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Vozes da História: contar, ouvir, refletir - lembranças e esquecimentos da história em diferentes tempos e espaços
Sobre a Ação
202103000015
032021 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
29/03/2021
31/12/2021
Dados do Coordenador
rogério pereira de arruda
Caracterização da Ação
Ciências Humanas
Educação
Cultura
Patrimônio cultural, histórico, natural e imaterial
Internacional
Não
Não
Não
Fora do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
Membros
O projeto se propõe a dar prosseguimento à iniciativa em desenvolvimento desde março de 2019. Com este novo pleito espera-se dar continuidade ao projeto para viabilizar a produção de mais três temporadas do podcast “Diamantina em histórias, versos e prosas”. Para viabilizar a execução dos episódios será realizada pesquisa bibliográfica e de fontes históricas, bem como a consulta a especialistas das temáticas a serem abordadas, visando à redação com excelência historiográfica dos roteiros.
Podcast; Diamantina; História
O projeto “Vozes da história: contar, ouvir, refletir – lembranças e esquecimentos da história em diferentes tempos e espaços” foi implantado em março de 2019, e, desde então, realizou um programa na Rádio Universitária 99,7 FM, intitulado “Por ser de lá...”, que foi interrompido devido ao fechamento da emissora, e dois podcasts. O primeiro, “Vozes na Pandemia”, contou com a publicação de 30 episódios, entre maio e agosto de 2020. Já o segundo, “Diamantina em história, versos e prosas”, compreendeu dez episódios, publicados entre setembro e dezembro do mesmo ano. Com esta nova apresentação pretende-se dar continuidade aos trabalhos da equipe do projeto, objetivando criar mais três temporadas desse segundo podcast. Duas para serem produzidas e publicadas em 2021 e uma para ser planejada e preparada para publicação em 2022. A partir da experiência construída nos dois anos de vigência do projeto, pretende-se continuar a produção do podcast “Diamantina em histórias, versos e prosas”, devido, principalmente, a três motivos: 1 – boa aceitação do podcast pelo público ouvinte; 2 – constatação de que há temáticas a serem exploradas em novos episódios; 3 – conhecimentos adquiridos pelos membros da equipe no que tange à preparação de roteiro, gravação e edição de áudios. A equipe do projeto contou desde seu início com a participação de docentes vinculados à graduação e pós-graduação da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades (FIH), e de discentes da respectiva unidade. Na continuidade do projeto não haverá modificações com relação a esta configuração.
A produção de programas em formato de podcast é o aspecto central do projeto. Nesse sentido, torna-se importante uma definição conceitual básica, com o destaque para a questão educacional. Em uma acepção muito breve podcast pode ser definido “como um programa de áudio pré-gravado e disponibilizado na internet para o ouvinte escutar onde e quando quiser”. Após seu lançamento, “o podcast fica disponível em plataformas de streaming de música, como Spotify ou Deezer; ou em aplicativos específicos para o formato, como SoundCloud e Castbox; e também disponível para download no computador ou no celular. [...] Por isso, o podcast traz a facilidade de ser um áudio por demanda” (INOVAÇÃO Sebrae, p.5). Segundo definição de Eugênio Paccelli Freire (2012, p.5), o podcast é “um modo de produção/disseminação livre de programas focado na reprodução de oralidade e/ou de músicas/sons, distribuídos sob demanda”. O mesmo autor define o rádio como “modo de produção/disseminação de conteúdos focado na reprodução de oralidade e/ou de músicas/sons, distribuídos para acesso instantâneo ao longo do dia em horários pré-definidos.” Nesse sentido, uma das principais diferenças estaria na forma de acesso aos conteúdos, pois no caso do podcast o ouvinte tem certa margem de liberdade ao poder escolher o tempo e lugar para ouvir os programas. O que não acontece com o rádio, já que a programação é fixa e independe da decisão do ouvinte. Além disso, o podcast possui maior facilidade de produção e distribuição e é distribuído ao ouvinte sem intermediários, sob a forma de episódios de veiculação espaçada (FREIRE, 2012). Outra característica do podcast é que ele possui menor regulação legal, ao contrário do rádio, o que acaba por proporcionar a produção de conteúdos mais originais. Se comparada ao rádio, a produção de um podcast é mais simples porque demanda apenas um computador, fone de ouvido, caixa de som, microfone e um programa de gravação e edição de som, ao contrário do rádio que necessita de estúdios mais complexos do ponto de vista técnico. Outra necessidade é o acesso à internet, tanto para acessar quanto para postar. Uma das questões centrais na disponibilização dos podcasts é a necessidade de hospedá-lo em um site, e, posteriormente, em um agregador de podcast (SEBRAE, 2020). Vimos também que há uma pluralidade de vozes no podcast brasileiro, o que significa grande variedade de formatos e, além disso, diferentes tipos de classificação. Uma delas aponta que, atualmente, existem no Brasil dois formatos de podcast: o mesacast e o roteirizado (Boa Noite internet, 2019). Este último requer mais tempo de pré-produção, pois é antecedido pela definição de pauta, pesquisa e pela redação de roteiro antes de ser gravado. Já o mesacast requer definição de pauta, pesquisa, mas não tem um roteiro fechado, depende da fala dos convidados para debater com o mediador, por isso demanda maior tempo de pós-produção. Já outra classificação propõe a existência de cinco formatos: podcast solo, com um apresentador; entrevista com especialistas, com apresentador e convidado; storytelling, centrado na “contação de histórias”; múltiplos apresentadores, com a condução do programa por várias pessoas; bate-papo, que propõe, em geral, um diálogo mais descontraído (INOVAÇÃO, s/d). Temos, ainda, classificações pautadas nas apropriações educacionais (FREIRE, 2015, 2017). Ou seja, na podosfera brasileira, cenário nacional de exercício do podcast (FREIRE, 2017), há uma multiplicidade de formatos que ensejam variadas formas de classificação. Pelo exposto acima, ainda que as produções dos podcasts exijam, de fato, menores recursos quando comparada às produções radiofônicas, é importante destacarmos que, ainda assim, é necessário o conhecimento de técnicas e de programas de edição de áudio, o que requer um preparo específico e trâmites para a disponibilização de manutenção dos áudios na internet. De acordo com Freire (2017), a origem do podcast está associada ao blog, característica que, de certa forma, se mantém até os dias de hoje. Tal afirmativa é válida principalmente quando se faz uma relação do podcast com os audioblogs, que surgiram por volta dos anos 2000. De acordo com o autor, “Essa tecnologia tratava originalmente da disponibilização em formato MP3 de gravações em áudio relativas aos conteúdos das postagens nos blogs. Desta feita, aproximava-se da dimensão educacional dos blogs.” (FREIRE, 2017, p.60) Entre os desdobramentos tecnológicos destaca-se a criação por Adam Curry de uma “função de incorporação de arquivos de áudio digital para inclusão de arquivos MP3 no RSS.” Passaram-se alguns anos até que o próprio Adam Curry criou um primeiro agregador de áudio denominado iPodder, mas que era bem precário. O fato determinante foi que Curry decidiu manter o podcast como uma tecnologia aberta, o que possibilitou seu aperfeiçoamento, mas principalmente, definindo seu potencial educativo. Com relação a este potencial o autor explica que, Dentre as práticas educacionais viabilizadas pelo uso do podcast, é possível destacar a abertura para vozes e temas que se encontram à margem de um dado contexto escolar, prática amparada pela liberdade produtiva inerente ao modo como o podcast foi constituído (FREIRE, 2013d, p. 22). Outras práticas educacionais subsidiadas por essa tecnologia consistem da cessão de espaço comunicativo/educacional para sujeitos que, em outros meios tecnológicos, não ultrapassariam a condição de receptores passivos; do exercício de modos de expressão, posicionamentos e discursos pouco usuais em diversos contextos sociais; e do desenvolvimento de projetos inclusivos postos em curso de forma democrática (FREIRE, 2013c). Assim, entre o início dos anos 2000 e o momento atual o podcast passou por várias transformações e desenvolvimentos técnicos, sendo de grande importância a sua compatibilidade com programas existentes, como, por exemplo, o programa iTunnes da Apple. Ou seja, em 2005, o iTunnes passou a agregar podcast, levando a definir sua forma atual (FREIRE, 2017). Com relação ao seu percurso histórico, é possível afirmar, de acordo com Freire (2017, p. 63), que prevalece um percurso em favor da liberdade, destacando-se, “a intenção de se manter um exercício democrático e apto a promover o encontro das falas e ideias de seus participantes nos mais diversos cenários, formando, assim, um percurso que determinou a dimensão educacional apresentada hoje pelo podcast.” Como explicado anteriormente, esta proposição visa dar continuidade às ações de extensão do projeto “Vozes da história - contar, ouvir, refletir...” e justifica-se sua continuidade porque ele tem o mérito de buscar formas de interação entre docentes e discentes em perspectiva interdisciplinar, tendo como fundamento a articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Para a criação dos programas há a necessidade da mobilização de saberes e conhecimentos proporcionados pelas experiências de docentes e discentes em sala de aula, que consiste no aprendizado de metodologias de estudo e pesquisa, formas de comunicação didática de resultados das investigações acadêmicas, entre outras habilidades. No entanto, além disso, a configuração em formato podcast tem exigido novos aprendizados, pois como não há equipe técnica da Rádio à disposição, todos os procedimentos estão sendo realizados pela equipe do projeto, que consistem em: elaboração de roteiros, gravação e edição de áudios, gravação de vinhetas, montagem e formatação de programas, seleção de trilha sonora, além dos procedimentos para publicação na internet e vinculação nas plataformas de áudio, e, também a divulgação dos programas nas mídias sociais. Idealmente, o melhor seria a parceria com uma equipe técnica. Na sua inexistência, temos buscado novos aprendizados na rotina de execução do projeto. Esse processo colabora para ampliar o processo formativo dos discentes, mas também cria oportunidades para que docentes desenvolvam novas capacidades e aptidões. Desde 2019, os programas realizados pelo projeto, apresentam conteúdos que são de interesse do público e têm proporcionado a ampliação de conhecimentos e levado a reflexões sobre questões históricas fundamentais para a construção de uma cidadania plena por parte dos indivíduos. O projeto ainda se justifica porque levando em consideração a existência da cultura digital na qual todos estão imersos, sejam crianças, jovens ou adultos há carência de conteúdos referentes à história de Diamantina. Além dos livros (sejam didáticos ou não) e artigos, é preciso contar a história de Diamantina por outros meios e de forma diferente. O podcast oferece essa oportunidade. Essa é uma constatação que foi construída a partir do diálogo com os alunos da UFVJM e com as interlocuções estabelecidas por meio de projetos como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), Residência Pedagógica e interações menos institucionalizadas com moradores da cidade. No que tange ao Pibid, alguns discentes que participam do projeto Vozes da História e fazem parte do Pibid, relataram perceber que os alunos das escolas estaduais de Diamantina, com destaque para a Escola Estadual Professora Ayna Torres, pouco sabiam das histórias de sua cidade. Como tecnologia de áudio, o podcast pode ser ouvido em qualquer lugar, basta ter um aparelho celular ou mesmo computador, se o ouvinte assim preferir. Pode ser ouvido pelo cidadão comum ou mesmo por jovens e crianças em idade escolar, abrindo assim possibilidades alternativas aos professores e professoras da rede de ensino da cidade. Desse modo, está configurado em Diamantina um cenário aberto à recepção do projeto. Ademais, devido à disponibilização dos episódios pela internet, abre-se mais um meio de divulgação da história de Diamantina que extrapola em muito as fronteiras territoriais, trazendo assim benefícios para a imagem da cidade. O projeto desde seu primeiro ano de funcionamento tem sido uma oportunidade para a efetivação da troca de saberes. Foram realizadas entrevistas com vários colaboradores, cerca de cinquenta, sendo alguns moradores e moradoras da cidade, outros de outras cidades e países; ouvimos docentes e técnicos administrativos, discentes de graduação e pós-graduação da UFVJM. Aprendemos com todos e construímos os produtos do projeto a partir dessa interlocução. Pretendemos continuar com essa interlocução: para a criação dos novos episódios do podcast será necessário a pesquisa bibliográfica e de fontes históricas, e, além disso, ouviremos alguns moradores da cidade para falarem sobre temas como música, e as festas do Divino e do Rosário, por exemplo. O funcionamento do projeto já está trazendo benefícios desde seu primeiro ano de funcionamento, podemos dimensionar da seguinte maneira: a) para a equipe do projeto, aprendizados acadêmicos e técnicos, colaboram no processo de formação dos discentes o que pode favorecer sua inserção futura no mercado de trabalho, que redundará em benefício econômico; b) para a população da cidade traz benefícios sociais e econômicos, pois os moradores ao terem acesso a informações e conteúdos sobre a história da cidade de alta qualidade e de forma gratuita, podem transformar isso em capital simbólico ou mesmo em capital monetário. Não há como controlar os usos que a sociedade faz dos produtos (livros, artigos, tecnologias digitais) que estão à sua disposição, mas um exemplo de benefício econômico que o projeto pode promover poderia ser dado: um guia de turismo da cidade de Diamantina que ouve o programa pode ter a oportunidade de se atualizar e aprofundar seus conhecimentos sobre a história da cidade e assim criar oportunidades de trabalho e realizar melhor seu ofício, se beneficiando economicamente; c) os episódios de podcast ficam disponíveis nas plataformas de áudio e podem ser acessados em qualquer lugar do país ou do exterior, assim discussões de temas da história da cidade, podem trazer benefícios econômicos, na medida em que se soma ao conjunto de conteúdos disponíveis sobre Diamantina e pode estimular o interesse por conhecê-la, ou seja, um benefício econômico que se manifesta por meio dos negócios do turismo.
Objetivo geral: Produzir três temporadas do podcast “Diamantina em História, versos e prosas”, duas para publicação em 2021, uma em 2022. Objetivos específicos: Promover a divulgação da história de Diamantina e região. Proporcionar reflexões sobre a história local. Estimular a circulação de produções culturais. Realizar pesquisa histórica e levantamento bibliográfico, redigir roteiros, gravar e publicar duas temporadas do podcast com cerca de cinco episódios cada. Realizar pesquisa histórica e levantamento bibliográfico, e esboço de roteiros de episódios para uma temporada, com cerca de cinco episódios.
Em relação ao podcast “Diamantina em histórias, versos e prosas”: 1 – Produzir e publicar duas temporadas, com cinco episódios, em 2021. 2 – Produzir uma temporada, com cinco episódios, para publicação em 2022. 3 – Manter por meio da publicação de conteúdos referentes ao projeto os 1367 seguidores no instagram. 4 – Ampliar os plays (1420) da primeira temporada. 5 – Alcançar 500 plays de episódios da segunda e terceira temporadas.
Etapas de desenvolvimento do projeto: O projeto tem como objetivo realizar a produção de três temporadas do podcast “Diamantina em Histórias, versos e prosas” para serem veiculadas na internet e nas plataformas de áudio. Isso será viabilizado a partir das etapas metodológicas listadas abaixo. Enquanto durar a quarentena, elas serão realizadas à distância, por meio de trabalho remoto utilizando-se mensagens de correio eletrônico, videoconferência e chats próprios das mídias sociais. 1. Preparação teórico-metodológica: Pesquisa bibliográfica para definição dos conteúdos que serão tratados nos episódios. Reuniões periódicas com a equipe do projeto. Leituras e estudos dos textos selecionados. Seleção de conteúdos e dados para serem abordados nos episódios. 2. Produção da segunda temporada: Redação de roteiros. 3. Produção da segunda temporada: Gravação de entrevistas, revisão textual dos roteiros, gravação dos áudios, edição dos episódios. 4. Publicação da segunda temporada: Disponibilização do acesso aos episódios na internet e nos agregadores de podcast. 5. Produção da terceira temporada: redação de roteiros. 6. Produção da terceira temporada: Gravação de entrevistas, revisão textual dos roteiros, gravação dos áudios, edição dos episódios. 7. Publicação da terceira temporada: Disponibilização do acesso aos episódios na internet e nos agregadores de podcast. 8. Produção da quarta temporada: Redação de roteiros. 9. Redação do relatório final e avaliação. 10. Divulgação do projeto nas mídias sociais. Impacto direto do projeto: podemos fazer uma previsão, no que diz respeito à quantidade de pessoas envolvidas: a) No que tange à equipe: Atualmente, temos o envolvimento de dois docentes e quatro discentes. Ao longo do projeto pretendemos ampliar a participação de discentes, abrindo vagas para mais voluntários. b) No que tange ao público alvo: entre comunidade interna e externa pretendemos alcançar 2.000 ouvintes e seguidores. A avaliação: será dará da seguinte maneira: a) Público ouvinte: retorno das mídias sociais, de modo constante a fundamentar ajustes necessários durante a veiculação dos episódios. b) Equipe do projeto: reuniões rotineiras para avaliar o andamento do cronograma de trabalho e assim fazer ajustes necessários, critério avaliativo: alcance das metas estabelecidas. trabalho dos voluntários avaliados com base nos seguintes critérios: assiduidade, comprometimento, responsabilidade, criatividade, iniciativa e autonomia.
BOA Noite Internet: Como fazer um podcast: o podcast – ao vivo no YoupixSummit. [Locução de:] Cris Dias et al. s. l. Ampere, 16 set. 2019. Podcast. Disponível em: <https://www.boanoiteinternet.com.br/2019/09/16/como-fazer-um-podcast-o-podcast-ao-vivo-no-youpix-summit/>. Acesso em: 24 abr. 2020. FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: definição, projeto, pesquisa. In: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes (coord.). Práticas interdisciplinares na escola. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2013. FREIRE, Eugênio Paccelli Aguiar. Distinções educativas entre rádio e podcast. Prisma.Com, Revista de Ciências e Tecnologia de Informação e Comunicação. Porto, n. 18, 2012. Disponível em: <http://ojs.letras.up.pt/index.php/prismacom/article/view/1957>. Acesso em: 28 mar. 2020. FREIRE, Eugênio Paccelli Aguiar. Aprofundamento de uma estratégia de classificação para podcasts na educação. Revista Linhas. Florianópolis, v. 16, n. 32, p. 391 – 411, set./dez. 2015. Disponível em: <http://www.revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/view/1984723816322015391>. Acesso em: 28 mar. 2020 FREIRE, Eugênio Paccelli Aguiar. Podcast: breve história de uma nova tecnologia educacional. Educação em Revista. Marília, v. 18, n. 2, jul-dez 2017, p. 55-70. Disponível em: <http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/view/7414>. Acesso em: 28 mar. 2020. GONÇALVES, NadiaGaiofatto. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: um princípio necessário. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 33, n. 3, p. 1229-1256, set./dez. 2015. Disponível em: <http://www.perspectiva.ufsc.br>. Acesso em: 19 nov. 2018. INOVAÇÃO Sebrae. Como fazer um podcast: estratégia, passo a passo e divulgação. Ebook. Disponível em: <https://inovacaosebraeminas.com.br/materiais-educativos/>. Acesso em: 23 abr. 2020. JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976. MORAES, Márcia Maria dos Santos de; RONER, Márcia Nunes Bandeira; ROCHA, Erika Maria Sampaio; MAIA, Regina M. C. S. Interdisciplinaridade e interprofissionalidade: uma estratégia de ensino-aprendizagem na área de Parasitologia. Revista Docência do Ensino Superior. Belo Horizonte, v. 9, p. 1-17, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rdes/issue/view/656. Acesso em: 12 março 2021. SODRÉ, Elaine Leonara de Vargas. Projeto de extensão universitária: Vale do Jequitinhonha: Patrimônio material e imaterial. Diamantina, 2012. Apresentado à Pro-reitoria de Extensão e Cultura, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
No contexto atual de isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus (ou da Covid-19), a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade tem se adequado, ou quase se restringido, à intermediação das tecnologias digitais. Reuniões por acesso remoto, publicação de conteúdos no Instagram e no Facebook, envios de mensagens por e-mails e nos grupos de WhatsApp e Telegram têm sido os caminhos mais adequados para promover interações. O projeto de extensão Vozes da História tem seguido esta mesma trilha através da publicação do conteúdo de suas atividades por meio de podcasts em plataformas digitais de áudio como Spotify e Googlepodcast. Os links de acesso aos episódios e conteúdos produzidos são divulgados pelas redes sociais, especialmente Instagram e Facebook, onde o público interage mediante curtidas, comentários, compartilhamentos e enquetes permanentes à disposição dos seguidores. Por se tratar de mídia de comunicação multilateralmente compartilhada, o podcast não se encerra no processo de produção, publicação e divulgação dos episódios, pois fica disponível permanentemente por tempo indefinido à disposição dos ouvintes interessados. A equipe do projeto recepciona e compila as opiniões dos ouvintes, reavaliando a produção dos episódios seguintes num processo cíclico e contínuo de interação entre a comunidade acadêmica e a sociedade. Por exemplo, a contribuição da sociedade decorrente desses intercâmbios durante a primeira temporada tem direcionado a produção da segunda, com a realização de entrevistas a serem concedidas por pessoas e/ou grupos de pessoas da cidade, observando-se seu conhecimento particular ou envolvimento social com as temáticas abordadas. Nesse sentido, entre as pessoas que interagem com o podcast foram selecionadas algumas para que possam manifestar de forma mais sistematizada suas opiniões, sugestões, indicações específicas sobre o conteúdo dos programas.
Em pesquisa realizada no Google acadêmico utilizando-se a palavra interprofissionalidade como termo de busca, verifica-se que as quinze primeiras páginas, que compreendem cento e cinquenta resultados, demonstram que o termo é muito usado nas áreas da saúde, saúde mental, saúde básica, formação em saúde/educação em saúde e serviço social (https://scholar.google.com.br/scholar?start=0&q=+interprofissionalidade&hl=pt-BR&as_sdt=0,5). Todas essas cento e cinquenta menções estão restritas praticamente a esses campos, demonstrando assim, que é um termo muito utilizado nas áreas das Ciências da Saúde e das Ciências Sociais. A interface com as Ciências Humanas aparece no campo da Educação quando o conceito de interprofissionalidade está sendo mobilizado nas discussões na área da formação/educação em saúde. Em busca realizada no Portal de Periódicos da Capes situação semelhante é observada. Com a consulta ao termo, obtém-se um resultado de dez páginas, com 92 registros, sendo que 81 deles se referem a periódicos revisados por pares. Em acréscimo ao que foi observado na pesquisa anterior, cabe acrescentar que o termo aparece em trabalhos relativos a estudos psicossociais (três registros) e de Direito (um registro). Além disso, o termo aparece vinculado às publicações que discutem a política nacional de extensão. Conclui-se, portanto, que exceto no campo da Educação e da Psicologia, o termo interprofissionalidade não é muito conhecido e operatório na área das Ciências Humanas. Dessa forma, ele aparece como um desafio a ser enfrentado ao se pensar em projetos de extensão nas áreas das Ciências Humanas. Ao apresentar uma definição de interprofissionalidade Moraes et al (2019) retomam discussão de Batista (2012) e afirmam que o conceito “(...) está vinculado à noção do trabalho em equipe, marcado pela reflexão sobre os papéis profissionais, pela resolução de problemas e pela negociação nos processos decisórios, a partir da construção de conhecimentos, de forma dialógica e com respeito às singularidades e às diferenças dos diversos núcleos de saberes e práticas profissionais”. Já para a discussão do conceito de interdisciplinaridade Moraes et al (2019) apresentam as conceituações de Fazenda (2013) e Japiassu (1976). Deste último autor ressalta-se a interdisciplilnaridade como interação entre diferentes disciplinas, com o propósito de construção de novos conhecimentos. Não seria justaposição de disciplinas, mas uma inter-relação para a formação de novos saberes. Quanto às formulações de Fazenda (2013, p. 20), destaca-se que “o pensar interdisciplinar parte do princípio de que nenhuma forma de conhecimento é em si mesma racional. Tenta, pois, o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas”. Nesse sentido, as noções de trabalho em equipe a partir das singularidades esperadas pelo trabalho interprofissional e a influência mútua entre áreas diferentes, proposta pela interdisciplinaridade são desafios a serem enfrentados pelo projeto, notadamente, porque a equipe do projeto não se compõe de profissionais de áreas diferentes. No entanto, é necessário ressaltar que o projeto na prática aproxima conhecimentos da história, história da arte, comunicação e tecnologias digitais, abrindo perspectivas para o trabalho interdisciplinar.
A indissociabilidade entre o ensino a pesquisa e a extensão é um princípio que norteia a políticauniversitária no Brasil, tornando-se um meio para a realização de um projeto de Universidade pública. Aproposição deste princípio provém da necessidade de que demandas de setores da sociedade influenciemna produção do conhecimento, efetivando-se assim a função social da Universidade (GONÇALVES, 2015). No entanto, a observância do tripé ensino-pesquisa-extensão não tem viabilizado resultados de carátermais profundo e abrangente. Gonçalves (2015) afirma que o princípio da indissociabilidade, pensado sob oponto de vista da institucionalização, levou a dois caminhos. Um relacionado às atividades de Extensão,como programas, projetos, cursos, eventos, prestação de serviços extensionistas, é de relativo sucesso. Ooutro caminho “(...) que tem mais diretamente a ver com a Universidade necessária, de a Extensãoconstituir-se em prática acadêmica, um princípio filosófico, político e metodológico, permeando o Ensino ea Pesquisa, relativamente pouco avançou.” (GONÇALVES, 2015, p. 11). De acordo com Sodré: 'A relação entre pesquisa e extensão ocorre quando a produção do conhecimento é capaz de contribuirpara a transformação da sociedade. A extensão, como via de interação entre universidade e sociedade,constitui-se em elemento capaz de operacionalizar a relação entre a teoria e a prática. Desta maneira,acredita-se que a relação entre essas três esferas conduz a mudanças no processo pedagógico, poisalunos e professores constituem-se em sujeitos do ato de aprender e transformar a realidade. Ao mesmotempo em que a extensão possibilita a democratização do saber acadêmico, por meio dela, este saberretorna à universidade, testado e reelaborado'. (2012, p. 21). Nesse sentido, acreditamos que ao produzirmos os programas em formato podcast que resultam de conhecimentos adquiridos por meio de pesquisas, estamos colaborando com a sociedade ao potencializar o acesso a estes conhecimentos, democratizando assim a aproximação das pessoas com o saber acadêmico. Na via da extensão, o projeto significa, ainda, a abertura para que conhecimentos populares ganhem acolhimento e também sejam incorporados nas reflexões, todavia, sem hierarquização de saberes. A equipe do projeto conta com dois docentes da UFVJM, vinculados à graduação e pós-graduação. Todos os dois estão aptos a promoverem a aproximação do projeto com a graduação. Todos os dois professores participantes têm experiência em pesquisa e extensão, portanto, estão aptos a conduzirem o projeto de modo a proporcionar uma boa integração entre o ensino, pesquisa e extensão. Ademais, acrescenta-se o viés interdisciplinar assumido pelo projeto que se expressa no perfil profissional de seus integrantes, que abrange a formação em Comunicação, História, Filosofia, História da Arte.
A participação dos estudantes no projeto consistirá em: 1 – Discussões visando à escolha de temáticas a serem abordadas nas temporadas propostas. 2 - Leituras e pesquisas visando à elaboração de roteiros de podcast. 3 – Redação de roteiros de podcast. 4 - Gravação de áudios para formatação de episódios de podcast. 5 – Edição de áudios visando à formatação de episódios de podcast. 6 – Publicação de conteúdos nas mídias sociais para divulgação dos episódios de podcast. Tais atividades colaborarão na formação acadêmica dos estudantes, uma vez que criarão oportunidades para aprendizados que não seriam possíveis fora do âmbito do projeto.
A proposta de criar mais uma temporada do podcast “Diamantina em histórias, versos e prosas” tem como finalidade fornecer aos ouvintes informações e levar a reflexões sobre temas importantes da história da cidade, especialmente quanto à valorização de sua memória. Nesse sentido, o acesso aos conteúdos pode proporcionar e colaborar para: formação crítica das pessoas interessadas nos assuntos abordados; motivar o interesse por outros conteúdos de caráter histórico; originar e/ou estreitar os vínculos afetivos com a cidade de Diamantina; despertar o interesse por iniciar ou continuar estudos acadêmicos. Como instrumento de resgate da memória local, o podcast produzido tem sido utilizado por professores de História da Educação Básica, contribuindo na formação intelectual e identitária de crianças e adolescentes na cidade de Diamantina. A realização das interações com a comunidade por meio das entrevistas, cerca de cinquenta, desde o início do projeto, tem nutrido a equipe com informações, sugestões e perspectivas de olhar para as questões abordadas pelo trabalho realizado e isso constitui uma base formativa que se volta para a produção de todos os produtos do projeto. Ou seja, os resultados do projeto resultam das leituras e pesquisas realizadas pela equipe, bem como das interações realizadas com os diferentes interlocutores: o aprendizado é mútuo.
O projeto conta com divulgação de suas ações no Instagram e no Facebook. O projeto mantém páginas nessas mídias sociais, como forma de fazer posts com conteúdos relativos ao projeto e para divulgar a publicação dos episódios de podcast nas plataformas de áudio. Além disso, será solicitada a divulgação das ações do projeto na página da universidade. facebook.com/vozesdahistória.ufvjm/ @vozesdahistoria
Para acesso aos episódi
Público-alvo
A participação do público alvo se dará, em princípio, de duas maneiras: 1. Participação interativa: serão selecionadas e convidadas pessoas da comunidade universitária e da comunidade externa que se disponham a fornecer entrevistas, pequenos depoimentos, informações, etc. 2. Participação como ouvinte: os programas serão disponibilizados na internet e nas plataformas de áudio, estando assim acessíveis à comunidade universitária e à comunidade externa.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Nenhuma parceria inserida.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 704 h
- Tarde;
Reuniões periódicas com a equipe do projeto.
- Tarde;
Preparação teórico-metodológica: Pesquisa bibliográfica para definição dos conteúdos que serão tratados nos episódios.
- Tarde;
Reuniões periódicas com a equipe do projeto, etapa II.
- Tarde;
Preparação teórico-metodológica: Revisão da pesquisa bibliográfica para definição dos conteúdos que serão tratados nos episódios, a partir de estudos e pesquisas individuais previamente orientadas nas reuniões.
- Tarde;
Reuniões periódicas: reuniões coletivas, reuniões com equipes de trabalho - Etapa III.
- Manhã;
Leituras e estudos dos textos selecionados. Seleção de conteúdos e dados para serem abordados nos episódios.
- Manhã;
Produção da segunda temporada: Redação de roteiros.
- Manhã;
Produção da segunda temporada - Etapa II: Gravação de entrevistas, revisão textual dos roteiros, gravação dos áudios, edição dos episódios.
- Manhã;
Divulgação do projeto nas mídias sociais.
- Manhã;
Produção da terceira temporada - Etapa I - redação de roteiros.
- Manhã;
Divulgação do projeto nas mídias sociais - Etapa II.
- Manhã;
Publicação dos episódios - Etapa I.
Divulgação do projeto - Etapa III
23/08/2021
07/09/2021
- Manhã;
Divulgação do projeto nas mídias sociais - Etapa III.
- Manhã;
Produção da terceira temporada - Etapa II: Gravação de entrevistas, revisão textual dos roteiros, gravação dos áudios, edição dos episódios.
- Manhã;
Divulgação dos projetos nas mídias sociais - Etapa IV.
- Manhã;
Produção da quarta temporada - Etapa I: Redação de roteiros.
- Manhã;
Divulgação do projeto nas mídias sociais - Etapa V
- Manhã;
Publicação dos episódios nas plataformas agregadoras de podcast.