Este projeto estabelece relação entre saúde pública e combate a dengue. A iniciativa foca na conscientização da população sobre práticas seguras de combate a dengue. Atividades educacionais, reuniões com autoridades locais e campanhas digitais serão implementadas para prevenção e promoção de uma comunidade mais saudável e ambientalmente consciente.

Saúde Pública, Dengue, prevenção de doenças.

No Brasil, as doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, representam um desafio significativo para a saúde pública, especialmente em áreas vulneráveis como o Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri. A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também pode transmitir outras doenças graves como o zika e o chikungunya. A falta de conscientização da população sobre as práticas seguras de combate a essas doenças é uma das principais causas da sua disseminação. Conforme orientado no portal do Ministério da Saúde, a melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. (BRASIL, 2024). O projeto "Dengue Zero: Transformando Conhecimento em Prevenção" surge como uma contribuição para resposta a esse desafio, unindo esforços da comunidade acadêmica, poder público e sociedade civil para promover a conscientização e adoção de práticas seguras de combate à dengue. Desenvolvido no âmbito do curso de bacharelado em Administração Pública, o projeto se propõe a mobilizar estudantes universitários para atuarem como agentes de transformação em suas comunidades, capacitando-os para disseminar informações e estratégias eficazes de prevenção. Por meio de uma abordagem participativa e colaborativa, o projeto busca não apenas informar, mas também engajar ativamente a população local na luta contra a dengue. Reconhecendo a importância da educação e do empoderamento dos cidadãos, "Dengue Zero" visa capacitar indivíduos e comunidades para que se tornem agentes ativos na prevenção da doença, fortalecendo laços de solidariedade e responsabilidade coletiva. Ao adotar uma perspectiva multidisciplinar e integrada, o projeto busca não apenas mitigar os impactos da dengue, mas também promover uma cultura de saúde pública e cidadania ativa. Ao transformar conhecimento em ação, visa-se não apenas a reduzir os índices de infestação pelo Aedes aegypti, mas também a trabalhar um processo duradouro de conscientização e prevenção nas comunidades do Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri. Este projeto integra o Programa InterAÇÃO PÚBLICA nos Vales – número de inscrição 202104000135. Destaca-se que este projeto faz parte da curricularização da extensão desenvolvido pelo curso de bacharelado em Administração Pública, modalidade a distância. Está sendo realizado dentro da Unidade Curricular “EADADP080 - Temas Contemporâneos na Gestão Pública II” no semestre 2024/1 e dá continuidade às ações desenvolvidas no semestre 2023/2 na Unidade Curricular “EADADP074 - Temas Contemporâneos na Gestão Pública I”. A proposta foi construída coletivamente pelos discentes desde março de 2024, que definiram a temática, as ações e os municípios onde estas se realizarão, o que envolve polo(s) de apoio presencial e locais onde residem.

A dengue é uma doença infecciosa que representa um sério problema de saúde pública em diversas regiões do Brasil, incluindo o Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dengue é considerada uma das doenças transmitidas por vetores de crescimento mais rápido no mundo, com cerca de 390 milhões de casos estimados anualmente. Estudos acadêmicos têm demonstrado que a conscientização da população e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para o controle da dengue. Pesquisas como a de Teixeira et al. (2016) destacam a importância da educação em saúde e da mobilização comunitária para reduzir a incidência da doença. Além disso, estudos como o de Castro et al. (2018) ressaltam a eficácia de estratégias de comunicação e educação para promover mudanças de comportamento e prevenir a proliferação do mosquito transmissor. No contexto dos municípios do Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri, a falta de informação e a precariedade das condições de saneamento básico contribuem para a propagação da dengue. Diante desse cenário, o projeto "Dengue Zero: Transformando Conhecimento em Prevenção" se justifica como uma iniciativa para contribuir com a conscientização da população e capacitação dos indivíduos a adotarem práticas seguras de combate à dengue. Ao investir na educação em saúde e na mobilização comunitária, o projeto busca não apenas reduzir a incidência da dengue, mas também fortalecer a participação da comunidade no controle da doença, conforme preconizado por autores como Souza et al. (2019). Dessa forma, a implementação do projeto se alinha com as diretrizes da Política Nacional de Promoção da Saúde e contribui para a construção de uma sociedade mais saudável e resiliente diante dos desafios da saúde pública.

Realizar ações visando a conscientização da população quanto ao combate a dengue para melhoria da saúde pública.

• Criar e divulgar materiais nas mídias digitais • Realizar palestras de conscientização em pelo menos 3 escolas • Realizar ações em pelo menos 4 municípios dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha e Norte de Minas

No Projeto de extensão “Dengue Zero: Transformando Conhecimento em Prevenção” a metodologia utilizada prevê a realização das seguintes etapas: • Pesquisa bibliográfica/levantamento de dados sobre dengue, saúde pública, conversas/reuniões com atores locais que atuam na área • Elaborar um plano de ação • Elaborar materiais relacionados ao tema do projeto a ser usado nas ações • Desenvolver atividades educativas e de sensibilização sobre a importância do combate à dengue. • Sistematizar os resultados das atividades realizadas

Brasil. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde. Dengue (2024). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/dengue-16/#:~:text=%C3%89%20uma%20doen%C3%A7a%20infecciosa%20febril,asma%20br%C3%B4nquica%2C%20anemia%20falciforme). Teixeira MG, Siqueira JB Jr, Ferreira GLC, Bricks L, Joint G. Epidemiological trends of dengue disease in Brazil (2000-2010): a systematic literature search and analysis. PLoS Negl Trop Dis. 2013;7(12):e2520. Castro MC, Wilson ME, Bloom DE. Disease and economic burdens of dengue. Lancet Infect Dis. 2017;17(3):e70-e78. Souza WV, Carvalho MS, Barcellos CC, et al. Dengue: uma nova abordagem. Cad Saude Publica. 2019;35(4):e00014819.

A interação dialógica pode ser entendida como o desenvolvimento de relações entre a universidade e setores sociais marcadas pelo diálogo, pela ação de mão-dupla e pela troca de saberes (FORPROEX, 2001). À vista disso, entende-se que este projeto de extensão atuará como uma fonte de troca de informações acerca do combate à dengue e os benefícios deste combate para a saúde pública, possibilitando aos alunos dialogar com a comunidade o conhecimento científico do meio universitário e as experiências da população local. Ainda, as ações realizadas junto com a comunidade ajudarão a compreender os principais problemas vividos pela população, sensibilizando-os quanto à necessidade urgente de políticas públicas para redução da dengue. Além disso, os alunos, ao procurarem os órgãos públicos para a coleta de informações, poderão entender a dinâmica dessas instituições e o seu funcionamento na prática, adquirindo experiências que poderão utilizar futuramente como gestores. Assim, o projeto oferece uma oportunidade para fomentar a interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade local, pois ao envolver estudantes do curso de bacharelado em Administração Pública, coloca os futuros profissionais em contato direto com as necessidades e desafios reais enfrentados pelas comunidades nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, o que cria uma ponte entre a academia e a vida prática, permitindo que os estudantes apliquem seu conhecimento teórico em situações do mundo real. Além disso, o projeto promove a conscientização e a educação da população local sobre questões de saúde pública. Essa conscientização é essencial para estimular o diálogo e a participação ativa da comunidade na busca por soluções sustentáveis. A interação dialógica é, portanto, uma via de mão dupla, onde a comunidade acadêmica aprende com as perspectivas e conhecimentos locais, enquanto a sociedade se beneficia do conhecimento e da capacidade de implementação dos estudantes e professores. Essa troca enriquecedora de informações e experiências fortalece o compromisso mútuo de enfrentar os desafios da saúde pública de forma colaborativa e sustentável, contribuindo para uma comunidade mais engajada e capacitada.

O projeto tem o potencial de promover a interdisciplinaridade e interprofissionalidade de várias maneiras. Primeiramente, ao envolver estudantes do curso de bacharelado em Administração Pública, cria-se uma base sólida para a interdisciplinaridade, uma vez que esses estudantes trazem uma variedade de conhecimentos e habilidades para o projeto. Eles podem ainda contar com a colaboração de profissionais de diferentes áreas, como de diversos setores da saúde, educação, para abordar os complexos desafios relacionados ao combate a doenças como a dengue. A interprofissionalidade é promovida à medida que estudantes e profissionais de diversas áreas trabalham juntos em equipes para enfrentar os desafios do projeto. Eles aprendem a comunicar e colaborar de maneira eficaz, reconhecendo a importância das contribuições de cada profissão envolvida. Por exemplo, administradores públicos podem colaborar com profissionais de saúde para desenvolver estratégias de conscientização e políticas de saúde pública relacionadas a dengue e outras doenças.

A Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão é um importante princípio garantido na Constituição Federal de 1988 (Art. 207) e também consta nos projetos político-pedagógicos das universidades, que traz o ensino, a pesquisa e extensão como equivalentes, não sendo plausível trabalhar os três eixos de forma separada. Como descrito na Resolução da Política de Extensão da UFVJM, a indissociabilidade é um princípio fundamental da extensão universitária, o fazer acadêmico existe quando considera o ensino, a pesquisa e a extensão como atividades dentro da universidade que interagem e se complementam (UFVJM, 2009). A pesquisa e a extensão estão interligadas quando a produção de conhecimento pode ajudar para a mudança da sociedade; ensino e extensão quando entende-se que a aprendizagem é baseada na experiência, tendo o aluno como sujeito do ato de aprender e a extensão busca interagir com a sociedade sendo um componente importante no funcionamento da teoria e prática. Neste trabalho esse princípio aparecerá quando os alunos, sujeitos no ato de aprender, aplica teoria e prática, na conscientização da sociedade, através de palestras, elaboração e entregas de panfletos, divulgação nas mídias sociais. E para desenvolver essas práticas será necessária a busca do conhecimento, com isso estarão construindo o conhecimento por meio da experiência. Assim, o projeto promoverá a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, pois os alunos serão incentivados a aplicar os conhecimentos construídos no curso na pesquisa de campo e nas ações de extensão, sendo uma iniciativa que oferece uma oportunidade valiosa para que eles apliquem o conhecimento teórico em situações do mundo real. Isso não apenas fortalece sua compreensão acadêmica, mas também estimula o desenvolvimento de habilidades de pesquisa e análise. Além disso, a pesquisa será utilizada para embasar as estratégias de conscientização e intervenção, garantindo que as ações sejam baseadas em evidências científicas.

A participação dos estudantes neste projeto de extensão terá um impacto significativo em sua formação acadêmica. Eles terão a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos em situações práticas, desenvolver habilidades de pesquisa, trabalho em equipe e comunicação, além de adquirir uma compreensão mais profunda das questões de saúde pública. Essa experiência contribuirá para sua formação como cidadãos conscientes e profissionais preparados para lidar com desafios complexos da sociedade. Além disso, a participação ativa em ações de extensão é valorizada como um diferencial em seus currículos acadêmicos e profissionais. O projeto de extensão é uma experiência enriquecedora na formação dos acadêmicos envolvidos, pois, além de proporcionar o contato direto com a comunidade, estimula o acadêmico à criatividade, à responsabilidade e à organização na busca pelo conhecimento. Assim, a extensão favorece o desenvolvimento de novos conhecimentos na formação dos estudantes e de todos os envolvidos no projeto; a participação direta dos estudantes proporciona uma oportunidade única para aplicação prática do conhecimento desenvolvido no decorrer do curso. Ao enfrentar desafios reais relacionados à saúde pública, os estudantes desenvolvem habilidades práticas essenciais, como resolução de problemas, tomada de decisões e liderança, fomenta o desenvolvimento de habilidades interpessoais, comunicação eficaz e trabalho em equipe. Os estudantes aprendem a colaborar com profissionais de diferentes áreas, bem como a se envolver com a comunidade local de forma empática e culturalmente sensível. Essas competências interpessoais são essenciais para suas carreiras futuras, independentemente do campo escolhido.

Segundo a Política de Extensão da UFVJM, "as ações de extensão devem buscar uma relação social de impacto, ou seja, estabelecer uma relação entre a universidade e outros setores da sociedade" (UFVJM, 2009, p. 4). Sendo assim, o impacto e transformação social que o projeto de extensão busca alcançar é a conscientização da população acerca dos cuidados com o meio ambiente, do descarte apropriado dos resíduos sólidos, que previne a proliferação de doenças associadas ao descarte inadequado, como é o caso da dengue. Espera-se que este projeto não apenas melhore a conscientização dos estudantes e comunidades envolvidas, mas comunidades mais engajadas no combate à proliferação da dengue tornam-se mais resilientes e capazes de enfrentar futuros desafios de saúde pública. Essa transformação social não apenas melhora a qualidade de vida no presente, contribuindo para redução nos índices de dengue em alta no momento, mas também constrói uma base sólida para um futuro mais sustentável e equitativo, onde a preservação do meio ambiente, a saúde pública e o bem-estar coletivo são prioridades compartilhadas.

As ações e o material produzido serão divulgados nas redes sociais do curso de Bacharelado em Administração Pública bem como dos integrantes do projeto e parceiros.