O projeto Bioativos Farmacêuticos irá elaborar materiais educativos na forma de infográficos e vídeos digitais, após revisão bibliográfica em fontes científicas para subsidiar as informações divulgadas e possibilitar o aperfeiçoamento técnico dos estudantes extensionistas sobre o assunto. A divulgação será por meios eletrônicos afim de incentivar o interesse por esses compostos presentes no cotidiano da população, facilitar o entendimento e promover o uso racional de produtos farmacêuticos.

Bioativos, Biomoléculas, Divulgação científica, Educação, Farmácia, Fármacos

O elevado uso de medicamentos, cosméticos e suplementos alimentares pela população brasileira é influenciado por vários fatores como o aumento da expectativa de vida e consequente aumento de doenças crônicas, o surgimento de novas e velhas doenças transmissíveis, as propagandas e o estímulo à automedicação, dentre outros fatores (ARRAIS et al., 2016). Estes produtos farmacêuticos (medicamentos, cosméticos e suplementos alimentares) contêm em sua formulação bioativos farmacêuticos que são responsáveis pela ação desejada. Neste sentido, o conhecimento dos bioativos farmacêuticos contribui para aumentar a atenção por parte dos usuários e também dos profissionais da saúde (como o farmacêutico, técnico de farmácia, técnico de enfermagem, cuidadores, enfermeiros, médicos, nutricionistas) ou não profissionais de saúde (professores de ensino básico ou superior que desejem utilizar os informativos como exemplos em sala de aula, atletas que utilizem compostos bioativos para melhorias ergométricas nas suas atividades, indivíduos que trabalhem com cosmetologia e utilizem produtos com bioativos buscando a beleza) para a melhor utilização do produto farmacêuticos e evitar possíveis intoxicações e efeitos adversos relacionados. Assim, é muito importante conhecer as relações entre as estruturas físicas e as propriedades dos bioativos farmacêuticos que refletem em mudanças nas propriedades físicas, taxa de dissolução e estabilidade, pois trazem influência direta na formulação e na qualidade do produto final (PRADO e ROCHA, 2015). Para esta compreensão, são necessários conhecimentos compreendendo desde a fase de isolamento ou síntese do composto biologicamente ativo, até os estudos dos mecanismos farmacocinéticos e farmacodinâmicos, para o desenvolvimento e planejamento de novos produtos (MIKOVSKI et al., 2018), além de entender as possíveis interações medicamentos (se houver) ou melhor forma de armazenamento dos produtos que contenham tais bioativos. Atualmente, grande parte dos bioativos em uso clínico pode ser de origem natural, biotecnológica ou sintetizado quimicamente a partir de fontes de origem natural, podendo exercer ações biológicas e farmacológicas potentes, com efeitos rápidos (MIKOVSKI et al., 2018; MARQUES et al., 2019). Por outro lado, o processo de ensino- aprendizagem está sendo alterado progressivamente, buscando atender às exigências de uma sociedade cada vez mais conectada, ou seja, uma sociedade não apenas com acesso à internet, mas que é profundamente influenciada pelo conteúdo e pela dinâmica da rede. Este contexto tem determinado a inserção de uma nova dialética para a sala de aula (MOTA et al., 2019). As redes sociais constituem um ramo muito popular na internet e, apesar de serem constantemente utilizadas em banalidades do cotidiano pelos usuários, elas apresentam imenso potencial para a aproximação entre a universidade e a comunidade não-universitária. É nesse potencial que está o cerne do objetivo deste projeto, que é promover a ampliação da divulgação da ciência, facilitando a construção de novos saberes através das mídias sociais. Diante disso, torna-se necessário sistematizar o conhecimento acerca do tema de forma que a população tenha acesso a informações confiáveis levando em consideração indicações e contraindicações, bem como interações entre as diferentes substâncias, melhor forma de uso e a importância do acompanhamento profissional (PEREIRA et al., 2017). Com isso, vislumbra-se a riqueza de informação pertinente a este tema e pretende-se tornar este conhecimento acessível à comunidade, promovendo a educação pela divulgação da ciência ao público externo da universidade. O projeto fundamenta-se em uma perspectiva de utilização da tecnologia para uma construção compartilhada de saberes, que permite disponibilizar informações relevantes no que tange ao protagonismo de bioativos que fazem parte do cotidiano dos indivíduos, além de possibilitar criação de materiais de ensino fortalecedores do ensino de ciências na educação básica.

Uma parcela significativa da população acredita na autossugestão e busca a cura, utilizando bioativos de forma desenfreada e muitas vezes irracional, sem cogitar que os produtos utilizados, ainda que possam aliviar determinados sintomas, também podem causar reações adversas. Assim, com este uso irracional de produtos que contenham bioativos, o usuário tende a desconsiderar outros sinais importantes, podendo apresentar sintomas importantes mascarados e retardar o atendimento médico necessário, além de levar a patologias ou agravá-las, o que onera o serviço público (MARQUES et al., 2019). Desta forma, torna- se importante organizar sistematicamente o conhecimento relacionado com estas moléculas biologicamente ativas, incluindo suas propriedades físicas que influenciam a formulação, a taxa de dissolução, a estabilidade, as relações entre a estrutura física e as propriedades biológicas, a escolha da forma mais apropriada para utilização, a melhor forma de armazenamento, dentre outras informações (PRADO e ROCHA, 2015). Para isso, há a necessidade de pesquisa e revisão sobre a temática para maior embasamento teórico sobre o tema, de forma que o ensino se permeará com a criação de conteúdos digitas na forma de infográficos e vídeos tutoriais explicativos, para posterior divulgação junto à comunidade externa por meio da extensão. Assim, o projeto se enquadra na Área Temática Saúde, uma vez que o conhecimento envolve o tema Bioativos Farmacêuticos, buscando a promoção da saúde, esta entendida como a do modelo proposto pela Organização Mundial da Saúde, ou seja, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade (WHO, 2016); com interface na Área Educação, buscando a educação e cidadania de jovens e adultos na formação e capacitação profissional; e na Área Tecnologia e Produção, buscando o conhecimento do produto farmacêutico e fomentando o empreendedorismo, as empresas juniores e a inovação tecnológica. Dentro desta área temática, o projeto dialoga com as linhas de extensão Desenvolvimento de produtos; Desenvolvimento regional, buscando a elaboração de soluções, o tratamento de problemas e a melhoria da qualidade de vida da população local; por fim, Fármacos e medicamentos, sendo os bioativos o foco central do projeto. Tem- se por objetivo a promoção humana do sujeito em sua integralidade, utilizando como via de efetivação a construção compartilhada de conhecimento em saúde e buscando uma melhor e maior articulação entre os saberes da população, dos estudantes e dos professores envolvidos no projeto. Dessa forma, dar-se-ia a multidisciplinaridade e a possibilidade dos envolvidos se entenderem como agentes que fazem parte de uma determinada realidade social. Entende-se que esta promoção humana não se enquadraria apenas em torno do conhecimento em saúde, mas englobaria outras áreas do desenvolvimento do sujeito como o social e o político, estimulando a autonomia, emancipação e cidadania deste sujeito. Dessa forma, abordando o sujeito em sua globalidade e o estimulando ao desenvolvimento pessoal, acredita-se ser possível influenciar em outras áreas de suas vivências, assim como de toda a comunidade, a qual tem sido causa de estruturação desse sujeito integral e de suas relações interpessoais. Enfim, privilegiando a dialogicidade, a coletividade das tomadas de decisões e conclusões e uma escuta permanente da população e de toda a equipe, a saúde enquanto bem-estar integral do sujeito dar-se-ia por aquilo que se pode denominar de educação popular em saúde. Todos os atores sociais envolvidos seriam educandos e educadores, e, assim, não seriam apenas receptores, mas também agentes. Por fim, objetiva-se a produção de conhecimento científico e humano que é de grande valor para a formação acadêmica dos estudantes de Farmácia envolvidos e que pode contribuir para o dinamismo das práticas de ensino dentro da Universidade através de diálogo entre os pares e com a sociedade, buscando atender às demandas desta. Além disso, a confiabilidade das informações fornecidas pelos farmacêuticos durante o processo de Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica exige qualificação do profissional farmacêutico, que é o principal responsável pelo contato com o paciente usuário destes tipos de produtos. Desta forma, é evidente a importância deste projeto na formação acadêmica dos alunos do curso de Farmácia e sua possível contribuição com a sociedade.

Objetivos gerais: Ampliar o conhecimento de bioativos farmacêuticos presentes no cotidiano da população e divulgar a ciência relacionada com estas substâncias. Objetivos específicos: - Implantar uma rede comunicativa por plataformas virtuais contendo informações sobre bioativos farmacêuticos. - Ampliar a participação popular sobre este tema. - Contribuir com o acesso a conhecimentos específicos do tema, como possíveis interações danosas para o indivíduo, formas corretas de armazenamento e uso de produtos que contenham o bioativo, dentre outros. - Divulgação da ciência sobre o tema via informativos. - Possibilitar a criação de materiais didáticos fortalecedores do ensino de ciências voltados para a educação em saúde na educação.

- Contribuir com divulgação do conhecimento a respeito de bioativos farmacêuticos e indiretamente contribuir com o uso racional de produtos que os contenham. - Melhorar da qualidade de vida das pessoas atingidas pelas publicações, a partir da melhor conhecimento e consequente utilização de produtos farmacêuticos. - Aproximação dos estudantes de graduação à comunidade, possibilitando trocas de experiências pessoais, científicas e profissionais - Disseminar a importância da inserção da educação em saúde no cotidiano dos indivíduos, assim buscando a melhoria nas suas condições de vida em pequenos aspectos diários. - Contribuir com a formação de farmacêuticos conscientes, críticos e autônomos em relação ao assunto foco desse projeto: os bioativos farmacêuticos.

O projeto será desenvolvido em etapas. Etapa 1 – Seleção dos participantes para confeccionar os informativos a serem divulgados para o público em geral. Serão selecionados para participar do projeto todos os estudantes matriculados na disciplina Bioativos Farmacêuticos, Tecnologia de Cosméticos I, Cromatogrofia e Homeopatia do curso de Farmácia. No semestre, será ofertado no projeto de extensão, no mínimo, o mesmo número de vagas existentes na disciplina. Não haverá análise prévia de CRA ou histórico escolar. Os estudantes serão agrupados e cada grupo irá trabalhar com um bioativo diferente ao longo da duração do projeto. Etapa 2 – Enquete para seleção dos potenciais bioativos a serem trabalhados pela equipe ao longo do proejto. Enquete via rede social com participação voluntária da população. Os canais de enquete ficarão abertas durante todo o desenvolvimento do projeto para que novos diálogos ocorram com a equipe e estes canais serão monitorados pelos estudantes a fim de sanarem eventuais dúvidas durante o decorrer do projeto ou inclusão de mais conteúdo sobre o assunto. Etapa 3-Capacitação dos extensionistas para confecção dos informativos, divulgação e feedback aos 'leitores" dos informativos A execução do projeto se iniciará pela capacitação dos extensionistas sobre o bioativo selecionado conforme os interesses do momento. Será realizada uma extensa pesquisa bibliográfica, com um levantamento de todas as informações relacionadas ao bioativo por diversos pontos de vista: histórico,químico, bioquímico, farmacológico, toxicológico, industrial, mercadológico, dentre outros. Durante a pesquisa bibliográfica, o material encontrado será organizado de forma sistemática, incluindo todas as referências bibliográficas, com o devido grau de confiança científica. Este material organizado será utilizado para a confecção dos informativos. Então, os informativos serão confeccionados, mantendo um conteúdo textual equilibrado com o conteúdo visual, com foco apenas no apelo científico. O tema central dos informativos será “Bioativos Farmacêuticos” e o conteúdo será diversificado, conforme as especificidades de cada bioativo trabalhado. Essa etapa de confecção e melhoria dos informativos ( ou complementação dos mesmos) ocorrerá durante todo o desenvolvimento do projeto. Etapa 4- Divulgação e feedback dos participantes. – Divulgação científica para o público (da UFVJM e comunidade que se interesse pelo tema). Após confecção dos informativos e avaliação dos mesmos pela equipe, ocorrerá divulgação dos informativos na forma de postagens virtuais, a serem publicadas na timeline das plataformas de redes sociais, como Instagram, Facebook ou Youtube, buscando atingir o máximo da população em geral. Esta etapa consistirá na etapa extramuros onde o material produzido será divulgado pela equipe. Os comentários do público que visualizará os informativos trarão novas ideias para melhorar ou adaptar o material a ser divulgado sobre o bioativo em questão. O interesse sobre determinado conteúdo poderá resultar em mudanças nos bioativos selecionados ou na informação sobre o mesmo (por exemplo cafeína pode ser utilizado como produto dermatológico, termogênico ou mesmo de uma formulação para estimular o sistema nervoso central, caso o interesse seja maior como termogênico, as informações serão direcionadas para tal atividade do bioativo uma vez que o interesse nesse uso do bioativo se destacou). Na ação não haverá prescrição ou indicação de uso de nenhum bioativo farmacêutico. A consulta com profissional especializado de acordo com anamnese do paciente é a indicação preconizada para este contexto. Para incentivar o alcance das postagens, serão realizadas algumas estratégias como a utilização de stories, compartilhamento pelos extensionistas deste projeto e junto a outras páginas relacionadas ao curso de Farmácia da UFVJM, que serão escolhidas conforme o contexto do momento. Essa ação não se restringe aos estudantes da UFVJM pois trata-se de informações que o publico como pesquisadores, estudantes de áreas afins ou mesmo sujeitos que utilizem compostos como termogênicos, nutracêuticos, dermocosméticos, vitaminas ou outro bioativo, poderão dialogar com a equipe do projeto. Etapa 5 – Avaliação dos resultados . A próxima etapa será avaliação do projeto por meio de monitoramento do número de acessos das postagens nas mídias e da interação das pessoas com o conteúdo, para averiguar o alcance dos objetivos e dos resultados esperados, bem como o impacto do projeto. De acordo com a participação externa, os temas publicados poderão sofrer variações ao longo do projeto (como explicitado anteriormente na etapa 3). Os familiares e conhecidos da equipe serão uma fonte direta de feedback pois as redes pessoais dos estudantes serão fonte de divulgação, porém não se restringirá a esse público uma vez que espera-se que a divulgação ocorra via processo “bola de neve” e os informativos sejam divulgados via divulgação “boca a boca”

MIKOVSKI, D et al. Química Medicinal e a sua Importância No Desenvolvimento De Novos Fármacos. Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 12, n. 13, p. 29-43, 2018. MARQUES PA, SIMÃO TA, MORIYA MM, DIAS G, ANTUNES VM de S, OLIVEIRA CR. Prescrição farmacêutica de medicamentos fitoterápicos. Braz. J. Nat. Sci [Internet]. 11º de janeiro de 2019 [citado 21º de fevereiro de 2022];2(1):15. Disponível em: https://bjns.com.br/index.php/BJNS/article/view/47 ARRAIS, PSD et al. Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados. Revista de Saúde Pública, v. 50,2016. PEREIRA, FGF et al. Automedicação em idosos ativos. Rev. enferm. UFPE on line, p. 4919-4928, 2017. PRADO, LD.; ROCHA, HVA. Estado sólido na indústria farmacêutica: Uma breve revisão. Revista Virtual de Química, v. 7, n. 6, p. 2080-2112, 2015. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Constitution of the World Health Organization. Disponível em: http://www.who.int/about/mission/en/

A interação com a comunidade ocorrerá na resposta a enquete sobre o interesse do público sobre a escolha do bioativo farmacêutico e no momento da postagem do material produzido pelos estudantes nas redes sociais, onde o público poderá realizar comentários e solicitar novas informações sobre os temas bioativos para que a equipe produza mais conteúdo e divulgue. Os "likes", visualizações também serão formas de avaliar o interesse do público sobre o assunto. Pretende-se minimizar os problemas entre os extensionistas e o público alvo, principalmente no entendimento das diferenças existentes entre a aplicação de uma intervenção e a realidade local que irá direcionar os principais conteúdos a serem mais explorados, por exemplo, uso de determinado bioativo porque na região a população habitualmente utiliza determinado composto como cosmético ou costuma usar determinado fitoterápico/ nutracêutico na dieta como suplementação. Durante este processo de trabalho, o público-alvo poderá apresentar demandas não planejadas para a intervenção, o que irá possibilitar a adoção de novos métodos de trabalho para os extensionistas. Ressalta-se novamente que os familiares e conhecidos da equipe serão uma fonte direta de feedback inicial pois as redes pessoais dos estudantes também serão fonte de divulgação, o que permitirá contato com a comunidade em que o estudante está inserido, porém não se restringirá a esse público uma vez que espera-se que a divulgação ocorra via processo “bola de neve”, porém as comunidades onde os participantes estão inseridos serão uma via de comunicação direta com a equipe. Os estudantes que irão executar o projeto participarão de todas as etapas do mesmo, desde os estudos iniciais, até a postagem e promoção do conteúdo e a interação com eventuais comentários e direct messages (DM). Não iremos dialogar apenas com a equipe extensionista, mas a interação com o publico que acessará os informativos será importante durante todo o projeto pois trarão novas ideias e/ou complementação do material divulgado e produzido. ( por exemplo, compostos bioativos como proteína de soja poderia ser interessante tanto para mulheres na menopausa (isoflavona) quanto para um jovem que quer complementar a alimentação com proteína, ou mesmo algum participante que deseje plantar soja e gostaria de saber benefícios dessa espécie ou para um fitoterapeuta que deseje conhecer mais sobre o assunto). Assim, espera-se que as dúvidas tragam mais interações e novas abordagens sobre os bioativos. Buscar-se-á a formação de um profissional cidadão a partir desta possibilidade de interação com a comunidade estando inserido nela, incluindo as interações virtuais, que são uma realidade da sociedade contemporânea.

A temática “Bioativos Farmacêuticos” deste projeto abrange a interdisciplinaridade desde a sua origem, uma vez que aborda diferentes pontos de vista de determinado bioativo, envolvendo conhecimentos em áreas diversas e relacionadas com as Ciências Farmacêuticas, como a Química Orgânica, Físico-Química, Bioquímica, Farmacologia, Toxicologia, Química Medicinal, Química Farmacêutica, além da parte aplicada do curso de Farmácia, como a Farmacotécnica, Tecnologia Farmacêutica, Estabilidade, Controle de Qualidade, dentre outros. Os temas, por serem comuns nos produtos do cotidiano da população, poderão ser de interesse de profissionais da saúde (como o farmacêutico, técnico de farmácia, técnico de enfermagem, cuidadores, enfermeiros, médicos, nutricionistas) ou não profissionais de saúde (professores de ensino básico ou superior que desejem utilizar os informativos como exemplos em sala de aula, atletas que utilizem compostos bioativos para melhorias ergométricas nas suas atividades, indivíduos que trabalhem com cosmetologia e utilizem produtos com bioativos buscando a beleza ou retardamento do envelhecimento, por exemplo). Além disso, para sua concretização, este projeto promoverá o contato dos estudantes e docentes com mídias sociais e temas que envolvem desde a arte gráfica, ferramentas de tecnologia de informação e comunicação, estratégias de divulgação e marketing, dentre outras. O estudante terá a oportunidade de criar uma relação profissional entre a comunidade e a universidade, além de aprimorar relações interpessoais e interprofissionais com seus pares.

Este projeto busca se alinhar com as diretrizes para a extensão universitária da UFVJM e do Forproex. Entende-se o ensino, a pesquisa e a extensão como indissociáveis e, desta forma, é interessante a intercomunicação entre essas três dimensões. Assim, propõe-se que, da mesma forma em que se pode gerar um conhecimento a ser ofertado para a sociedade, a pesquisa sistemática para a organização deste conhecimento é premissa para esta oferta e, por fim, a troca dos conhecimentos integrados permite o diálogo entre os estudantes extensionistas e toda a comunidade dentro e fora da universidade. Este trabalho se caracteriza por acreditar que a aproximação entre a universidade com os cidadãos poderá contribuir para promover a divulgação da ciência, por meio da troca mútua entre o conhecimento que é produzido na universidade e o público alvo. Desta forma, a vivência no campo de prática traz um retorno de aprendizado para estudante. Além dos conhecimentos diretamente relacionados com o tema do projeto, outras habilidades transversais também são trabalhadas nesta interrelação, como o conhecimento de metodologias participativas para a construção de conhecimento e fortalecimento das práticas de extensão; o compartilhamento da responsabilidade de executar ações de forma conjunta para maior chance de sucesso no âmbito de educação e saúde; a compreensão integrada de cada ator envolvido no projeto como um ser humano que tem necessidade de interagir, criar, realizar, contribuir, sentir-se útil, promovendo ações que atendam suas demandas de sociabilidade e troca de experiências. Portanto, este projeto associará o ensino –através de conhecimentos adquiridos pela academia e possível melhoria de condutas para sua aprendizagem somado à necessidade de criação de informativos com linguagem acessível à população em geral –, a pesquisa – via diagnóstico participativo para levantamento de demandas que afligem o público alvo e busca literária para solução ou minimização destes e pesquisa ativa para respaldar as publicações com dados científicos ou mesmo a perspectiva de novos temas que a comunidade demande e necessite de pesquisas mais aprofundadadas dentro da academia– e a extensão – via diálogo com comunidade acadêmica e possibilidade de expansão para público externo aos muros da UFVJM

A extensão cumpre papel fundamental ao proporcionar ao estudante o contato com os problemas contemporâneos, preparando-o tanto para o mercado do trabalho, quanto abrindo novas possibilidades ao desenvolvimento de pesquisas, além de promover a aproximação das comunidades interna e externa da universidade sem gerar demandas acadêmicas que impactem na vida acadêmica dos estudantes, bem como oportunizar a divulgação da ciência por meio das temáticas abordadas. O projeto de extensão, com protagonismo dos discentes, também permitirá aos envolvidos aprofundarem seus conhecimentos em relação ao tema pesquisado, tornando-se ainda mais qualificados para o mercado de trabalho. A aproximação da comunidade traz impacto na formação do discente ao passo que atende a uma demanda por conhecimento concreto e científico de compostos químicos muitas vezes pouco divulgados, mas que estão presentes no cotidiano. Em uma realidade crescente de fake news, a demanda por conhecimento científico concreto torna-se real e atual. Desta forma, permite-se ao estudante não apenas complementar seu currículo, mas também contribuir com o desenvolvimento da comunidade. O projeto permitirá a integração dos alunos universitários com a realidade educacional para além dos muros da universidade e os torna multiplicadores e uma formação que objetiva o desenvolvimento de uma relação mais crítica, ativa e cidadã com os meios de comunicação e as linguagens midiáticas. Adicionalmente, espera-se que seja proporcionado aos discentes o desenvolvimento de habilidades necessárias para a divulgação científica, incluindo o conhecimento básico de marketing digital e de criação de informativos para favorecer a troca de saberes entre a universidade e a sociedade

Este projeto buscará sensibilizar o indivíduo a compreender alguns aspectos que permeia seu cotidiano e difundir conhecimento a respeito de bioativos utilizados em vários produtos consumidos pela população. Considerando que a divulgação será feita por meios de comunicação virtuais, como as redes sociais Instagram, WhatsApp, Facebook, Youtube, dentre outras, espera-se atingir uma boa parcela da população, que tem acesso a estes aplicativos. O uso indiscriminado e irracional de compostos podem trazer prejuízos à população, seja no consumo de suplementos alimentares, mau armazenamento de produtos que contenham determinado composto bioativo que necessite de cuidados especiais (fotoproteção, termoinstabilidade, etc), assim esse projeto poderá contribuir com a promoção da saúde da população através de informações a respeito dos bioativos que os produtos do cotidiano possam conter. Além disso, caso o público se interesse, poderá sugerir mais informações a respeito do bioativo e novos conteúdos poderão serem postados com mais informações que complementem o material já divulgado. Além disso, entende-se que uma forma de proporcionar uma relação social de impacto no contexto deste projeto é a busca pela superação das desigualdades, a busca pela superação da exclusão ao qual muitas vezes determinados atores sociais envolvidos com o projeto são submetidos. Acredita-se sempre no protagonismo dentro da realidade em que se está inserido e que para isso a organização social é fundamental. É nesse sentido que se pretende humanizar o conhecimento, possibilitando de alguma forma a troca sistemática de saberes entre esses atores sociais. O fato de publicar conteúdo científico com linguagem acessível e visualmente "agradável" poderá contribuir com o entendimento do público sobre a importância e cuidado no uso de bioativos, por exemplo, não usar indiscriminadamente determinado bioativo por causar danos em sistemas e órgãos. Como usar determinado produto e como armazená-lo para aumentar a meia vida do produto e evitar degradação ou contaminação, por exemplo. Quais doses são recomendadas pelos órgãos responsáveis (Anvisa, FDA, OPAS, OMS), quais interações poderiam acarretar, logo como evitar o uso incorreto. Ressalta-se que as enquetes ficarão abertas durante a vigência do projeto e qualquer dúvida poderá ser discutida com a equipe para melhor compreensão do tema pelo participante. Na ação não haverá prescrição ou indicação de uso de nenhum bioativo farmacêutico. A consulta com profissional especializado de acordo com anamnese do paciente é a indicação preconizada para este contexto, porém conhecer o mecanismo de ação, possível toxicidade, interação com outros bioativos (exemplo uso de antibiótico tetraciclina nunca deve ocorrer com substâncias que tenham cálcio, seja alimentos-leite, iogurte, queijo- ou outro medicamento – polivitaminicos que contenham cálcio- que tenham esse íon pois o antibiótico não realizará sua função). Além disso, para a equipe extensionista, será uma oportunidade para aprender a trabalhar em equipe, dialogar com o público e "traduzir" a linguagem formal para uma forma mais didática e simples, o que muitas vezes é requerido no mercado de trabalho, em especial para os estudantes da área de saúde

A divulgação do projeto será realizada de forma remota, utilizando de meios de comunicação virtuais, como, por exemplo, as redes sociais Instagram, WhatsApp, Facebook, Youtube, dentre outras. A divulgação ocorrerá de forma direta pelas redes pessoais dos estudantes que inicialmente serão fonte de divulgação para familiares e conhecidos da equipe, o que permitirá contato com a comunidade em que estão inseridos, porém não se restringirá a esse público uma vez que espera-se que essa divulgação inicial ocorra via processo “bola de neve”, onde um sujeito divulga para outro sujeito.

Na ação não haverá prescrição ou indicação de uso de nenhum bioativo farmacêutico. A consulta com profissional especializado de acordo com anamnese do paciente é a indicação preconizada para este contexto.