O projeto propõe uma experiência prática e colaborativa com alunos do curso de Administração Pública em comunidades dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, abordando a gestão governamental contemporânea e a participação social. Focado nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e assistência social, o projeto segue uma metodologia participativa que inclui identificação e escuta ativa da comunidade, rodas de conversa com comunidade e profissionais locais e construção de intervenções

Administração Pública, extensão, metodologias participativas

Os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas se destacam no cenário brasileiro por sua diversidade sociocultural e ambiental, mas também enfrentam desafios estruturais históricos. Localizadas no nordeste e norte de Minas as mesorregiões são caracterizadas por baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) e precariedade em serviços públicos essenciais e demandam políticas públicas que sejam tanto inclusivas quanto contextualizadas, capazes de considerar suas especificidades e potencialidades. Neste contexto, buscando alternativas para enfrentar as fragilidades e vulnerabilidades, visando a inclusão social e econômica através da geração de trabalho e renda para melhoria das condições de vida nos Vales do Mucuri e Jequitinhonha, a formação de gestores públicos preparados para lidar com essas demandas torna-se uma prioridade para o fortalecimento da gestão pública local e regional. A relevância da gestão governamental contemporânea reside na sua capacidade de aliar eficiência administrativa à participação cidadã, um elemento essencial para garantir políticas públicas mais alinhadas às necessidades reais das comunidades. Especialmente em regiões como os Vales, onde a desigualdade social é marcante, a integração da população no ciclo de formulação, implementação e monitoramento das políticas públicas representa um caminho para transformar a relação entre o governo e os cidadãos, ampliando a confiança mútua e a efetividade das ações governamentais. Por outro lado, a atuação em áreas como saúde, educação, meio ambiente e assistência social não apenas dialoga diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, mas também valoriza o protagonismo das comunidades na busca por soluções locais. Essa abordagem considera o saber popular e a diversidade cultural da região como fatores cruciais para a construção de intervenções que respeitem as identidades e os contextos socioeconômicos específicos de cada comunidade. O projeto de extensão Temas Contemporâneos na Gestão Pública III oferece uma oportunidade única de aliar teoria e prática na formação acadêmica dos discentes. Por meio de metodologias participativas e intervenções concretas, busca-se contribuir tanto para o aprendizado significativo dos alunos quanto para o fortalecimento das comunidades como agentes ativos de transformação social.

A necessidade de promover uma gestão pública mais inclusiva, eficiente e adaptada às realidades locais dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas é amplamente reconhecida, especialmente em um contexto marcado por desafios socioeconômicos históricos. Essas regiões apresentam alguns dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado de Minas Gerais e enfrentam dificuldades no acesso a serviços básicos de saúde, educação e assistência social. Além disso, o déficit de infraestrutura pública e a fragilidade econômica local agravam as condições de vida das populações, destacando a urgência de políticas públicas que promovam a equidade social e o desenvolvimento sustentável. A escolha de trabalhar com as áreas de saúde, educação, meio ambiente e assistência social é estratégica, pois essas dimensões são centrais para a promoção de qualidade de vida e para o cumprimento de direitos fundamentais. Segundo dados da Fundação João Pinheiro e do IBGE, as desigualdades no acesso a esses serviços nas comunidades da região não apenas limitam o desenvolvimento humano, mas também restringem a capacidade de participação da população nos processos decisórios. Promover a integração entre universidade e sociedade, por meio de projetos de extensão, permite a construção de soluções práticas e colaborativas, fortalecendo tanto o vínculo social quanto a capacidade institucional local. Além disso, a gestão governamental contemporânea enfrenta o desafio de se adaptar a um cenário global de mudanças rápidas, onde questões como sustentabilidade, transparência e participação cidadã são indispensáveis. Nesse sentido, a formação de gestores públicos que compreendam esses desafios e saibam atuar de forma ética e competente é fundamental. O projeto de extensão proposto contribui diretamente para essa formação, permitindo que os estudantes de Administração Pública experimentem, na prática, como a escuta ativa, o diagnóstico participativo e a implementação de políticas públicas podem transformar as realidades locais. Por fim, a valorização do protagonismo comunitário e a construção conjunta de soluções respeitam os princípios da justiça social e da sustentabilidade. A iniciativa também contribui para fortalecer as competências dos futuros gestores públicos na articulação de diferentes saberes – técnico, acadêmico e popular – e no enfrentamento de problemas complexos. Essa perspectiva dialógica, baseada no compromisso com a inclusão e a diversidade, é essencial para garantir que as políticas públicas não apenas atendam às necessidades imediatas da população, mas também promovam um futuro mais justo e sustentável para os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas.

Objetivo Geral Promover o fortalecimento da gestão governamental e da participação social em políticas públicas nos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas por meio do desenvolvimento de projetos de intervenção comunitária conduzidos por estudantes de Administração Pública. Objetivos Específicos Capacitar os estudantes para a escuta ativa e o diagnóstico participativo das demandas comunitárias. Fomentar o diálogo entre comunidade, estudantes e profissionais locais por meio de reuniões e ou rodas de conversa. Elaborar e implementar projetos de intervenção em parceria com as comunidades. Avaliar os resultados das intervenções de forma colaborativa, fortalecendo a aprendizagem reflexiva. Apresentar os relatos de experiência, promovendo o compartilhamento de aprendizado entre os discentes.

O projeto busca alcançar as seguintes metas ao longo de sua execução: 1. Realizar ao encontros com representantes das comunidades-alvo com abordagem sobre uma das área temáticas (saúde, educação, meio ambiente, assistência social e cultura) para identificar demandas prioritárias e fomentar a participação local. 2. Capacitar os estudantes envolvidos no projeto para conduzir diagnósticos participativos. 3. Elaborar levantamento das principais dores e desafios e elaborar ações de intervenção com as comunidades-alvo. 4. Implementar uma ação de intervenção em parceria com as comunidades, após escolha da área temática, envolvendo diretamente os moradores e atores locais no desenvolvimento das ações. 5. Produzir relatos de experiência detalhados.

O projeto será desenvolvido em etapas sequenciais sendo elas: - Identificação da Comunidade: Os discentes escolherão uma área de atuação (saúde, educação, meio ambiente, assistência social ou cultura) e mapearão uma comunidade para intervenção. - Escuta das Dores da Comunidade: Por meio de visitas e diálogos, os estudantes coletarão informações sobre as principais necessidades e desafios locais. - Reuniões com Profissionais e Comunidade: Serão realizados encontros para promover a troca de conhecimentos entre as partes interessadas e alinhar as expectativas. Construção do Projeto de Intervenção: Em parceria com a comunidade, os discentes desenvolverão propostas que respondam às demandas identificadas. Desenvolvimento do Projeto na Comunidade: As ações serão executadas com o acompanhamento dos estudantes e professores, garantindo a integração e a relevância das atividades. Ao final das intervenções, serão realizadas reuniões da equipe para avaliar o o trabalho realizado e sugestões de aprimoramento. Os estudantes elaborarão e apresentarão relatos documentando as etapas, resultados e aprendizados obtidos durante o projeto.

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A interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade é o alicerce central do projeto, que busca integrar alunos do curso de Administração Pública com as realidades sociais dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas. Inspirado em práticas freireanas, o diálogo aqui não se limita a um processo unidirecional de transferência de conhecimento, mas se estabelece como uma troca mútua e crítica. A academia, ao abrir-se para a escuta ativa das comunidades, reconhece e valoriza os saberes locais, ao mesmo tempo em que oferece ferramentas e metodologias que contribuem para a resolução de desafios sociais específicos. No contexto do projeto, essa interação se concretiza nas diversas etapas, como a escuta das dores comunitárias, as rodas de conversa com atores locais e a construção coletiva de soluções para problemas nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente e assistência social. Essas atividades refletem o compromisso da universidade com a formação cidadã e com o fortalecimento da participação social nas políticas públicas, enquanto empoderam as comunidades a atuar de forma protagonista em seus processos de desenvolvimento. A abordagem dialógica garante que o projeto não apenas atenda às demandas das comunidades, mas também enriqueça a formação acadêmica dos discentes, proporcionando-lhes uma experiência prática de gestão pública alinhada aos princípios de inclusão, sustentabilidade e justiça social. Assim, a extensão universitária, fundamentada no diálogo, torna-se um instrumento transformador, promovendo o aprendizado mútuo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais equitativa e participativa.

A interdisciplinaridade e a interprofissionalidade são elementos centrais para o sucesso de iniciativas como o projeto proposto, que promove a interação dialógica entre a academia e as comunidades dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas. A interdisciplinaridade refere-se à integração de diferentes áreas do conhecimento, permitindo uma abordagem holística dos problemas enfrentados pelas comunidades. No contexto deste projeto, ela se manifesta na conexão entre gestão pública, sociologia, economia, políticas públicas e meio ambiente, garantindo que a análise das realidades locais seja compreensiva e multifacetada. Já a interprofissionalidade amplia essa lógica, destacando a colaboração entre diferentes profissionais e agentes comunitários. Essa abordagem favorece o intercâmbio de competências entre acadêmicos, discentes e profissionais de saúde, educação, assistência social e meio ambiente, promovendo soluções práticas e integradas para os desafios identificados. As reuniões, rodas de conversa e a construção coletiva de intervenções são exemplos concretos de como essas dimensões se aplicam no projeto, fomentando um diálogo enriquecedor entre saberes acadêmicos, técnicos e comunitários. Essa combinação potencializa os impactos do projeto, pois possibilita que os discentes desenvolvam habilidades críticas, práticas e colaborativas, enquanto as comunidades recebem intervenções fundamentadas e ajustadas às suas necessidades específicas. Assim, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade não apenas enriquecem a formação acadêmica e a prática extensionista, mas também fortalecem a capacidade das comunidades em buscar soluções sustentáveis e integradas para seus desafios sociais. Essa abordagem reafirma o papel da universidade como promotora de transformação social e desenvolvimento territorial.

A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão constitui um dos pilares fundamentais da universidade pública, consolidando o compromisso da instituição com a formação acadêmica de excelência, a produção de conhecimento científico e a transformação social. Esse princípio assegura que as três funções da universidade estejam integradas, promovendo um aprendizado que ultrapassa os limites das salas de aula e conecta teoria e prática, saber acadêmico e realidade social. No contexto do projeto proposto, essa indissociabilidade é evidenciada em todas as suas etapas, promovendo uma abordagem integral que articula o conhecimento teórico, a investigação científica e as ações práticas junto às comunidades. O ensino é fortalecido ao engajar os discentes do curso de Administração Pública em um processo formativo experiencial, no qual são incentivados a aplicar conceitos e metodologias aprendidos em sala de aula para resolver problemas concretos das comunidades. A pesquisa se integra a essa dinâmica ao propor uma análise crítica das demandas locais, identificadas por meio de instrumentos como a escuta ativa e as rodas de conversa. Esses dados não apenas orientam a construção de intervenções adequadas, mas também alimentam reflexões acadêmicas e podem subsidiar publicações científicas sobre desenvolvimento regional, políticas públicas e participação social. A extensão, por sua vez, concretiza a interação dialógica entre universidade e sociedade, permitindo que os saberes acadêmicos e comunitários sejam compartilhados e ressignificados. Ao final do projeto, o ciclo ensino-pesquisa-extensão se completa com a apresentação dos relatos de experiência, que integram os aprendizados individuais e coletivos em um processo contínuo de retroalimentação. Dessa forma, o projeto reafirma o papel transformador da indissociabilidade, fortalecendo não apenas a formação cidadã e profissional dos discentes, mas também contribuindo para o desenvolvimento sustentável e inclusivo dos territórios envolvidos.

A participação dos graduandos no projeto proporciona impactos significativos na sua formação acadêmica, promovendo o desenvolvimento de competências técnicas, críticas e sociais indispensáveis para o exercício profissional no campo da Administração Pública. Por meio da imersão em atividades práticas, como a escuta ativa das comunidades, rodas de conversa e construção de intervenções colaborativas, os estudantes ampliam sua capacidade de aplicar conceitos teóricos em contextos reais, aproximando-se das demandas e especificidades das políticas públicas. Além disso, a experiência fomenta habilidades de análise e resolução de problemas, essenciais para a gestão governamental contemporânea. Ao trabalhar diretamente com profissionais de diferentes áreas e com membros da comunidade, os discentes desenvolvem competências interdisciplinares e interprofissionais, favorecendo a integração de saberes e o pensamento sistêmico. Essas vivências não apenas fortalecem o aprendizado técnico, mas também promovem o senso de responsabilidade social e a cidadania ativa, aspectos cruciais para a atuação em contextos de diversidade e vulnerabilidade social. O engajamento nas etapas do projeto também estimula a autonomia e a capacidade de trabalho em equipe, preparando os graduandos para lidar com desafios complexos de forma ética e colaborativa. Adicionalmente, a interação dialógica com os atores envolvidos possibilita que os discentes desenvolvam sensibilidade e empatia, qualidades que enriquecem sua formação humana e profissional. Assim, o projeto se configura como uma oportunidade transformadora, alinhando a formação acadêmica às demandas sociais e consolidando o papel da universidade como promotora de desenvolvimento e equidade.

O impacto e a transformação social gerados pelo projeto são intrínsecos à sua concepção, que busca integrar a comunidade acadêmica e as comunidades locais em uma interação dialógica pautada pela corresponsabilidade no enfrentamento de desafios sociais. A partir da abordagem participativa e colaborativa, o projeto promove não apenas a resolução de problemas específicos nas áreas de saúde, educação, meio ambiente e assistência social, mas também a construção de uma consciência coletiva sobre os direitos, deveres e potencialidades locais. As ações desenvolvidas fortalecem o protagonismo das comunidades, empoderando seus membros a atuarem como agentes de transformação em seus territórios. A escuta ativa e as rodas de conversa permitem que as demandas e saberes locais sejam valorizados, garantindo que as intervenções sejam culturalmente adequadas e sustentáveis. Esse processo contribui para a criação de redes de solidariedade e cooperação, ampliando o capital social e a capacidade de articulação das comunidades com outras esferas da sociedade. Além disso, a transformação social advinda do projeto se reflete na promoção de uma gestão pública mais inclusiva e participativa. Ao fomentar o envolvimento da sociedade na formulação e implementação de políticas públicas, o projeto fortalece a democracia e contribui para a redução das desigualdades sociais e territoriais. Assim, o impacto ultrapassa a dimensão local, evidenciando o papel da universidade como agente transformador e comprometido com o desenvolvimento sustentável e a justiça social.

As ações e o material produzido serão divulgados nas redes sociais do curso de Bacharelado em Administração Pública bem como dos integrantes do projeto e parceiros

Este projeto integra o Programa InterAÇÃO PÚBLICA nos Vales – número de inscrição 202104000135. Destaca-se que este projeto faz parte da curricularização da extensão desenvolvido pelo curso de bacharelado em Administração Pública, modalidade a distância. Está sendo realizado dentro da Unidade Curricular “EADADP085 - Temas Contemporâneos na Gestão Pública III” no semestre 2024/2. A proposta foi construída coletivamente pelos discentes, que definiram as áreas de atuação, a temática a ser trabalhada, as ações e os municípios onde estas se realizarão, o que envolve polo(s) de apoio presencial e locais onde residem. Assim, dada que esta é a uma experiência de extensão desenvolvida pelos discentes e pelo curso após a integralização da extensão como componente obrigatório, o processo envolveu até o momento de submissão do projeto no SIEXC, a discussão do conceito, normativos e especificidades da extensão universitária; discussão e identificação de demandas e aderência pessoal e coletiva dos discentes sobre as temáticas a serem trabalhadas no âmbito da UC; e elaboração conjunta da proposta do projeto com o acompanhamento de tutores(as) e docente da referida UC. Ressalta-se que dentre os membros do projeto encontra-se a Tutora do curso de Administração Pública bolsista UAB, com carga horária de 20hs semanais na tutoria que não faz parte do quadro de servidores da UFVJM o que justifica a não inclusão do FORMULÁRIO DE ANUÊNCIA DA CHEFIA IMEDIATA.