Visitante
Vida no Vale: diminuindo a mortalidade materna no Jequitinhonha
Sobre a Ação
202203001007
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
05/09/2024
20/12/2024
202104000141 - Diamantes do Vale: saúde para as mulheres do Jequitinhonha
Dados do Coordenador
juliana augusta dias
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde Humana
Regional
Não
Sim
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Sim
Redes Sociais
@lagodtna
Membros
A mortalidade materna é um problema de saúde em todo o Brasil, e o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, é uma região que enfrenta dificuldades de acesso à saúde, sendo de extrema importância intervenções para reverter o cenário. As principais causas de morte materna são evitáveis, dentre elas: hipertensão, hemorragias. Para reduzir os óbitos maternos é necessário assistência de qualidade durante a gestação, parto e puerpério. Com isso, a capacitação dos profissionais de saúde é fundamental.
mortalidade materna; hemorragia pós-parto; pré-eclâmpsia; Jequitinhonha
O Vale do Jequitinhonha, localizado no estado de Minas Gerais, é uma região que enfrenta contrastes sociais, culturais e econômicos importantes. Isso reflete diretamente no processo saúde e doença dessa população, uma vez que existem diversos desafios relacionados ao acesso à saúde integrada. A mortalidade materna se destaca como um problema crítico, refletindo não apenas as dificuldades no acesso aos serviços de saúde, mas também a necessidade de aprimoramento das práticas médicas e de gestão de complicações obstétricas. Com uma alta taxa de mortalidade materna, a região exige intervenções urgentes e eficazes para garantir a segurança e a saúde das gestantes. De acordo com a Secretaria Regional de Saúde, a mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha ocorre em sua maioria por causas evitáveis, com destaque para síndromes hipertensivas (pré-eclâmpsia e eclâmpsia) e hemorragias graves. A Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO, 2024) explica que pré-eclâmpsia é a elevação da pressão arterial sistólica acima de 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica acima de 90 mmHg, em uma paciente com 20 ou mais semanas de gestação, que previamente tinha pressão arterial considerada normal. Essa medida da elevação deve ocorrer em pelo menos duas ocasiões, com intervalo de pelo menos 4 horas entre cada medida, associada à proteinúria (> 300 mg/24 hrs) ou ao comprometimento de órgão-alvo, assim como sinais de gravidade (cefaléia, turvação visual, dor abdominal, trombocitopenia, disfunção hepática, insuficiência renal, edema pulmonar, iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia), para que ocorra o diagnóstico. A Eclâmpsia é o agravamento da pré-eclâmpsia com a gestante desenvolvendo convulsões tônico-clônicas, que não têm como origem causas neurológicas. De acordo com a FEBRASGO (2017) elas podem ocorrer no período pré-parto (50%), durante o parto (20%) e no período pós-parto (11%-44%). Já a hemorragia, sendo ela pós-parto, é a perda sanguínea de 1.000 mL ou mais, apresentando hipovolemia, dentro de 24 horas após o nascimento, independente da via de parto. Perdas acima de 2.000 mL podem ser acompanhadas de queda da hemoglobina e requerer transfusão sanguínea maciça. As urgências hipertensivas e as hemorragias são causas evitáveis de complicações na gestação e período pós-parto, aumentando a sobrevida das mulheres acometidas por esses quadros. Diante deste cenário, propomos um projeto de extensão voltado para a diminuição da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha, através da análise do perfil das gestantes, capacitação de profissionais envolvidos no atendimento de gestantes e apresentação de protocolo único para a assistência obstétrica da região. Este projeto foca particularmente no treinamento para profilaxia e tratamento das duas principais causas de mortalidade materna: a pré-eclâmpsia e a hemorragia pós-parto. A capacitação adequada desses profissionais visa não só reduzir a mortalidade materna, mas também melhorar a qualidade de vida das mulheres e de suas famílias na região.
A morte materna é definida como a morte da mulher durante o período gestacional, parto e pós-parto, ou até 42 dias após o desfecho da gravidez, independentemente da duração ou localização da gravidez. A razão de mortalidade materna (RMM), expressa pelo número de óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos (NV) em uma determinada localidade, é o indicador que, além de avaliar a qualidade da assistência à saúde da mulher, permite comparações seriadas desse evento para ser realizado. Portanto, uma RMM elevada está associada à baixa qualidade da assistência à saúde da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal.1 Apesar de uma diminuição de 38% na mortalidade materna global durante a última década, as taxas permanecem inaceitavelmente elevadas, com mais de 800 mortes maternas ocorrendo todos os dias. Existe uma variação regional significativa entre as taxas e causas da mortalidade materna, e a grande maioria ocorre em países de baixo e médio rendimento. A eliminação da mortalidade materna evitável depende da melhoria da gestão clínica destas condições obstétricas potencialmente fatais, bem como da abordagem das complexas barreiras sociais e económicas que as mulheres grávidas enfrentam para aceder a cuidados de qualidade.2 Dentre as principais causas de morte de gestantes e puérperas estão a hipertensão, hemorragias e infecção puerperal. No Brasil, entre 2022 e 2023, houve uma ligeira redução dos óbitos maternos decorrentes de Causas Obstétricas Diretas (de 923 óbitos para 853 óbitos). Em 2023, entre as Causas Obstétricas Diretas, predominaram a hipertensão (221 óbitos), hemorragia (164 óbitos), infecção puerperal (61 óbitos) e aborto (56 óbitos).3 É possível observar um avanço na assistência às gestantes. No entanto, para continuar o cenário de redução da mortalidade materna, é necessária uma atuação sistêmica em todo o sistema de saúde. Importante destacar a importância de reconhecer o papel central da mulher na nossa sociedade. Óbitos maternos são evitáveis desde que haja qualidade na assistência durante a gravidez, no parto e o puerpério.4 As dificuldades encontradas no Brasil se devem a vários fatores, mas principalmente à falta de recursos e atenção, levando a muitas mortes evitáveis. São situações que poderiam ter sido identificadas durante o pré-natal e, principalmente, nos momentos próximos ao parto; essas condições provavelmente não foram identificadas e abordadas em tempo hábil. Essa demora no reconhecimento da gravidade da situação e no tratamento dessa condição leva, como consequência, à morte materna. É necessário ter investimento adequado em todo o sistema de saúde e educação para evitar três atrasos (Three delays model), que podem levar à morte. Esses fatores são compartimentados em três fases: demora na decisão da mulher e/ou da família em procurar cuidados, demora de chegar a uma unidade de cuidado adequado de saúde e demora em receber os cuidados adequados na instituição de referência. Na região proposta para o estudo, os problemas mais graves decorrem da demora do serviço terciário em ministrar os cuidados adequados. Ademais, emergem também as demoras relacionadas à organização dos serviços de saúde, ao transporte e à comunicação entre os vários níveis de assistência.5 Para isso, existe a importância de qualificar a assistência e melhorar o acesso, desde o planejamento familiar durante a gravidez, o parto e o puerpério. Isso envolve não apenas a assistência na Atenção Básica nas unidades de saúde, mas a integração de todos os níveis de atenção de baixa, média e alta complexidade.6 A mortalidade materna é, portanto, um indicador crucial da qualidade dos serviços de saúde e do desenvolvimento humano. A pré-eclâmpsia e a hemorragia pós-parto são responsáveis por uma proporção significativa das mortes maternas em todo o mundo, incluindo no Vale do Jequitinhonha. A pré-eclâmpsia, caracterizada por hipertensão e dano a órgãos como rins e fígado, pode evoluir rapidamente para eclâmpsia, resultando em convulsões e morte se não for tratada adequadamente. A hemorragia pós-parto, por sua vez, é a principal causa de morte materna no período imediatamente após o parto, podendo ocorrer devido à atonia uterina, lacerações no canal de parto ou retenção de placenta. A capacitação dos profissionais de saúde é uma estratégia fundamental para enfrentar esses desafios. Treinamentos específicos e contínuos, assim como a preconização de protocolos específicos, podem capacitar médicos, enfermeiros e outros trabalhadores da saúde com as habilidades e conhecimentos necessários para identificar precocemente os fatores de risco e sinais de pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto, administrar intervenções eficazes e proporcionar cuidados de emergência de alta qualidade. Além disso, a capacitação promove uma abordagem integrada e colaborativa, essencial para a gestão eficaz das complicações obstétricas.
Objetivo Geral Reduzir a mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha por meio da capacitação de profissionais da atenção primária, secundária e terciária e os profissionais de saúde do SAMU, no manejo e tratamento de pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto. Objetivos Específicos Promover um simpósio visando a capacitação de médicos e enfermeiros de todos os níveis de atenção e os profissionais do SAMU em técnicas de profilaxia e identificação precoce, além do manejo da pré-eclâmpsia e da hemorragia pós-parto. Realizar a capacitação presencial e o acompanhamento dos profissionais, durante 04 meses. Desenvolver e distribuir materiais educativos e protocolos de atendimento baseados em evidências. Promover a integração e a comunicação eficiente entre os diferentes níveis de atenção à saúde. Monitorar e avaliar continuamente a eficácia das capacitações e a redução da mortalidade materna na região.
● Capacitar os funcionários da atenção básica na identificação precoce e nas condutas primárias dos quadros de pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto; ● Impactar positivamente a saúde no Vale do Jequitinhonha por meio de capacitações em manejo de pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto que possibilitem a redução das taxas de mortalidade materna no Vale; ● Conscientizar o público-alvo sobre a importância da educação permanente por meio de capacitações periódicas; ● Promover conhecimento teórico-prático sobre as temáticas abordadas aos discentes participantes envolvidos no projeto.
1. Planejamento e Preparação 1.1. Diagnóstico Situacional através de questionário específico Levantamento de Necessidades: Será realizada uma pesquisa junto aos profissionais de saúde do município de Diamantina (dos três níveis de saúde) para identificar lacunas de conhecimento e habilidades específicas relacionadas à pré-eclâmpsia e hemorragia pós-parto. Levantamento de fatores de risco: Será feita uma pesquisa junto às gestantes do município de Diamantina para identificar fatores de risco, assim como os conhecimentos das pacientes e medidas realizadas em relação à profilaxia e à educação. Com base nesses dados, serão desenvolvidos módulos de treinamento teórico e prático, utilizando abordagens didáticas variadas como simpósios, simulações e treinamento de habilidades. Os participantes serão avaliados antes e após o treinamento para garantir a assimilação dos conhecimentos e habilidades. 1.2. Desenvolvimento do Conteúdo Capacitação dos estudantes: Inicialmente, os discentes realizarão uma revisão de bibliografia e encontros de adequação metodológica de forma semanal, para estruturação dos temas a serem abordados e planejamento das ações. Por meio de encontros quinzenais, receberão capacitação sobre os diferentes assuntos relacionados à gestação e puerpério, com aulas ministradas por discentes do projeto e profissionais da saúde que atuam na área da saúde da mulher, como docentes da FAMED/UFVJM. Conteúdo Teórico: Será desenvolvido inicialmente uma apresentação do projeto de forma on-line para sensibilização de profissionais da saúde e gestores sobre a importância do projeto na redução da mortalidade materna. Realização de um simpósio com foco na profilaxia, diagnóstico e tratamento da pré -eclâmpsia e hemorragia pós-parto, baseados nas mais recentes evidências científicas. Capacitação Prática: treinamento de habilidades práticas com simulações realísticas de cenários obstétricos, incluindo uso de manequins e outros dispositivos de treinamento. Apresentação de uma live por Rede Social destinada à sensibilização da população geral em relação aos temas propostos 2. Execução 2.1. Seleção dos Participantes Apresentação on-line: Será destinada a gestores, profissionais da saúde e alunos da área da saúde que estarão envolvidos no projeto. Simpósio: Contará como público alvo médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde da região do Vale do Jequitinhonha que atuam diretamente no cuidado de gestantes; alunos da área da saúde. 2.2. Estrutura do Simpósio Realização de palestras com especialistas renomados na área de saúde materna, seguidas de painéis de discussão para aprofundamento dos temas. Workshops Práticos: Organização de sessões práticas onde os participantes terão a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos em cenários simulados. Estas sessões incluirão: Simulação de Casos de Pré-eclâmpsia: Treinamento em identificação precoce, manejo medicamentoso e intervenções de emergência. Simulação de Casos de Hemorragia Pós-parto: Treinamento em técnicas de controle de hemorragias, uso de medicamentos e intervenções cirúrgicas emergenciais. 2.3. Materiais de Apoio Guias: Contará com a distribuição de guias de protocolos clínicos que possam ser utilizados como referência no cotidiano dos profissionais. 3. Avaliação e Acompanhamento 3.1. Avaliação Imediata Feedback dos Participantes: Serão coletados feedbacks dos participantes através de questionários ao final do simpósio para avaliar a qualidade e relevância do conteúdo apresentado. 3.2. Avaliação de Longo Prazo Monitoramento de Indicadores: Acompanhamento de indicadores de saúde materna na região, como a incidência de pré-eclâmpsia, hemorragia pós-parto e mortalidade materna, para avaliar o impacto do simpósio. Reavaliações Periódicas: Promover a criação de um Grupo de Prevenção Pré-eclâmpsia e hemorragia com encontros periódicos online para revisão dos conteúdos e atualização das práticas, com base em novos dados e avanços científicos. 3.3. Relatório Final Documentação: Elaboração de um relatório final do simpósio, documentando as atividades realizadas, os resultados obtidos e as recomendações para futuras ações. Divulgação dos Resultados: Apresentação dos resultados do simpósio em conferências e publicações científicas, além de compartilhar com as instituições parceiras e a comunidade local. 4. Sustentabilidade 4.1. Criação de Rede de Apoio Rede de Profissionais: Estabelecer uma rede de profissionais capacitados que possam atuar como multiplicadores do conhecimento, promovendo treinamentos contínuos em suas respectivas localidades. Comunicação Contínua: Utilizar plataformas de comunicação, como grupos de discussão online, para manter os profissionais atualizados e engajados em práticas de melhoria contínua. 4.2. Parcerias para Sustentabilidade Parcerias Continuadas: Fortalecer parcerias com instituições e organizações para garantir a continuidade das ações de capacitação e a implementação de novos projetos voltados à saúde materna.
BESSA, R. et al. Mortalidade materna: causas e caminhos para o enfrentamento. [S.l.]: Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, n. 4, 2023. Disponível em: <https://ieps.org.br/wp-content/uploads/2023/03/olhar-IEPS-4-mortalidade-materna.pdf>. Acesso em: 19 agosto de 2024. Brasil. Ministério da Saúde (MS) Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico 20, vol 53. Brasília: MS; 2022. [17 de abril de 2023]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol 53-no20/view Dias, Juliana Augusta; Cury, Geraldo Cunha; Pereira Júnior, Assis do Carmo. Estudo da mortalidade materna na Região do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais / Mortality Study of Mother in High Region Jequitinhonha, Minas Gerais Rev. méd. Minas Gerais ; 26: [1-7], jan.-dez. 2016.Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1008866 Febrasgo. A morte materna acontece porque não se dá a devida atenção às mulheres em nossa sociedade. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1455-morte materna-acontece-porque-nao-se-da-a-devida-atencao-as-mulheres-na-nossa-sociedade alerta-febrasgo Lawrence ER, Klein TJ, Beyuo TK. Maternal Mortality in Low and Middle-Income Countries. Obstet Gynecol Clin North Am. 2022 Dec;49(4):713-733. doi: 10.1016/j.ogc.2022.07.001. PMID: 36328676. Municípios da macro Jequitinhonha intensificam ações no Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna | Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Disponível em: <https://www.saude.mg.gov.br/cib/story/19951-municipios-da-macrorregiao-de-saude-jequitinhonha-intensificam-acoes-no-dia-nacional-de-reducao-da-mortalidade-materna#:~:text=Atua%C3%A7%C3%A3o%20regional&text=O%20%C3%BAltimo%20relat%C3%B3rio%20anual%20do>. Acesso em: 26 ago. 2024. NEWTON. Pré-eclâmpsia: diagnóstico precoce pode prevenir complicações durante a gravidez. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1883-pre-eclampsia-diagnostico-precoce-pode-prevenir-complicacoes-durante-a-gravidez>. Oliveira IVG, Maranhão TA, Sousa GJB, Silva TL, Rocha MIF, Frota MMCD, Araujo TKA, Pereira MLD. Maternal mortality in Northeast Brazil 2009-2019: spatial distribution, trend and associated factors. Epidemiol Serv Saude. 2023 Oct 30;32(3):e2022973. doi: 10.1590/S2237-96222023000300009.EN. PMID: 37909520; PMCID: PMC10615180. Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna - Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde - Ministério da Saúde. Disponível em: <http://plataforma.saude.gov.br/mortalidade/materna/?s=MSQyMDI0JDEkMSQzNSQ3NiQxJDEkMCQzMDA2JDAkNSQxJDMwMDAwMSQw>. Acesso em: 19 ago. 2024. Tenorio DS, de Matos Brasil AG, Nogueira BG, Rolim Lima NN, Araújo JEB, Rolim Neto ML. High maternal mortality rates in Brazil: Inequalities and the struggle for justice. Lancet Reg Health Am. 2022 Oct;14:100343. doi: 10.1016/j.lana.2022.100343. Epub 2022 Aug 3. PMID: 35935590; PMCID: PMC9346430.
Todo o conceito de extensão universitária é voltado para o trabalho de questões sensíveis à população em que se insere a comunidade acadêmica. Dessa forma, o projeto foi desenhado a partir da identificação de um problema que assola a região do Vale do Jequitinhonha, região onde se insere a Faculdade de Medicina da UFVJM, e da crença no potencial transformador que existe na região a partir de suas equipes de saúde. Sendo o serviço de Ginecologia e Obstetrícia na cidade de Diamantina, onde nos inserimos, uma referência para toda a região, espera-se que o trabalho a partir dessa equipe, com toda a rede de saúde da cidade possa trazer, de fato, transformação social importante para a população com melhora de um indicador que ainda apresenta taxas não satisfatórias.
Os discentes extensionistas serão acompanhados, orientados e capacitados a todo momento por professores e técnicos de diversas áreas da UFVJM. Há o intuito de promover a interdisciplinaridade das discussões e a horizontalidade das relações durante os momentos de troca e aprendizado, buscando diálogo com outras áreas para além da medicina, nos momentos de capacitações e de ações do projeto. A interdisciplinaridade é imprescindível para o alcance dos objetivos do presente projeto, tendo em vista que esse dialoga diretamente com a cooperação em equipe na área da saúde para a redução das taxas de mortalidade materna.
Busca-se o contato com a comunidade, pela realização das ações previstas que contam com momentos de prática e teoria dentro dos objetivos de impacto direto na população. Bem como, busca-se articular tal noção da extensão universitária com o ensino, pela promoção de capacitações prévias às intervenções promovidas dentro do mesmo eixo temático, expandindo o debate de forma a impactar positivamente sua abordagem pelos discentes, docentes e demais profissionais envolvidos. Por fim, espera-se, futuramente, utilizar-se de todo o potencial transformador do projeto no sentido de expandi-lo para o âmbito da pesquisa. Assim, é priorizada a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, contribuindo para a expansão da promoção de benefícios a todos os envolvidos, comunidade universitária e demais setores da sociedade.
O projeto conta com momentos de capacitação e diálogo, com enfoque tanto na parte teórica quanto na parte prática antes do envolvimento direto com os participantes do projeto. Tais momentos são fundamentais para os estudantes e cruciais para o aprendizado a ser utilizado posteriormente nas ações do projeto. No momento da elaboração dos simpósios, o diálogo se abre em um sentido mais interdisciplinar, com o enriquecimento do conhecimento sobre o tema advindo de diversas outras áreas, essencial à formação humana e profissional dos estudantes envolvidos. Os graduandos irão participar de todo o processo de organização do simpósio, estudando e assimilando sobre como abordar e entender o assunto proposto e sua importância para a sociedade.
Todo o processo de elaboração dos simpósios, desde sua concepção, passando por sua capacitação até, por fim, sua realização, conta com componentes teóricos e práticos em um diálogo com o público-alvo que objetiva, dentro das abordagens interdisciplinares previstas, direcionar a discussão para as principais questões que implicam na mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha. Assim, toda a escolha de participantes e a organização da estrutura do projeto prevê uma abordagem direcionada aos profissionais competentes na área, capazes de transformação eficaz nas taxas de tal indicador.
O evento será amplamente divulgado em redes sociais, através de perfil no Instagram®, grupos de Whatsapp® e de Telegram®.
Público-alvo
Profissionais da saúde que atuam na cidade de Diamantina e microrregião.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Serro - MG
Gouveia - MG
Carbonita - MG
Datas - MG
Capelinha - MG
Parcerias
O HNSS contribuirá na liberação de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia para o desenvolvimento de palestras e capacitações ao público alvo, ademais fornecerá apoio técnico e protocolos clínicos para direcionamento do manejo diante dos quadros clínicos abordados.
O Cisaje contribuirá na liberação de especialistas em Ginecologia e Obstetrícia para o desenvolvimento de palestras e capacitações ao público alvo, ademais fornecerá apoio técnico e protocolos clínicos para direcionamento do manejo diante dos quadros clínicos abordados.
A SOGIMIG contribuirá com o apoio técnico para realização do simpósio, como também fornecimento de materiais como pastas e blocos de anotações.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 100 h
- Manhã;
- Tarde;
Realização periódica de revisão bibliográfica para atualização das informações de ensino e capacitação a cerca do projeto.
- Manhã;
- Tarde;
Organização de todas as atividades a serem realizadas durante todo o projeto: organização do simpósio, busca de patrocínios, articulação com todos os membros organizadores, inscrição de participantes
Reuniões de equipe e capacitações
05/09/2024
20/12/2024
- Manhã;
- Tarde;
Serão realizadas reuniões periódicas para estabelecimento e alinhamento das atividades de organização e de realização do simpósio e do desenvolvimento científico.
- Manhã;
- Tarde;
Realização do simpósio e de todas as suas atividades.
Análise dos resultados do projeto
31/10/2024
20/12/2024
- Manhã;
- Tarde;
Análise dos resultados obtidos a partir da organização e realização do simpósio, assimilando às informações encontradas na revisão bibliográfica.
- Manhã;
- Tarde;
Produção de material científico, como artigos acadêmicos e protocolos de atendimento, acerca dos resultados obtidos na análise do projeto, na realização do simpósio e na revisão bibliográfica.