Visitante
Brinquedoteca
Sobre a Ação
202203000795
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
27/03/2024
28/02/2025
Dados do Coordenador
flávia gonçalves da silva
Caracterização da Ação
Ciências Humanas
Educação
Educação
Infância e adolescência
Municipal
Não
Não
Não
Dentro do campus
Tarde
Não
Membros
O objetivo do projeto Brinquedoteca é possibilitar aos usuários, a partir de 2 anos de idade, momentos de lazer, realizando atividades lúdicas, desenvolvendo a expressão artística, transformando e descobrindo novos significados lúdicos, propiciando a interação entre eles.
atividades lúdicas; desenvolvimento; aprendizagem; educação física
Na vida diária jogos e brincadeiras oferecem grande potencial educativo e correspondem a um patrimônio cultural da humanidade. Em todas as culturas essas atividades mostram seu valor e contribuição no processo de desenvolvimento humano, por possibilitar aos indivíduos expressar seus sentimentos e as formas como pensam o mundo, se apropriarem da realidade e poder intervir nela, reproduzindo o que se vivencia, além de poder promover interação social e prazer. Com o avanço do conhecimento sobre desenvolvimento humano, especialmente o infantil, percebeu-se que a atividade lúdica não era apenas um meio de lazer e recreação, mas também uma forma de promover educação formal, sendo um dos recursos pedagógicos usados na escola bem como um conteúdo específico da educação física, pelas finalidades acima mencionadas. No entanto com o avanço tecnológico e a organização social da atualidade, vem se percebendo o distanciamento de atividades lúdicas, das vivências de crianças, seja em casa como na escola, inclusive na educação infantil, etapa da educação em que a atividade lúdica tem lugar reconhecido. Se as atividades lúdicas vem perdendo espaço para as crianças, para os adultos e na velhice ela praticamente é inexistente. Adultos que brincam são geralmente compreendidos como infantis, revelando que tais atividades deveriam se restringir apenas na infância, sendo compreendida como fase da inocência e da ausência de responsabilidades. Alguns jogos são permitidos para o adulto, inclusive são feitos para esse público, mas na vida cotidiana pouco tempo sobra para atividades que tem a finalidade lúdica. Quando elas ocorrem, fazem parte do tempo para o lazer. Ressalta-se que as atividades lúdicas podem conter objetivos voltados não apenas para a recreação, mas também para a promoção do desenvolvimento integral (motor, cognitivo, afetivo) do indivíduo, desde a infância até a velhice.
A importância dos jogos e das brincadeiras no processo de desenvolvimento infantil vem sendo estudado a algum tempo por várias áreas do conhecimento que fazem interface com a criança, especialmente a psicologia e a educação, nas mais diferentes teorias que compõem essas duas ciências. A concepção teórica que orientará esse projeto é a psicologia histórico cultural, que entende o desenvolvimento humano dependente das condições sociais e históricas de vida de cada indivíduo, tendo na atividade a sua forma principal de se apropriar e se objetivar no mundo, formando seu psiquismo. A atividade é entendida como unidade de vida psíquica que mediatiza a relação do indivíduo com o mundo que o circunda, que o orienta no mundo. Por ter essas características, a atividade é a principal categoria psíquica que possibilita o indivíduo internalizar o mundo e, ao mesmo tempo, se relacionar com e em decorrência dele. Uma das principais características da atividade lúdica é que enquanto atividade, o motivo está no próprio desenvolvimento (processo) do brincar/jogar, e não nos fins da atividade. Até porque, os fins nesse caso não estão postos nem são definidos pela criança; ela brinca impulsionada pelo processo em si da atividade e não pelo prazer, como usualmente se pensa. Na atividade de brincar a criança pode até vir a ter prazer durante o processo ou ao final dele, mas não é isso que a impulsiona, a motiva a brincar. Isso porque enquanto brinca a criança pode operar com os objetos que faz parte de seu mundo e com os que fazem parte do mundo adulto, solucionando a contradição vivenciada pela criança de ter a necessidade de operar diferentes objetos, mas não ter a habilidade de fazê-lo no mundo real. É pelo brincar que a criança pode ser e agir como mãe, pai, professor, motorista, astronauta, super-herói, e executa a atividade a partir das condições que se tem: com uma caixa de papelão pode-se fazer um carro e uma tampa de plástico o volante, permitindo a criança “dirigir” um automóvel. Assim, apesar da criança ter que ter energia para brincar, e poder ter prazer nessa atividade, o que a impulsiona a brincar é o próprio processo de brincar. A imaginação é um processo psíquica importante nesse processo, podendo acompanhar todo o processo do brincar. Enquanto brinca a criança faz generalizações, independente das condições objetivas dessa atividade. Exemplo: Na brincadeira, apesar da criança imitar alguém que viu, ela não imita especificamente a pessoa, mas todas aquelas que desempenham os papeis imitados. Os elementos constitutivos das brincadeiras, ou jogos de papeis, são a situação imaginária e as regras. A primeira se refere ao enredo e conteúdo da brincadeira que será representada/imitado pela criança e por quem brinca com ela, as regras estão subordinadas a esta situação imaginada. Ao brincar de escola e fazer de conta que é professora, a criança não age de qualquer forma, mas a partir de regras comportamentais que entende ser de uma professora. Por isso é importante observar a criança enquanto ela brinca, pois ela revela as formas como ela generaliza o mundo que vivencia, direta ou indiretamente, e como está se apropriando dele, quais são suas dificuldades, medos, anseios, dúvidas. Na idade pré-escolar para a escolar, ocorre uma transição nas atividades lúdicas entre o brincar e os jogos. Isso ocorre porque com o desenvolvimento da estrutura psíquica da criança e o surgimento de novas atividades, ela passa a se relacionar com as atividades lúdicas de forma diferenciada. Essa diferença se dá especificamente na relação entre o papel do brincar, a situação imaginária e as regras. De acordo com Leontiev (1978, p. 135): A lei geral do desenvolvimento das formas de brinquedo do período pré-escolar expressa-se na transição do brincar com uma situação imaginária explícita e um papel explícito, mas com uma regra latente, para um jogo, uma situação imaginária latente e um papel latente, mas uma regra explícita. Para conhecer a causa de seu desenvolvimento, temos que considerar a mudança no conteúdo da própria atividade lúdica da criança e revelar a dinâmica da motivação. Diferentemente do brincar, no jogo o que é fixo são as regras, e não mais a situação imaginária ou o papel lúdico. A possibilidade da criança poder jogar está no fato que seu psiquismo a possibilita entender a necessidade lógica das regras, por já poder pensar por meio de conceitos, mesmo que precários, e resolver problemas a partir deles. Outra característica do jogo é que além da criança se relacionar com objetos, também há o envolvimento de relações sociais com pessoas, o que pode fazer do jogo algo mais motivador que o brincar. No jogo há um objetivo a ser alcançado (que não tem na brincadeira), mas isso não o torna produtivo, pois o sentido para alcançar a meta está no próprio processo do jogo, nas condições para a sua execução, assim como o jogo de papel. Desse modo, o jogo é tão importante para criança como é o brincar. Saber usar e cumprir regras no jogo possibilita a generalização para outras situações que não são lúdicas, pois além de possibilitar a aprendizagem e auto-avaliação, valores morais e éticos, propicia também o desenvolvimento da própria personalidade, especialmente quando se usa jogos com regras complexas (duplos objetivos, por exemplo). “Dominar regras significa dominar seu próprio comportamento, aprendendo a controlá-lo, aprendendo a subordiná-lo a um propósito definido (Leontiev, p. 139)”. Tais conhecimentos são fundamentais para os professores que atuam com crianças em qualquer espaço educacional, especialmente o escolar. As atividades lúdicas são entendidas como meio e fim, tendo como uma de suas disciplinas curriculares a educação física, que tem por objetivo o estudo/intervenção da cultura corporal.
Geral Possibilitar aos usuários, a partir de 2 anos de idade, momentos de lazer, realizando atividades lúdicas, desenvolvendo a expressão artística, transformando e descobrindo novos significados lúdicos, propiciando a interação entre eles. Específicos • propiciar um espaço onde professores e alunos dos Cursos de Educação Física possam realizar práticas interdisciplinares e dedicar-se à exploração das atividades lúdicas tendo como foco o desenvolvimento humano; • contribuir para a conceituação das atividades lúdicas e sua importância na educação; • desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão que apontem a relevância das atividades lúdicas para a educação; • estimular ações lúdicas entre os docentes e os alunos do curso no que tange à apropriação do conhecimento.
Este projeto pretende tornar as atividades lúdicas não apenas um meio pedagógico, mas também momentos que promovam conhecimento para a criança sobre a cultura, além de aprimorar a interação entre criançacriança e criança e educadores, bem como desenvolvimento psicomotor. Para adolescentes e adultos, pretende-se que as atividades promovidas no interior da brinquedoteca, seja de forma livre como dirigida (como exemplo podemos citar mini campeonatos de jogos de tabuleiro, entre outros), pretendem-se ampliar a interação social entre os participantes, bem como a compreensão da importância de atividades lúdicas no próprio processo de desenvolvimento. Além desse aspecto, pretende-se promover no discente do curso de educação física maior conhecimento sobre o desenvolvimento humano, de forma integral, rompendo com a dicotomia mente e corpo, considerando a indissociabilidade dos conjuntos motores, afetivos e cognitivos. No caso do trabalho com crianças, é imprescindível o uso de atividades lúdicas, seja como recurso de lazer, pedagógico ou como terapêutico, que tem na expressão corporal e do movimento, sua forma privilegiada de execução. Tendo em vista que tal tipo de expressão é objeto de estudo da educação física, o projeto pode propiciar aos discentes maior conhecimento teórico e prático sobre a atividade lúdica, e suas diferentes finalidades. Estima-se atender em torno de 20 crianças diariamente, a partir da disponibilidade de bolsistas do programa de assistência estudantil e de discentes voluntários.
PROCEDIMENTOS O usuário da brinquedoteca pode ter momentos de livre uso, mas, no caso de crianças, deve-se privilegiar atividades dirigidas, considerando o interesse das mesmas e aspectos no desenvolvimento (motor, social, intelectual, afetivo) que podem ser aprimorados. As atividades dirigidas só poderão ser melhor desenvolvidas com crianças que frequentarem a brinquedoteca de forma contínua. A elaboração de mini campeonatos de jogos de tabuleiro, aerohockey e pebolim também poderão ser organizados voltados para discentes, docentes e servidores da universidade. O empréstimo de jogos também poderá ser realizado, mas, somente para a comunidade universitária, condicionado ao preenchimento do termo de responsabilidade. O material emprestado não deverá ser retirado das dependências do prédio da Educação Física e deverá ser entregue até o final do expediente da brinquedoteca. Todas as atividades desenvolvidas na brinquedoteca deverão ser registradas em um relatório, que deverá ser entregue as coordenadoras do projeto. Uma vez ao mês as coordenadoras encontrarão com todos os monitores para discussão de textos teóricos e das atividades que vem ocorrendo na brinquedoteca
LEONTIEV, A. N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Horizonte, 1978. LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011. VYGOTSKI (1932) El problema de PP edad. In: VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas, Tomo IV. Madri: Visor, 1996, PP.251-274. VYGOTSKI, L. S. (1931) Historia del desarrollo de PP funciones psíquicas superiores. In: VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas, Tomo III. Madri: Visor/MEC, 1995, PP. 11-340.
O projeto vai atender prioritariamente as crianças matriculadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) do município de Diamantina. Neste sentido, a coordenação do projeto estará em contato constante com a secretaria de educação e com as professoras e educadoras que acompanharão as crianças na brinquedoteca, de tal modo a promover um diálogo constante sobre as necessidades do público atendido e as possibilidades de atendimento destas a partir do projeto.
A construção do projeto envolve docentes do curso de Educação Física formados em Educação Física e Psicologia, de tal modo a possibilitar a interdisciplinaridade, para que as atividades lúdicas possam de fato promover desenvolvimento e aprendizagem, considerando as especificidades do público participante e a educação física como área de intervenção. O constante contato com a secretaria de saúde e os professores das CMEIs também possibilita a interprofissionalidade de profissionais da educação com distintas formações
O tema das atividades lúdicas é tratado no curso de Educação Física em diferentes unidades curriculares sob diferentes perspectivas. Apenas como exemplo, as atividades lúdicas são tratadas em uma disciplina específica, na perspectiva da educação física e também na disciplina Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem, pelo víes da psicologia. Deste modo, fica evidente a indissociabilidade entre ensino e extensão, tanto pelos conteúdos teóricos que são ministrados nestas em em outras disciplinas, como também na realização de Práticas Como Componente Curricular. A pesquisa também pode ser desenvolvida, como já aconteceu neste projeto em anos anteriores, especialmente na elaboração de TCCs.
A brinquedoteca conta com a participação de discentes voluntários do curso de Educação Física (licenciatura e bacharelado) e outros cursos de licenciatura, que devem cumprir no mínimo 3 horas de atividades semanais por pelo menos um semestre letivo, para ter direito ao certificado de monitor do projeto. Nestas atividades, além de desenvolver atividades com as crianças matriculadas nas CMEIs, os monitores devem fazer leituras de textos indicados pelos docentes envolvidos no projeto, bem como discussão dos mesmos e de possibilidades de intervenção.
O projeto possibilita as crianças atendidas ter acesso a um espaço e equipamentos (brinquedos) que não fazem parte do seu cotidiano escolar e as vezes familiar. Ao mesmo tempo, o público atendido receberá atendimento de estudantes do curso de Educação Física, que podem direcionar as atividade lúdicas de modo peculiar, considerando as especificidades do futuro profissional, considerando que neste nível educacional não há a inserção do professor de educação física nas CMEIs.
Venha brincar!!! A brinquedoteca do Curso de Educação Física convida as crianças das CMEIs a visitar este espaço na UFVJM para se divertir e aprender. A divulgação será feita pela Secretaria Municipal de Educação nas CMEIs. A organização do cronograma de visitas das turmas e escolas será de responsabilidade da secretaria
Esse projeto já existe desde 2016 e tem o registro 096.2.135-2016.
Público-alvo
O número acima se refere a estimativa de frequencia semanal das crianças, matriculadas nas CMEIs de Diamantina
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 80 h
- Tarde;
planejamento das atividades e estudo teórico
- Tarde;
Atividades na brinquedoteca