Este projeto prevê a cooperação com o Serviço de Fisioterapia da Santa Casa de Caridade de Diamantina-MG, referente à elaboração de protocolos fisioterapêuticos para assistência à saúde de pessoas internadas. As ações envolvem elaboração de protocolos fisioterapêuticos, o monitoramento de indicadores gerados nos serviços, o estímulo à adoção de estratégias respaldadas pela prática baseada em evidências e a educação em saúde com os profissionais da assistência da instituição.

Proext-PG; atenção terciária; protocolo clínico; fisioterapia.

O profissional fisioterapeuta compõe a equipe multiprofissional direcionada a atenção de pessoas internadas, e tem como objetivos prevenir agravos a saúde e promover a reabilitação funcional, por meio de estratégias terapêuticas que visam prevenir e reverter os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito e estimular o retorno mais rápido às atividades físicas diárias, para que o paciente receba alta mais rapidamente com as melhores condições físicas e psicológicas possíveis e com todas as informações necessárias sobre estilo de vida saudável para prevenção secundária e para melhora funcional (Fuest et al., 2018; Aquim et al., 2019; SBC, 2020). Para alcançar resultados eficientes, o fisioterapeuta deve avaliar individualmente as condições clínicas e funcionais de cada paciente, traçando assim um tratamento adequado ao quadro de cada indivíduo, fundamentado na literatura científica (Cunha et al., 2007). Dessa forma, torna-se importante a elaboração de protocolos fisioterapêuticos específicos que proporcionem uma melhoria real no atendimento ao paciente, auxiliando nas decisões clínicas, contemplando a autonomia e permitindo a avaliação crítica por quem as utiliza (Haycox et al., 2007). Conforme descrito pelo Ministério da Saúde (2021), protocolos e diretrizes são documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com as intervenções recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS). Devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas (Ministério da Saúde, 2021). Portanto, a elaboração e aplicação de protocolos visam a otimização do serviço e permite a elaboração de indicadores para a gestão em saúde, assim como a inserção precoce de estudantes de fisioterapia nesse cenário pode contribuir para as instituições de saúde nas atividades desenvolvidas, possibilita o desenvolvimento do raciocínio crítico e aprendizagem sobre atuação profissional na atenção terciária, prática baseada em evidências e trabalho em equipe. As ações desenvolvidas, além de promoverem a interação com a comunidade externa, possibilitarão a vivência profissional; o intercâmbio de conhecimentos e saberes; a experiência interdisciplinar e a integração ensino, extensão e pesquisa, pilares conceituais da extensão no ensino superior (Lavor et al., 2023).

A prática clínica do profissional de saúde deve ser guiada por protocolos específicos, fundamentados na literatura científica, auxiliando nas decisões clínicas, para que proporcionem uma melhoria real no atendimento ao paciente, com maior eficiência e segurança, além de otimizar o serviço e fornecer indicadores para a gestão em saúde de forma sistematizada (Ministério da Saúde, 2021). A integração com ensino, pesquisa e extensão é um elemento agregador para os serviços de saúde. Com as atividades de extensão têm- se a perspectiva de otimizar o processo de reabilitação e prevenção de agravos dos pacientes internados e, ainda, sensibilizar os gestores e os profissionais de saúde. O discente extensionista do Curso de Fisioterapia terá a oportunidade de aliar conhecimento acadêmico com a experiência do ambiente de trabalho, além de contribuir com a instituição de saúde em atividades específicas do setor. A política de extensão da UFVJM prevê intervenções educativas e científicas que articulam o Ensino e a Extensão de forma indissociável, viabilizando uma relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade (Siqueira et al., 2022). Ensino e extensão visam construir o aprendizado através da experiência (Santos et al., 2016), tendo como atores os discentes e os trabalhadores na saúde, numa parceria que resulta em benefícios invisíveis para a sociedade como um todo (UFVJM, 2009).

Objetivo Geral Cooperar com o Serviço de Fisioterapia da Santa Casa de Caridade de Diamantina na elaboração de protocolos fisioterapêuticos específicos para reabilitação funcional e prevenção de agravos dos pacientes internados. Objetivos Específicos - Fomentar desenvolvimento de habilidades para a prática baseada em evidências de forma sistematizada; - Auxiliar no desenvolvimento do fluxo de procedimentos fisioterapêuticos na casa de saúde; - Promover atitudes positivas na equipe de fisioterapia da instituição de saúde para a prática fisioterapêutica baseada em evidência; - Promover atitudes positivas no discente extensionista quanto ao trabalho em equipe; - Promover a interação da extensão com a pós-graduação.

- Contribuir para a elaboração de protocolos fisioterapêuticos no ambiente hospitalar; - Colaborar para a educação permanente em saúde junto à equipe de Fisioterapia da Santa Casa de Diamantina, ampliando o conhecimento e envolvimento para prática baseada em evidências; - Inserir o acadêmico no serviço de saúde, para interação com a equipe de saúde, favorecendo uma formação crítica sobre a prática de fisioterapia hospitalar; - Contribuir para a geração de indicadores de qualidade do serviço de Fisioterapia.

O projeto “Protocolos para otimização de serviço de fisioterapia na atenção terciária: o estudante no cenário de prática” apresenta a característica de ser gerencial e educativo. Gerencial, pois atua na elaboração e análise de procedimentos fisioterapêuticos no ambiente hospitalar de alta complexidade; educativo, porque tem o objetivo de planejar e executar ações educativas com profissionais de saúde e outros colaboradores da instituição, além de caracterizar extensão universitária, por proporcionar a inserção do acadêmico de Fisioterapia em cenário de prática de sua área de formação, mas também envolvendo a multidisciplinaridade, assim como a interação com a pós-graduação. O estudante, necessariamente, terá que auxiliar na identificação, análise e planejamento de procedimentos fisioterapêuticos (protocolo) com os profissionais da fisioterapia e, posteriormente, de medicina, enfermagem e nutrição. A proposta consta com uma equipe de docentes, estudantes e profissionais do hospital em que ocorrerão as ações. Ressalta-se a participação de uma mestranda do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional. A mestranda desenvolve seu projeto de pesquisa na clínica cardiológica da instituição e colaborará em todas as ações do projeto. As ações ocorrerão em dois turnos por semana. Haverá reunião com integrantes da equipe do projeto para planejamento das atividades. Todas as ações serão registradas e ficarão em posse do coordenador do projeto e da coordenadora do Setor de Fisioterapia da Santa Casa de Caridade de Diamantina, para acompanhamento do estudante e avaliação dos docentes e colaboradores. A demanda das atividades será definida pela coordenadora do Setor de Fisioterapia da Santa Casa de Caridade de Diamantina. O estudante terá uma escala semanal de atuação para cumprimento das atividades pactuadas, sem comprometer os demais compromissos acadêmicos. O discente extensionista e da pós-graduação cumprirão uma carga horária de 6h e 4h semanais, respectivamente, entre 15/05/2024 a 15/12/2025. Serão realizadas visitas semanais dos docentes para acompanhamento dos acadêmicos e da proposta, além de reuniões periódicas com o serviço de saúde para avaliação e ajustes necessários das atividades. Ao término das ações, será realizado o levantamento de dados referentes à satisfação dos profissionais, por meio de questionário próprio a ser elaborado pela equipe do projeto, e de dados de produtividade do serviço de fisioterapia, como custos e número de atendimentos prestados. Essas informações serão fornecidas pela instituição colaboradora. Sendo assim, para elaboração de cada ação (protocolo fisioterapêutico), as atividades seguirão o seguinte Plano de Trabalho: 1. Reunião com a equipe de fisioterapia da instituição de saúde; 2. Definição do protocolo fisioterapêutico a ser elaborado; 3. Revisão da literatura científica; 4. Elaboração do protocolo fisioterapêutico; 5. Revisão do protocolo pela equipe de fisioterapia da instituição de saúde; 6. Elaboração da versão final; 7. Apresentação da versão final à equipe de fisioterapia e às demais equipes de saúde envolvidas, por meio de reunião presencial na instituição de saúde, com recurso audiovisual (datashow); 8. Impressão do material (o protocolo e cartilhas ou livretos, a depender da natureza do protocolo); 9. Implementação do protocolo; 10. Avaliação de satisfação.

1. Aquim EE, Bernardo WM, Buzzini RF, Azeredo NS, Cunha LS, Damasceno MC, et al. Brazilian Guidelines for Early Mobilization in Intensive Care Unit. Rev Bras Ter Intensiva. 2019. PMID: 31967216 2. Cunha, C. S., Toledo, R. V., Nogueira, D. S., & Januário, B. G. 2007. Atuação da Fisioterapia na Reversão das Atelectasias: Um relato de caso na Unidade de Terapia Intensiva. Cadernos UniFOA, 1982-1816 3. Fuest K, et al. Recent evidence on early mobilization in critical-Ill patients. Curr Opin Anaesthesiol. 2018. PMID: 29351145 Review 4. Haycox A, Bagust A, Walley T - Clinical guidelines: the hidden costs. BMJ, 1999; 318: 391- 393 5. Lavor F. I. G., et al. Extensão Universitária: conceituação, fundamentos e implementação. J. Multidiscip Sust. Innov., 2023; 1(1): 5- 11. 6. Ministério da Saúde. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas – PCDT. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/protocolos-clinicos-e-diretrizes-terapeuticas-pcdt#:~:text=Os%20Protocolos%20Cl%C3%ADnicos%20e%20Diretrizes%20Terap%C3%AAuticas%20(PCDT)%20s%C3%A3o%20documentos%20que,de%20controle%20cl%C3%ADnico%3B%20e%20o. Acessado em 07 de março de 2023 7. Santos, J. H. S., et al. Extensão Universitária e Formação no Ensino Superior. Rev Bras Extensão Univ, 2016; 7(1): 23-28 8. Siqueira, M. M. B. et al. Interdisciplinaridade e interprofissionalidade na extensão universitária pelo olhar de uma estudante de Pedagogia. Revista ELO- Diálogos em Extensão Viçosa, MG, 2022; 11: 1-7 9. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Arq Bras Cardiol. 2020; 114(5):943-987.

Na primeira etapa deste projeto os membros do projeto realizarão uma campanha de mobilização com a equipe de Fisioterapia da instituição de saúde, mediada pela coordenação do serviço de fisioterapia. Essa etapa tem por objetivo levanta a demanda de capacitações e de prioridades quanto aos protocolos de intervenção. Após essa etapa, a equipe fará rodas de conversas/seminários sobre os temas levantados e, paralelamente, iniciará a elaboração dos protocolos de intervenção. Uma vez prontos, os protocolos serão apresentados e rediscutidos junto à equipe. Essas etapas ocorrerão para cada protocolo ou procedimento operacional a ser elaborado.

O presente projeto de extensão contará com a parceria e participação direta de professores do Curso de Fisioterapia, do profissional referência técnica da Santa Casa de Caridade de Diamantina e da Coordenadora do Serviço de Fisioterapia da referida instituição de saúde e de uma mestranda do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da UFVJM. Os profissionais da Santa Casa de Caridade serão responsáveis por mediar o levantamento das demandas do serviço de Fisioterapia e estarão em contato constante com o discente extensionistas, a discente da pós-graduação e com os professores. Adicionalmente, auxiliarão o discente na elaboração de protocolos que, além de baseados na literatura científica, deverão estar de acordo com realidade estrutural da instituição. Destaca-se a importância do envolvimento multiprofissional, uma vez que protocolos de intervenção fisioterapêutica na atenção terciária precisam estar integrados aos procedimentos de toda equipe de saúde envolvida com o cuidado do paciente internado. Por fim, destacamos a importância dessas ações integradas com os profissionais envolvidos no projeto de extensão para a construção de pensamento crítico e reflexivo para os discentes extensionistas.

Trata-se de um projeto de extensão que visa a elaboração de protocolos de intervenção e a capacitação sobre procedimentos fisioterapêuticos pautados na prática baseada em evidências. Como atividade de ensino, destaca-se que o presente projeto está vinculado à conteúdos das Unidades Curriculares FIT098 Saúde do Adulto I, FIT086 Pensamento Científico I e FIT091 Pensamento Científico II e Estágios Supervisionados. O projeto contará com a participação de uma mestranda, que realiza suas ações atividades de pesquisa na clínica cardiológica da instituição de saúde. As ações do presente projeto estarão vinculadas ao projeto de pesquisa da mestranda, fortalecendo a interlocução entre a pesquisa e a extensão. Como resultados secundários, o presente projeto poderá gerar indicadores de qualidade do serviço de fisioterapia. Os resultados encontrados serão enviados a revistas de extensão universitária.

Os objetivos do projeto são articulados a várias unidades curriculares do Curso de Fisioterapia, possibilitando estudantes do 6º período em diante a participarem da equipe de trabalho. Por outro lado, complementa a formação do discente, por meio da inserção no cenário de prática, articulação ensino, prática e educação em saúde. O discente participará auxiliando no planejamento, realização e avaliação de todas as ações do projeto, tendo o compromisso de cumprimento da escala de atividades, acordada junto com o serviço de saúde. Atividades previstas: definição dos procedimentos a serem estudados; busca ativa de evidências científicas para elaboração de protocolo fisioterapêutico para intervenções específicas; contribuir na supervisão das normas e rotinas técnico- operacionais; Auxiliar na educação em saúde com a equipe de fisioterapia da instituição para implementação dos protocolos; participar de reuniões para educação continuada e definição dos procedimentos operacionais. As atividades serão realizadas em locais a serem definidos pela referência técnica e coordenação do serviço de fisioterapia da Santa Casa de Caridade de Diamantina. A atuação dos estudantes será supervisionada pelos docentes envolvidos da equipe e terá a colaboração de uma discente da pós-graduação. Reuniões quinzenais serão realizadas com a coordenação do projeto, para discussão e avaliação das ações.

O presente projeto objetiva otimizar os procedimentos de fisioterapia em uma instituição terciária de alta complexidade, que atende a população de 40 municípios da região do Vale do Jequitinhonha. A organização dos fluxos de procedimentos fisioterapêuticos poderá contribuir para um atendimento otimizado, com maior segurança aos pacientes e maior eficiência, reduzindo o risco de agravos à saúde e favorecendo a uma alta mais precoce e com menores sequelas funcionais aos pacientes. Este projeto é a ampliação de um projeto já aprovado e executado (inscrição 202203000402) em 2023. Os resultados alcançados anteriormente levaram à demanda, por parte da instituição, da continuidade das ações.

http://www.ufvjm.edu.br/proexc/projetos.html