Detalhes da ação

Maio Laranja nas escolas: mês do combate ao abuso sexual e exploração sexual infantil

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203000917

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - Sem Relatório Final

Data Inicio

02/06/2024

Data Fim

10/06/2024


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

roberta barbizan petinari

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências da Saúde

Área Temática Principal

Saúde

Área Temática Secundária

Educação

Linha de Extensão

Infância e adolescência

Abrangência

Municipal

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Não

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 20 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 12 h
Resumo

A lei 14.432/2022 instituiu a campanha Maio Laranja no país, que prevê a realização de ações de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Assim, a Liga Acadêmica de Medicina Legal selecionou pelo segundo ano consecutivo três escolas do município de Teófilo Otoni/MG para realizar palestras acerca da pauta, tendo como público-alvo o corpo docente. Objetiva-se informar os educadores sobre as alterações comportamentais e psicológicas e as lesões físicas características.


Palavras-chave

Medicina Legal; intervenção na comunidade; abuso sexual; exploração sexual; maio laranja; crianças e adolescente.


Introdução

Em 2000, instituiu-se por meio da lei 9.970 o dia 18 de maio como “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Essa data foi escolhida em memória à menina Araceli Cabrera Bispo, morta brutalmente aos oito anos de idade em 1973, um crime que mobilizou a sociedade para a necessidade de maior proteção efetiva à criança e ao adolescente (BRASIL, 2000). Em 2022, a lei 14.432 instituiu a campanha Maio Laranja no país, a qual prevê que sejam realizadas ações de conscientização, prevenção, orientação e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes (BRASIL, 2022). Além disso, a campanha tem como objetivo tirar o tema da invisibilidade e convocar toda a sociedade para o debate e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes (BRASIL, 2021).


Justificativa

O abuso sexual contra a criança e o adolescente é um fenômeno marcado por uma relação de poder, sendo o abusador um adulto ou adolescente mais velho. Ademais, trata-se de um ato libidinoso que pode envolver ou não contato físico, assim como acontecer mediante ou não o uso de força física. Essa violência pode acontecer no âmbito intrafamiliar, isto é, o agressor é ligado à vítima por laços de consanguinidade, legalidade ou afinidade, mas também em contexto extrafamiliar, que inclui amigos, vizinhos, professores, médicos, líderes religiosos ou mesmo desconhecidos (BRASIL, 2021). De acordo com o Anuário de Segurança Pública de 2022, em 95,4% os agressores eram do sexo masculino. Ademais, em 87,5% dos casos notificados o agressor era um conhecido da vítima, sendo que 40,8% eram pais ou padrastos, 37,2% irmãos, primos ou outro parente e 8,7% avós. É válido pontuar que o estudo também denota que 76,5% dos estupros acontecem dentro de casa. Portanto, trata-se de um violência intrafamiliar e que ocorre dentro do lar. Em relação ao sexo da vítima, 85,5% são meninas, mas meninos também são importantes vítimas. Entre as meninas, predomina a faixa etária de 10 a 13 anos (55,8%), mas entre os 5 e 9 anos também há muitos casos (28,7%). Entre os meninos, a faixa etária de 5 a 9 anos representa 46% dos casos, enquanto de 10 a 13 anos 28,5%. Ademais, é válido pontuar que os dados apontados tem forte influência de subnotificação, já que o silenciamento das vítimas é recorrente (FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA, 2022). Destaca-se que abuso sexual contra a criança e o adolescente gera diversos danos físicos e psicológicos, que podem ter reflexos sobre toda a vida do indivíduo. Portanto, é imprescindível que existam profissionais capacitados para identificar os casos e atuar de maneira não só terapêutica, mas também preventiva. Percebe-se, então, que o enfrentamento envolve uma abordagem integrada e multidisciplinar, sendo não só uma responsabilidade dos órgãos de segurança pública, mas também dos agentes da saúde e da educação, principalmente (SOUSA; NEIVA; DE FARIAS, 2021).


Objetivos

- Permitir que os integrantes da Liga Acadêmica de Medicina Legal conheçam e saibam identificar quais alterações psicológicas e comportamentais, bem como os tipos de lesões físicas que as vítimas podem apresentar. - Apresentar para os ligantes da Liga Acadêmica de Medicina Legal o que preconiza o Código de Ética Médica e Estatuto da Criança e do Adolescente quando se depararem com casos de abuso sexual nos estabelecimentos de saúde em que estiverem atuando. - Promover formação continuada de professores da rede pública de ensino, de modo a fomentar identificação e denúncia de casos. - Fomentar a interação da universidade com os estabelecimentos de ensino básico.


Metas

- Elaboração de cartilha informativa sobre o abuso e exploração sexual de crianças e adolescente, a qual será confeccionada pelos integrantes da Liga Acadêmica de Medicina Legal e o impresso será distribuído aos docentes ao término da palestra -Realização de palestras nos estabelecimentos de ensino parceiros, tendo como público-alvo o corpo docente, acerca das principais alterações psicológicas e comportamentais, assim como lesões físicas que as vítimas podem apresentar. - Análise qualitativa da satisfação tanto do corpo docente, quanto dos estudantes de Medicina, com relação ao conteúdo apresentado.


Metodologia

Em primeiro momento, buscou-se escolas na cidade de Teófilo Otoni (MG) que estivessem dispostas a estabelecer parceria e participar da intervenção. Posteriormente, será elaborada uma cartilha a partir de revisão bibliográfica e de dados estatísticos sobre as repercussões físicas e psicológicas do abuso sexual e exploração sexual de crianças e adolescentes, permitindo que os integrantes da Liga Acadêmica de Medicina adquiram conhecimento sobre o tema. Assim, será possível que, divididos em grupos, desenvolvam as palestras voltadas para o corpo docente das escolas que receberão a intervenção. Por fim, serão colhidos por meio de feedback oral ou escrito os dados relativos à satisfação quanto ao conteúdo apresentado, com intuito de avaliar se os objetivos e metas da ação de extensão foram atingidos.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei Nº 14.432, de 3 de agosto de 2022. Institui a campanha Maio Laranja, a ser realizada no mês de maio de cada ano, em todo o território nacional, com ações efetivas de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Brasília: Presidência da República, [2022]. Disponível em: <https://in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.432-de-3-de-agosto-de-2022-419970929> Acesso em: 27 abr. 2023 BRASIL. Lei Nº 9.970, de 17 de maio de 2000. Institui o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Brasília: Presidência da República, [2000]. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9970.htm#:~:text=LEI%20No%209.970%2C%20DE%2017%20DE%20MAIO%20DE%202000.&text=Institui%20o%20dia%2018%20de,Sexual%20de%20Crianças%20e%20Adolescentes> Acesso em: 27 abr. 2023 BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Abuso sexual contra crianças e adolescentes - abordagem de casos concretos em uma perspectiva multidisciplinar e insterinstitucional. Brasília, DF, 2021. FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022: Violência sexual infantil, os dados estão aqui, para quem quiser ver. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2022. Disponível em: <https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/07/14-anuario-2022-violencia-sexual-infantil-os-dados-estao-aqui-para-quem-quiser-ver.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2023 LIMA, Isabela Rodrigues et at. A capacitação dos profissionais de escola de ensino fundamental em Teófilo Otoni como mecanismo de reconhecer a violência sexual infantil. In: VIII Semana Acadêmica de Medicina da Faculdade de Medicina do Mucuri, 8., 2023, Teófilo Otoni. LIMA, Isabela Rodrigues et al. A capacitação dos profissionais de escolas de ensino fundamental em Teófilo Otoni como mecanismo para reconhecer a violência sexual infantil. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar, v. 5, n. 3, p. e534999-e534999, 2024. SOUSA, Pauliana Andrade; NEIVA, Lígia Damasceno Cronemberger; DE FARIAS, Ruth Raquel Soares. Principais impactos psicológicos em crianças vítimas de abuso sexual. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, p. e18310817270-e18310817270, 2021. Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17270/15368> . Acesso em 27 abr. 2023


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

As palestras possuem o potencial de contribuir para formação continuada de professores da rede pública de ensino, de modo fomentar a campanha nacional do Maio Laranja. Desse modo, tal diálogo da comunidade acadêmica com a sociedade possui potencial para promover repercussão social.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

O enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes envolve uma abordagem integrada, multidisciplinar e humanizada. Isso justifica a interação dialógica entre os agentes da saúde com os da educação, visto que esses profissionais possuem contato direto com as vítimas e consequente potencial para detectar precocemente situações de violação de direitos.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

O evento em questão promove o tripé ensino - pesquisa - extensão na medida que promove ensino aos alunos do curso de Medicina. O conteúdo abordado será embasado em revisões bibliográficas e em dados estatísticos delineados por instituições nacionalmente reconhecidas, destacando-se a importância da pesquisa para a construção do conhecimento baseado em evidência. Assim, é importante que tais informações também alcancem a comunidade externa, com objetivo de contribuir para o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Ademais, a realização das palestras em 2023 propiciou a escrita de um artigo científico descrevendo a experiência, além da atividade também ter sido relatada na VIII Semana Acadêmica de Medicina da Faculdade de Medicina do Mucuri (VIII SAM).


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

É de extrema importância que médicos saibam reconhecer as alterações psicológicas e comportamentais, além das lesões físicas sugestivas de abuso sexual da criança e do adolescente. Além disso, é dever deste saber que diante de tal suspeita o sigilo médico determinado pelo Código de Ética Médica deve ser quebrado em decorrência da sobreposição do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual enfatiza que a proteção aos direitos dessa parcela da sociedade é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público. Ademais, a intervenção junto aos professores enfatiza a necessidade de intervenção preventiva e não somente terapêutica.


Impacto e Transformação Social

Esta ação de intervenção na comunidade possui potencial para fomentar a denúncia precoce, visto que os educadores têm a capacidade de detectar os primeiros sinais de que a criança e o adolescente está vivenciando o abuso sexual, antes mesmo que estes sejam encaminhados aos serviços de saúde. Portanto, a proposta pode contribuir para a transformação desse cenário preocupante.


Divulgação

Será providenciada material gráfico digital de convite para enviar aos diretores e supervisores das escolas encaminharem aos grupos de whatsapp e email dos docentes. A ação de extensão também será divulgada antes e após a ocorrência no instagram das ligas acadêmicas envolvidas.


Público-alvo

Descrição

professores do ensino fundamental I e II e ensino médio, supervisores pedagógicos, vice-diretor da escola, diretor da escola.

Municípios Atendidos

Município

Teófilo Otoni - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

A direção e a supervisão da escola fará a convocação e divulgação da ação para os professores. Também irão contribuir com a organização do espaço físico e dos dispositivos de multimídia onde serão ministradas as palestras.

Participação da Instituição Parceira

A direção e a supervisão da escola fará a convocação e divulgação da ação para os professores. Também irão contribuir com a organização do espaço físico e dos dispositivos de multimídia onde serão ministradas as palestras.

Participação da Instituição Parceira

A direção e a supervisão da escola fará a convocação e divulgação da ação para os professores. Também irão contribuir com a organização do espaço físico e dos dispositivos de multimídia onde serão ministradas as palestras.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 26 h

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Reavaliar feedbacks do ano anterior sobre o projeto, adaptar a apresentação de slides e realizar o planejamento de elaboração da cartilha a ser entregue aos professores.

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realização de pesquisa bibliográfica e de dados estatísticos para construção de uma cartilha pelo membros da LAMEL

Carga Horária 2 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Avaliação final antes sobre o conteúdo e formatação da cartilha antes de liberá-la para impressão

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Apresentar e discutir sobre as alterações psicológicas, comportamentais e lesões físicas derivadas do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Obter feedback dos docentes que participaram da palestra e dos alunos que apresentaram o tema.

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Apresentar e discutir sobre as alterações psicológicas, comportamentais e lesões físicas derivadas do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Obter feedback dos docentes que participaram da palestra e dos alunos que apresentaram o tema.

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Analisar feedbacks orais e escritos acerca da ação de extensão, com objetivo de avaliar se os objetivos e metas foram alcançados.

Carga Horária 4 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Apresentar e discutir sobre as alterações psicológicas, comportamentais e lesões físicas derivadas do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Obter feedback dos docentes que participaram da palestra e dos alunos que apresentaram o tema.