Visitante
Ambulatório interdisciplinar de planejamento reprodutivo: ações para os níveis primário, secundário e terciário.
Sobre a Ação
202203000904
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
01/08/2024
30/06/2026
Dados do Coordenador
helisamara mota guedes
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde da família
Estadual
Não
Não
Sim
Fora do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
E nas redes sociais da Proexc
Membros
Esse projeto tem como objetivo oferecer assistência integral e de qualidade com uma abordagem interdisciplinar à saúde sexual e reprodutiva às mulheres e suas parcerias residentes em municípios de Minas Gerais. Trata-se de um projeto de extensão com foco na intervenção que faz interface com a pesquisa e com o ensino.
Planejamento Familiar, DIU, métodos contraceptivos, Proext-PG
Cerca de metade das gestações não são planejadas e para reduzir esse índice são necessários medidas de planejamento familiar (WO; MONIZ; URSU, 2018). De acordo com o relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre a situação da população mundial de 2012, mulheres submetidas a tal planejamento são mais escolarizadas, mais saudáveis, economicamente mais desenvolvidas e ocupam espaços sociais de maior relevância em contexto familiar e comunitário (UNFPA, 2012). O planejamento reprodutivo é definido pela Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, como um conjunto de ações que regulamenta a fecundidade, garantindo os direitos iguais previstos na constituição, limitação ou aumento dos filhos pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Tendo como finalidade um atendimento global e integral à saúde, sendo orientado por ações de prevenção, educação e pela garantia ao acesso a informações, meios e métodos disponíveis para o controle da fecundidade (BRASIL, 1996). O Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo funciona desde junho de 2021 promovendo uma assistência integral às mulheres e suas parcerias nas áreas de educação sexual e reprodutiva no município de Diamantina- MG. As atividades são desenvolvidas através do acordo da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri-UFVJM através do edital do PIBEX 01/2021, 01/2022, 01/2023, 01/2024 da Prefeitura Municipal de Diamantina e o Conselho Regional de Enfermagem-COREN-MG. O acordo com o COREN são para capacitação de enfermeiros e definição de fluxos de atendimento, não estão previstos repasse financeiro ao Ambulatório.O acordo com a prefeitura de Diamantina é para ceder espaço físico e logística de uma rede de saúde. O projeto atende as mulheres e sua (s) parceria (s) que estão na listagem da especialidade de ginecologia no setor da saúde da secretaria municipal, encaminhadas pela central de regulação. O ambulatório vem desempenhando um papel importante na informatização das mulheres e suas parcerias sobre seus direitos, sobre a prevenção e concepção da prole e oferecendo uma assistência integral e de qualidade para essas mulheres na consulta clínica em saúde reprodutiva oferecendo um leque de possibilidades contraceptivas, incluindo o Dispositivos Intrauterino (DIU) e implanon. Trata-se de um projeto que contempla as diretrizes que orientam a formulação e implementação das ações de Extensão Universitária, pactuados no FORPROEX (NOGUEIRA, 2000), sendo que alunos do mestrado, residência e da graduação, juntamente com o coordenador, planejam suas ações em parceria com as mulheres e o serviço.
O município de Diamantina é sede da Macrorregião de Saúde, é uma base territorial de planejamento da atenção secundária e terciária à saúde que engloba uma microrregião de saúde. No município apenas 13,2% das mulheres planejaram sua gravidez segundo estudo realizado nos cartões de pré-natal (REIS et al., 2021), dado bem inferior ao encontrado na Pesquisa Nascer no Brasil com amostra de 23.894 mulheres em que 55,4% não planejaram a gestação (BRANDÃO; CABRAL, 2017). A gravidez não planejada representa um problema de saúde pública importante tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento (MACHADO et al., 2017). Embora a redução das taxas dessas gestações requeira abordagens multifatoriais, ampliar o acesso aos métodos contraceptivos de longa duração contribui de forma expressiva para reverter este contexto (MACHADO et al., 2017). De acordo com a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) nos últimos 10 anos, as mulheres estão começando a ter relações sexuais cada vez mais cedo e consequentemente a prática contraceptiva. Essa pesquisa mostrou que em 2006, 66% das jovens (15 a 19 anos) que são sexualmente ativas já haviam usado algum método anticoncepcional, sendo que os mais usados eram 33% preservativo, 27% pílulas e 5% os injetáveis. Já para as mulheres que estavam vivendo alguma forma de união, 88% usavam contraceptivos, sendo que a esterilização (29%) era o método mais frequente, seguido pela pílula (25%) e pelo preservativo (12%), em seguida a vasectomia (5%) e o DIU (2%) (BRASIL, 2006) Segundo a Organização Mundial de Saúde, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre é hoje o método contraceptivo reversível mais usado no mundo, sendo a escolha de 15% das mulheres. São mais de 170 milhões de usuárias (OMS, 2017). A taxa de utilização no Brasil do DIU é de apenas 1,9%, sendo mais utilizados a anticoncepção oral e a ligadura tubária (CARRENO et. al., 2006). Pesquisa realizada com 668 mulheres com idade entre 18 e 49 anos, usuárias de 38 unidades básicas de saúde da cidade de São Paulo, encontrou que a maior satisfação quanto ao método contraceptivo foi observada entre usuárias do DIU (94,7%), da laqueadura (93,5%) e vasectomia (91,7%) (BORGES et al., 2017). Esse estudo trabalhará com capacitação de enfermeiro, implantação da inserção do implanon no setor secundário (DIU já está implantado), e estruturação do acesso a metódos contraceptivos na maternidade de Diamantina. Atualmente, no serviço de obstetrícia do HNSS, referência de alto risco no Vale do Jequitinhonha, as puérperas são liberadas sem nenhum direcionamento quanto ao planejamento e muitas vezes não conseguem ter um seguimento adequado no pós parto que garanta um futuro reprodutivo seguro e eficaz. Diante desse projeto, acreditamos que as puérperas internadas no HNSS terão ciência dos métodos contraceptivos seguros no puerpério e seus benefícios, e serão acompanhadas após a internação para avaliarmos adesão e acessos aos métodos escolhidos anteriormente. Portanto esse trabalho justifica-se devido ao impacto social que produz ao permitir um planejamento reprodutivo às mulheres e suas parcerias
Objetivo geral: Oferecer assistência integral e de qualidade com uma abordagem interdisciplinar à saúde sexual e reprodutiva às mulheres e suas parcerias residentes em municípios de Minas Gerais. Objetivos específicos: Realizar consultas clínicas individuais sobre os métodos contraceptivos e concepção; Ofertar o método contraceptivo escolhido pela mulher e no caso do DIU e implanon ofertar a inserção e o acompanhamento; Expandir o conhecimento dos discentes dos Cursos de Enfermagem e Medicina sobre saúde sexual e planejamento reprodutivo na teoria e na prática; Produzir conhecimento científico através da publicação de guias, resumos e artigos científicos; Aumentar o número de inserções de DIU pós parto no HNSS; Criar um fluxo interno de planejamento familiar intra-hospitalar.
Realizar consultas individuais com as mulheres e sua (s) parceria (s) com foco na saúde sexual e reprodutiva tendo uma média de 10 consultas/semanais. Prescrever métodos contraceptivos e acompanhar a adaptação das mulheres a este método, por um período de um ano. Direcionar a consulta clínica para os métodos disponibilizados pelo SUS. Capacitar profissionais de saúde que atendem na atenção primária para consulta clínica com inserção do DIU para enfermeiros de diferentes municípios do Vale do Jequitinhonha. Metas a longo prazo: Expandir o conhecimento sobre os meios e método de concepção e contracepção; Aumentar a cobertura de utilização do Dispositivo Intra uterino (DIU). Melhorar a qualidade de vida das usuárias; Diminuir a lista de espera para inserção de DIU do município por meio da melhoria no acesso. Ter profissionais de saúde que realizam consulta clínica em saúde reprodutiva e inserção do DIU nas estratégias de saúde da família e maternidade dos municípios próximos da região de Diamantina. Como previsão de impactos diretos, visa a implantação de métodos contraceptivos que se adequem a realidade de cada mulher e o envolvimento da comunidade com os projetos da universidade. Em relação a impactos indiretos, destaca-se a informatização e o conhecimento de um maior número de pessoas, maior empoderamento e autonomia das usuárias em relação a questões de saúde que a atinge diretamente, o que permite questionar e decidir sobre as propostas apresentadas pelos profissionais de saúde. Além da redução da taxa de gestações não planejadas.
Trata-se de um projeto de extensão com foco na intervenção que faz interface entre a extensão, pesquisa e ensino. O projeto engloba as seguintes frentes de trabalho: Capacitação de enfermeiro Os enfermeiros interessados no curso de Consulta de Enfermagem com foco no planejamento reprodutivo e inseçrão do DIU oficializam seu interesse. É oferecido o curso com carga horária de 75 horas, sendo 20 horas teóricas e o restante prático. As professoras da UFVJM vão até o serviço de saúde para essa capacitação e estruturação do serviço. Implantação da inserção do implanon no setor secundário (DIU já está implantado) O implanon não é oferecido pelo SUS em Diamantina. Foi conseguido uma emenda parlamentar que possibilitará a aquisição desse método. Faremos a implantação desse serviço com capacitação dos profissionais. Estruturação do acesso a metódos contraceptivos na maternidade de Diamantina. Serão selecionadas mulheres que internadas no HNSS para interrupção da gestação e em trabalho de parto que optarem por iniciar um método contraceptivo não definitivo. busca implementar um fluxo interno de acesso informação e garantia de planejamento familiar no pós parto imediato no HNSS, através de confecção de cartilhas informativas, orientação, prescrição ou inserção de método contraceptivo escolhido pela paciente. A mestranda do Programa ENSA fará o acompanhamento com todas as participantes do projeto através de telemonitoramento. Dentro dos intervalos de três e seis meses, as pacientes receberão uma ligação telefônica, a fim de se coletar dados sobre a aceitabilidade e manutenção do método escolhido através de dois questionários. Os dados do projeto são analisados, comparados com a literatura e publicados. Esse projeto foi contemplado com recursos do ProextPG. Os gastos incluirão compras de material de consumo pedagógico para as capacitações como o braço para inserção do implanon, pelve, úteros, participação da mestranda no Seminário do Ensa com custeio de coffee break, diárias para capacitação, gráfica para impressão da cartilha para a maternidade, taxa de publicação em revista e se necessário estatístico e revisão de inglês.
BRANDÃO E.R.; CABRAL, C.S. Da gravidez imprevista à contracepção: aportes para um debate. Perspectivas. Caderno de Saúde Pública, v.33, n.2, 2017. Disponível em: . BORGES, Ana Luiza Vilela et al . Satisfação com o uso de métodos contraceptivos entre usuárias de unidades básicas de saúde da cidade de São Paulo. Revista Brasileira de Saúde Materna e Infantil, Recife , v. 17, n. 4, p. 749-756, Dec. 2017 . Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/jWvcKjjwSH7MHKYTGMKVcZb/abstract/?lang=pt BRASIL. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9263.htm BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 300 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução n.466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília (DF): 2012 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Saúde da Família. Carteira de serviços da Atenção Primária à Saúde (CaSAPS) : versão profissionais de saúde e gestores [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Departamento de Saúde da Família. –Brasília: Ministério da Saúde, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde; CEBRAP – Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), Atividade Sexual, 2006. Relatório final. Brasília CARRENO, I et al . Uso de métodos contraceptivos entre mulheres com vida sexual ativa em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 22, n. 5, p. 1101-1109, May 2006 . Disponível em: MACHADO, R.B. et al. Long-Acting Reversible Contraception, Contracepção reversível de longa ação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.39, n. 06, p.294–308, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgo/a/WQxWKxrQ4k6GpfTwbMWv3yc/?lang=en#ModalArticles. OMS. Centers for Disease ControlPrevention Internet. US Selected Practice Recommendations for Contraceptive Use, 2017. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6205a1.htm TUPY, I.S.; TOYOSHIMA, S.H. Impactos dos Programas Governamentais de Transferência de Renda sobre a Economia do Vale do Jequitinhonha. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 44, n. 3, p. 671- 692, jul-set. 2013. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/documents/160445/225329/2013_ss3_mesa1_impactos_programas_governamentais_transferedbe-4b43-8591-a388281d53cf .
A Diretriz Interação Dialógica presente na Política Nacional de Extensão, trata da produção de conhecimento junto à sociedade, de forma a contribuir para a superação da desigualdade e da exclusão social, em busca de uma sociedade mais justa, ética e democrática
O projeto engloba os discentes dos cursos de enfermagem e medicina, residentes e mestrandos, professores que têm participado das ações do projeto, desde o planejamento, realização, consultas, prescrição e demais ações.
Compreendemos que qualquer formação profissional implica a mobilização de saberes plurais, impregnados das diferentes experiências e vivências cumulativas e angariadas em múltiplos espaços.
Os discentes dos cursos de enfermagem e medicina, residentes e mestrandos têm participado das ações do projeto, desde o planejamento, realização, consultas, prescrição e demais ações. Sendo assim o projeto oferecerá para os alunos a oportunidade de realizar ações de educação em saúde da mulher, consultas de planejamento reprodutivo com a supervisão dos professores, proporcionando um conhecimento mais amplo na atuação dos profissionais na prática. As atribuições do aluno bolsista envolve: confirmação de consultas e retornos das usuárias, acompanhamento por telemonitoramento com 3, 6 e 12 meses após a inserção do DIU, esclarecimento de dúvidas através do whatsapp, confecção de material educativo para as educação em saúde nos grupos e para o Instagram, confecção de impressos quando necessario, pesquisa de referências bibliográficas, outras atividades a depender da demanda. Diante desses dados destaca a importância do projeto no município que além de oferecer essa assistência integral e de qualidade para as mulheres de Diamantina, proporciona aos estudantes uma oportunidade de lidar de forma direta com o planejamento reprodutivo, com a prevenção, saúde da mulher e com a população.
A assistência em relação a contracepção permite que as gravidezes não planejadas sejam evitadas e que a fecundidade seja planejada levando em consideração o social, econômico e cultural. Sabe-se que o conhecimento é fundamental para respaldar as decisões de cada indivíduo e possibilitar que as escolhas sejam feitas de forma consciente promovendo a melhor condição de vida e de saúde. Sendo assim, esse projeto é de extrema relevância na expansão do conhecimento, empoderamento feminino, na assistência de qualidade e integral às mulheres e sua (s) parceria (s). O projeto é uma interface de pesquisa, extensão e ensino, em que as ações integradas visam aumentar a qualidade de vida das mulheres e suas parcerias. À medida que a equipe de extensionistas realizam as consultas clínicas estamos aumentando a cobertura de acesso a métodos contraceptivos nos municípios do Estado de Minas Gerais. Além disso, produzimos dados para pesquisa e estamos capacitando profissionais que auxiliarão na consolidação da prática de inserção do DIU e implanon pelo enfermeiro, algo pouco praticado no Brasil, apesar da legalidade. Para o ensino permite a ampliação do conhecimento nesta temática para os estudantes da medicina e da enfermagem. As ações de planejamento reprodutivo estavam quase inexistentes no município de Diamantina antes da inauguração do projeto. O Ambulatório aumentou em 32 vezes o acesso das mulheres ao DIU, além disso capacitou enfermeiros que trabalham na atenção primária e na maternidade para a inserção do DIU. Diante disso, reforça-se a importância de manter as atividades realizadas através deste projeto que tem recebido demandas de expansão.
Será divulgado no instagram do @ambulatoriorep
Público-alvo
Mulheres atendidas na policlínica, nos municípios em que tivemos as capacitações e na maternidade do HNSS.
Municípios Atendidos
Serro - MG
Timóteo - MG
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 14 h
- Manhã;
Organização das atividades
- Tarde;
Relatórios mensais de produtividade
- Tarde;
Atendimentos de consultas clínicas a mulher
- Noite;
Reunião para alinhamento das ações e capacitação da equipe