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Sabedoria sempre viva: programa de doação voluntária de corpos para o ensino na UFVJM
Sobre a Ação
202104000170
042021 - Programa
Programa
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
01/04/2024
31/03/2025
Dados do Coordenador
juliana sales rodrigues costa
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde Humana
Regional
Não
Sim
Dentro e Fora do campus
Integral
Não
Redes Sociais
Membros
O programa “Sabedoria sempre viva” irá possibilitar à população local a oportunidade de um destino diferente dos tradicionais para seu corpo após a morte, isentos de qualquer custo financeiro. Os corpos doados para estudo irão configurar uma ação altruística, que poderá ser revertida futuramente em melhores atendimentos de saúde por profissionais mais qualificados. A aquisição de corpos irá também amparar os projetos de ensino, pesquisa e extensão sobre Anatomia que já ocorrem na UFVJM.
Anatomia; corpo humano; obtenção de Tecidos e Órgãos; doação de corpos.
De acordo com o artigo 14 da Lei nº 10.406, é válido dispor, gratuitamente, do próprio corpo ainda em vida, para depois da morte, com objetivo científico e altruístico (BRASIL, 2002). A falta de conhecimento dessa possibilidade por parte da população, bem como por questões éticas e religiosas arraigadas (enterro e tradições familiares) limitam a destinação de corpos para estudo o que inviabiliza o estudo prático do corpo humano e a formação de profissionais da saúde qualificados para atender a população (VOLANEK; RISSI, 2019). A qualidade dos serviços de saúde está condicionado à formação dos profissionais. O conhecimento anatômico de qualidade é indispensável à prática médica e a qualquer profissional da saúde, sendo imprescindível o domínio ao profissional cuja ocupação envolve lidar continuamente com o corpo humano (CALANZANS, 2013). Obstáculos para o aprendizado nessa área inclui a informatização de conteúdo, substituição de peças orgânicas pelas sintéticas e multimídia e a falta de prática com peças cadavéricas (VOLZ et al. 2022). A dificuldade na aquisição de corpos para estudo mostra-se como principal empecilho para a prática de dissecação como metodologia de ensino (FORNAZIERO et al., 2010). O programa “Sabedoria sempre viva” surge como uma oportunidade de fornecer à população um destino ao próprio corpo para depois da morte como uma ação altruística que poderá ser revertida em melhores serviços de saúde ao formar profissionais mais qualificados. A familiarização com o corpo humano, a integração da teoria com a prática e o respeito ao corpo proporcionados pela dissecação anatômica possibilitam a integralização dos sistemas do organismo como um todo (NOBESCHI et al., 2018). Assim, para que isso ocorra, torna-se fundamental a aplicação do programa, o qual incentiva a doação de corpos para ensino e, ainda, contribui para o desenvolvimento de valores éticos dos alunos envolvidos. A escolha do nome “Sabedoria sempre viva” se deu com o intuito de remeter às plantas popularmente chamadas de Sempre Vivas na região de Diamantina que após colhidas e secas conseguem resistir consideravelmente ao tempo sem se estragar ou perder sua cor. Desta forma, na tentativa de sensibilizar a população, buscou-se a relação do saber adquirido através dos estudos nos corpos doados, que permanecerão “vivos” nos estudantes da graduação, futuros profissionais da saúde.
Um programa de doação de corpos pode proporcionar à população um propósito nobre a ser consolidado após a morte. É uma ação altruística que poderá ser revertida, a longo prazo, em melhores atendimentos de saúde por contribuir com a formação de profissionais mais qualificados para atender a população. A adoção de cadáveres como modelo de ensino contribui para a formação bioética acadêmica ao proporcionar contato com a vulnerabilidade humana, a reflexão quanto à morte, de forma a favorecer a humanização dos profissionais da saúde em formação (COSTA, 2012; QUEIROZ, 2005). A anatomia humana dá fundamento para compreensão da morfologia e da relação espacial das estruturas corporais. Ela compõe a formação básica dos acadêmicos da área de saúde e, para o aprendizado, os cadáveres e as peças a fresco conferem fidedignidade na representação da estrutura in vivo (OLIVEIRA, 2013). Além de conhecer as estruturas, os discentes em contato com a prática podem desenvolver habilidades de manuseio, importantes para atuação profissional (CORDEIRO, 2019). No entanto, o fato de existirem limitações para o acesso a estruturas anatômicas na íntegra, pode fazer com que as experiências dos discentes da área da saúde sejam restritas, de forma a limitar o potencial de enriquecimento da formação acadêmica. A rotatividade de alunos nos laboratórios de Anatomia Humana da UFVJM - Campus JK é grande, sendo utilizados semanalmente pela Faculdade de medicina (FAMED) e demais cursos da Faculdade de Ciencias Biológicas e da Saúde (FCBS) (Enfermagem, Odontologia, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Ciências Biológicas e Educação Física). Não obstante, há grande fluxo de estudantes através de projetos de extensão registrados, tais como, o “Anatomia do dia a dia” e o “Conhecer para Pertencer” que envolve visitações por escolas da educação básica, colégios técnicos e por profissionais da saúde da região, e projetos de dissecação de apoio ao ensino como “Anatomia Ativa” e “Dissecarte”. Contudo, o acervo de cadáveres nos laboratórios é baixo devido à alta demanda. O pouco que se tem foi adquirido através de doações de outras universidades. O laboratório da FCBS conta com peças que foram doadas pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), nos anos de 1954 e 1990 à Faculdade de Odontologia na época, que se encontram altamente desgastadas devido ao excesso de manipulação ao longo dos anos. Recentemente, foram doados 02 corpos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para o laboratório de Anatomia Humana do curso de medicina. Já o laboratório do curso de medicina de Teófilo Otoni conta somente com 2 exemplares, o que demonstra uma quantidade insuficiente de cadáveres para atender toda a demanda da UFVJM. Existem vários programas de doação de corpos em andamento em universidades federais do Brasil. Em Minas Gerais, as referências mais próximas são os programas: “Vida após a vida” da UFMG, “Eternos pela vida” da UFTM, “Sempre vivo” da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), “Transcendência” da UFJF de Governador Valadares, “Além da vida” da Universidade Federal de Uberlândia e “Ensinando além da Vida” da Universidade Federal de Alfenas. Assim como essas renomadas universidades, a UFVJM precisa implantar um programa de doação de corpos, para assim, cumprir com seu papel de fornecer um ensino de qualidade, no que diz respeito ao ensino da Anatomia Humana para formação dos futuros profissionais de saúde, para que estes possam fornecer melhores condições de atendimento de saúde no tratamento e cura de doenças.
Objetivo geral Fornecer à população local a oportunidade de um destino diferente dos tradicionais para seu corpo após a morte. Objetivos específicos - Implementar e regularizar um programa de doação de corpos para estudo na UFVJM; - Conscientizar a população sobre a importância da doação de corpos de forma altruística para a formação médica e demais profissionais da saúde. - Disponibilizar momento para o esclarecimento da população sobre as condições para doação e realizar os trâmites burocráticos envolvidos nesse processo. - Criar um banco de dados dos doadores registrados. - Recrutar dissentes para atuarem na conscientização da população e da comunidade acadêmica como um todo. - Receber, preparar e disponibilizar os corpos doados quando do falecimento para os laboratórios de Anatomia Humana da UFVJM. - Contribuir para a formação ético-humanista dos dissentes. - Aumentar o acervo de peças cadavéricas, com qualidade, para o ensino de Anatomia Humana da UFVJM. - Fornecer os cadáveres adquiridos para a continuidade dos projetos de ensino, pesquisa e extensão da UFVJM. - Ampliar as possibilidades de pesquisa e extensão que envolvam o estudo do corpo humano.
- Fornecer uma opção de destino do corpo após a morte para a população, de forma gratuita, além dos métodos tradicionais; - Construir um banco de dados com o registro da intensão de doação de corpos para estudo à UFVJM pelos cidadão de Diamantina e região; - Ampliar o acervo de peças anatômicas para a continuidade de projetos de extensão de visitação à universidade por alunos da educação básica; - Ampliar os conhecimentos em Anatomia Humana de futuros profissionais da área da saúde através do estudo prático em cadáveres; - Possibilitar o estudo técnico de práticas cirúrgicas mais eficientes e menos invasivas; - Viabilizar cadáveres para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão através da dissecação anatômica.
1ª Etapa – Resolução para doação de corpos na UFVJM Inicialmente, será criada junto aos diretores das faculdades envolvidas (FAMED, FAMUC e FCBS), uma minuta a ser submetida ao Conselho Superior da UFVJM para compor uma Resolução. Essa Resolução irá regularizar o funcionamento do programa de doação voluntária de corpos para fins de ensino, pesquisa e extensão aos laboratórios de Anatomia Humana da UFVJM, assim como já ocorre em outras universidades federais do Brasil. 2ª Etapa – Divulgação Para que a comunidade tenha conhecimento sobre o projeto, será realizada ampla divulgação. Serão utilizadas as mídias como Instagram, rádio e site da universidade, além da criação e impressão de banners, cartilhas e/ou panfletos. Os alunos irão desenvolver ações de extensão como panfletagem, visitas a postos de saúde, clínicas, hospitais e casas de saúde, no sentido de convidar a população a ir até a universidade para conhecer sobre o projeto. 3ª Etapa – Entrevista e Registro de doadores A doação do próprio corpo deverá ocorrer pessoalmente junto ao corpo técnico e ou docente da Faculdade de Medicina da UFVJM. Qualquer doador, maior de 18 anos, poderá agendar entrevista através dos contatos telefônicos oficiais da universidade, ou via e-mail, que será criado especificamente para este fim. Para o efetivo registro será necessário o “TERMO PESSOAL DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO” (anexo 1) devidamente preenchido e com assinatura do doador e pelo(s) familiar(es) mais próximo(s) indicado(s) como testemunha. Além disso, será solicitado foto 3x4 para compor a carteirinha do doador, contendo as informações pessoais e o contato que poderá ser utilizado pelo familiar para efetivar a doação após a morte. A doação irá ocorrer de forma espontânea e gratuita, podendo ser revogada pelo próprio doador antes da consumação do fato, podendo ser expressada a desistência por escrito com assinatura reconhecida por autenticidade em cartório e apresente para os responsáveis pelo programa na universidade. Todos dados informados pelo doador, bem como sua identificação, permanecerão em sigilo e serão armazenados no banco de dados do programa de doação de corpos da UFVJM. O acesso ao corpo doado somente será permitido à comunidade acadêmica e eventualmente à participantes de projetos de extensão. O doador será informado do não recebimento do corpo quando o falecimento ocorrer por morte violenta, suicídio, doenças infectocontagiosas conforme resolução RDC Nº 222, de 28 de março de 2018- ANVISA (BRASIL, 2018) e em casos de obesidade mórbida devido a capacidade de armazenamento dos laboratórios da universidade. Além disso, será informado a necessidade de sensibilizar os familiares próximos sobre a vontade de doação, para que os mesmos efetivem o ato após o falecimento, ou seja, mesmo que o doador de manifeste em vida, a doação somente se efetivará se os familiares forem de acordo e informarem a universidade sobre o falecimento, que tomará as providências cabíveis para a coleta do corpo. 4ª Etapa – Coleta do corpo post mortem A coleta do corpo do doador após o falecimento ocorrerá através de serviço de funerária que o fará mediante cópia da declaração de óbito devidamente assinada por médico, certidão de óbito emitida em cartório e “TERMO DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – REPRESENTANTE LEGAL/FAMILIAR” (anexo 2) preenchido e com assinaturas reconhecidas por autenticidade em Cartório do representante legal ou familiar e testemunhas. Na certidão de óbito deverá constar a doação no campo sepultamento/cremação: “O corpo será destinado a estudo e pesquisa científica à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM”. O mesmo termo supracitado poderá ser utilizado para os casos em que um familiar próximo ou o representante legal irá fazer, após o óbito, a doação de alguém que manifestava em vida tal desejo, mas não fazia parte do banco de dados do programa, bem como para a doação de ossadas, natimortos, órgãos e membros removidos cirurgicamente. Após a realização de todos os trâmites para a doação e a efetiva entrega do corpo à universidade, nenhum familiar mais terá acesso a ele, ficando sob a guarda e responsabilidade da Instituição. 5ª Etapa – Embalsamamento O recebimento e o devido preparo do corpo para fins de estudo, será realizado pelos técnicos de laboratório de anatomia e necropsia da UFVJM previamente capacitados para o procedimento. 6ª Etapa – Vínculo com a Pesquisa A fim de avaliar o impacto das divulgações e o perfil de doadores registrados no projeto, será feito um estudo de natureza qualitativa, utilizando como instrumento de coleta de dados questionários e/ou grupos focais, previamente submetidos à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFVJM, e respondidos pelos doadores que forem registrados no projeto. As informações coletadas através das análises mencionadas serão utilizadas para apresentação em eventos científicos e produção de artigos para publicação em revistas. 7ª Etapa – Colaboração com projetos de ensino Os cadáveres adquiridos pelas doações serão disponibilizados para a os projetos de ensino que utilizam a dissecação cadavérica como metodologia de ensino. Serão beneficiados dois projetos de ensino vigentes da faculdade de medicina: o “Anatomia ativa: aprofundando conhecimentos através da dissecação”, ampliado também para alunos da FCBS, e o “Dissecarte: uma abordagem formadora direcionada a construção de um ambiente físico e virtual por alunos da Famed direcionados ao processo ensino e aprendizagem através da dissecação”. 8ª Etapa – Colaboração com outros projetos de extensão Os cadáveres doados e preparados pelos projetos de ensino supracitados, serão disponibilizados para a continuidade de outros projetos de extensão que os utilizam nas atividades desempenhadas. Inicialmente poderão ser beneficiados três projetos: o “FAMED de Portas Abertas" e o “Conhecer para Pertencer” que se caracterizam em promover visitação de crianças e adolescentes de escolas públicas de Diamantina e região, para que eles possam conhecer de perto os cursos superiores e auxiliá-los na escolha da sua futura carreira profissional; e o “Anatomia do dia a dia”, projeto da faculdade de medicina que utiliza os cadáveres para produzir conteúdo didático como vídeo aulas, com o intuito de promover a educação em saúde em anatomia humana para estudantes do ensino médio do município de Diamantina.
BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 10 jan. 2002. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: 13 ago. 2023. CALAZANS, N. C. O ensino e o aprendizado práticos da anatomia humana: uma revisão de literatura. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia Fundada em 18 de fevereiro de 1808. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/13970/1/Nat%c3%a1lia%20Contreiras%20Calazans.pdf>. Acesso em: 30 jan. 2023. CORDEIRO, R. G.; MENEZES, R. F. Lack of Corpses for Teaching and Research. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 43, n. 1, p. 579–587, 2019. COSTA, G. B. F. DA; COSTA, G. B. F. DA; LINS, C. C. DOS S. A.. O cadáver no ensino da anatomia humana: uma visão metodológica e bioética. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 36, n. 3, p. 369–373, jul. 2012. FORNAZIERO, C. C.; GORDAN, P. A.; CARVALHO, M. A. V. DE; ARAUJO, J. C.; AQUINO, J. C. B. DE. O ensino da anatomia: integração do corpo humano e meio ambiente. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, p. 290-297, 2010. NOBESCHI, L.; LOMBARDI, L. A.; RAIMUNDO, R. D. Avaliação sistemática da dissecação como método de ensino e aprendizagem em anatomia humana. Revista Eletrônica Pesquiseduca, v. 10, n. 21, p. 420-432, 2018. OLIVEIRA, Í. M. DE; MINDÊLLO, M. M. A.; MARTINS, Y. DE O.; FILHO, A. R. DA S. Análise de peças anatômicas preservadas com resina de poliester para estudo em anatomia humana. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 40, n. 1, p. 76–80, jan. 2013. QUEIROZ, C. de A. F. O uso de cadáveres humanos como instrumento na construção de conhecimento a partir de uma visão bioética. 2005. 129 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2005. VOLANEK, A. F.; RISSI, R. Perspectiva da doação voluntária de corpos para utilização no ensino de anatomia: consciência social, disposição e fatores associados. Revista de Ciências Médicas, v. 28, n. 2, p. 77-84, 2019. VOLZ, L. E.; SILVA, E. M. P.; LIMA, K. R. A. S.; MARTINS, J. G. M. C.; BRITO, L. M. S.; SANTOS, M. V. F. DOS. A base da Medicina: anatomia como parte fundamental para a formação acadêmica e segurança profissional. Research, Society and Development, v. 11, n. 13, e201111335401, 2022.
A interação dialógica inicialmente ocorrerá através da divulgação do programa de doação de corpos pelos alunos à comunidade. Para isso os participantes do projeto deverão programar ações de panfletagem e diálogo com a população em postos, hospitais e clínicas de saúde, além da divulgação nas mídias como página de instagram, site da universidade e propaganda em rádio, na tentativa de convidá-los a ir até a universidade para conhecer mais detalhes do projeto. Em um segundo momento, os alunos envolvidos deverão programar momentos de recepção dos doadores na universidade que terão a oportunidade de sanar quaisquer dúvidas envolvidas no processo de doação, conhecer os benefícios da ação e consolidar os trâmites para o registro da intensão de doação.
Este projeto irá abranger todos os cursos da área da saúde da UFVJM o que poderá caracterizar uma condição de interprofissionalidade, uma vez que irá envolver a interação entre discentes de diferentes áreas no empenho de promover as ações de extensão propostas. Como fruto das possíveis doações, teremos a oportunidade de ampliar o ensino/aprendizagem da Anatomia Humana que é uma disciplina que dá fundamento para compreensão da morfologia e da relação espacial das estruturas corporais facilitando a compreensão do funcionamento como um todo. Na graduação, mostra-se relevante a compreensão de possíveis patologias, tornando indispensável o domínio das estruturas envolvidas e adjacentes, visto que os sinais e sintomas podem resultar de alterações no órgão afetado, mas também nas localidades próximas. Tais relações da parte anatômica, funcionalidade e possíveis patologias caracterizam a interdisciplinaridade.
Com a maior disponibilidade de cadáveres como material de ensino, novas possibilidades de projetos de ensino, pesquisa e extensão poderão ser criados. Mais alunos da graduação poderão aprender anatomia através da dissecação cadavérica. Haverá a possibilidade de realização de pesquisas que envolvam o corpo humano, como procedimentos cirúrgicos menos invasivos e mais eficazes no tratamento de doenças. Mais alunos da graduação poderão atuar como extensionista e beneficiar alunos externos, quer seja pela educação básica, ou cursos técnicos da área da saúde, e até mesmo a formação continuada para resgatar os conhecimentos da Anatomia Humana para profissionais formados que já atuam no mercado de trabalho.
Os alunos envolvidos no projeto irão desenvolver ações de extensão no sentido de estar em contato com a população ao convidá-los diretamente a conhecer o projeto. Estará a cargo do aluno criar os banners, panfletos e/ou cartilhas para divulgação, e disponibilizá-los através de um momento de panfletagem em pontos e/ou eventos específicos da cidade. Irão também ser responsáveis pela criação e manutenção de um perfil no instagram e a propaganda a ser divulgada nas rádios e site da universidade. Para a visita dos possíveis doadores na UFVJM, os alunos deverão criar uma apresentação para explicar sobre o projeto, recebe-los e tirar todas as dúvidas que surgirem, com o devido apoio do corpo técnico e docente envolvidos. Os alunos irão elaborar e aplicar um questionário socioeconômico que deverá ser respondido pelos doadores no momento de registro. Este, após submetido ao comitê de ética da UFVJM, será direcionado a levantar o perfil do doador da cidade de Diamantina e região, os motivos pelos quais se optou a ser um doador, bem como informações que indique o alcance da divulgação. Os dados levantados nessa pesquisa, servirão para dar entendimento sobre o sucesso ou insucesso das ações, para que sejam melhoradas e permitir a continuidade do projeto. As análises das informações coletadas e toda produção científica será por eles apresentada em eventos institucionais e submetidos para publicação em revistas científicas. Quando for efetivada alguma doação, os estudantes envolvidos no projeto poderão contribuir com a preparação do corpo junto ao corpo técnico da universidade. Este momento de contato com os cadáveres como modelo de ensino poderão contribuir para a formação bioética acadêmica ao proporcionar contato com a vulnerabilidade humana, a reflexão quanto à morte, de forma a favorecer a humanização dos profissionais da saúde em formação (COSTA, 2012; QUEIROZ, 2005).
Esta proposta promoverá uma aproximação da universidade com a comunidade diamantinense. As pessoas terão a oportunidade de ir até a UFVJM para sanarem suas dúvidas sobre o funcionamento do projeto, bem como fazer os registros de doação. As ações de extensão serão direcionadas a facilitar a compreensão da importância de se doarem para contribuir com a formação de qualidade para os futuros profissionais da saúde, que usarão do conhecimento adquirido para melhor atuação no mercado de trabalho, no empenho de proporcionar melhoria nos serviços de atendimento e procedimentos de saúde menos invasivos, contribuindo assim com a qualidade de vida da população. Com a maior disponibilidade de cadáveres como material de ensino, novas possibilidades de projetos de ensino, pesquisa e extensão poderão ser criados. Mais alunos da graduação poderão aprender anatomia através da dissecação cadavérica. Haverá a possibilidade de realização de pesquisas que envolvam o corpo humano, como procedimentos cirúrgicos menos invasivos e mais eficazes no tratamento de doenças. Mais alunos da graduação poderão atuar como extensionista e beneficiar alunos externos, quer seja pela educação básica, ou cursos técnicos da área da saúde, e até mesmo a formação continuada para resgatar os conhecimentos da Anatomia Humana para profissionais formados que já atuam no mercado de trabalho. Contudo, o projeto também irá contemplar o curso de medicina de Teófilo Otoni, que assim se beneficiará no que diz respeito à melhora da qualidade de ensino e dando oportunidade para a criação de projetos de ensino, pesquisa e extensão com enfoque em Anatomia Humana, assim como já acontecem no Campus JK.
Para que a comunidade tenha conhecimento sobre o projeto, será realizada ampla divulgação. Serão utilizadas as mídias como Instagram, rádio e site da universidade, além da criação e impressão de banners, cartilhas e/ou panfletos. Os alunos irão desenvolver ações de extensão como panfletagem, visitas a postos de saúde, clínicas, hospitais e casas de saúde, no sentido de convidar a população a ir até a universidade para conhecer sobre o projeto.
O desenvolvimento do site e instagram correspondem a duas das ações a serem executadas pelos alunos que ainda serão selecionados para participar do projeto. A página do site de divulgação inicialmente será vinculado ao da Faculdade de medicina - Famed.
Público-alvo
Diretamente: -Toda a população de Diamantina e região poderá registrar a vontade de doação, configurando a oportunidade de escolher um destino diferente para seu próprio corpo para depois da morte. A doação em si, se efetivada pela família após a morte do doador, será isenta dos custos de um funeral -Os estudantes da educação básica, participantes de projetos de extensão que envolvem visitação à universidade, cujo número é variável de acordo com a quantidade de alunos por escola, e a quantidade de escolas que participam das ações de extensão, poderão se beneficiar com os exemplares cadavéricos a serem preparados para exposições/explicações, no sentido de estimulá-los a se ingressarem no ensino superior. -Os estudantes dos cursos da área da saúde da UFVJM, que se ingressam, cerca de 30 alunos por turma, por semestre, irão se beneficiar diretamente com o projeto, por terem acesso a peças cadavéricas de qualidade para o estudo da Anatomia Humana. Indiretamente: -A ação é de caráter altruístico, ou seja, quaisquer cidadãos que futuramente necessitar de cuidados de saúde poderá ter um atendimento mais adequado considerando que este projeto irá oportunizar melhor qualificação dos futuros profissionais. O número estimado para beneficiados então é de 47.702, que diz respeito ao número populacional de Diamantina, mensurado pelo senso do IBGE, isso porque a intensão inicial é de desenvolver a campanha apenas na cidade, no entanto, a divulgação das mídias poderá atingir as cidades da região, cujos habitantes poderão também registrar a intensão de doação. Além disso, Diamantina é um pólo de saúde regional do qual recebe diariamente inúmeras pessoas em busca de atendimento de saúde, dos quais eventualmente poderão ter conhecimento do projeto, uma vez que visamos fazer divulgações nas casas de saúde.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 75 h
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Esta ação será direcionada a criar uma minuta a ser submetida ao Conselho Superior da UFVJM, a fim de compor uma Resolução que irá regularizar o funcionamento do programa de doação voluntária de corpos para fins de ensino, pesquisa e extensão dos laboratórios de Anatomia Humana da UFVJM, assim como já ocorre em outras universidades federais do Brasil. O documento será produzido pelos responsáveis pelo projeto junto às faculdades envolvidas (FAMED, FAMUC e FCBS). Isto será realizado uma única vez, não havendo necessidade de periodicidade.
- Manhã;
- Tarde;
Criação e manutenção de uma conta no Instagram; Criação e veiculação de propaganda em rádio; Criação e manutenção de página em site da universidade; Criação de material impresso: impressão de banners, cartilhas e/ou panfletos; Ações de divulgação: panfletagem, visitas a postos de saúde, clínicas, hospitais e casas de saúde, no sentido de convidar a população a ir até a universidade para conhecer sobre o projeto.
- Manhã;
- Tarde;
A entrevista será um momento destinado a receber a população na universidade, para conhecer o projeto e possivelmente realizar o registro por meio do “TERMO PESSOAL DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO”. Na oportunidade será disponibilizada a carteirinha do doador, contendo as informações pessoais e o contato que poderá ser utilizado pelo familiar para efetivar a doação após a morte.
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- Noite;
A coleta do corpo do doador após o falecimento estará condicionada à morte e a efetivação da doação pelos familiares. Será uma atividade eventual que ocorrerá através de serviço de funerária que o fará mediante cópia da declaração de óbito devidamente assinada por médico, certidão de óbito emitida em cartório e “TERMO DE DOAÇÃO VOLUNTÁRIA DE CORPO PARA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – REPRESENTANTE LEGAL/FAMILIAR”. O recebimento e o devido preparo do corpo para fins de estudo, será realizado pelos técnicos de laboratório de anatomia e necropsia da UFVJM previamente capacitados para o procedimento. O preparo de um corpo pode levar em torno de 4-5 horas condicionado à técnica a ser utilizada.
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- Tarde;
Será realizada análise do impacto das divulgações e o perfil de doadores registrados no projeto, como um estudo de natureza qualitativa, através das informações coletadas com os doadores no momento de registro.
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A colaboração com os projetos de ensino “Anatomia ativa: aprofundando conhecimentos através da dissecação” e o “Dissecarte: uma abordagem formadora direcionada a construção de um ambiente físico e virtual por alunos da Famed direcionados ao processo ensino e aprendizagem através da dissecação”, ocorrerá partir do momento que as doações começarem a se efetivar. Os alunos participantes de tais projetos, junto ao corpo técnico e docente, irão preparar os cadáveres para o ensino e extensão através das atividades de dissecação.
- Manhã;
- Tarde;
A colaboração com os projetos “FAMED de Portas Abertas" e o “Conhecer para Pertencer” ocorrerá quando houver visitação de crianças e adolescentes de escolas públicas de Diamantina e região envolvidos nos respectivos projetos. O “Anatomia do dia a dia”, irão produzir os conteúdos didático como os vídeos aulas nos cadáveres doados a este projeto e preparados pelos projetos de ensino.