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Ensino de anatomia de órgãos vegetativos para o ensino fundamental com auxílio de aquarelas botânicas
Sobre a Ação
202203000988
032022 - Ações
Curso/Oficina
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
03/06/2024
22/12/2024
Dados do Coordenador
elaine cristina cabrini
Caracterização da Ação
Ciências Biológicas
Educação
Educação
Metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem
Local
Não
Não
Não
Fora do campus
Manhã
Não
Membros
A impercepção botânica é um entrave a preservação das espécies vegetais, uma vez que as pessoas não conseguem enxergar as plantas como seres vivos, pertencentes ao ecossistema. Criar estratégias que possam diminuir a impercepção botânica é uma tarefa que deve atender todos os níveis de educação. Este projeto tem como objetivo utilizar-se da aquarela botânica para chamar a atenção dos alunos do ensino fundamental de uma escola pública de Diamantina – MG para a importância das plantas.
ensino, botânica, estratégias, educação
O processo de ensino aprendizagem está cada dia mais desafiador, devemos considerar a individualidade dos alunos, assim como estimular suas habilidades para o desenvolvimento de competências (Oliveira et al., 2022). Embora os documentos norteadores da educação brasileira como a Base Nacional Comum Curricular e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN-Lei N° 9,394/96), segundo os autores citados acima destacam a importância de incentivar o exercício da curiosidade intelectual, o trabalho de pesquisa e investigação científica. A BNCC sugere no segundo ano do ensino fundamental, na Unidade Temática Vida e Evolução, temos as seguintes habilidades a serem desenvolvidas: (EF02CI06) Identificar as principais partes de uma planta (raiz, caule, folhas, flores e frutos) e a função desempenhada por cada uma delas, e analisar as relações entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos. Claro que esse conhecimento deve ir se aprimorando e ampliando ao longo do ensino fundamental. Porém nem sempre é isso que podemos ver nas escolas públicas. No sétimo ano do ensino fundamental, quando se deve desenvolver as habilidades (EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação. Porém há muita dificuldade para o professor fazer essa interdisciplinaridade devido a distância dos assuntos abordados. Adicionalmente o ensino tradicional, descontextualizado e fragmentado ainda está presente no cenário educacional do Brasil em pleno século XXI (Gehard, Rocha Filho, 2012), ao uso indispensável do livro didático (Souza, 2018) somado ao fato do livro didático ser a única ferramenta de abordagem dos conteúdos, tornando-os reducionista, desestimulador e descontextualizado (Nicola; Paniz, 2016). Além da dificuldade dos professores temos também a impercepção botânica que, segundo Ursi e Salatino(2022) pode ser entendida como a inexistência total de percepção ou uma percepção limitada. O termo impercepção botânica é adequado para se referir à falta de habilidade das pessoas para perceber as plantas no seu proprio ambiente, o que leva a incapacidade de reconhecer a improtancia das plantas para a biosfera e para os humanos ou de apreciar a beleza delas (Katon et al., 2013, p.179). Para superar tamanhas dificuldades faz-se necessário a busca por novas metodologias de ensino pelos professores, visando que as aulas se tornem mais atrativas e interessantes, resgatando o prazer de docentes e discentes em ensinar e aprender Botânica (Oliveira et al., 2022). Segundo Nascimento et al (2017) o ato de identificar significa compreender a importância de todas as formas de vida. Relacionar conteúdos biológicos com o dia a dia está cada vez mais complexo, pois muitos docentes da educação básica utilizam de abordagens extremamente teóricas. Exemplificar fenômenos abstratos e estruturas que não são possíveis de se observar e ter uma mensuração direta, que apresentam uma dependência de uma conceituação teórica e representações que tornem o conteúdo mais dinâmico e interativo com os estudantes. Apesar de existir a crença de que plantas são desinteressantes, pouco atraentes e ocupam um status inferior aos seres humanos e outros animais, a presença de uma abordagem interdisciplinar entre arte e ciência buscando compreender conceitos científicos e utilizando de representações visuais, desperta os estudantes para um novo olhar sobre as plantas (Novais 2024; Silveira 2019; Silva e Silva 2021). A anatomia vegetal contempla o estudo da morfologia interna das plantas, da origem a formação do embrião e o desenvolvimento de seus órgãos vegetativos e reprodutivos. O estudo da anatomia vegetal é essencial para o entendimento de outras áreas, como a fisiologia, a ecologia e a taxonomia das plantas (Rodrigues et al., 2019). Realizar atividades de extensão em classe são de suma importância para que os estudantes possam adquirir uma sensibilidade maior para o conteúdo trabalhado, multiplicando os conhecimentos adquiridos (SILVA et al 2020). A importância da extensão universitária, tanto sob o ponto de vista dos interesses das instituições de Ensino Superior em enriquecer as aprendizagens dos discentes associando-as a atividades práticas, quanto da sociedade que tem acesso a diversos serviços que visam o exercício da cidadania e dos direitos humanos (Silva et al., 2019). A tríplice ensino, pesquisa e extensão faz parte da formação, da construção do conhecimento; fora da universidade é possível uma melhor criticidade do meio, a troca de conhecimento e experiências, além da construção do conhecimento a partir do contato direto com a realidade cotidiana vivenciada perante os diferentes segmentos sociais (Evangelista et al., 2020).
A justificativa para esta ação está na melhoria da qualidade do ensino de botânica, buscando integrar a botânica ao cotidiano do aluno, uma vez que estamos inseridos numa cadeia de montanhas de extrema importância mundial. Justifica-se também por oportunizar os discentes do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas a expandir suas práticas pedagógicas e desenvolver materiais e metodologias mais atrativas para o ensino, além de permitir mais dialogicidade com as escolas públicas de Diamantina.
Objetivo Geral: promover a extensão universitária, aproximando a comunidade da UFVJM. Objetivos específicos: 1) Desenvolver aquarelas botânicas que retratem a beleza interna e externa das plantas e usar essas aquarelas como ferramentas de ensino. 2) Desenvolver habilidades artísticas nos alunos do ensino fundamental. 3) Utilizar diferentes recursos escolares, como por exemplo, os microscópios da UFVJM que serão levados para a escola estadual. 4) Envolver o discente com a prática e acadêmica, com análise de dados, discussão, argumentação, incluindo os técnicos de laboratório para execução e discussão da análise estatística dos dados obtidos. 5) Possibilitar a redução da impercepção botânica por meio de abordagens diferentes do conteúdo vegetal, promovendo assim uma mudança de paradigma em relação a importância das plantas para a vida no planeta.
Melhoria na qualidade do ensino de Botânica. Maior visibilidade para as plantas. Maior versatilidade discente. Promover mais interação entre os conteúdos específicos da Biologia com a área educacional.
A metodologia de trabalho utilizada será a aplicação de questionários pré e pós atividade. No primeiro momento, será feito um questionário pré-conhecimentos botânicos. Após a análise desse questionário será preparada uma aula usando a aquarela botânica e microscópio óptico para abordagem dos órgãos vegetativos das plantas. Após uma semana, será aplicado o mesmo questionário pré-conhecimentos botânicos a fim de avaliar a inferência da aula ministrada. Para avaliar a aprendizagem significativa serão aplicados mais 2 questionários, com um e três meses após a abordagem. Todos aqueles que aceitarem assinarão o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) antes de responder ao questionário. Após a coleta de dados por meio dos questionários, acontecerá a etapa de análise dos dados coletados, que consistirá no estudo detalhado de cada seção de perguntas do questionário, comparação entre os diferentes momentos de aplicação do questionário e porcentagem de impercepção botânica.
EVANGELISTA, Hannah Imbelloni et al. A importância das atividades de extensão na formação acadêmica de seus voluntários e na qualidade de vida do paciente diabético: projeto de extensão amigo do diabético. Research, Society And Development, [S.L.], v. 9, n. 11, p. 1-14, 25 nov. 2020. Research, Society and Development. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.10186. FREITAS, S. dos. A.; ANDRADE-NETO, A. S.. Análise dos conteúdos de física nos livros didáticos de ciências do nono ano do ensino fundamental aprovados pelo PNLD 2017. Revista Contexto & Educação, Canoas, n. 107, p. 174-188, Jan./ Abr., 2019. DOI: https://doi.org/10.21527/2179-1309.2019.107.174-188. GERHARD, A. C; ROCHA, J. F. B.. A fragmentação dos saberes na educação científica escolar na percepção de professores de uma escola de ensino médio. Investigações em Ensino de Ciências, Goiânia, v.17, n.1, p. 125-145, 2012: Disponivel em: https://www.if.ufrgs.br/cref/ojs/index.php/ienci/article/view/210/144. Acesso em: 26 de agosto de 2024. Katon, G. F. et al. Cegueira Botânica e o Uso de Estratégias para o Ensino da Botânica, Apostila Botânica no Inverno, São Paulo, p.179-180, 2013. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/63255759/Apostila_Botanica_no_Inverno_201320200509-93834-17u4dzg.pdf?1589076019 NASCIMENTO, B. M. et al. Propostas pedagógicas para o ensino de botânica nas aulas de ciências: diminuindo entraves. Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias, Vigo, v. 16, n. 2, 2017, p. 298-315. NICOLA, J. A.; PANIZ, C. M.. A importância da utilização de diferentes recursos didáticos no ensino de biologia. Revista do núcleo de educação a distância da Unesp. São Paulo, v. 2, n. 1, p.355-381, maio, 2016. ISSN 2525-3476. NOVAIS, S. J.38° REUNIÃO NORDESTINA DE BOTÂNICA, 2024, Maranhão. Impercepção botânica: em busca de uma definição constitutiva do construto de disparidade de consciência sobre as plantas. Maranhão, 2024. OLIVEIRA, A. P. da S. O; OLIVEIRA; E. T. C. C.; QUEIROZ, L. L. G; CRUZ, R. D. M. Principais desafios no ensino-aprendizagem de botânica na visão de um grupo de professores da educação básica. Revista Pedagógica, v. 24, p. 1-26, ano 2022. DOI http://dx.doi.org/10.22196/rp.v22i0.6566 Rodrigues, A. C., de Oliveira, F.M.C.; Lusa, M. G. Atlas de Anatomia Vegetal. Projeto de extensão desenvolvido pelo laboratório de anatomia vegetal da Universidade Federal de Santa Catarina. 2019. Acessível em https://atlasvegufsc.wixsite.com/ufsc de Silva, M. de C., & Silva, P. S. (2021). Panorama da integração entre Arte e ensino de Ciências: análises quantitativa e qualitativa. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 38(1), 346–375. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2021.e73277 Silva ALB, Sousa SC, Chaves ACF, Sousa SGC, Andrade TM, Filho DRR. A importância da Extensão Universitária na formação profissional : Projeto Canudos. Rev enferm UFPE on line. 2019;13:e 242189 DOI:https://doi.org/10.5205/1981 -8963.2019.242189 SILVA, M., V. da; PRAZERES, J., A., dos. A temática “algas” em livros didáticos do ensino fundamental: uma análise teórica e imagética segundo o modelo da carga cognitiva e da teoria da memória operacional. Biodiversidade, v.19, n.1, p. 163. 2020. SILVEIRA, A. K. M. Proposta de material didático virtual para o ensino de botânica. 2019. Monografia (Especialização em ensino de ciências) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019. SOUZA, C. L. P. Uma análise crítica, a partir do enfoque Ciência-Tecnologia- Sociedade (CTS), do ensino de botânica na educação básica. 88f. 2018. Dissertação de mestrado (Programa de pós-graduação em Educação em Ciências: Química vida e saúde) -Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. URSI, S; SALATINO, A.. É tempo de superar termos capacitistas no ensino de biologia: “impercepção botânica” como alternativa para “cegueira botânica”. Bol. Bot. Univ. São Paulo, São Paulo, v. 39, p. 1-4, 2022 DOI http://dx.doi.org?10.11606/issn.2316-9052.v39ip1-4
O diálogo será mantido pela troca e experiências de saberes dos vários atores envolvidos no processo (docentes e discentes da UFVJM e docentes e discentes da escola pública de diamantina, aproximando a pesquisa e os conhecimentos científicos com a prática cotidiana do professor da escola pública.
Este momento será feito com a intervenção discente da UFVJM frente às características próprias da escola e a formação profissional do estudante de licenciatura em Ciências Biológicas, esforçando-se em trazer outros elementos de conhecimento, como a arte, por exemplo.
Nesta tríade, temos a extensão da UFVJM nas escolas públicas de Diamantina, assim como os dados coletados nesta ação pesquisa serão utilizados para suscitar discussões a respeito do ensino de Botânica.
O impacto na formação do docente está relacionado com: - o discente elaborará as pranchas com os desenhos anatômicos, com aprofundamento e enriquecimento de conhecimentos teóricos, metodológicos e práticos; - o discente fará o preparo e a apresentação da atividade na escola, com participação ativa na sua formação acadêmica; - o preparo das atividades possibilitam a ampliação do conhecimento sobre metodologias, abordagens e estratégias de ensino; - o discente terá despertado em sua vivência o conhecimento de produtos educacionais diversos; - a avaliação do discente será feita mediante discussão entre o professor preceptor e a coordenadora do projeto após a execução das atividades e também com a socialização da atividade perante o grupo participante da pesquisa.
Busca-se novas possibilidades de ensino para o futuro professor, utilizando a arte como ferramenta, algo que nem sempre é visto em aulas. Pretende-se que o futuro professor amplie suas possibilidades de ensino-aprendizagem e esteja sempre em busca da formação continuada.
Não faremos divulgação em redes sociais. O projeto foi divulgado no Departamento de Ciências Biológicas, a fim de buscar alunos para contribuir na execução das atividades. A escola escolhida foi anteriormente contactada, aceitando a proposta de trabalho e a professora da disciplina de Ciências e Biologia, acompanhou as atividades e colaborou com os momentos de avaliação.
Caracterização do Curso ou Oficina
Iniciação
24
Breve explicação sobre confecção de aquarelas. Abordagens conceituais, teóricas e práticas. Momento livre para dúvidas e desenhos.
Mostrar para os alunos os órgãos vegetativos das plantas e perguntar se eles sabem quais são? Explicar o que são órgão vegetativos Explicar a função de cada órgão vegetativo Perguntar se já viram uma planta por dentro, no microscópio; Mostrar as aquarelas e explicar o que cada uma representa; Os alunos devem passar pelos microscópios vendo as lâminas; Os alunos devem responder ao questionário pós aplicação .
Formativa: os alunos deverão interagir durante a aula com as perguntas feitas, e tirar suas dúvidas. Uso de questionário ao longo do semestre letivo para avaliar se a ação promoveu uma aprendizagem significativa.
Análise crítica dos questionários, pré e pós atividade (1 mês e 3 meses).
Público-alvo
Os alunos de uma escola pública de Diamantina, do ensino fundamental II, sendo 3 turmas do sétimo ano.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Será fornecido o espaço físico e o publico alvo para realização da ação.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 17 h
- Tarde;
A discente se mantem atualizada em relação as informações técnicas e científcas sobre o ensino de botânica.
- Tarde;
Confecção do questionário pré ação.
- Manhã;
Confecção das aquarelas escolhidas para serem demonstradas na escola.
- Manhã;
Foi feita a aplicação dos questionários para levantamentos dos conhecimentos prévios dos alunos
- Tarde;
As aulas foram preparadas de acordo com as falhas de aprendizagem apresentadas.
- Manhã;
A intervenção será feita uma vez em cada turma.
- Manhã;
Será feita a coleta de dados após uma semana da intervenção
- Manhã;
Coleta um mês após a intervenção
- Manhã;
Coleta após 3 meses de feita e intervenção
- Manhã;
Análise e comparação dos dados coletados.
- Tarde;
Confecção do relatório final.