além das abordadas nas disciplinas, na medida que insere o estudante no meio onde as carências são reais, colocando-o em contato direto com as necessidades mais prementes de uma população desprovida, não só de recursos financeiros, mas, sobretudo, de orientações mínimas sobre suas construções que possam lhes propiciar mais qualidade de vida. A atividade extensionista contribui ainda na formação de outras habilidades no discente, que fazem parte dos objetivos do projeto pedagógico dos cursos pertencentes ao ICET, destacando-se: - Conscientização da importância de seu papel enquanto agente transformador na sociedade; - Desenvolvimento do potencial criativo, raciocínio e visão crítica da sociedade; - Desenvolvimento do manejo adequado do tratamento de dados e informações; - Valorização da produção e utilização do conhecimento técnico-científico. - Valorização da interdisciplinaridade, interprofissionalidade e indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão.
Com relação as diretrizes de impacto e transformação social, o projeto Escritório de Projetos espera: I) Identificar os anseios do público envolvido, acompanhada da documentação dessas pretensões para a proposição de possíveis soluções técnicas; II) Fomentar e articular a cooperação mútua entre indivíduos representantes de famílias e de ONGs para a busca de capacitação para a produção da habitação ou de outras edificações; III) Direcionar a sinergia advinda da parceria entre pessoas e organizações para a proposição de alternativas e novos modos de produzir edificações; IV) Estabelecer parcerias com outros grupos e projetos de extensão dedicados ao desenvolvimento de projetos de habitação popular, de instalações físicas de projetos sociais e de capacitação em assistência técnica aplicada à construção civil; V) Elaborar projetos, cronogramas, orçamentos além do acompanhamento de obras para os assessorados; VI) Produção de cronogramas e orçamentos de obra em planilhas eletrônicas ajustadas aos órgãos de financiamento da construção; VII) Incentivar a racionalização de materiais de construção e a aplicação de técnicas de baixo custo, para promover a autonomia e minimizar desperdícios nas reformas das edificações; VIII) Promover um modelo de arquitetura e engenharia publica que torne os participantes protagonistas de suas mudanças.
A partir da aprovação da proposta, estão previstos encontros para articulação com possíveis parceiros e diálogo com o público envolvido, a fim de conhecer as suas necessidades. Após a mobilização da equipe, as primeiras atividades da ação estão relacionadas à realização da divulgação das datas de coleta de dados com a participação da comunidade acadêmica e empresas da área comunicação e de marketing. O desenvolvimento da linguagem visual facilita a divulgação do Projeto, contribuindo para a sua difusão. Adicionalmente, serão criados canais de comunicação em diferentes plataformas, a fim de dar visibilidade e contato do público ao EP.
Serão levantadas informações acerca do perfil socioeconômico da população do bairro onde ação irá ocorrer. A partir dos dados obtidos será realizada uma análise das condições das moradias, do perfil das famílias e das necessidades prioritárias criando-se um mapa gerencial para a confecção de projeto e o acompanhamento público gratuito, por técnicos de engenharia civil, urbanismo e arquitetura.
Programação do Evento
Casa do Empreendedor
08/11/2023
14:00
17:00
Ação para mobilização e criação da rede colaboradora.
UFVJM
16/11/2023
14:00
15:00
Reunião com o público interessado.
Bairro Funcionários
20/11/2023
08:00
18:00
Levantamento de dados.
Bairro Funcionários
21/11/2023
08:00
18:00
Levantamento de dados.
Bairro Funcionários
22/11/2023
08:00
18:00
Levantamento de dados.
Bairro Funcionários
23/11/2023
08:00
18:00
Levantamento de dados.
Bairro Funcionários
24/11/2023
08:00
18:00
Levantamento de dados.
Público-alvo
Entende-se como público diretamente beneficiados: - Famílias pertencentes à faixa de população de baixa renda, que demandam novas moradias ou melhorias nas suas atuais, seja por causa da sua inadequação, ou pela necessidade de mudança de local. - ONGs que realizam trabalho social em Teófilo Otoni e região, que demandam estudos e projetos de edificações para suas atividades, e não têm acesso aos profissionais de arquitetura e engenharia. Pretende-se desenvolver esta ação prioritariamente nos bairros residenciais periféricos, onde predomina a autoconstrução não orientada tendo em vista a localização do Campus do Mucuri. Porém, o público-alvo é toda a comunidade dos bairros da cidade de Teófilo Otoni (incluindo a Zona Rural), beneficiando diretamente aquelas famílias e organizações que forem contempladas com a assessoria. O projeto é eminentemente prático, podendo dar respostas imediatas ou de curto prazo às necessidades da população da cidade. Dessa forma, pretende-se atingir o maior número possível de beneficiários que necessitem de orientação técnica. O limite do número de atendidos é, portanto, variável em função do tipo de orientação solicitado e da demanda da equipe do Projeto. Os moradores da região de atuação do Projeto também serão diretamente beneficiados. Outra importante ação a ser desenvolvida refere-se ao trabalho de conscientização da população quanto à necessidade de observância da legislação edílica local e da regularidade fundiária – problemas frequentes em regiões periféricas. Como público indireto, entende-se que autarquias, entidades governamentais e sociedade civil como um todo, também serão impactados positivamente pelas atividades do “Escritório Público”. Afinal, pretende-se instigar a reflexão e as discussões para que os profissionais da construção civil reconheçam e reajam às desigualdades sociais, sendo comprometidos a promoção de um ambiente urbano de qualidade e menos segregado. Estima-se nessa ação levantar uma quantidade mínima de 50 famílias que possam ser enquadradas no público alvo do EP.
Municípios Atendidos
Teófilo Otoni - MG
Parcerias
Parceria com profissionais habilitados nos conselhos. Parceria com instituições do setor privado. Assessoria técnica.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 82 h
- Tarde;
- Noite;
O objetivo dessas reuniões é estabelecer um diálogo aberto e participativo para identificar as necessidades e demandas específicas de cada grupo, além de discutir soluções conjuntas.
- Manhã;
- Tarde;
A coleta de dados é uma atividade crucial para embasar as ações futuras do projeto. Serão realizadas pesquisas, entrevistas e grupos focais para obter informações detalhadas sobre a população, incluindo aspectos relacionados à qualidade de vida, características da moradia e infraestrutura. Esses dados serão fundamentais para a elaboração de um diagnóstico preciso da situação. Dados relacionados à educação, saúde, entre outros poderão ser coletados para uma melhor caracterização do perfil socioeconômico da população abrangida na ação.
- Manhã;
- Tarde;
Análise e tratamento dos dados levantados para elaboração de diagnóstico e relatórios gerenciais.
- Tarde;
O diagnóstico inicial visa identificar os principais atores envolvidos no projeto, como profissionais, instituições públicas e privadas, e, principalmente, a população beneficiária. Para isso, serão conduzidas pesquisas, entrevistas e grupos focais a fim de coletar informações sobre as necessidades da população, demandas específicas e o contexto geral das áreas em questão.
- Tarde;
Sensibilização dos diversos atores envolvidos sobre a importância do projeto e a oportunidade de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população. Reuniões, eventos e ações de comunicação serão realizados para engajar esses colaboradores em potencial.