Visitante
AMO: Ação pelo Movimento no Caps-AD
Sobre a Ação
202203000811
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
03/04/2024
11/12/2024
Dados do Coordenador
sandra regina garijo de oliveira
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Esporte e lazer
Municipal
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Manhã
Não
Membros
Este projeto se refere a intervenção em caráter extensionista no CAPS AD (Álcool e Drogas), situado no município de Diamantina, que visa desenvolver práticas corporais com o público atendido, de tal modo a promover a saúde e auxiliar no processo de reabilitação de pessoas com sofrimento psíquico em decorrência da dependência de substâncias psicoativas. Tais ações também possibilitam promover melhor formação profissional dos estudantes de educação física.
Saúde; Saúde Mental; Cultura Corporal; CAPS-AD
Temas relacionados a saúde mental vem sendo mais investigados, tendo em vista que seu comprometimento vem aumentado significativamente nos últimos anos. Em relatório divulgado em 2022 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019 quase 1 bilhão de pessoas tinham algum transtorno mental. Especificamente sobre o uso de álcool e outras drogas, em relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (ONU, 2022), publicado em 2021, 275 milhões de pessoas usaram algum tipo de substância psicoativa no mundo no último ano e destes, 36,3 milhões tiveram algum transtorno associado ao uso de drogas. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 54% das internações em hospitais credenciados ao SUS em 2020, primeiro ano da pandemia do COVID-19, comparado com o ano anterior (UNIAD, 2022). As justificativas podem ser atribuídas ao fato de muitos terem perdido o emprego (ou a eminência disso acontecer), medo de contaminação do vírus, perda de pessoas próximas, diminuição na renda familiar, entre outros fatores (UNIAD,2022). O uso de álcool e outras drogas exercem a função de entorpecer o indivíduo diante do sofrimento numa realidade em que ele não consegue encontrar meio de lidar sem obstruir a própria vida. Apesar de muitas vezes o indivíduo ter conhecimento que as substâncias psicoativas podem promover ou intensificar o sofrimento, estes promovem um alívio quase imediato diante do sofrimento que cotidianamente enfrenta. Dentre os diversos profissionais da saúde que podem atuar no âmbito da saúde mental, o professor de educação física tem seu lugar. A inserção do professor de educação física na saúde mental parte da concepção que o cuidado deve seguir os princípios da integralidade e multiprofissionalidade, consonantes com a reforma psiquiátrica, referendada na lei 10.216 de 2001. Dentre os diversos serviços e ações criados para o atendimento psicossocial em saúde mental pela referida lei, há os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O CAPS é uma unidade de atendimento diário, oficializado pela Portaria GM 224/92 que o define como unidade de saúde regionalizada, que visam: (...) prestar atendimento em regime de atenção diária; gerenciar projetos terapêuticos; promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura, lazer; dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica PSF (...) (Barrígio, 2010, p.38). Como a citação acima demonstra, atividades de esporte, lazer, cultura e educação fazem parte das estratégias de atendimento psicossocial; estas se referem a área da educação física. Especificamente no CAPS, o professor de educação física pode fazer parte da equipe de saúde mental, elaborando o projeto terapêutico e desenvolver atividades de reabilitação e promoção da saúde mental. Desse modo, este projeto se refere a intervenção em caráter extensionista no CAPS AD (Álcool e Drogas), situado no município de Diamantina, que visa desenvolver práticas corporais com o público atendido, de tal modo a promover a saúde e auxiliar no processo de reabilitação de pessoas com sofrimento psíquico em decorrência da dependência de substâncias psicoativas. Tais ações também possibilitam promover melhor formação profissional dos estudantes de educação física, que além de conduzirem as atividades, poderão desenvolver atividades interdisciplinares e multiprofissionais, em parceria com os profissionais da instituição e outros estudantes da UFVJM que desenvolvem estágio nela.
O CAPS é a principal instituição de cuidado à saúde mental, dando suporte a atenção básica em saúde pelo matriciamento. A partir do acolhimento, o CAPS oferece atendimento intensivo, semi-intensivo e não intensivo. Os profissionais da equipe de saúde mental do CAPS elaboram um projeto terapêutico, tendo um técnico como referência para cada usuário, contendo estas ou algumas destas atividades: psicoterapias, atendimento familiar, oficinas terapêuticas, atividades comunitárias, artísticas, de orientação com o uso de medicamentos, atendimento domiciliar e familiar (Brasil, 2004). Há cinco tipos de CAPS: I que atende municípios com 20.000 a 70.000 habitantes; II para municípios entre 70.000 e 200.000 habitantes; III para municípios a partir de 200.000 habitantes; CAPSi - crianças e adolescentes e CAPS AD (Álcool e outras Drogas). Apenas o CAPS III oferece atendimento diurno e noturno todos os dias da semana, os demais atendem de segunda à sexta-feira, manhã e tarde. Cada tipo de CAPS pode ter uma equipe mínima de profissionais da saúde, sendo um médico psiquiatra e enfermeiro obrigatórios em todos (Brasil, 2004). O município de Diamantina tem o CAPS: I e o AD. O CAPS-AD conta com os seguintes profissionais que são referência técnica: psiquiatra, enfermeira especialista em saúde mental, psicóloga, assistente social e terapeuta ocupacional. Além destes, conta com uma farmacêutica e um técnico de enfermagem. Alguns cursos da saúde da UFVJM já estabeleceram parcerias com o CAPS-AD para a realização de estágios. Considerando a política de saúde mental que orienta que os serviços de saúde devem ser oferecidos a partir dos princípios da integralidade e multiprofissionalidade, entende-se que as práticas corporais, orientadas por estudantes do curso de educação física podem auxiliar na oferta do serviço, de tal modo a ampliar o atendimento dos usuários da instituição, bem como ser uma oportunidade para que estes estudantes possam trabalhar de forma multiprofissional e interdisciplinar tanto com profissionais da instituição, como também com outros discentes da UFVJM. Além disso, o projeto possibilitará ao estudante de educação física maior conhecimento sobre sua atuação profissional, a partir da práxis, alinhando conhecimentos teóricos aprendidos ao longo do curso com as demandas específicas do CAPS-AD e da população atendida. Apesar do tema saúde mental ser bastante discutido na atualidade é importante destacar que não há uma única concepção sobre ela, embora a mais difundida seja a biologizante. É por isso que o conceito de sofrimento psíquico vem sendo usado no campo da saúde mental e atenção psicossocial no Brasil, como substituto do termo transtorno ou doença psíquica. Kinoshita et al (2016), apresentam que diferente do transtorno, O sofrimento, por sua vez, é compreendido como um estado em que esse esforço por unidade e coerência se encontra diante de obstáculos em que as mediações não são efetivas na preservação de unidade e que levam a pessoa a uma estagnação e à percepção ou sentimento da iminência de decomposição. Isso ocorre não somente como processo biológico ou orgânico, mas fundamentalmente como parte da experiência de vida que corresponde a um mal-estar, desconforto ou dor, a qual bloqueia a dinâmica de transformações nos sujeitos, enrijecendo a forma como esses se relacionam consigo mesmos, com os outros e com o ambiente. (Kinoshita; Barreiros; Schorn; Mota; Trino, apud Almeida, 2016, p. 52). O sofrimento não se refere aos processos da vida cotidiana tornado patológico, mas aos processos vividos como obstruções a vida (Almeida, 2018). De acordo com Canguilhem (1943/1995, apud Almeida, 2018, p.58, grifos do original), o patológico: É um processo produzido na dinâmica da vida de uma pessoa, que vive num certo lugar, com certas relações interpessoais, que tem determinada atividade e rotina cotidiana, com certas necessidades, interesses e problemas e que produz obstruções nos seus modos de andar a vida. Assim, pode-se entender que a saúde estaria relacionada à capacidade de se tolerar as irregularidades do meio e suas infrações, adequando o comportamento às situações que surgirem. Já a patologia, se refere a capacidade de tolerância às irregularidades de forma reduzida, atingindo então, uma inabilidade com as novas situações. A partir disso, depreende-se que o indivíduo não é considerado como doente somente em relação aos outros, mas também em relação a si próprio. Desta forma, o sofrimento psíquico surge como possibilidade a qualquer indivíduo, inserido em relações que impõe uma obstrução em seus modos de andar a vida. Entendemos que as várias formas de manifestação do sofrimento psíquico não são exclusivas de um grupo, sequer de pessoas predispostas por características biológicas ou psíquicas, senão produzidas no movimento da vida socialmente. Em relação ao alcoolismo, Moraes e Barroco ressaltam que: (...) a etiologia do alcoolismo deve ser compreendida através da historicidade do constituído no momento presente, na história individual do sujeito em relação com a história da humanidade, da coletividade humana. Para isso, não é suficiente analisarmos somente os aspectos orgânicos do sujeito, seus mecanismos cognitivos, de personalidade, e suas relações familiares e sociais, é necessário buscarmos entender, além dessa manifestação presente e imediata, o alcoolismo enquanto um processo, uma síntese constituída da história de vida deste sujeito, que por sua vez está encarnada na história das produções humanas e de suas relações sociais dela decorrente” (Moraes; Barroco, 2016, p. 235) Portanto, parece importante considerar que no sofrimento psíquico estão presentes dois processos: os processos destrutivos e de ruptura da unidade da pessoa, que apresentam obstruções que levam a estagnação, e a ineficácia (pelo desinteresse, incapacidade e insuficiência) do meio social ao lidar com os processos que levou ao sofrimento, podendo levar a um prolongamento da situação de sofrimento em si. (Almeida, p. 65, 2018) Para um processo ser destrutivo ou protetor à saúde, é necessário analisar como ele é desenvolvido na vida do indivíduo. Não existe um processo definitivamente destrutivo ou protetor, além dele poder ocasionar os dois aspectos na saúde do indivíduo. Compreender que a saúde é um processo e não um estado, bem como a doença, a partir dos determinantes sociais, possibilita não apenas o entendimento destes em sua totalidade, mas do próprio indivíduo, que não se restringe à doença. Como citado anteriormente, as atividades de esporte e lazer fazem parte das estratégias de atendimento psicossocial, entretanto, há pouca produção científica sobre a contribuição do profissional de educação física nestes espaços. Além disso, não se pode desconsiderar o que apontam Figueiredo, Oliveira e Espírito-Santo (2020) de que geralmente, compreende-se que há uma certa causalidade, eminentemente biológica, de que se o indivíduo pratica atividade física, será saudável. Da mesma forma, Furtado et al (2022) apontam que em virtude da constituição histórica da educação física, as práticas corporais tradicionais possuem um forte apelo funcionalista, de forma “que os exercícios físicos visam adaptações orgânicas ou rendimento otimizado” (p. 1), em uma perspectiva curativa ou preventiva. Neste sentido, Figueiredo, Oliveira e Espírito-Santo (2020) chamam a atenção de que o CAPS “pressupõe a desinstitucionalização do usuário, sendo a autonomia, inclusive no que se refere a determinado grupo de práticas corporais, uma de suas premissas.” (p. 10) e que desta forma, o atendimento, através das atividades relacionadas à educação física, deve abrir novas possibilidades de reinserção na sociedade e de diversas vivências em outros espaços, permitindo ao usuário ser ativo no processo de sua condição de saúde. Furtado et al (2018) ao estudarem as oficinas terapêuticas com a participação de professores de educação física dos Caps de Goiânia apontam a potencialidade da cultura corporal para a “promoção de vínculos dos usuários com espaços e equipamentos do território em que vivem” (p. 359), os autores enfatizam a importância do trabalho desenvolvido em espaços públicos como forma de facilitar o diálogo com a cidade, favorecendo a desestigmatização dos usuários, entretanto, apontam que somente isto não é suficiente, sendo necessário também fortalecer as redes de cuidado. Silva et al (2018) analisaram a percepção dos usuários do CAPS-AD de Recife/PE quanto ao uso de estratégias corporais no processo de reabilitação, de acordo com os autores, os participantes perceberam benefícios advindos dessas práticas e que as mesmas deveriam ser incorporadas ao cotidiano. Os autores sugerem que a adesão às práticas corporais no processo de reabilitação precisa estar vinculada às preferências dos usuários, entretanto, apontam dificuldades estruturais do Caps e demais espaços da cidade para atendimento de algumas destas preferências. Os resultados deste trabalho apontam que as práticas corporais desenvolvidas “desperta o interesse dos usuários a se inserir em outros grupos, incentiva novas relações, sensações e inserção social, como também a participação de práticas corporais fora do espaço de tratamento” (Silva et al., 2018, p.8). É a partir dos pressupostos levantados até este momento e buscando respeitar a singularidade e a pluralidade dos usuários, que este projeto se propõe. Além disso, pensando na formação do futuro profissional de Educação Física, concordamos com Araújo (2014) ao afirmar que "O futuro professor de Educação Física, sendo protagonista da sua formação, encontra na extensão universitária um ambiente favorável de experiências" estas experiências vão aproximá-lo dos ambientes de trabalho, que pode, gerar "a mobilização e a construção de saberes que, ao mesmo tempo, proporcionam respostas e questionamentos a fim de provocar novas formas de ensinar e aprender a Educação Física." (pp. 13 e 14, 2014). Através da extensão universitária pode-se propiciar o enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos, ampliando os espaços de “reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da Universidade Pública brasileira” (FORPROEX, 2012, p.19).
Geral: Desenvolver práticas corporais com finalidades de reabilitação, promoção de saúde e lazer. Específicos: • Avaliar a condição física dos usuários do CAPS-AD; • Desenvolver práticas corporais relacionadas ao esporte, jogos e brincadeiras, exercício físico, dança e lutas; • Promover melhora nas relações sociais entre os usuários a partir de práticas coletivas; • Aprimorar a formação do discente de educação física quanto ao conhecimento prático e teórico sobre a saúde mental; • Possibilitar ao discente contato com outros graduandos e profissionais, de diferentes áreas do campo da saúde, para atuação interdisciplinar e multiprofissional.
Impacto direto: Desenvolver atividades corporais com 30 pessoas por semana, que são atendidas no CAPS; Desenvolver atividades corporais com os acompanhantes dos usuários, estima-se em outras 10 pessoas por semana; Proporcionar aos discentes envolvidos (bolsista e voluntários) um aprimoramento de sua formação, em contato com profissionais de diferentes áreas do campo da saúde. Favorecer a elaboração e publicação de trabalhos acadêmicos (resumos; artigos e TCC´s) e informativos (cartilhas, folhetos) Promover o estudo constante e dirigido, com os discentes envolvidos, sobre saúde mental e as perspectivas de atuação da educação física.
A proposta de trabalho se dará inicialmente por um reconhecimento, por parte da equipe (discentes bolsista e voluntários e docentes), do CAPS –AD, seus projetos, ações e equipe. Seguindo para o contato direto com os usuários e seus acompanhantes. Esse reconhecimento será feito por meio observação dos espaços físicos, conversas com a equipe de profissionais do CAPS-AD e com os usuários e seus acompanhantes. Este momento de reconhecimento será muito importante para que se possa levantar as necessidades, interesses e demandas de todos os envolvidos, com vistas à inserção da educação física no cotidiano dos participantes. Para tanto, será elaborado um questionário de levantamento e mapeamento que norteará a conversa com os participantes. Com estas informações em mãos a equipe de discentes e docentes passarão a elaborar e desenvolver as atividades a partir de elementos da cultura corporal, de preferência em atuação inter ou multiprofissional com os demais trabalhadores do CAPS-AD. Propõe-se inicialmente 1 encontro semanal com duração de 1h30m (uma hora e trinta minutos) para a prática de alguma das atividades da cultura corporal. Estes encontros, à princípio, devem prever um momento de “conversa inicial” (10 min), preparação corporal (10 min), atividade principal (50 min), relaxamento (10 min) e “conversa final” (10 min). Entende-se que estes encontros partem de uma aula planejada pela equipe (discentes e docentes), mas que estarão em constante diálogo com os participantes do projeto. As atividades poderão ser desenvolvidas nas próprias instalações do CAPS-AD, em praças e/ou locais públicos da cidade, ou nos espaços da UFVJM – Campus I e II. Como protocolo inicial, será aplicado o PAR-Q, questionário que é indicado a qualquer indivíduo antes que o mesmo comece a praticar atividades físicas regulares. Posteriormente, testes de avaliação funcional e/ou física serão aplicados, caso participantes e equipe entendam que sejam necessários. Além do encontro semanal de 1h:30m, a equipe do projeto (discentes e docentes) farão um encontro também semanal, com 2h de duração, para estudos dirigidos sobre saúde mental e as possibilidades de atuação da educação física, ou outro tema que possa surgir durante a execução do projeto. Além da discussão de estratégias de ação das aulas propostas pelos discentes que serão avaliadas por toda equipe do projeto. Desta forma, a carga horária dos discentes estaria organizada da seguinte forma: 1h:30m semanais in loco no CAPS, desenvolvendo as atividades 2 horas semanais em reunião online para estudos dirigidos e discussão das estratégias de ação. 1h:30m hora semanal para preparação das aulas e leituras
ALMEIDA, M. R. A Formação social dos transtornos do humor. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho. Botucatu/SP, 2018 (tese de doutorado). ARAÚJO, C. M. Implicações dos projetos de Extensão Universitária para a formação do Professor de Educação Física. [Dissertação]. Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2014. BARRÍGIO, C. R. Saúde mental na atenção básica: o papel dos agentes comunitários de saúde no município de Muriaé-MG. Rio de Janeiro. 2010 95p. Dissertação de Mestrado- Departamento de Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro- PUC-Rio. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental na SUS: centros de atenção psicossocial. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. FIGUEIREDO, S.M.T.; OLIVEIRA, B.N.; ESPÍRITO-SANTO, G. Atuação do profissional de educação física em CAPS representada pelos demais profissionais do serviço. Revista pensar a prática. 2020. V.23:e56378. DOI:https://doi.org/10.5216/rpp.v23.56378. FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. Disponível em: <http://www.renex.org.br/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-deExtensao.pdf>. FURTADO, R.P.; AZEVEDO, M.C.; NEVES, R.L.R.; VIEIRA, P.S. O trabalho do professor de educação física nos Caps de Goiânia: identificando as oficinas terapêuticas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 40, 4, 2018. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.04.015 FURTADO, R.P.; OLIVEIRA, M.F.M.; VIERIA, P.S.; MARTINEZ, J.F.N.; SOUSA, P.M.G.; SANTOS, W.A.; PASQUIM, H.M.; SOUSA, M.F.; NEVES, R.L.R. Educação Física e atenção psicossocial: reflexões sobre as intervenções nos CAPS e outros espaços urbanos. Ciências & Saúde Coletiva, 27, 01, 2022. https://doi.org/10.1590/1413-81232022271.19882021 MORAES, R. J. S; BARROCO, S. M. S. Concepções do Alcoolismo na Atualidade: Pesquisas Hegemônicas, Avanços e Contradições. Psic Teor. e Pesq., Brasília, v. 32, n. 1, pág. 229-237, março de 2016. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722016000100229&lng=en&nrm=iso>. acesso em 04 de novembro de 2020.https://doi.org/10.1590/0102-37722016012124229237. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. O Relatório Mundial sobre Drogas 2021. Disponível em: https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2021/06/relatorio-mundial-sobre-drogas-2021-do-unodc_-os-efeitos-da-pandemia-aumentam-os-riscos-das-drogas--enquanto-os-jovens-subestimam-os-perigos-da-maconha-aponta-relatorio.html Acesso em 19 de jul. 2022. SILVA, P.P.C.; SANTOS, A.R.M.; SANTOS, P.J.C.S.; RODRIGUES, E.A.P.; FREITAS, C.M.S.M. Práticas corporais no Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas: a percepção dos usuários. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 41, 1, 2019. p. 3-9. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.08.004 UNIDADE DE PESQUISA EM ÁLCOOL E DROGAS (UNIFESP). Aumento do consumo de drogas na pandemia. Disponível em https://www.uniad.org.br/artigos/2-alcool/o-aumento-do-consumo-de-drogas-na-pandemia/ Acesso em 19 de jul. 2022.
O uso de álcool e outras drogas exercem a função de entorpecer o indivíduo diante do sofrimento numa realidade em que ele não consegue encontrar meio de lidar sem obstruir a própria vida. Apesar de muitas vezes o indivíduo ter conhecimento que as substâncias psicoativas podem promover ou intensificar o sofrimento, estes promovem um alívio quase imediato diante do sofrimento que cotidianamente enfrenta. Dentre os diversos serviços e ações criados para o atendimento psicossocial em saúde mental pela referida lei, há os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O CAPS é uma unidade de atendimento diário, oficializado pela Portaria GM 224/92 que o define como unidade de saúde regionalizada, que visam: (...) prestar atendimento em regime de atenção diária; gerenciar projetos terapêuticos; promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, esporte, cultura, lazer; dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica PSF (...) (BARRÍGIO, 2010, p.38). O projeto visa desenvolver práticas corporais com o público atendido, de tal modo a promover a saúde e auxiliar no processo de reabilitação de pessoas com sofrimento psíquico em decorrência da dependência de substâncias psicoativas.
Dentre os diversos profissionais da saúde que podem atuar no âmbito da saúde mental, o professor de educação física tem seu lugar. A inserção do professor de educação física na saúde mental parte da concepção que o cuidado deve seguir os princípios da integralidade e multiprofissionalidade, consonantes com a reforma psiquiátrica, referendada na lei 10.216 de 2001. Os estudantes de educação física, além de conduzirem as atividades, poderão desenvolver atividades interdisciplinares e multiprofissionais, em parceria com os profissionais da instituição e outros estudantes da UFVJM que desenvolvem estágio nela.
A Ação proposta, considera a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e pretende proporcionar aos discentes envolvidos um aprimoramento de sua formação, em contato com profissionais de diferentes áreas do campo da saúde. Favorecer a elaboração e publicação de trabalhos acadêmicos (resumos; artigos e TCC´s) e informativos (cartilhas, folhetos) para o público alvo e seus acompanhantes, promover o estudo constante e dirigido, com os discentes envolvidos, sobre saúde mental e as perspectivas de atuação da educação física. Através da extensão universitária pode-se propiciar o enriquecimento da experiência discente em termos teóricos e metodológicos, ampliando os espaços de “reafirmação e materialização dos compromissos éticos e solidários da Universidade Pública brasileira” (FORPROEX, 2012, p.19).
Pensando na formação do futuro profissional de Educação Física, concordamos com Araújo (2014) ao afirmar que "O futuro professor de Educação Física, sendo protagonista da sua formação, encontra na extensão universitária um ambiente favorável de experiências" estas experiências vão aproximá-lo dos ambientes de trabalho, que pode, gerar "a mobilização e a construção de saberes que, ao mesmo tempo, proporcionam respostas e questionamentos a fim de provocar novas formas de ensinar e aprender a Educação Física." (pp. 13 e 14, 2014). Assim, entendemos que o projeto proposto permite uma ampliação do atendimento no CAPS, assim como permite aos discentes envolvidos um aprimoramento de sua formação, especialmente em relação ao conhecimento prático e teórico sobre saúde mental, como também permite que os mesmos desenvolvam trabalho de forma interdisciplinar e multiprofissional com os demais profissionais da saúde que estão vinculados ao serviço.
Cada vez mais têm-se a necessidade de investigação e de trabalho voltados para a saúde mental, especialmente após a pandemia que ainda estamos enfrentando. Diversos são os profissionais de saúde que podem atuar no âmbito da saúde mental, entre eles, está o professor de educação física, neste sentido e a partir dos conhecimentos desta área de atuação, se torna possível ampliar as possibilidades de atendimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) através das diversas possibilidades de práticas relacionadas à cultura corporal (exercícios físicos; esportes; danças; lutas; capoeira; ginásticas);
Site da universidade Página do curso de Educação Física Mídias sociais do curso e da universidade Mural de Avisos do Caps-AD - Diamantina
Público-alvo
Usuários do CAPS-AD - Diamantina e Seus acompanhantes.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 130 h
- Manhã;
Desenvolvimento das atividades (componentes da cultura corporal - jogos, esportes, dança, lutas, ginásticas) no Caps-Ad de Diamantina, praças públicas ou ainda no Campus JK
- Manhã;
Grupo de estudos online para discussão das ações pedagógicas e estudos dirigidos sobre saúde mental e temas afins.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Leituras dos textos para estudos sobre saúde mental e preparação das aulas que serão ministradas no Caps