Visitante
Desvendando os mitos e combatendo o preconceito em hanseníase!
Sobre a Ação
202203000929
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
17/06/2024
31/10/2024
202104000012 - Programa de Educação Tutorial - PET - Estratégias para Diminuir a Retenção e a Evasão
Dados do Coordenador
leida calegário de oliveira
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Educação
Saúde
Desenvolvimento regional
Estadual
Não
Sim
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Não
Membros
A presente proposta visa ampliar o conhecimento dos alunos do Ensino Médio sobre a Hanseníase, abordando seus sintomas, modos de transmissão e desmistificando os estigmas associados a ela. Durante esta capacitação, os alunos serão envolvidos em um diálogo interativo conduzido por nós integrantes da capacitação, explorando a história da Hanseníase através de uma dinâmica chamada "Viagem no Tempo". Esta atividade contextualizará desde as origens da doença até os avanços científicos mais recentes.
Hanseníase, doença infectocontagiosa, endemia, saúde pública, diagnóstico precoce.
A hanseníase, cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, representa um grande problema de saúde pública em nosso país pelos seus altos índices de prevalência e incidência, o que coloca o Brasil na segunda posição do mundo entre os países que mais registram casos novos. Em 2022, a região Sudeste do país registrou 2.691 novos casos de hanseníase. Desses, 916 foram diagnosticados em Minas Gerais, estado da região com maior número de registros. (BRASIL. Ministério da Saúde,2023). A doença é preocupante, pois, na fase crônica, pode gerar um quadro incapacitante. Logo é importante que o tratamento seja realizado em sua fase aguda, buscando a obtenção da cura É uma doença infectocontagiosa, de evolução gradual, caracterizando-se primariamente por sintomas dermatoneurológicos, podendo afetar pessoas de todas as idades e gêneros. (SILVA, João. PEREIRA, Maria,2023). No entanto, sua manifestação requer um longo período de exposição à bactéria e apenas uma minoria da população infectada desenvolve sintomas clínicos. As lesões neurais resultantes não só causam deficiências físicas significativas, mas também contribuem para o estigma e discriminação enfrentados pelas pessoas afetadas. (BRASIL. Ministério da Saúde, 2024). Portanto, é crucial expandir o conhecimento sobre a doença, não apenas para promover sua erradicação, mas também para combater o preconceito associado a ela. A hanseníase danifica os nervos periféricos, resultando na progressiva perda de sensibilidade tátil, térmica e dolorosa. Essa deterioração sensorial muitas vezes se manifesta inicialmente como dormência, formigamento ou diminuição da sensibilidade nas mãos, pés ou outras áreas do corpo. Outros sintomas incluem feridas persistentes, dificuldade em distinguir entre calor e frio, e fraqueza muscular. (SILVA, João. PEREIRA, Maria,2023). A transmissão da hanseníase ocorre quando um indivíduo afetado pela forma infecciosa da doença, sem tratamento, libera o bacilo para o ambiente, podendo infectar outros indivíduos susceptíveis, ou seja, com maior probabilidade de desenvolver a doença. A disseminação do bacilo ocorre principalmente pelas vias aéreas superiores, como espirro, tosse ou fala, e não através de objetos utilizados pelo paciente. Além disso, é necessário um contato próximo e prolongado para a transmissão ocorrer. Indivíduos com uma baixa carga bacilar, conhecidos como paucibacilares (PB), têm uma menor capacidade de transmitir a doença devido à sua reduzida quantidade de bacilos. A hanseníase não é transmitida por meio de gestos cotidianos como abraços, compartilhamento de utensílios domésticos, roupas de cama ou outros objetos. Por outro lado, os indivíduos com uma alta carga bacilar, os multibacilares (MB), são considerados fontes significativas de infecção até que recebam tratamento adequado. A hanseníase apresenta um longo período de incubação, que é o intervalo de tempo entre a infecção e o surgimento dos sinais e sintomas. Geralmente, esse período varia de dois a sete anos, embora em alguns casos possa ser mais curto ou até mesmo ultrapassar uma década. (BRASIL. Ministério da Saúde,2023). É fundamental que o diagnóstico de hanseníase seja comunicado aos pacientes de forma cuidadosa, assegurando-se a oferta de suporte psicológico adequado, caso seja necessário. Situações em que o diagnóstico causa angústia tanto para o paciente quanto para seus familiares demandam uma abordagem sensível por parte da equipe de saúde, visando garantir uma adesão ao tratamento eficaz e a gestão dos aspectos psicossociais associados à doença. (JESUS, I. L. R. DE. et al,2023). Os pacientes diagnosticados com hanseníase têm direito a tratamento gratuito disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde – SUS, com a poliquimioterapia (PQT-OMS), disponível em qualquer unidade de saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. (SILVA, João. PEREIRA, Maria,2023). O tratamento interrompe a transmissão em poucos dias e promove a cura da doença, portanto, é crucial ter conhecimento sobre os sintomas da doença, em busca de um diagnóstico precoce.
Devido à demanda em relação a melhorar o nível de conhecimento da população sobre a doença hanseníase e também à necessidade de contribuir para que ocorram intervenção e tratamento precocemente, visando uma melhora na qualidade de vida, o bem-estar da população e a diminuição das sequelas da fase crônica da doença é que se propõe o desenvolvimento do presente projeto.
Objetivo geral: Desenvolver ações que contribuam para a quebra das correntes do estigma, promoção do respeito à diversidade, tornando cada adolescente um agente de mudança na luta contra a hanseníase. Objetivos específicos: Contribuir para a melhoria da compreensão do público em relação à hanseníase, para que esta deixe de ser uma doença negligenciada e estigmatizada; Melhorar os índices de conhecimento do público acerca dos sinais e sintomas da doença; Divulgar a existência de um tratamento gratuito, ofertado pelo SUS; Contribuir para que, munidos de conhecimento, os cidadãos possam reconhecer sinais e procurar ajuda profissional para que o diagnóstico e tratamento sejam feitos o mais precocemente possível, melhorando o prognóstico.
Realizar a ação de extensão para estudantes do ensino médio em atividade realizada no campus JK da UFVJM, em Diamantina, MG, bem como em Gouveia e Belo Horizonte, MG, contemplando 100 estudantes do 3° ano.
A ação será realizada por meio do desenvolvimento de momentos de interação, onde os participantes serão imersos em um diálogo interativo conduzido pelos estudantes da UFVJM, onde serão realizadas dinâmicas chamadas "Viagem no Tempo" para explorar a história da hanseníase. Esta atividade envolvente proporcionará uma compreensão profunda das origens da doença e dos avanços científicos mais recentes, contextualizando sua trajetória ao longo dos tempos. Será examinada a hanseníase sob a lente do preconceito e estigma enfrentados pelos indivíduos afetados ao longo de diferentes períodos históricos, ilustrando as diversas formas de discriminação perpetradas pela sociedade e pelas autoridades governamentais em relação aos pacientes. Os períodos históricos estarão divididos em tempos antigos, séculos XIX e XX e século XXI, discorrendo sobre: Tempos antigos: -Isolamento social com conotação moral e religiosa; -Associação da doença à impureza moral; -Isolamento terapêutico; -Controle exercido pelas instituições religiosas e do Estado sobre os doentes. Séculos XIX e XX: -Descoberta do bacilo em 1873; -Reforço do isolamento terapêutico como única resposta para garantir a sanidade da coletividade; -Descoberta do medicamento na década de 1940, século XX; -Brasil: Políticas públicas voltadas ao isolamento terapêutico até a década de 1970; -A partir de 1983: proposta de desospitalização do doente; -Busca de reparação econômica e prevenção do preconceito/estigma. Século XXI: -Atenção Integral à Saúde; -Continuidade na busca de prevenção dos efeitos sociais da doença; -Diagnóstico precoce e prevenção de incapacidades físicas; -Atenção Primária como lócus de cuidado; -Reabilitação baseada na comunidade (RBC); -Metas para eliminação da doença como problema de saúde pública. Para complementar essa jornada histórica, os participantes serão convidados a participar de uma oficina de artes visuais. O objetivo central dessas atividades é ampliar a percepção dos participantes sobre essa doença muitas vezes negligenciada, destacando a importância crucial do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para alcançar a cura. Enfatizaremos a necessidade de reconhecer os primeiros sinais da doença e buscar ajuda médica rapidamente, garantindo assim resultados eficazes e uma melhor qualidade de vida para todos os afetados pela hanseníase.
SILVA, M. D. P. da.; OLIVEIRA, P. T. de; QUEIROZ, A. A. R. de; ALVARENGA, W. de A. Leprosy in Brazil: an integrative review on sociodemographic and clinical characteristics. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e82491110745, 05, dez,2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.10745.Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/10745. Acesso em: 13 may. 2024. SOBRINHO, R. A. da S.; ARCOVERDE, M. A. M.; ZILLY, A.; NIHEI, O. K.; SANTOS SOUZA, D. C. Repercussões sociais: histórico da hanseníase. Varia Scientia - Ciências da Saúde, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 188–195,09, fev, 2016. DOI: 10.48075/vscs.v1i2.12882.Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/variasaude/article/view/12882. Acesso em: 13 maio. 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Dos estados do Sudeste, Minas Gerais é o que registrou mais casos de hanseníase em 2022. 01, fev,2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias-para-os-estados/minas-gerais/2023/fevereiro/dos-estados-do-sudeste-minas-gerais-e-o-que-registrou-mais-casos-de-hanseniase-em-2022. Acesso em: 13 de maio de 2024. BRASIL. Ministério da Saúde. Hanseníase.9, mar, 2023.Disponível 22em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/hanseniase. Acesso em: 13 de maio de 2024. SILVA, João. PEREIRA, Maria. Hanseníase: Guia Prático. Ministério da Saúde. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/hanseniase/guia-pratico-de-hanseniase.pdf/view. Acesso em: 14 de maio de 2024. JESUS, I. L. R. DE. et al. Hanseníase e vulnerabilidade: uma revisão de escopo. Ciência & Saúde Coletiva, v. 28, n. 1, p. 143–154, 06, jan,2023.
A interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade é essencial em qualquer ação de extensão universitária. Por isso, durante o desenvolvimento da oficina, iremos engajar os estudantes do Ensino Médio em uma conversa aberta sobre a hanseníase. Nosso objetivo é compreender suas percepções e dúvidas em relação à doença, além de dissipar os estigmas históricos associados a ela. Na oficina, trabalharemos de forma ativa para desconstruir esses estigmas, capacitando os estudantes com conhecimento suficiente, não apenas para compreender a hanseníase, mas também para discuti-la de maneira informada com suas famílias. Queremos capacitar esses jovens a reconhecer os sinais e sintomas da doença, identificar possíveis riscos e, o mais importante, orientar as pessoas ao seu redor a buscar ajuda profissional nos postos de saúde, onde há profissionais qualificados para acolher e tratar aqueles que precisam.
Para uma abordagem mais abrangente e integrada do tema, teremos a participação de alunos dos cursos de fisioterapia, farmácia e enfermagem da UFVJM. Isso garantirá uma perspectiva multiprofissional e enriquecedora para o debate e a compreensão da hanseníase.
A interligação entre Ensino, Pesquisa e Extensão é um componente fundamental do projeto pedagógico dos cursos da área da saúde da UFVJM. Abordar a temática da hanseníase é crucial não apenas por este ser um grave problema de saúde regional, mas também por sua relevância no fortalecimento do ensino. Por meio de um diálogo aberto e participativo com a comunidade, buscamos ampliar o conhecimento sobre a hanseníase, promovendo assim a extensão universitária em sua forma mais genuína. Este momento de interação será essencial para identificar e abordar as principais dúvidas e preconceitos existentes em relação à hanseníase, permitindo uma análise aprofundada desses resultados, que contribuirá para a pesquisa na área.
Abordar o tema da hanseníase proporciona uma valiosa oportunidade para os estudantes, pois permite que eles cumpram um tópico essencial previsto nos projetos pedagógicos dos cursos da saúde, em especial do curso de fisioterapia no qual a maioria dos estudantes da equipe está matriculada que traz: “Desencadear e participar ativamente nas discussões e debates interprofissionais e intersetoriais, com gestores e representantes dos segmentos e movimentos sociais, na construção de políticas públicas, programas e projetos de saúde, que visem a melhoria dos indicadores de saúde, considerando a realidade de saúde da região”.
O impacto e a transformação social são impulsionados quando abordamos o tema da hanseníase, um grande desafio de saúde pública em nossa região. Ao sensibilizar e informar a população sobre a hanseníase, contribuímos significativamente para o diagnóstico precoce da doença. Essa abordagem tem o poder de reduzir os índices de transmissão, promovendo uma mudança positiva na saúde e qualidade de vida das pessoas afetadas.
A divulgação do projeto será feita nos perfis de Instagram do PET estratégias (petestrategias.ufvjm) e de turmas do curso de fisioterapia (@fisio42ufvjm).
Público-alvo
Estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas de MG
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Gouveia - MG
Belo Horizonte - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 110 h
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Reuniões de equipe e preparação da ação. Toda a organização está prevista nesta atividade.
Execução das ações de capacitação
28/06/2024
30/09/2024
- Manhã;
- Tarde;
Execução das ações de capacitação
- Manhã;
- Tarde;
Elaboração de relatório final e artigo de divulgação científica