O Projeto “Medicamentos para Todos” visa arrecadar doações de medicamentos na cidade de Diamantina, por meio de uma parceria com a Farmácia Básica do referido município. A triagem dos fármacos doados é realizada por profissionais farmacêuticos, com o intuito de avaliar sua viabilidade e, posteriormente, fazer a dispensação destes à população. Objetiva-se facilitar o acesso a medicação pelos pacientes menos favorecidos economicamente do Vale do Jequitinhonha e promover educação em saúde.

medicamentos, doação de medicamentos, farmácia, educação em saúde, uso racional de medicamentos, descarte de medicamentos, sistema único de saúde

O acesso a medicamentos no Brasil, especialmente para populações carentes, se dá, em sua maioria, por meio de políticas públicas (BOING et al., 2013). Esse fato, somado ao alto custo dos medicamentos, contribui significativamente para fragilizar a adesão a tratamentos farmacológicos, o que, consequentemente, promove a progressão e cronificação de doenças que poderiam ser passíveis de melhora e/ou cura se fossem tratadas adequadamente. Diante dessa realidade, uma forma sustentável de reduzir esse impacto, capaz de garantir o tratamento terapêutico a esses indivíduos, minimizando o impacto da quebra do processo saúde/doença, seria por meio de políticas de doações. Goes (2014), ao analisar o perfil brasileiro de aquisição de medicamentos, a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, verificou que o consumo por meio de doações de terceiros está diretamente relacionado com as condições econômicas dos indivíduos, chegando a corresponder a mais de 10% do consumo de medicamentos pelas famílias de regiões mais pobres do território nacional (VAN DER GEEST; WHYTE; HARDON, 1996). Ao longo das últimas décadas, o cenário do descarte inadequado de medicamentos não utilizados pela sociedade, associado à ineficiência do Estado em garantir acesso igualitário à terapia farmacológica para a população, proporcionou a criação de diversas iniciativas institucionais no país voltadas à reutilização desses produtos farmacêuticos (RESSURREIÇÃO, 2021). A presente proposta do projeto de extensão intitulado “Medicamentos para todos” prevê a realização de uma campanha consciente para doação, análise de viabilidade e redistribuição de medicamentos para populações carentes, mediante receituário médico, que utilizam os serviços de saúde pública do município de Diamantina, como forma de viabilizar o tratamento e a manutenção da saúde desses indivíduos. Além disso, o projeto visa conscientizar a população sobre o uso racional dos fármacos, riscos da automedicação e fortalecer uma cultura de descarte correto dos mesmos.

Segundo o Conselho Federal de Farmácia, o Brasil ocupava a sexta colocação no ranking de consumo de medicamentos mundial ao final do ano de 2018. Ressalta-se ainda que, além do alto consumo de fármacos, o Brasil é um dos países que mais desperdiça medicamentos no mundo (JUNIOR, ZANCARANO, 2013). Dentre os motivos causadores desse desperdício, destaca-se o consumo exagerado pela população, a prescrição de medicamentos, muitas vezes, além do necessário ao tratamento proposto e os abusos dos meios de propaganda e das amostras-grátis. Nesse contexto, é importante considerar que a automedicação é uma prática corriqueira entre a população brasileira, e está principalmente relacionada à medicamentos isentos de prescrição. Os medicamentos estão no topo das causas das intoxicações mais notificadas no Brasil, correspondendo a 27% do total dos registros desses agravos em saúde (SINITOX, 2017). Assim, é comum que esses medicamentos acabem não sendo utilizados ou que permaneçam nas residências da população até que percam a data de validade, o que contribui, de forma muito importante, para desperdício de medicamentos. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, por ano, uma família de quatro pessoas, pertencente à classe média, produz cerca de sessenta reais em lixo farmacêutico (TESSARO, VANCARANO, 2013). Esse dado justifica que boa parte dos medicamentos adquiridos, resta nas residências enquanto perdem o prazo de validade, situação problemática quando reflete-se sobre a possibilidade desses medicamentos servirem a outras pessoas que não têm condições de obtê-los. Além disso, há, muitas vezes, uma prescrição de fármacos, por parte dos profissionais médicos, superior ao que preconiza o tratamento de uma determinada doença, contribuindo para o desperdício. Ademais, a impossibilidade de fracionamento de algumas medicações também contribuem, para que o desperdício seja perpetuado (JOÃO, 2011). Existe também uma grande quantidade de Lixo Farmacêutico gerado por meio das amostras grátis utilizadas pelos laboratórios como forma de propaganda. O que acontece é que essas amostras podem tornar-se medicamentos em desuso com grande facilidade, visto que eles não são distribuídos pelos laboratórios com nenhuma finalidade de tratamento, somente publicidade (JOÃO, 2011). Outro lado problemático relacionado ao desperdício de medicamentos são os diversos problemas ambientais que o descarte inadequado desses fármacos podem trazer ao meio ambiente. Já foram identificados a presença de Lixo Farmacêutico contaminando tanto na água, quanto no solo (ALENCAR, 2014). Em um estudo transversal realizado por CRUZ et al. (2017), onde 555 pessoas foram entrevistadas no Vale do Jequitinhonha, 46,7% dos entrevistados armazenam as sobras de medicamentos em casa para uma posterior utilização e 26,3% dos entrevistados afirmaram descartar no ambiente essas sobras. Esses dados mostram o quanto o trabalho desempenhado pela presente proposta de Extensão pode ser importante para a população da cidade de Diamantina, visto que, se as proporções se manterem, o projeto pode dar fim a cerca de 73% dos medicamentos que a população tem remanescente nas residências, evitando danos ambientais e possibilitando a realocação destes fármacos para pacientes que estejam necessitando. Sabe-se que, de acordo com a Organização das Nações Unidas, esse acesso a fármacos pertencentes a lista de medicamentos essenciais é validado como um dos cinco indicadores relacionados a avanços na garantia do direito à saúde. Por isso, é importante garantir esse direito com o intuito de assegurar a minimização dos impactos do processo saúde/doença na população, melhorando, dessa forma, a saúde desses indivíduos (BOING et al., 2013). Dando ainda mais relevância à realização desse projeto em Diamantina-MG, destaca-se ainda que a cidade é referência em saúde para o Vale do Jequitinhonha, macrorregião muito pobre do Estado de Minas Gerais, na qual ela está situada. Por isso, essa estratégia pode contribuir para o acesso dessa população aos medicamentos, proporcionando melhora da qualidade de vida dos moradores do Vale, por meio da conscientização da população sobre os benefícios desse processo de doação. O projeto está em funcionamento há cerca de cinco anos, pelos Editais PIBEX 2019/01, 2020/01, 2021/01, 2022/01 e 2023/01. E durante todo esse período foi possível perceber o notável apoio recebido, tanto pelo meio acadêmico quanto pela comunidade externa à UFVJM. As doações de medicamentos recebidas nestes cinco anos foram expressivas, sendo que muitas delas foram de medicamentos não disponibilizados pelo SUS, como a Venlafaxina, amplamente utilizada no tratamento de transtornos de humor e dor crônica (FERNANDES, 2009) e o Sirolimo, medicamento de alto custo utilizado no tratamento de indivíduos transplantados (OLIVEIRA, 2009). Ademais, também foram arrecadados número importante de medicamentos utilizados no tratamento de doenças crônicas prevalentes na sociedade, tais como os utilizados para a Hipertensão Arterial Sistêmica (PASSOS, ASSIS, BARRETO, 2006). De forma complementar, também foram desenvolvidas ações de educação em saúde e capacitações no contexto do uso racional de medicamentos. Outro fator relevante do projeto foi a contribuição em aprendizado e atividades extracurriculares aos membros da equipe multidisciplinar. Assim, nota-se que por meio das ações realizadas pelos extensionistas integrantes, o projeto proporcionou a interação dialógica dos membros da equipe com a comunidade externa à UFVJM e o estímulo a interdisciplinaridade e interprofissionalidade no processo de formação em saúde do profissional médico e do profissional farmacêutico. Por meio de tudo o que foi exposto, o projeto “Medicamentos para Todos” mostra toda sua relevância e também o seu potencial de geração de impacto na formação dos estudantes de Medicina e Farmácia da UFVJM e de transformação social. E portanto, justifica-se a continuidade de sua execução.

Objetivo Geral: Realizar campanhas de arrecadação de medicamentos para redistribui-los à população de baixa renda, usuária dos serviços de saúde pública do município de Diamantina-MG, além de conscientizar a população sobre os riscos do consumo abusivo de medicamentos e da automedicação, desenvolvendo, secundariamente, uma política ambiental de descarte de fármacos vencidos. Objetivos Específicos: • Promover uma campanha de conscientização da relevância da doação de medicamento em desuso no domicílio e dentro do prazo de validade, que possa favorecer o tratamento em saúde a indivíduos de baixa renda; • Estabelecer e ampliar os pontos estratégicos para viabilizar a coletas dos medicamentos doados pela comunidade e direcioná-los a Farmácia Básica de Diamantina-MG; • Auxiliar na adesão do tratamento farmacológico pelos usuários dos serviços de saúde pública do município de Diamantina-MG e especialmente do Ambulatório Escola da Faculdade de Medicina da UFVJM; • Promover o descarte adequado dos medicamentos arrecadados fora do prazo de validade ou sem condições de uso; • Evitar problemas socioambientais relacionados à produção de lixo farmacêutico, por meio da coleta de fármacos ainda dentro do prazo de validade; • Realizar campanhas para conscientização da população sobre o uso racional de medicamentos, os riscos do consumo abusivo e da automedicação, e descarte corretos dos medicamentos fora da validade; • Promover ações de educação em saúde, presenciais e on-line, para a comunidade externa acerca do uso racional de medicamentos, automedicação e descarte correto de medicamentos vencidos; • Possibilitar aos estudantes de Medicina-Campus JK e Farmácia o compartilhamento de responsabilidades e execução ações de forma interdisciplinar e interprofissional em conjunto com a comunidade.

- Contribuir para o aumento da doação de medicamentos em desuso na cidade de Diamantina-MG; - Contribuir para o uso racional dos medicamentos; - Conscientizar a população através de ações de educação em saúde sobre as práticas corretas de uso e descarte de medicamentos; - Contribuir para a promoção do descarte correto dos medicamentos vencidos no município de Diamantina-MG; - Contribuir para a proteção do meio ambiente no município de Diamantina-MG; - Contribuir para a formação humanista, crítica e reflexiva dos discentes de Medicina e Farmácia;

O presente projeto será desenvolvido por uma equipe interdisciplinar e interprofissional composta por docentes e discentes dos cursos de Medicina - Campus JK e de Farmácia, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Essa interdisciplinaridade e interprofissionalidade são fundamentais para o processo de formação em saúde dos profissionais médicos e farmacêuticos, possibilitando o diálogo, a troca e a cooperação de saberes, em prol da melhoria na prestação de serviços e na qualidade do cuidado. A estratégia metodológica delineada para o cumprimento dos objetivos propostos será dividida em quatro etapas que ocorrerão de forma simultânea, a saber: Etapa 1 - Educação em saúde: consistirá na manutenção das ações direcionadas a conscientizar a comunidade a respeito da importância da doação dos medicamentos que estão em desuso, ao projeto. Além disso, também está previsto a realização de ações (com conteúdo virtual e presenciais) voltadas para informar a população sobre o uso racional dos medicamentos e os riscos do consumo abusivo e da automedicação para a saúde, e também dos riscos ambientais relacionados ao descarte incorreto de medicamentos. O conteúdo virtual será postado quinzenalmente no Instagram® do projeto “Medicamentos para Todos”, e também serão realizadas lives com extensionistas, profissionais da saúde e professores convidados da Universidade com o intuito de levar informação à população sobre os temas supracitados. Essa abordagem terá uma linguagem informal, com objetivo de facilitar o entendimento, contribuindo com a alfabetização e divulgação científica, abrangendo o maior número possível de indivíduos da comunidade. Ademais, as ações de educação em saúde também envolvem a confecção de material informativo que ficarão expostos na Farmácia Básica e também serão utilizados em todas as ações presenciais do projeto, para que sejam feitos registros fotográficos para a apresentação no Relatório Final. As ações presenciais ocorrerão mediante a exposição de temas relacionados à divulgação do projeto, ao uso racional de medicamentos, a automedicação, e ao descarte correto de medicamentos vencidos, e terão como o público alvo a equipe das Unidades Básicas de Saúde (UBS), balconistas de farmácias locais e as pessoas que estiverem aguardando seus atendimentos, e os colaboradores das farmácias públicas e privadas do município de Diamantina-MG. E para a realização destas ações, haverá projeção de slides, exposição do banner do projeto, realização de perguntas norteadoras para interação entre os extensionistas e a população convidada, possibilitando o diálogo e a troca de saberes entre a universidade e a comunidade, de forma a viabilizar a construção de um novo conhecimento e a transformação social. As UBS’s e as farmácias serão selecionadas por meio de reuniões entre os membros do projeto, sendo solicitado a parceria com essas instituições mediante ao termo de anuência previamente assinado, posteriormente será montado um cronograma para a realização das ações de educação em saúde. Etapa 2 - Coleta dos medicamentos doados: essa etapa será destinada ao reforço e estabelecimento do ponto de coleta de medicamentos do projeto, que hoje está na Farmácia Básica de Diamantina. A seleção do ponto de coleta leva em consideração a possibilidade de supervisão constante da caixa coletora dos medicamentos, de forma a garantir um processo de doação mais seguro e impedir o acesso aos medicamentos doados a pessoas não autorizadas. O ponto de coleta possui uma caixa fechada destinada ao depósito dos medicamentos doados, sendo que esta caixa possui apenas um orifício em sua exterioridade, com espaço suficiente para a passagem de uma caixa de medicamentos padrão grande, o que evita a exposição dos medicamentos à população e às pessoas que manipularem a caixa. Também está anexado à caixa um questionário anônimo que contém perguntas sobre a doação, como a quantidade de medicamentos doados e as condições em que estes eram armazenados. Os membros da equipe irão se revezar para visitar a Farmácia Básica quinzenalmente com o objetivo de conversar com o Farmacêutico responsável e saber como andam as doações e a dispensação dos medicamentos. Esses membros também serão responsáveis por recolher os questionários anexados na caixa para posterior análise de dados. Toda essa logística está garantida pela Farmácia Básica por meio do termo de anuência assinado pela Diretoria da Unidade, que está anexado ao projeto. Haverá, também, um foco na procura de doações de medicamentos por médicos e farmácias da cidade, tentando aumentar as doações de medicamentos, já que esses locais contam com grande circulação de remédios, muitas vezes não utilizados. Etapa 3 - Triagem e dispensação dos medicamentos doados: Após entrega dos medicamentos doados na Farmácia Básica, será realizada uma triagem dos mesmos sob responsabilidade técnica de um profissional farmacêutico. Este órgão possui competência sanitária e técnica para realizar uma análise de viabilidade dos medicamentos doados e se comprometeu a realizar tal procedimento por meio do Termo de Anuência anexado à esta proposta. Após a triagem, os medicamentos em condições de uso são direcionados para dispensação à população que frequenta a Farmácia Básica, tornando possível o acesso desses itens pela população. Etapa 4 - Descarte dos medicamentos doados não adequados para uso ou vencidos: após a triagem, os medicamentos impróprios para uso ou vencidos serão descartados de forma adequada pela Farmácia Básica. Esta instituição se comprometeu, por meio do Termo de Anuência, a descartar adequadamente esse resíduo farmacêutico, evitando assim, os problemas socioambientais que esses medicamentos poderiam causar, caso tivessem sido descartados incorretamente pela população, segundo a legislação vigente para descarte de resíduos de estabelecimento de saúde.

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O projeto “Medicamento Para Todos” possibilitará a prática de relações dialógicas entre o conhecimento técnico e científico adquiridos pelos discentes do projeto com os saberes, as experiências, os anseios e as demandas da comunidade diamantinense que será público alvo do projeto, agindo diretamente na realidade social dessa população e melhorando sua condição de vida. A equipe buscará conciliar os saberes acadêmicos aos conhecimentos tradicionais da comunidade, proporcionando um ambiente de diálogo pautado pela ação de mão-dupla, troca de saberes e superação do discurso da hegemonia acadêmica. Dessa forma, pretende-se possibilitar a produção de um novo conhecimento. Durante as atividades do projeto, o público alvo poderá apresentar demandas não planejadas, possibilitando a adoção de novos métodos de trabalho para os extensionistas. Desse modo, através da realização deste projeto, busca-se favorecer o desenvolvimento e a transformação cultural da sociedade, contribuindo assim para o enfrentamento de questões cotidianas relacionadas a saúde coletiva, como a falta de adesão ao tratamento medicamentoso, descarte incorreto de medicamentos, uso inadequado de fármacos, e entre outros problemas que impactam a comunidade, além de complementar a oferta gratuita de medicamentos a essa população.

O desenvolvimento do presente projeto de extensão será um estímulo à interdisciplinaridade e interprofissionalidade no processo de formação em saúde dos acadêmicos de Medicina e Farmácia, uma vez que possibilitará a interação entre diferentes áreas do conhecimento, superando as visões generalistas e especializadas acerca da realidade social e induzindo o respeito e a integração à equipe multiprofissional da saúde. Ademais, o projeto incentivará a formação de profissionais da saúde com um senso ético, humanista, crítico e reflexivo mais apurado, conscientes e que saibam respeitar, ouvir e se comunicar, liderar e ser liderado e trabalhar em equipe. A interação entre a Faculdade de Medicina e o Departamento de Farmácia permitirá o diálogo, a troca e a cooperação de saberes, agregando conhecimentos de diferentes disciplinas em um processo interdisciplinar e interprofissional, em prol da melhoria na prestação de serviços e na qualidade do cuidado em saúde.

A extensão universitária será como uma via de conexão entre a academia e a sociedade, onde o ensino e a pesquisa têm papel fundamental. Por meio dela, o conhecimento produzido na universidade poderá ser compartilhado e aplicado na solução de problemas reais, beneficiando a comunidade. A extensão enriquece o ensino, proporcionando aos discentes experiências práticas e ampliando sua visão de mundo. Além disso, estimula a pesquisa ao demandar respostas inovadoras e embasadas cientificamente para as demandas sociais. Assim, a tríade ensino, pesquisa e extensão se complementarão na execução do projeto, fortalecendo o objetivo da universidade de promover o desenvolvimento humano e social.

Já no primeiro ano de curso, os acadêmicos de medicina são inseridos nos programas de Estratégias de Saúde da Família (ESF), como parte integrante do currículo. Estes são peça chave para execução da presente proposta, uma vez que o seu processo de formação acadêmica/profissional favorece a integração do ensino ao serviço prestado à comunidade, dentro de seu cenário de prática. A execução desse projeto contribuirá para aprimorar os conhecimentos desses acadêmicos em relação ao processo de saúde e doença, ao mesmo tempo em que contribui diretamente para uma formação consciente e humanizada direcionadas às reais necessidades de saúde da população. Os acadêmicos, ao atuarem junto com as professoras do projeto, serão beneficiados recebendo orientações, uma vez que participarão de várias etapas de execução. Por meio da elaboração de ferramentas de mídia para divulgar o projeto e conscientizar a população sobre a importância das doações, esses alunos serão estimulados a agir proativamente, ser criativos, desenvolver habilidades de comunicação (escuta, fala e escrita) e trabalhar em equipe, uma vez que eles serão responsáveis diretamente pela divulgação do projeto bem como pela interação com a equipe. Além disso, esses alunos terão sua curiosidade aguçada para conhecer mais sobre os diferentes tipos de fármacos, visto que ajudarão nas etapas de coleta e produção de conteúdo informativo acerca desses medicamentos. Por fim, as capacitações a respeito de temáticas relevantes no manejo dos fármacos e dispositivos associados ao uso destes servirão para construção do conhecimento dos discentes de forma prática, além de revisar importantes assuntos que correlacionem a teoria da grade curricular, com as vivências do projeto. Todas as atividades executadas pelos discentes, serão avaliadas por meio de observação direta, uma vez que em todas as atividades serão acompanhados pelos docentes e/ou técnicos, que fornecerão o feedback semanalmente a respeito das atividades executadas. Com isso, haverá uma maior interação de todos os membros da equipe e uma maior contribuição, por parte dos profissionais da saúde integrantes, para a formação desses acadêmicos.

O Brasil é um dos países que mais consome medicamentos no mundo. Ressalta-se ainda que, além do alto consumo de fármacos, o Brasil é um dos países que mais desperdiça medicamentos no mundo. Essa marca está intimamente ligada com o alto índice de descarte, automedicação e publicidade excessiva, causados muitas vezes pela quantidade de medicamentos que contém em uma embalagem ser muito superior ao necessário pelo usuário. Esse cenário se torna contraditório quando se percebe a quantidade de pessoas carentes e a desigualdade social do país, o que inviabiliza grande parte da população a ter acesso a medicamentos básicos, mesmo em um país marcado pelo desperdício. Nesse aspecto o projeto Medicamentos para Todos possui grande relevância para a comunidade no que tange o melhor aproveitamento desses fármacos, por intermédio da captação das sobras e redistribuição aos que mais necessitam, trazendo melhoria dos índices salutares da macrorregião de Diamantina. Além disso, o descarte inadequado dessas drogas provoca poluição da água e do solo, devida a suas substâncias ativas. Logo, o projeto consegue atingir outro ponto de relevância ao proporcionar o descarte correto daqueles produtos que não tem mais condições de uso ou estão vencidos. O retorno para os extensionistas também caracteriza uma justificativa relevante para o funcionamento do projeto Medicamentos para Todos. O contato com o meio médico farmacêutico, a produção de materiais educativos e a realização de palestras a respeito da automedicação, do armazenamento e descarte correto de fármacos pelos membros do projeto, agrega conhecimento técnico-científico a esses alunos, gerando complementariedade das matérias ensinadas em seus respectivos cursos. Por fim, o projeto Medicamento para Todos possui relevância em diversos âmbitos (social, técnico, ambiental e universitário) justificando seu funcionamento no meio acadêmico e comunitário.

As divulgações serão feitas a partir das redes sociais do projeto, bem como conteúdo midiático divulgado por meio de outras redes sociais em grupos direcionados ao público alvo.