Visitante
Ambiente escolar: espaço para promoção da saúde e da alimentação saudável e equilibrada
Sobre a Ação
202104000180
042021 - Programa
Programa
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
16/06/2024
31/12/2025
Dados do Coordenador
luciana neri nobre
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Infância e adolescência
Municipal
Não
Sim
Dentro e Fora do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
Membros
Trata-se de um Programa de extensão com interface na pesquisa que visa avaliar e monitorar o estado nutricional, o consumo de lanches e alimentação escolar de escolares e criar condições para a inclusão da Educação Alimentar e Nutricional nas escolas municipais da comarca de Diamantina/MG com vistas à promoção da alimentação saudável. Atualmente o programa abriga dois projetos de extensão e três de pesquisa. Destaca ainda que alguns discentes do PPGCN desenvolverão suas dissertações junto a ele.
Proext PG. Escolas municipais. Educação Alimentar e Nutricional. Alimentação Escolar. Educadores. Pedagogos. Estado nutricional. Lanches escolares. Pais. Alimentação escolar
A alimentação e nutrição constituem-se em requisitos essenciais para a promoção e a proteção da saúde, possibilitando pleno crescimento e desenvolvimento humano, com qualidade de vida e cidadania. Nas últimas décadas, a população brasileira, vivenciou grandes transformações sociais que resultaram em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar, essas transformações acarretaram impacto na diminuição da fome e desnutrição, mas que, por outro lado, nota-se aumento vertiginoso do excesso de peso em todas as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à alimentação e nutrição (BRASIL, 2013a). Confronta-se com essas transformações, a dieta habitual dos brasileiros, que na atualidade é fortemente caracterizada pelo alto consumo de alimentos ultraprocessados, altamente calóricos, com altos teores de gorduras, sódio e açúcar e baixo teor de micronutrientes; aliado a isso, observa-se o declínio do nível de atividade física, essas que têm relação direta com o aumento da obesidade e demais doenças crônicas não transmissíveis (BRASIL, 2013a). Assim, é neste cenário configurado de um lado pela transição alimentar e nutricional, e, de outro, pela demanda por ações públicas eficazes e participativas, que as políticas nacionais no campo da alimentação e nutrição se apresentam. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) integra os esforços do estado brasileiro que, por meio de um conjunto de políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação (BRASIL, 2013a). Outras Políticas da saúde somam-se aos princípios e diretrizes da PNAN, como a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2006a), a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (BRASIL, 2010), a Política Nacional de Atenção Básica e a Política Nacional de Promoção à Saúde, a Estratégia Global para a Alimentação do Bebê e da Criança Pequena (WHA, 2002) e a Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde (OMS, 2004), estas apontam para a necessidade de implantação de estratégias nacionais e locais integradas para a redução da morbimortalidade relacionada à alimentação inadequada e ao sedentarismo. Cabe ressaltar que a escola tem sido um dos espaços mais focados pelas políticas públicas de alimentação e nutrição, sendo reconhecida como o lócus prioritário de formação de hábitos e escolhas alimentares. Em consonância com esta afirmação, ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) ganham papel de destaque e marcam presença nos documentos oficiais brasileiros. No âmbito escolar, destacam-se alguns documentos oficiais como a Portaria Interministerial nº 1.010/2006, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) (BRASIL, 2006b; BRASIL, 2013a). Dentre suas diretrizes, reconhece que a alimentação deve ser adequada não só às necessidades biológicas, mas também às necessidades sociais e culturais dos indivíduos. Além disso, propõe a inserção, da EAN no processo de ensino e aprendizagem, perpassando pelo currículo escolar. Em 16 de junho de 2009, foi sancionada a lei federal 11947, que preconiza a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, que perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida na perspectiva da segurança alimentar e nutricional (BRASIL, 2009). De acordo com a resolução nº 26/13 do FNDE, (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), em seu artigo 13º, será considerada EAN (Educação Alimentar e Nutricional) o conjunto de ações formativas, da prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional, que objetiva estimular a adoção voluntária de práticas e escolhas alimentares saudáveis que colaborem para a aprendizagem, o estado de saúde do escolar e a qualidade de vida do indivíduo. Desta forma, são consideradas ações de EAN: A oferta de alimentação saudável nas escolas; A formação de pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, com a alimentação escolar; A articulação de políticas municipais, estaduais, distritais e federais no campo da alimentação escolar; A dinamização do currículo das escolas, tendo por eixo temático a alimentação e nutrição; A promoção de metodologias inovadoras para o trabalho pedagógico; O favorecimento aos hábitos alimentares regionais e culturais saudáveis; O estímulo e a promoção da utilização de produtos orgânicos e/ou agroecológicos e da sociobiodiversidade. O estímulo e o desenvolvimento de tecnologias sociais, voltadas para o campo da alimentação escolar; A utilização do alimento como ferramenta pedagógica nas atividades de EAN (BRASIL, 2013b). Recentemente foi aprovada a Lei nº 13.666/18 (BRASIL, 2018a) que prevê a inclusão da EAN no currículo escolar. O texto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, trata o tema como transversal, deste modo, integrado ao currículo básico, as ações de EAN podem ser desenvolvidas, trazendo novas possibilidades de estratégias de ensino e aprendizagem em alimentação e nutrição. Cabe aqui destacar a publicação do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Esse documento surge através de uma parceria entre os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Educação e da Saúde, e se apresenta como um documento respeitável, em que a EAN é tida como uma importante estratégia de promoção de hábitos de vida emancipatórios, sendo assim definida: [...] Como um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõe o comportamento alimentar (BRASIL, 2012. p.23). Vale, por fim, destacar, a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014 e do livro Alimentos Regionais Brasileiros de 2015, os quais se configuram como instrumento de apoio às ações de EAN. De modo geral, estes documentos visam estimular os indivíduos e coletividades à realização de práticas alimentares saudáveis (BRASIL, 2014; BRASIL, 2015). No Brasil, desde os anos 2011/2012 o conceito de Educação Alimentar e Nutricional vem sendo discutido de modo a enfatizar-se a necessidade de que o mesmo inclua, além da perspectiva biológica da alimentação, as perspectivas sociais, cultural, histórica; que envolvem a produção de alimentos, o acesso, e o consumo alimentar. Esse conceito foi publicado no Marco de EAN para as políticas públicas (BRASIL, 2012) o qual cita EAN como um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. Considerando os aspectos supracitados, e diante da necessidade de ações, no contexto escolar, que contemplem de forma interdisciplinar as ações de Educação Alimentar e Nutricional, esse programa visa implantar um Programa de Inclusão da Educação Alimentar e Nutricional em escolas municipais da comarca de Diamantina/MG.
A inclusão de EAN no ensino fundamental deve-se, em parte, à elevada prevalência de excesso de peso (sobrepeso + obesidade) no grupo infanto-juvenil brasileiro (IBGE, 2010). Este problema está intimamente relacionado ao aumento de prevalência de enfermidades como hipertensão, câncer e diabetes, influenciando, dessa maneira, no perfil de morbimortalidade da população (BRASIL, 2014), justificando, portanto, o trabalho desse tema já na infância. O aumento do excesso de peso tem sido associado à diminuição da prática de atividade física, à adoção de práticas alimentares pouco saudáveis, como por exemplo, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados: ricos em sódio, gorduras e açúcares (BRASIL, 2014, BRASIL, 2012a). A escola é uma instituição que, privilegiadamente, pode se transformar num espaço genuíno de promoção de ações de EAN. No entanto, as ações realizadas neste espaço devem ser direcionadas a superar a utilização desse local como mero cenário onde as ações de saúde acontecem, a escola deve assumir uma postura ativa, participando na elaboração das ações de promoção da saúde que ali são desenvolvidas.
1. Traçar o perfil nutricional dos discentes em escolas municipais da Comarca de Diamantina/MG; 2. Avaliar se os discentes de escolas municipais da comarca de Diamantina/MG consomem a alimentação escolar oferecida pelas escolas, se levam lanches e a qualidade dos lanches; 3. Avaliar se a alimentação escolar oferecida pelas escolas municipais na comarca de Diamantina/MG está obedecendo às recomendações do FNDE; 4. Desenvolver qualificação em EAN para professores e supervisores pedagógicos que atuam nas escolas municipais da Comarca de Diamantina/MG e monitorar o trabalho de EAN no ensino; 5. Auxiliar os nutricionistas do PNAE da comarca de Diamantina nas ações educativas junto aos discentes para estímulo de uma alimentação saudável e adequada. 6. Desenvolver um sistema de monitoramento para verificar se a EAN está sendo incluída no ensino das escolas municipais da comarca. 7. Desenvolver vídeos educativos para ações de EAN direcionados aos pais dos escolares, 8. Desenvolver ações de EAN junto aos pais dos escolares Destaca-se que a partir dos resultados identificados nas ações de pesquisa estamos atuando com ações educativas, as quais são de responsabilidade dos nutricionistas do PNAE e da equipe responsável por este Programa.
Espera-se que com a implantação desse Programa, a equipe pedagógica, os professores alunos e seus pais/cuidadores envolvidos no ambiente escolar tenham conhecimento mais aprofundado sobre EAN e venham efetivamente a incorporar os conhecimentos referentes a este tema no ambiente escolar e em suas vidas. Para tal espera-se: 1) Realizar reunião com supervisores das escolas municipais da Comarca de Diamantina para lançar o Programa de EAN na comarca; 2) Elaborar um questionário para diagnosticar, junto aos supervisores pedagógicos das escolas municipais da Comarca de Diamantina, ‘se’ e ‘como’ ocorre EAN no planejamento pedagógico escolar; 3) Realizar dois encontros anuais de formação em EAN com os supervisores pedagógicos das escolas municipais da Comarca de Diamantina, com intuito de auxiliá-los a incluir, de forma transversal e interdisciplinar o tema EAN no planejamento pedagógico escolar; 4) Traçar o perfil nutricional dos discentes, da qualidade das refeições oferecidas e dos lanches levados pelos alunos das escolas municipais da comarca de Diamantina/MG; 5) Realizar visitas in loco, quantas forem necessárias, nas escolas municipais da comarca de Diamantina/MG para realizar a avaliação antropométrica dos escolares 6) Distribuir um Caderno de Atividades de EAN, fruto de um projeto de pesquisa e extensão desenvolvido por profissionais responsável por este Programa, para todos os professores das escolas municipais da Comarca de Diamantina. A intenção é que este material facilite o trabalho desses profissionais quanto à inclusão e trabalho da EAN em suas aulas do ensino fundamental I; 7) Realizar pelo menos duas visitas/ano de monitoramento em cada município para verificar as atividades desenvolvidas, permitindo-nos fazer um diagnóstico contínuo e dinâmico, fundamental para que possamos repensar e reformular métodos, estratégias de ensino ou mesmo rever os conteúdos, planejamentos e procedimentos pensados durante o percurso. 8) Desenvolver vídeos educativos para ações de EAN direcionados aos pais dos escolares, 9) Desenvolver ações de EAN junto aos pais dos escolares Um resumo dessas metas está apresentado a seguir. Descrição das metas com suas respectivas medida, prazo e indicadores. Objetivo 1 e 2- Avaliar se EAN tem sido trabalhada na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I nas escolas municipais da Comarca de Diamantina/MG e as necessidades educacionais para a inclusão de EAN nas Escolas. METAS: Elaborar e enviar via e-mail questionário para ser respondido via on-line se e como esse tema tem sido trabalhado nas escolas. Medida: Questionário online Prazo: até o 6° mês do início programa Indicadores: Número e proporção de retorno do questionário respondido pela equipe pedagógica das escolas. Objetivo 3- Traçar o perfil nutricional dos discentes das escolas municipais e estaduais da comarca de Diamantina/MG. METAS: Realizar avaliação antropométrica de todos os discentes das escolas participantes do estudo Medida: Medida de peso, altura e circunferência da cintura dos escolares Prazo: até o 6° mês do início programa, e realizar anualmente em todas as escolas. Indicadores: Número de escolares avaliados. Objetivo 4- Avaliar se os discentes das escolas municipais e estaduais da comarca de Diamantina/MG consomem a alimentação escolar oferecida pelas escolas. METAS: Realizar três avaliações dos lanches em pelo menos 50% dos alunos. Medida: Questionários de qualidade dos lanches. Prazo: Primeira: até o 6° mês do início programa; Segunda: até o 18° mês; Terceira: a partir do 30º mês do programa. Indicadores: Número de questionários e proporção de alimentos in natura ou minimamente processados, e ultraprocessados consumidos. Objetivo 5 - Avaliar se a alimentação escolar oferecida pelas escolas municipais e estaduais da comarca de Diamantina/MG estão obedecendo às recomendações do FNDE METAS: Realizar três avaliações do cardápio oferecido na escola. Medida: Análise nutricional do cardápio. Prazo: Primeira: até o 6° mês do início programa; Segunda: até o 18° mês; Terceira: a partir do 30º mês do programa. Indicadores: Adequação às recomendações do FNDE. Objetivo 6 - Desenvolver qualificação em EAN para supervisores pedagógicos da Comarca de Diamantina/MG. METAS: Realizar duas sessões reflexivas com pelo menos 50% dos professores e equipe pedagógica; Distribuir caderno de atividades para os docentes e realizar oficinas para auxiliar os docentes no uso do mesmo. Medida: Sessões reflexivas e Cadernos de atividades distribuídos Primeira: até o 6° mês do início programa; Segunda: até o 18° mês. Indicadores: Número de sessões realizadas e proporção professores e equipe pedagógica participantes. Número de cadernos distribuídos aos docentes. Objetivos 7 e 8- Desenvolver vídeos educativos para ações de EAN direcionados aos pais dos escolares, e Desenvolver ações de EAN junto aos pais dos escolares. METAS: desenvolver pelo menos 6 vídeos educativos sobre alimentação saudável, baseados no Guia Alimentar para População Brasileira, para serem compartilhados com os pais dos alunos, com intenção de educá-los para uma alimentação adequada e saudável e atuarem como educares nutricionais de seus filhos. Os vídeos deverão ser compartilhados via WhatsApp e redes sociais das escolas, assim como nas reuniões com os pais. Destaca-se que este é um PROGRAMA DE EXTENSÃO COM INTERFACE NA PESQUISA, logo as metas citadas aqui poderão ser atingidas com nossas ações de extensão, ou seja, com nossas intervenções juntos aos docentes, pedagogos, cantineiras, nutricionistas do PNAE e discentes. E esta equipe está desde 2019 avaliando, monitorando e intervindo junto a todos os atores citados. E este programa estava anteriormente registrado no SIGProj (Sistema de Informação e Gestão de Projetos) e está também no siexc (Número de inscrição: 202104000121). Assim já estamos realizando estas ações anualmente, mas deste 2023 temos alunos da pós-graduação envolvidos nas ações do Programa.
Participam deste programa de extensão com interface na pesquisa supervisores pedagógicos, docentes, discentes, cantineiras das escolas municipais que fazem parte da Comarca de Diamantina/MG assim como agricultores familiares que fornecem alimentos para o Programa de Alimentação Escolar. Destaca-se, no entanto, que as ações a serem realizadas com os agricultores familiares estão descritas em outro projeto registrado também no Siexc. Ressalta-se que a comarca de Diamantina é constituída por nove (9) municípios, a saber: Diamantina, Couto de Magalhães de Minas, Datas, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves. E neste estudo apenas Couto não está participando por decisão da secretária de educação do município. Assim, que por se tratar de um programa de extensão com interface na pesquisa, como já reafirmado acima, algumas ações são de pesquisa (Verificar “se” e “como” EAN está incluso nas atividades de ensino nas escolas, Avaliação antropométrica dos escolares, Avaliação da qualidade dos cardápios oferecidos nas escolas e elaboração de vídeos educativos para ações de EAN) e outras são de extensão (Desenvolvimento de curso de formação em EAN para professores e supervisores, Monitoramento da inclusão de EAN no planejamento pedagógico, encontro com nutricionistas responsáveis pelo PNAE nos municípios da comarca para discutir sobre a qualidade dos cardápios servidos na escola, e acompanhamento para verificar se a inclusão do tema EAN nas escolas tem favorecido alguma modificação e ações educativas junto aos pais dos escolares). As ações de pesquisa são de fundamental importância para justificar e sustentar as ações de extensão. Por se tratar de um Programa de Extensão que está em andamento desde 2019, e que anteriormente foi registrado no SIGProj algumas ações já foram realizadas, e outras ocorrem anualmente. O lançamento do Programa, Verificar “se” e “como” EAN está incluso nas atividades de ensino nas escolas e a Construção de um Curso de EAN para supervisores pedagógicos já ocorreu, assim não será apresentado a sua descrição; as demais ações estão ocorrendo anualmente, assim estão descritas como ocorrerão: 1) Avaliação antropométrica dos escolares: A avaliação antropométrica visa traçar o perfil nutricional dos escolares, para tal os escolares serão submetidos a aferição de peso, altura e da circunferência da cintura. O peso será aferido utilizando-se balança digital portátil e a altura em estadiômetro também portátil. Para esta medida os escolares estarão descalços, portando o mínimo de roupa possível (sem agasalhos ou outras peças pesadas), em posição ereta e com os braços estendidos ao longo do corpo, com os pés paralelos e os tornozelos unidos de acordo com as técnicas recomendadas por Jelliffe (1968). O estado nutricional será avaliado em escore-Z para os índices peso para idade (P/I), peso para estatura (P/E) e Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I), utilizando-se as referências antropométricas da Organização Mundial da Saúde – OMS (WHO, 2006 e 2007). Será utilizado o ponto de corte -2,0 Zescores para identificar escolares desnutridos (P/I, P/E e IMC/I) e, ou com baixa estatura (E/I) e +2,0 Zescores para identificar excesso de peso (P/I, P/E e IMC/I). A circunferência da cintura será aferida utilizando-se uma fita métrica inelástica, estando os escolares vestidos. Essa medida será feita a partir da medida de dois “dedos” acima da cicatriz umbilical. A classificação dessa medida seguirá critérios de Fernández et al. (2004) cujos pontos de corte são: valor de CC < p10: baixa CC, valor de CC > p10 e < p75: CC adequada, valor de CC > p75 e < p90: CC elevada, e valor de CC ? p90: CC muito elevada. Obesidade central será definida como CC > p75 para idade e gênero conforme proposto por Fernandez et al. (2004) e Ferranti et al. (2004). O índice de massa corporal (IMC) é o referencial para se classificar o status do peso entre normal, sobrepeso e obesidade, enquanto a circunferência da cintura (CC) é o principal indicador de concentração abdominal de gordura, à qual também correlaciona, com elevada frequência, os mesmos fatores de risco associados à obesidade (Katzmarzyk et al. 2004). Constituem, assim, dois métodos importantes para o diagnóstico de sobrepeso/obesidade e de obesidade central, em estudos epidemiológicos e na prática clínica (Giuliano e Melo, 2004, Soar et al., 2004), pela sua fácil realização, precisão e reprodutibilidade (Sotelo et al., 2004). A coleta desses dados deverá acontecer durante visitas in loco as escolas, e esta deverá ser realizada por equipe de pesquisadores/extensionistas devidamente treinados e comprometidos com homogeneidade da coleta das informações. 2) Avaliação da qualidade das refeições oferecidas na escola e dos lanches levados pelos alunos: Para a avaliação da qualidade dos alimentos das lancheiras dos alunos estes deverão responder a um breve questionário o qual conterá perguntas sobre se o escolar leva ou não lanche para escola, e os tipos de alimentos contidos neste lanche. Para identificação qualidade dos desses alimentos o questionário disponibilizará uma lista de alimentos e o avaliador deverá marcar quais alimentos o escolar leva em sua lancheira. Esta avaliação ocorrerá nas visitas in loco nas escolas. No que se refere à avaliação da qualidade das refeições oferecidas nas escolas, as nutricionistas do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE dos municípios que constituem a comarca de Diamantina deverão disponibilizar os cardápios propostos. Assim uma equipe de discentes do curso de nutrição com supervisão de Técnico de Nutrição /Nutricionista da UFVJM deverá avaliar e verificar se os mesmos estão obedecendo às recomendações do FNDE. 3) Monitoramento da inclusão de EAN no planejamento pedagógico: Durante o ano letivo será realizada pelo menos dois encontros com supervisores das escolas municipais da Comarca de Diamantina com a intenção de avaliar se as atividades desenvolvidas junto aos professores estão auxiliando na inclusão da EAN no planejamento escolar. Esses encontros permitirão que se faça a avaliação do processo de forma contínua e dinâmica, sendo fundamental para que a equipe possa repensar e reformular métodos, estratégias de ensino, rever os conteúdos, os planejamentos e os procedimentos pensados durante o percurso. Nesta etapa serão desenvolvidos indicadores do programa, ou seja, serão coletadas informações por meio de questionários e/ou entrevistas nos encontros presenciais para verificar o número de participantes efetivo nos encontros, a inclusão do tema EAN no planejamento pedagógico das escolas, os planos de ensino dos professores, a presença de lanches saudáveis levados pelos alunos, dentre outros. Vale ressaltar que por se tratar de um Programa este será monitorado durante o decorrer do mesmo, sendo necessária, além dos supervisores pedagógicos, a participação dos nutricionistas que atuam direta ou indiretamente na Alimentação Escolar dos citados municípios, bem como dos representantes dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE). 4) Elaboração e validação de vídeos educativos para ações de EAN direcionados aos pais dos escolares e de desenvolver ações de EAN junto aos pais dos escolares: O eixo temático para a elaboração dos vídeos educativos, partirá do conteúdo trabalhado no 2º ao 5º capítulo do Guia Alimentar para População Brasileira (GAPB): sendo eles, a escolha dos alimentos, dos alimentos a refeição, o ato de comer e a comensalidade; e a compreensão e superação de obstáculos, com vistas a contemplar pontos fundamentais para a ampliação da autonomia dos indivíduos nas escolhas alimentares. Os roteiros para cada vídeo serão desenvolvidos em três etapas: desenvolvimento da narração, descrição das cenas e desenvolvimento dos storyboards ou esboço sequencial, para cada cena. Essa concepção adotará os pressupostos da Teoria Cognitiva de Aprendizagem Multimídia: 1) canal duplo (visual e auditivo) para receber e processar informações; 2) capacidade limitada de informações que podem ser processadas em cada canal e que 3) a aprendizagem é um processo ativo e envolve a organização e a integração das informações prévias às recentes (Mayer, 2009). As ilustrações utilizadas nos storyboards serão definidas em conjunto com os pesquisadores e um profissional de designer, atendendo às características do público-alvo e do material educativo a ser desenvolvido. O designer fornecerá orientações sobre o tipo de gravura, de acordo com o conteúdo teórico do material elaborado, deverá eleger ilustrações atrativas e de fácil compreensão. Serão utilizadas imagens licenciadas pelo Creative Commons, com Dedicação de Domínio Público CC0 1.0 Universal (Creative Commons Brasil, 2021). Após finalizados a criação dos roteiros dos vídeos estes serão submetidos a avaliação. Esta é a fase na qual se demonstra a qualidade do material elaborado. Para Lobiondo-Wood e Haber (2011), à medida que a validade e confiabilidade dos instrumentos são demonstradas, atesta-se sua qualidade, afasta-se a possibilidade de erros aleatórios e aumenta-se a credibilidade de sua utilização na prática. Nesta fase inicia-se a validação dos roteiros, e ela é realizada por juízes especialistas, e será realizada com base na metodologia descrita por Pasquali (1997), pela técnica de avaliação por profissionais de diferentes áreas, que para esta proposta serão nutricionistas com experiência em EAN e/ou que desenvolvam estudos baseados no GAPB. Para este estudo serão convidados cinco (5) especialistas de cada área para compor o painel, totalizando 10 juízes (Pasquali, 1997). Para compor o painel de juízes os profissionais serão selecionados por meio de amostragem bola de neve, na qual, ao identificar um sujeito que se encaixa nos critérios para participação do estudo, será solicitado que este indique outros participantes (Polit; Beck, 2011). E este juiz precisa ter conhecimento comprovado nas áreas de interesse deste estudo. Uma carta-convite (Apêndice A) será enviada via e-mail para os juízes, e aqueles que aceitarem participar terão acesso on-line, por meio da ferramenta Google Forms® ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice B), a um questionário de caracterização do perfil dos especialistas (Apêndice C), e aos instrumentos de avaliação e suas instruções, bem como, acesso a versão inicial do material educativo a ser analisado. Para avaliar o material, os juízes especialistas irão responder ao Instrumento de Validação de Conteúdo Educativo em Saúde – IVCES, desenvolvido por Leite e colaboradores (2018). Seu uso contribui para a prática clínica e científica, uma vez que se trata de uma ferramenta a ser empregada para validar conteúdos educativos disponibilizados em materiais como vídeos, álbuns, cartilhas, jogos, websites e softwares, servindo de apoio nas atividades de educação em saúde. O instrumento está configurado em dezoito itens, divididos em três domínios: objetivos, que visa avaliar os propósitos, metas ou finalidades do material; estrutura/apresentação, que visa avaliar a organização, estrutura, estratégia, coerência e suficiência do tema abordado no material, e a relevância, que avalia a significância, impacto, motivação e interesse despertados pelo material. Para a avaliação de um material, são distribuídos pontos de 0 a 2 para cada item, por uma escala tipo likert, onde: 0 = discordo; 1 = concordo parcialmente; 2 = concordo totalmente. O escore total do instrumento é calculado através da união de todos os domínios (LEITE et al., 2018). O IVCES aponta, diversos aspectos relevantes aos conteúdos educativos que são essenciais para cumprir os propósitos desse tipo de material e proporcionar educação da forma mais eficiente possível (Leite et al., 2018). Após a validação dos roteiros pelos juízes especialistas de conteúdo e análise das avaliações, os vídeos animados serão desenvolvidos com base nos roteiros. A primeira etapa dessa fase será a gravação dos áudios-guia para cada vídeo. Em seguida, um profissional da área do Design orientará quanto ao desenvolvimento das cenas e da montagem dos vídeos com base nas ilustrações definidas na segunda fase. Após finalização, os vídeos serão submetidos a avaliação de juízes especialistas em Design com experiência em Tecnologias Educacionais e Comunicação com o usuário. Esses juízes também deverão obter pontuação mínima de cinco pontos, conforme o Quadro 2. O recrutamento desses juízes seguirá a mesma metodologia adotada para os juízes especialistas de conteúdo, contendo diferenças na estrutura do questionário de caracterização do perfil dos especialistas e no instrumento de avaliação. Nesta etapa os juízes avaliarão o material por meio do Suitability Assessment of Materials – SAM (Apêndice F), instrumento elaborado por Doak, Doak e Root (1996) e traduzido e adaptado no Brasil por Souza, Turrini e Poveda (2015) que tem como objetivo avaliar um material educativo quanto à sua adequação para o público-alvo. Ele consiste em uma listagem ou checklist compreendendo vinte e dois itens divididos em seis domínios: conteúdo, linguagem, ilustrações gráficas, layout e design, motivação para o aprendizado e adequação cultural. Para a avaliação de um material, são distribuídos pontos de 0 a 2 para cada item, por uma escala tipo Likert, onde: 0 = inadequado; 1 = parcialmente adequado; 2 = adequado (Konrad, 2020). Após avaliação dos itens, realiza-se uma somatória da pontuação total obtida, sendo possível obter uma pontuação máxima total igual a 44 pontos (100%). Para a interpretação das classificações SAM, o material é considerado superior quando sua pontuação atinge de 70 a 100%, adequado de 40 a 69% e não adequado de 0 a 39% de seu percentual máximo (Doak; Doak; Root, 1996). Concluída a etapa de validação pelos juízes especialistas em Design, os vídeos passarão por possíveis ajustes e serão submetidos a etapa de avaliação por representantes do público-alvo. Nesta fase será realizada a adequação externa do material para o público-alvo que tem como objetivo verificar se os vídeos animados estão adequados ao que se propõem e compreensíveis para a população a qual se destina. Segundo Teixeira e Mota (2011), não há estudos que mostram um número máximo ou mínimo para determinação do quantitativo total dos participantes, entretanto, os autores recomendam que poderão ser recrutados, nesse tipo de estudo, entre 9 a 15 participantes. Seguindo essa recomendação, para este estudo, serão convidados pais e/ou responsáveis de escolares, selecionados por meio de amostragem bola de neve (Polit; Beck, 2011), na qual, ao identificar um sujeito que se encaixa nos critérios para participação do estudo, será solicitado que este, indique outros participantes. O recrutamento será finalizado quando se atingir o número de 15 representantes do público-alvo. Os representantes do público-alvo que aceitarem participar do estudo receberão via e-mail ou WhatsApp um link com apresentação do estudo e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Ao aceitar participar, responderá um questionário anônimo (Apêndice I) criado no Google Forms® com perguntas que levantam informações sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, escolaridade) e autorreferidas para doenças relacionadas ao estado cognitivo, visão e audição. Esta etapa é importante para garantir a participação de pessoas com o estado cognitivo preservado. Posteriormente o participante terá acesso ao material elaborado com instruções para análise e avaliação, que ocorrerá através do instrumento SAM (Apêndice F) seguindo a mesma estrutura e forma de apresentação descritas para os juízes especialistas. Ao finalizar o processo de avaliação, a resposta do participante será automaticamente enviada ao pesquisador. O pesquisador deve registrar os itens mal compreendidos e as dificuldades em entendê-los. As avaliações da amostra passarão por análise e posteriormente, as adequações, se necessárias, serão realizadas conforme sugestões e o processo de validação do material será finalizado. Após as sugestões dos especialistas e do público-alvo (pais de escolares) em cada etapa, será realizada a adequação dos vídeos, incorporando tais sugestões, a fim de atender às necessidades e expectativas a que se propõe. Posteriormente, os vídeos serão disponibilizados para os grupos de pesquisas envolvidos na elaboração e validação do material; nas mídias digitais do Programa de Pós-graduação em Ciências da Nutrição da UFVJM, e serão também utilizados para ações de EAN junto aos pais dos escolares que estudam nas escolas municipais da comarca de Diamantina. 5) Realizar avaliações anuais para verificar se a inclusão do tema EAN nas escolas tem favorecido alguma modificação: Nesta etapa, várias serão as atividades que poderão ser executadas, dentre elas: 1) Avaliação das mudanças relativas à inclusão de EAN pelos atores envolvidos no ambiente escolar: para estas avaliações serão utilizados os planos de ensino dos docentes, e questionários de análise nutricional do cardápio e dos lanches levados pelos alunos. 2) Avaliação das refeições servidas nas escolas e avaliação da qualidade dos lanches levados pelos alunos as quais deverão ocorrer tal como descrito na 3ª etapa. Espera-se que ao final do ano de 2025 possamos verificar quais foram as contribuições do programa na promoção da alimentação saudável no ambiente escolar, e se sua efetividade será certificada nas seguintes condições: a) Pelo menos 50% dos professores tenham incluído EAN como tema interdisciplinar em 1/3 das aulas das diferentes disciplinas; b) Adequação Auxiliar os nutricionistas do PNAE da comarca de Diamantina nas ações educativas junto aos discentes para estímulo de uma alimentação saudável e adequada. Esta ação deverá ocorrer duas vezes ao ano, sendo uma no primeiro semestre e outra no segundo semestre. As ações deverão ocorrer como suporte ao trabalho que os nutricionistas já realizam nas escolas. Deveremos utilizar os resultados deste estudo para fazer as atividades educativas, ou seja, a partir das informações sobre qualidade dos lanches, aceitação da alimentação escolar e diagnóstico nutricional. Para as atividades deveremos utilizar recursos lúdicos e de fácil interação com os escolares.
BRASIL. Ministério da Saúde/Ministério da Educação. Portaria interministerial nº 1.010 de 8 de maio de 2006. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional. Brasil, 2006a. _______. Ministério da Saúde. Lei no 11.346, de 15 de setembro de 2006, que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas a assegurar o direito humano à alimentação adequada. Brasília: 2006b. _______. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Conselho Deliberativo (CV). Resolução/CD/FNDE Nº 38, de 16 de julho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. Brasil, 2009. _______. Ministério da Saúde. Decreto nº 7.272, de 25 de agosto de 2010. 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Deverão participar do programa supervisores pedagógicos, docentes, cantineiras e discentes das escolas municipais de oito municípios que compõem a Comarca de Diamantina/MG, a saber: Diamantina, Datas, Felício dos Santos, Gouveia, Monjolos, Presidente Kubitschek, São Gonçalo do Rio Preto e Senador Modestino Gonçalves. Também serão envolvidos no programa discentes do curso de nutrição (bolsistas e voluntários), mestrandos e pós-doutorandos os quais terão a oportunidade de potencializar habilidades para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao trabalho do nutricionista do Programa Nacional de Alimentação e escolar - PNAE - nas escolas, fortalecendo seu processo de formação através de ações de extensão, ensino e pesquisa em saúde, com ênfase na EAN. Os docentes, técnica, e acadêmicos estarão envolvidos em ações que demandam a integração com secretários de educação, supervisores pedagógicos, professores, escolares e pesquisadores internos e externos à UFVJM. Assim favorecerá interação dialógica com todos os atores envolvidos e poderá resultar em diversos trabalhos técnico-científicos que poderão ser divulgação em eventos locais, nacionais ou internacionais o quais poderão contribuir com a qualificação da equipe proponente além de colocá-los em contato com a realidade dos desafios enfrentados no mundo atual em relação à atividade profissional do nutricionista e ao exercício da cidadania. A equipe do programa é composta por profissionais professores do Departamento de Nutrição, um técnica do Departamento de Nutrição, nutricionistas que atuam no PNAE nos municípios da Comarca de Diamantina, pedagogas integrantes do quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Diamantina. Estes serão indiretamente beneficiados, pois enquanto extensionistas/pesquisadores estarão em constante contato a comunidade escolar; terão a oportunidade de, como membros do programa, poderem se qualificar em EAN. A universidade estará exercendo seu papel social ao ceder profissionais, discentes e recursos para promover ações extensionistas de integração do ensino superior com a sociedade, buscando incluir um tema de grande importância para saúde humana. Além disso, a proposta pode auxiliar na divulgação de informações que poderão contribuir para evitar problemas no estado de saúde de crianças e adolescentes com excesso de peso ou outras doenças. Assim acreditamos que o Programa irá favorecer a interação dialógica com a comunidade escolar das escolas municipais de municípios que compõe a comarca de Diamantina/MG.
Como apresentado anteriormente, este programa propõe desenvolver várias ações junto a discentes, professores, pedagogos e nutricionistas de escolas municipais da comarca de Diamantina produtores rurais que fornecem alimentos para o programa de alimentação escolar e pais de escolares, e muitas delas deverão proporcionar reflexão sobre o processo de qualificação a que estão sendo submetidos. Ademais, ao promover discussão sobre o conhecimento adquirido sobre EAN na universidade e relacionar às experiências vivenciadas no cotidiano do serviço, possibilitará encontros, diálogos e intervenções com diferentes atores, e isto poderá favorecer a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade por meio da troca de saberes entre os atores envolvidos, além de fomentar o debate sobre as dúvidas que possam surgir durante o processo e ainda soluções para algumas questões vivenciadas durante o processo.
O conceito de indissociabilidade remete a algo que não existe sem a presença do outro, ou seja, o todo deixa de ser todo quando se dissocia. Alteram-se, portanto, os fundamentos do ensino, da pesquisa e da extensão, por isso trata-se de um princípio paradigmático e epistemologicamente complexo (TAUCHEN, 2009). Neste Programa acreditamos que ela se dá na medida em que os docentes ao orientar os alunos e coordenar as atividades estarão ensinando, aprendendo, pesquisando e fazendo extensão, já que esta comunicação que se estabelece entre universidade e sociedade visando à produção de conhecimentos e à interlocução das atividades acadêmicas de ensino e de pesquisa, através de processos ativos de formação. Assim nesse processo todos ganham, o discente, o docente e a comunidade, já que todos são beneficiados com as ações. Além disso foi citado anteriormente que este Programa é de extensão com interface na pesquisa, assim estamos fazendo pesquisa, e os resultados da pesquisa estão sendo utilizados para a extensão, ou seja, quando avaliamos o estado nutricional dos escolares, a qualidade dos lanches e refeições servidas na escola a presença de EAN no ensino, os resultados estão sendo apresentados para os nutricionistas que atuam no PNAE dos municípios da Comarca para a a partir dele estruturarmos ações de intervenção, que se faz por meio de ações de extensão.
Para a execução deste Programa serão necessários estudantes regularmente matriculados em curso de graduação e pós-graduação das áreas de saúde. Os estudantes bolsistas e voluntários selecionados deverão buscar em livros, artigos, e sites da área a fundamentação para se trabalhar com todos os temas deste programa. Os estudantes serão orientados por docentes da UFVJM e profissionais do programa quanto à metodologia a ser utilizada para cada uma das ações. Além disso, serão realizadas reuniões científicas periódicas com discussões de artigos, apresentação dos resultados e relatos de experiência dos profissionais para atualização e integração da equipe de extensionistas. Durante a execução do Programa, os estudantes terão a oportunidade de elaborar resumos, trabalho de conclusão de curso, e pelo menos um artigo científico para publicação e apresentação em eventos científicos da área, para desta forma aprender ou aprimorar a linguagem científica e acadêmica. Os estudantes serão responsáveis pela aplicação de questionários para avaliação dos lanches e aceitação da alimentação escolar, avaliação antropométrica, e digitação dos resultados dos mesmos assim como participação dos encontros com os supervisores pedagógicos. Além disso, serão auxiliarão na elaboração de relatórios parcial e final do programa e poderão colaborar em pesquisas e projetos advindos do mesmo. A avaliação dos extensionistas será realizada continuamente pelo coordenador do programa, e equipe parceira do mesmo. Para isto, serão realizadas discussões individuais e em grupo, apresentações e discussões nas reuniões do programa, apresentação de resultados de cada etapa do programa, reavaliação das ações e propostas de melhorias para as etapas subsequentes. As ações que os estudantes realizarão no projeto auxiliarão que eles coloquem em prática o conhecimento adquirido no curso de sua formação e irá estreitar relação com a comunidade, tornando-os também responsáveis pela transformação social, empoderando-os no sentido de se sentirem uteis e necessários para o desenvolvimento das ações do programa.
Acreditamos que esse Programa tem impacto social e gerará transformação social porque apresenta alguns aspectos importantes: é um projeto que prevê a colaboração, e esta colaboração de ser em todas as instâncias, entre participantes do projeto, entre os parceiros e os que irão se beneficiar com os resultados. É um programa que não tem prazo de finalização, no entanto, pelas regras institucionais precisa ser registrado no Siexc periodicamente. Seus impactos e transformação social necessita de um tempo para entender, um tempo para praticar e para amadurecer. Assim os proponentes de Programa são aqueles que plantaram uma semente forte e vão acompanhando a sua frutificação, e seus resultados deverão ocorrer ao longo do tempo. Ademais ao dialogar com a comunidade deveremos ter uma linguagem que realmente toque e que chegue nela, em cada um dos beneficiários, para que as informações trocadas nos transforme, assim como mudanças nas práticas. E finalmente que todos os beneficiários consigam trilhar um processo com legitimidade e sustentabilidade; que não seja uma transformação temporária, mas que faça parte da vida daquelas de todos os envolvidos para toda a sua vida. E as transformações que almejamos ajudar é a redução da prevalência de excesso de peso entre os escolares, que a EAN passe a ser um tema de fato trabalhado na escola e que a alimentação saudável seja um desejo de todos.
O Programa tem página no Instagram, e nela tem sido postados grande parte das ações do Programa e sobre temas relacionados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Público-alvo
Docentes, supervisores, cantineiras escolares, pais de alunos e discentes de escolas municipais na Comarca de Diamantina/MG
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Datas - MG
Monjolos - MG
São Gonçalo do Rio Preto - MG
Presidente Kubitschek - MG
Senador Modestino Gonçalves - MG
Felício dos Santos - MG
Gouveia - MG
Parcerias
Departamento de Nutrição/ FCBS-UFVJM e as secretarias de educação dos municípios participantes.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 1020 h
- Tarde;
Todos os escolares terão seu peso, altura e circunferência da cintura aferidos para que seja realizado o diagnóstico nutricional
- Manhã;
Os cardápios servidos nas escolas deverão ser avaliados, considerando as orientações do PNAE, e daremos retorno para os nutricionistas de como está a qualidade e sugerir ajustes necessários. Iremos também fazer um e-book com instruções de como planejar e executar cardápios para atender as recomendações e disponibilizar para os nutricionistas do PNAE da comarca de Diamantina/MG.
- Tarde;
Os escolares do 3o, 4a e 5o ano do ensino fundamental 1 deverão responder questionário sobre consumo de lanches na escola e os docentes do ensino infantil deverão responder questionário sobre seus alunos. Assim será realizada análise da qualidade dos lanches trazidos de casa para escola em todas as escolas municipais da comarca de Diamantina. E a partir destes resultados iremos auxiliar os nutricionistas do PNAE a realizarem ações educativas para auxiliar num melhor consumo alimentar e controle de peso corporal. E iremos envolver os pais dos escolares nas atividades de educação nutricional.
- Manhã;
Serão desenvolvidas ações educativas junto aos pais discentes para estímulo de uma alimentação saudável e adequada, tanto na família quando do escolar, especialmente estimular consumo da alimentação escolar e caso leve lanche para escola para optar por lanches saudáveis.
- Manhã;
Todos os docentes serão convidados a realizarem curso online de Educação Alimentar e Nutricional para que se qualifiquem no tema. Este curso foi elaborado pela equipe de organizadora deste Programa. O curso foi construído em 2021 e desde então estamos fazendo esta qualificação dos docentes.