A Feira de Atividades Farmacêuticas (FAF) é um programa permanente do curso de Farmácia da UFVJM com caráter extensionista, que visa aproximar a instituição da sociedade, oferecendo informações interativas sobre cuidados de saúde, uso de medicamentos, diagnóstico laboratorial e prevenção de doenças. A FAF ocorre anualmente em espaços públicos de Diamantina - MG, fortalecendo a relação entre a universidade e a sociedade e contribuindo para a formação humanista dos acadêmicos de Farmácia.

atividades farmacêuticas, comunidade, cuidado em saúde, gestão em saúde, tecnologia e Inovação.

A extensão pode ser entendida como um processo dinâmico, que envolve o Ensino e também a Pesquisa, de forma indissociável. Ela permite trabalhar aspectos educativos, culturais e científicos, de forma transformadora envolvendo a Universidade e a Sociedade. Desta forma, a realização de uma feira em Saúde, considerando o âmbito de atuação do profissional farmacêutico, representa uma oportunidade de aprimoramento teórico e técnico para os acadêmicos que estão em processo de formação, pois além do trabalho junto à comunidade representar um excelente campo de aprendizado, permite aos discentes compartilharem experiências de forma interdisciplinar e conhecer a realidade de saúde da comunidade. Assim, esta experiência deve aproximar os discentes da realidade populacional, contribuindo para a formação cidadã, e o desenvolvimento de uma visão crítica e norteadora sobre os aspectos da realidade local. Além disso, as atividades devem contribuir para a integração entre docentes, discentes e a sociedade. As ações serão realizadas por metodologias que estimulem a participação e a democratização do conhecimento e do saber farmacêutico, promovendo a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade. Para a execução dessa ação, docentes responsáveis pelas unidades curriculares (UC) do curso de Farmácia poderão, em cada eixo de formação, desenvolver projetos que tenham como foco a troca de saberes com a sociedade, promovendo o aprendizado do discente e a melhoria da qualidade de vida da população.

O Plano Nacional de Educação, vigência 2001-2010 (BRASIL, 2001) estabeleceu que as universidades deveriam se ocupar em promover a integração do Ensino, Pesquisa e Extensão, além de instituir em sua meta 23 que, “no mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a graduação no ensino superior no País será reservado para a atuação dos estudantes em ações extensionistas”, passando a partir de 2023 a obrigatoriedade de inclusão desta carga horária nos cursos de graduação no Brasil com a Resolução CNE/CES No 7, de 19 de dezembro de 2018. A fim de atender a esse objetivo o curso de graduação em Farmácia da UFVJM instituiu em seu projeto pedagógico de curso a organização das atividades de extensão em três eixos: 1) Gestão em Saúde 2) Cuidado em Saúde 3) Tecnologia e Inovação em Saúde agrupadas de acordo com a natureza das unidades curriculares. Além disso a nova organização curricular dos curso de Graduação em Farmácia contempla a necessidade da interação do estudante com as necessidades de saúde da comunidade e que esta seja efetiva desde o princípio do curso, cabendo ressaltar que a extensão universitária representa o meio mais efetivo de interação entre a universidade e a sua atuação na sociedade, por meio de ações impactantes e transformadoras da realidade social (Passos e Gomes, 2017). Neste contexto, as feiras em saúde representam um campo fértil para sua realização ao oferecer a possibilidade de colocar os estudantes diretamente em contato com a comunidade e como sujeitos ativos no seu processo de execução, lhes fornecendo uma oportunidade de atuarem na comunidade e vivenciarem uma gestão colaborativa. A população, em muitas situações pode não ter acesso à informação e aos serviços públicos em saúde, carecendo de orientação, conscientização e educação para entender a importância da adoção da prevenção e da promoção da saúde. Neste contexto, os discentes estarão preparados para sensibilizar e estimular por meio de diferentes estratégias, a adoção gradativa de processos simples, que podem levar a mudança de alguns hábitos diários em busca de um estilo de vida mais saudável. Desta forma, o presente programa objetiva sistematizar atividades de extensão do curso de Farmácia promovendo uma interação dialógica da Universidade com a comunidade externa por meio de troca de conhecimentos, através de uma Feira, onde serão trabalhadas diferentes temáticas de importância no contexto da saúde. As temáticas de saúde trabalhadas junto à comunidade estarão correlacionadas ao âmbito de atuação farmacêutico, que envolve desde a produção ao uso racional de medicamentos; a prevenção, diagnóstico laboratorial e toxicológico, tratamento, gestão, saúde pública, farmácia clínica e hospitalar, alimentos, educação, dentre outras. Estas ações devem aumentar o conhecimento da comunidade em relação a diferentes questões da saúde, lhes fornecer ferramentas para compreensão dos fenômenos e a promoção da saúde. Além disso, espera-se que com as com as ações se aprimore a formação dos profissionais farmacêuticos com conhecimentos, competências, habilidades e atitudes para o trabalho, levando em conta a realidade da população brasileira, e em especial, da região de abrangência da UFVJM. Acredita-se que dessa maneira teremos futuros farmacêuticos comprometidos com o exercício da cidadania, capacitados profissionalmente e com responsabilidades e deveres da profissão, sempre com conduta ética, humanista, crítica e reflexiva diante dos desafios que possam surgir.

Objetivo Principal Ampliar o conhecimento em saúde da população, mobilizando para o autocuidado e autonomia para a prevenção e promoção da saúde, cuidado do ambiente e, assim, melhor qualidade de vida e contribuir para a formação humanística e técnica dos discentes do curso de Farmácia Objetivos Específicos a) Aproximar o curso de Farmácia/FCBS/UFVJM e a comunidade em geral; promovendo a interação entre o ensino superior e a comunidade, através da troca de conhecimentos e experiências. b) Oportunizar educação em saúde c) Desenvolver o autocuidado da população; d) Promover atividades de promoção de saúde; e) Propiciar ações de extensão que envolvam novos ambientes de ensino-aprendizagem direcionados à promoção da saúde e qualidade de vida à universidade; f) Promover o desenvolvimento de habilidades por parte de discentes do curso de Farmácia/FCBS/UFVJM em atividades extensionistas na promoção e educação em saúde. g) Contribuir para uma formação profissional humanizada dos estudantes do curso de Farmácia/FCBS/UFVJM; h) Fortalecer a extensão como componente curricular obrigatório nos cursos de graduação. i) Fortalecer o papel social da UFVJM através da realização de ações extensionistas.

Realizar a Feira de Atividades Farmacêuticas anualmente articuladas às unidades curriculares do curso de Farmácia; Realizar a orientação e treinamento dos discentes para a participação até o terceiro mês do primeiro semestre letivo. Elaborar as palestras, atividades e material informativo até o décimo mês de cada semestre letivo. Divulgar o projeto entre diversos setores da sociedade de Diamantina a partir do início do segundo semestre. Realizar apresentações, palestras, demonstrações, ações individuais e coletivas de promoção à saúde, de forma coordenada entre as unidades curriculares do curso de Farmácia em um evento único, sob coordenação dos docentes responsáveis, até o final do segundo semestre letivo. Elaboração de relatório para avaliação dos impactos alcançados e levantamento de medidas corretivas para o próximo evento.

A execução da Feira de Atividades Farmacêuticas (FAF) será organizada em etapas, envolvendo planejamento, desenvolvimento das ações e avaliação dos resultados. 1 - Formação das Equipes de Trabalho: os docentes das unidades curriculares do curso de Farmácia serão responsáveis pela coordenação das dos projetos, formando equipes compostas por discentes. Essas equipes serão divididas conforme os três eixos principais: Gestão em Saúde, Cuidado em Saúde, e Tecnologia e Inovação em Saúde. 2 - Planejamento e Capacitação: anualmente, será montada uma comissão composta por docentes, técnicos administrativos e discentes do curso de Farmácia que ficará responsável pelo planejamento da FAF. Reuniões periódicas da comissão serão realizadas para o planejamento das ações. 3 - Desenvolvimento das ações extensionistas: as atividades da FAF terão caráter interativo, com demonstrações práticas e materiais educativos sobre temas como uso racional de medicamentos, diagnóstico laboratorial, prevenção de doenças e agravos, entre outros. A abordagem à população ocorrerá de maneira acessível e participativa, estimulando a troca de experiências e o aprendizado mútuo. 4 - Execução do Evento: O evento será realizado anualmente em espaços públicos de Diamantina, MG, envolvendo a comunidade local. Durante a feira, poderá haver exposições, jogos e brincadeiras, prestação de serviços farmacêuticos, palestras, oficinas, ações práticas, rodas de conversa, distribuição de materiais informativos, entre outros. As atividades serão desenvolvidas de maneira integrada entre as equipes, de forma a promover um diálogo direto com os participantes. 5 - Divulgação: o projeto será amplamente divulgado nos meios de comunicação locais, como rádios, redes sociais, e parcerias com escolas e organizações comunitárias, garantindo a participação da população-alvo. 6 - Avaliação e Acompanhamento: ao final do evento, será realizada uma avaliação qualitativa e quantitativa dos resultados, com base na participação da comunidade e no impacto das ações. Reuniões pós-evento serão organizadas para discutir os pontos positivos e áreas de melhoria, de modo a aperfeiçoar a feira nos anos subsequentes. Um relatório deverá será elaborado pela Comissão de Extensão com as análises de desempenho, sugestões de melhorias e novas demandas da comunidade para embasar as próximas edições da FAF.

Resolução CNE/CES Nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014 que aprova o Plano Nacional de educação – PNE 2014-2024 e dá outras providências. CF/88, arts. 207; Lei Nº 9394/96 - Princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014: Plano Nacional de Educação 2014/2024 – Meta 12 – Estratégia: 12.7: Assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência social. – Curricularização da Extensão. Resolução CNE/CES Nº 6, de 19 de outubro de 2017. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Farmácia e dá outras providências. Parecer CNE/CES nº 576/2023, aprovado em 9 de agosto de 2023 - Revisão da Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018, que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024 e dá outras providências. Passos AA, Gomes WS. Desafios e possibilidades: duas experiências de extensão na Universidade Estadual de Goiás. Em Extensão 2016; (15)1:58-71.

A Feira de Atividades Farmacêuticas possibilitará a interação direta entre a sociedade e a comunidade acadêmica fora dos muros da universidade, levando os acadêmicos, técnicos e docentes do Departamento de Farmácia da UFVJM ao encontro da população, promovendo assim a interação, o diálogo e a troca de experiências e saberes múltiplos e contribuindo para a promoção da saúde. Ela representa uma espécie de ponte permanente entre a Universidade e os diversos setores da sociedade, uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade, e recebe dela influxos positivos como retroalimentação, tais como suas reais necessidades, seus anseios, aspirações e também aprendendo com o saber dessas comunidades. Ocorrerá, na realidade, uma troca de conhecimentos, em que a universidade também aprende com a própria comunidade sobre os valores e a cultura dessa comunidade. Assim, a universidade pode planejar e executar as atividades de extensão respeitando e não violando esses valores e cultura.

As ações de extensão serão desenvolvidas por eixos de atuação da profissão farmacêutica, que englobam múltiplas unidades curriculares, que sob a coordenação dos docentes responsáveis elaborarão projetos interdisciplinares englobando problemas/questões de saúde. Na realização dos projetos espera-se conduzir os discentes a uma formação cidadã, humanista, crítica e reflexiva, devido a construção de saberes de modo interprofissional e interdisciplinar, transpondo as visões generalista e especializadas acerca da realidade social, permitindo a ação transformadora da Extensão Universitária. A discussão, interprofissional e interdisciplinar, das questões complexas contemporâneas no contexto social, vivenciadas pela extensão, contribuirão para uma formação mais ampla que supera a ideia de conteúdo compartimentalizado. Além disso, as atividades de extensão deverão ser realizadas não somente utilizando conhecimentos técnicos e científicos, mas também habilidades específicas e competências gerais associadas a um perfil profissional humanístico e realista. Este perfil ganha definição e se completa no âmbito dos processos de tomada de decisão, com o trabalho interprofissional e com a sociedade, na capacidade para liderar mudanças, na sensibilidade administrativa e gerencial, inseridos em um processo de educação permanente e de atenção às questões da saúde da sua comunidade local, possibilitando um trabalho transformador de indivíduos e sociedade. A cooperação, interação e compartilhamento de diversos saberes como outros cursos da Universidade, possibilitará uma transformação, pessoal e profissional, no processo formativo dos sujeitos envolvidos e na construção de novos espaços, além de promover a superação da formação fragmentada do profissional de saúde farmacêutico

A proposta da ação de extensão e a articulação entre ensino/extensão/pesquisa, ancorada em processo pedagógico único, interdisciplinar, político educacional, cultural, científico e tecnológico está em conformidade com o suporte legal: Cf. IV, Art. 5o, Resolução n o 7, CNE - 18, dez, 2018. Cada ação de extensão proposta apresentará sua metodologia contendo a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão. Cada ação acontecerá de forma concomitante às atividades de ensino, estando, portanto, vinculada ao processo de formação de futuros profissionais. As informações técnico-científicas da área da saúde, necessárias à atuação extensionista, terão sido adquiridas previamente pelos discentes em unidades curriculares do curso de graduação. Assim, os conhecimentos adquiridos nestas UC serão vivenciados e aplicados na prática extensionista. Dados comprovados cientificamente, por meio de evidências, poderão ser o alicerce para aplicação de conhecimento na prática extensionista. Além disso, as atividades extensionistas poderão gerar conhecimentos, que se analisados com o olhar de pesquisador e, a partir dos resultados das análises, poderão ser sistematizados e divulgados, com potencial de produção acadêmica baseada na metodologia científica. Ressalta-se que também deverá ocorrer nas ações de extensão, a interlocução entre discentes de graduação e de pós-graduação da UFVJM, nos quais docentes do curso de Farmácia estão vinculados. Desta forma, a indissociabilidade da tríade Ensino-Pesquisa-Extensão será mantida à medida que o processo formativo dos estudantes de Farmácia (ensino) e a geração do conhecimento na UFVJM (pesquisa) irão subsidiar as ações desenvolvidas na comunidade (extensão).

A participação do estudante nas ações de extensão do projeto permitirá o desenvolvimento competências como o trabalho em equipe, organização, comunicação e interação com o público, além de possibilitar vivências que não seriam possíveis somente em sala de aula, contribuindo assim para a formação humanista e cidadã e auxiliando na preparação do profissional para o mercado de trabalho. Durante o planejamento, o discente deverá estudar sobre diversos assuntos para o desenvolvimento das ações e, a partir deste conhecimento e do trabalho em equipe, deverá elaborar estratégias para apresentação do tema ao público alvo e alcance dos objetivos de conscientização e promoção em saúde. Além disso, eles serão agentes diretos na elaboração de materiais didáticos, de divulgação, captação de patrocínios, etc. Isso permitirá aos mesmos o desenvolvimento de iniciativa, capacidade reflexiva e crítica e também empreendedora, além de exercitar nos mesmos o senso de responsabilidade. Os extensionistas vivenciarão a realidade regional ao participarem das ações, havendo o contato direto com a população em geral. A participação nas ações preparará o estudante para lidar com pessoas, para desenvolver um linguajar mais próximo da realidade da população leiga em geral, impactando sua atuação profissional no futuro. Pode-se dizer que a participação nas ações extensionistas contribuirão para o desenvolvimento e consolidação de habilidades técnicas (conhecimentos da área de atuação), mentais, emocionais e sociais (capacidade de comunicação, iniciativa, liderança, tomada de decisões, dentre outras).

A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade (FORPROEX, 1987). Neste sentido, seu impacto e transformação social estarão amparados em processos que integram as definições de educação, cultura e ciência, trabalhando de forma indissociável e viabilizando processos de transformação entre a universidade e sociedade. As transformações sociais serão implementadas na sociedade através da troca de saberes que estão articulados entre a universidade e a sociedade. Espera-se que a partir dessa interação com a população, haja também papel transformador na comunidade acadêmica, tanto pela produção de conhecimento como aprimoramento de habilidades essenciais para o exercício da cidadania. Desta forma, o Programa extensionista da FAF pautado nos três eixos de formação do farmacêutico pretendem ir além da simples creditação da extensão universitária, ao tentar produzir e oportunizar a promoção a saúde e o autocuidado na população; aprofundar o processo de formação profissional, garantindo ao estudante uma vivência e conhecimento dos problemas que afligem a sociedade e instigar a busca pelas soluções, em constante discussão e troca com os atores sociais.

A divulgação será realizada via plataformas digitais ou por comunicação direta (escrita) às escolas públicas e/ou particulares. Nos casos em que a mostra for realizada em praças ou bairros, a divulgação também poderá ser realizada por meio dos postos de saúde.