Detalhes da ação

FORMAÇÃO DE COLETORES DE SEMENTES E PRODUTORES DE MUDAS FLORESTAIS VISANDO A ADEQUAÇÃO AMBIENTAL

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203001112

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
EM ANDAMENTO - Normal

Data Inicio

02/06/2025

Data Fim

31/05/2027


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

israel marinho pereira

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Agrárias

Área Temática Principal

Meio Ambiente

Área Temática Secundária

Tecnologia e Produção

Linha de Extensão

Desenvolvimento rural e questão agrária

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Sim

Ação ocorrerá

Dentro e Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Sim


Redes Sociais

@nerad.ufvjm
@nerad.ufvjm @ eng.florestal_ufvjm

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 2 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 2 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 2 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 2 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 4 h
Tipo de Membro Externo
Carga Horária 4 h
Resumo

Este projeto tem como objetivo capacitar a comunidade local do município de Capelinha-MG na coleta de sementes e a equipe de viveiro da Empresa Aperam Bionergia na produção de mudas de espécies nativas, promovendo a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. As metas incluem a capacitação de pelo menos 50 coletores de sementes, o treinamento da equipe do viveiro na produção de mudas de 20 espécies nativas, a realização de testes de germinação e a elaboração de protocolos para


Palavras-chave

Coletores de sementes; rede de sementes; comunidades tradicionais, produção de mudas; espécies nativas; conservação ambiental; capacitação comunitária.


Introdução

A restauração de terras anteriormente florestadas tem sido apontado como uma prioridade global (SUDING et al., 2024), sendo dois bilhões de hectares identificados globalmente com necessidade de restauração florestal (CROUZEILLES et al., 2016). Essa realidade fez com que a Organização das Nações Unidades (ONU), declarasse 2021-2030 a década da restauração ecológica visando combater a crise climática global e melhorar a segurança alimentar, além de auxiliar na prestação de serviços ambientais essenciais, como o fornecimento de água, polinização e manutenção da biodiversidade. O Brasil tem como meta restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. A restauração dessas áreas é particularmente importante, mas também um desafio único, dada a enorme extensão de áreas convertidas e degradadas e as complexidade das interações bióticas associadas a esses ecossistemas ricos em espécies (BUSTAMANTE et al., 2019). No entanto, um dos grandes entraves para a intensificação de programas de reflorestamento tem sido a obtenção de sementes de espécies nativas. A falta de programas de produção destas sementes com qualidade genética e fisiológica em quantidades suficientes para atender a demanda do mercado tem sido constatada em diversas regiões do Brasil. A colheita de sementes florestais nativas é uma atividade interessante para as comunidades e para os pequenos produtores rurais, pois, além de ampliar a variedade de produtos, pode incrementar a renda e por ser realizada em determinadas épocas do ano, já que o florescimento das diferentes espécies é variável, não compromete as outras atividades produtivas. A semente florestal trata-se de um produto de aproveitamento amplo no mercado, atingindo diversos segmentos do setor florestal. Existe uma demanda de material propagativo de espécies autóctones para atender programas de reflorestamento, visando a recuperação de áreas degradadas (ANDIROBA, 2001), ou para atender as demandas nos Programa de Regularização Ambiental (PRA) dos imóveis rurais com passivos ambientais relativos à supressão irregular de remanescentes de vegetação nativa, ocorrida até 22 de julho de 2008, em APPs, RL e/ou áreas de uso restrito. Considerando os diferentes métodos de restauração, previstos no Decreto nº 8.972/17, que estabelece a política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (BRASIL, 2017), estima-se que será necessário produzir nos próximos dez anos cerca de 3,6 a 15,6 milhões de toneladas de sementes (URZEDO et al., 2020). Para isto, os atores da cadeia produtiva da restauração, ou seja, viveiros florestais, coletores de sementes e redes comunitárias, precisam ser devidamente organizados e capacitados (de URZEDO et al., 2019). Assim, a formação de coletores de sementes de espécies florestais desempenha um papel fundamental na restauração florestal, pois garante o acesso a material genético de alta qualidade para a produção de mudas e o estabelecimento de novas áreas florestais. Já que a qualidade das mudas produzidas para a restauração florestal está diretamente ligada à qualidade das sementes utilizadas. Os coletores bem treinados são capazes de identificar e coletar sementes maduras, viáveis e geneticamente diversas, o que resulta em mudas mais saudáveis e robustas (MEDEIROS et al., 2006). Ao formar equipes de coletores de sementes, as organizações envolvidas na restauração florestal podem reduzir custos com a compra de sementes e mudas de fornecedores externos. Além disso, a utilização de sementes coletadas localmente pode ser mais econômica e sustentável em longo prazo. A formação de coletores de sementes também promove o envolvimento da comunidade local no processo de restauração florestal, valorizando o conhecimento tradicional e fortalecendo os vínculos entre as pessoas e as áreas naturais. Além disso serve como um mecanismo de aproximação da comunidade a empresas parceiras que garantem a compra das sementes. Neste sentido, esse projeto foi estruturado em quatro subprojetos, visando treinar pessoas das comunidades tradicionais vizinhas às áreas da Aperam BioEnergia, em Capelinha – MG, na coleta e beneficiamento de sementes florestais de espécies nativas, conforme detalhado a seguir.


Justificativa

A implantação deste projeto é fundamental para enfrentar os desafios mencionados e promover a conservação da biodiversidade em Capelinha-MG. A capacitação da comunidade local na coleta de sementes e da equipe do viveiro da Empresa Aperam Bionergia na produção de mudas de espécies nativas terá um impacto direto na recuperação de áreas degradadas e na promoção de um ambiente mais saudável. Além disso, o treinamento de coletores e a criação de uma rede regional fortalecem a colaboração entre os participantes, possibilitando a troca de conhecimentos e experiências. A inclusão de estudantes do curso de Engenharia Florestal como estagiários enriquecerá o projeto, promovendo uma troca de saberes entre teoria e prática, além de incentivar a pesquisa acadêmica voltada para a conservação ambiental. Os produtos técnico-científicos gerados, como boletins técnicos e relatórios, contribuirão para o avanço do conhecimento na área e poderão servir como referência para outras iniciativas. Por fim, a elaboração de uma tabela de valores para a comercialização de sementes não apenas incentivará a geração de renda para os coletores, mas também promoverá a valorização dos serviços ecossistêmicos e a importância da biodiversidade. Através dessa abordagem integrada, o projeto pode transformar o município de Capelinha-MG em um modelo de desenvolvimento sustentável, contribuindo para a resiliência ambiental e social da região.


Objetivos

Geral: a) Treinar e capacitar pessoas de comunidades tradicionais e funcionários da Aperam BioEnergia para coleta e beneficiamento de sementes de espécies nativas; b) Treinar a equipe de viveiro da Aperam BioEnergia em relação a produção de mudas de espécies nativas; Específicos: a) Promover a inclusão socioambiental de comunidades tradicionais no território de atuação da Aperam BioEnergia, de forma a criar uma rede regional de coletores de sementes de espécies nativas, fomentando a oferta de propágulos para as ações de conservação e adequação ambiental promovidas pela empresa. b) Promover inclusão socioambiental de moradores de comunidades tradicionais vinculada às ações de adequação ambiental decorrentes de medidas compensatórias da empresa, garantindo a oferta de renda monetária extra; c) Capacitar tecnicamente os interessados, para que executem as atividades de coleta e beneficiamento de sementes de espécies nativas com segurança e respeito ao limite máximo de sementes a serem coletadas em cada árvore matriz e manutenção de sustentabilidade ambiental e genética dos ecossistemas; d) Capacitar os servidores no viveiro da Aperam em Capelinha, MG na produção de mudas de espécies nativas; e) Fomentar a criação de uma rede de coletores de sementes de espécies nativas, garantindo diversidade florística e genética ao programa de adequação ambiental da Aperam BioEnergia; f) Gerar uma tabela de valor monetário por quilograma de sementes para cada espécies.


Metas

Capacitar pelo menos vinte coletores e produtores de sementes de espécies nativas Capacitar seis servidores do viveiro para produção adequada de mudas de espécies nativas. Auxiliar na criação de uma rede regional de coletores de sementes de espécies nativas Gerar uma tabela de valores a ser pago pela Aperam BioEnergia por quilograma de sementes aos produtores Capacitar a equipe do Viveiro da Aperam BioEnergia em Capelinha na produção de mudas de espécies nativas até dezembro de 2025 Estabelecimento do método de produção de mudas de pelo menos 20 espécies nativas Gerar um protocolo de produção de mudas de espécies nativas Realizar testes de germinação e viabilidade de sementes de pelo menos 20 espécies nativas Armazenar na Câmara Fria do Centro Integrado de Propagação de Espécies Florestais as sementes de espécies nativas recebidas da Aperam BioEnergia no decorrer da execução do projeto Gerar um protocolo armazenamento das sementes de espécies nativas Cerca de 50 pessoas serão treinados e capacitados até dezembro de 2024 para realização de marcação de árvores matrizes e coleta de sementes Gerar um protocolo de seleção e marcação árvores matrizes para coleta de sementes de espécies florestais nativas


Metodologia

Treinamento e capacitação de coletores de sementes Atividades iniciais - Objetivo: Elaboração do material didático e planejamento das ações do projeto - Atividades - Revisão de literatura pertinente ao tema do projeto - Realização de reuniões com a equipe do projeto para alinhar e discutir os conteúdos e as técnicas a serem utilizadas, o planejamento de execução, a logística necessária, bem como a definição de cronogramas e responsabilidades de cada membro da equipe. - Preparação e elaboração dos materiais didáticos e técnico-científicos. Diagnóstico Inicial - Objetivo: Identificar o perfil da comunidade e o conhecimento prévio sobre coleta de sementes. - Atividades: - Realizar entrevistas e reuniões com lideranças locais. - Aplicar questionários para entender a experiência e o interesse dos participantes. Planejamento do curso de formação e capacitação dos coletores - Duração: Definir um programa de treinamento de coletores de sementes em comunidades tradicionais no município de Capelinha, Minas Gerais, com a realização de quatro encontro que serão definidos com base da disponibilidade das comunidades envolvidas. - Conteúdo Programático: - Importância da restauração florestal. - Identificação de espécies nativas. - Métodos de coleta e beneficiamento de sementes de espécies nativas da flora regional. - Armazenamento e manejo de sementes florestais nativas. - Práticas sustentáveis e éticas na coleta de sementes florestais nativas. Aulas Teóricas - Métodos: - Palestras com especialistas em botânica e ecologia. - Utilização de materiais audiovisuais (apresentações, vídeos). - Distribuição de apostilas e vídeos curtos com informações sobre espécies da flora local. Aulas Práticas - Atividades: - Visitas a áreas de coleta para identificação de espécies. - Demonstração de técnicas de coleta e beneficiamento. - Simulações de coleta em campo, com supervisão de instrutores. Formação de Grupos de Trabalho - Objetivo: Fomentar a colaboração e o aprendizado em equipe. - Atividades: - Dividir os participantes em grupos para práticas de coleta. - Designar funções específicas (coletor, documentador, etc.) para cada membro. Acompanhamento e Avaliação - Objetivo: Monitorar o progresso dos participantes e ajustar a metodologia conforme necessário. - Atividades: - Realizar reuniões mensais para discutir dificuldades e compartilhar experiências. - Aplicar avaliações práticas e teóricas ao final do curso. Certificação e Capacitação Contínua - Objetivo: Reconhecer os participantes e incentivar a continuidade do aprendizado. - Atividades: - Oferecer certificados de participação. - Criar um grupo de WhatsApp para troca de experiências e atualização sobre novas técnicas. Integração com o Mercado - Objetivo: Facilitar a conexão entre coletores e empresas que compram sementes. -Atividades: - Organizar encontros com representantes de empresas parceiras. - Criar um catálogo das espécies disponíveis e suas respectivas demandas de mercado. - Realizar uma prospecção junto a redes de coleta e comercialização de sementes de espécies florestais já estabelecidas (Redes de sementes do Xingu e Rede de Sementes do Cerrado) para definir um valor justo a ser pago por quilograma de sementes coletada e beneficiada. Monitoramento, protocolos e avaliação final - Objetivo: Acompanhamento dos coletores capacitados e avaliação final do projeto - Atividades: - Implementar um sistema de acompanhamento dos coletores, avaliando a qualidade das sementes coletadas e o engajamento na rede. - Criar um protocolo de seleção e marcação de árvores matrizes para coleta de sementes de espécies florestais nativas. - Criar um protocolo para coleta de sementes de espécies florestais nativas. - Ao final do projeto, realizar uma avaliação das capacitações, verificando o número de coletores capacitados, a produção de mudas e a eficácia dos protocolos. Treinamento e capacitação de colaboradores da empresa Aperam Bionergia em produção de mudas de espécies nativas Planejamento Inicial - Avaliação de Conhecimento: Realizar um diagnóstico inicial para entender o nível de conhecimento da equipe sobre espécies nativas e técnicas de viveiro. - Definição de Objetivos Específicos: Estabelecer metas claras de capacitação com base nas demandas identificadas. Desenvolvimento do Conteúdo Programático - Estruturação dos Módulos: - Introdução às Espécies Nativas: Importância ecológica, características e potencial de uso. - Beneficiamento de Sementes: Técnicas de beneficiamento, incluindo limpeza, secagem e armazenamento preliminar. - Teste de Germinação e Viabilidade: Metodologias para realizar testes de germinação e viabilidade. - Técnicas de Germinação: Condições e cuidados necessários para a germinação de mudas. - Manejo de Viveiro: Práticas de cultivo, manejo de pragas e nutrição das mudas. - Transplante e Acompanhamento: Cuidados pós-transplante e monitoramento das mudas. Treinamento Prático - Atividades Práticas: - Beneficiamento de Sementes: Realizar atividades práticas de beneficiamento, como limpeza e secagem. - Teste de Germinação: Implementar e acompanhar os testes de germinação em condições controladas. - Produção de Mudas: Praticar a semeadura e cuidados em viveiro para as espécies selecionadas. - Documentação: Registrar todos os processos e resultados em formulários para facilitar a elaboração de protocolos. Elaboração de Protocolos - Desenvolvimento de Protocolos de Produção: - Criar um protocolo padronizado para a produção de mudas, incluindo: - Condições ideais de germinação - Tipo de substrato - Necessidades hídricas e nutricionais - Protocolo de Armazenamento de Sementes: Elaborar um protocolo que aborde: - Métodos de secagem - Temperaturas e condições de armazenamento - Duração da viabilidade das sementes Avaliação do Aprendizado - Feedback e Discussão: Promover sessões de feedback após atividades práticas, permitindo que os participantes compartilhem experiências e aprendizados. Implementação e Monitoramento - Acompanhamento de Produção: Designar um líder de projeto para supervisionar a produção das mudas e a aplicação dos protocolos desenvolvidos. - Reuniões de Avaliação: Realizar reuniões periódicas para discutir o progresso e ajustar métodos conforme necessário. Documentação e Compartilhamento - Criação de um Manual de Capacitação: Compilar todo o conteúdo, protocolos e experiências em um manual que possa ser utilizado como referência futura. - Apresentação dos Resultados: Organizar uma apresentação ou workshop para compartilhar os resultados e aprendizados com a equipe e outras partes interessadas. Capacitação Contínua - Programas de Atualização: Oferecer capacitações contínuas, incluindo novos métodos de produção e informações sobre outras espécies nativas. - Estímulo à Pesquisa e Inovação: Incentivar a equipe a realizar experimentos e compartilhar suas descobertas sobre a produção de mudas.


Referências Bibliográficas

ANDIROBA, A. Diagnóstico do Plano de Negócios da Associação Nossa Senhora de Fátima. Rio Branco, 2001, 48p. BORGES, F. S., SILVA, P. A., & ALMEIDA, M. F. Protocolos de coleta e armazenamento de sementes: diretrizes para a restauração. Anais do Congresso Brasileiro de Restauração Ecológica, 18(1), 45-58. 2020. BUSTAMANTE, M. M. C.; SILVA, J.S., SCARIOT, A., SAMPAIO, A.B., MASCIA, D.L L., GARCIA, E., SANO, E., Fernandes, G.W., DURIGAN, G., ROITMAN, I., FIGUEIREDO, I., RODRIGUES, R.R., PILLAR, V.D., DE OLIVEIRA, A.O. MALHADO, A.C., ALENCAR, A., VENDRAMINI, A., PADOVEZI, A., CARRASCOSA, H., FREITAS, J. Ecological restoration as a strategy for mitigating and adapting to climate change: lessons and challenges from Brazil. Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, v. 1,. 2019. CÂMARA, I. G., BARROSO, A. G., & TEIXEIRA, M. L. Manual de Produção de Mudas de Espécies Nativas. Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEPAM), Porto Alegre. 2012. CROUZEILLES, R., CURRAN, M., FERREIRA, M., LINDENMAYER, D., GRELLE, C. E. V., REY BENAYAS, J. A global meta-analysis on the ecological drivers of forest restoration success. Nature Communications, v. 7, p. 11666-8, 2016. FIGUEIREDO, A. M., CARVALHO, L. A., & SILVA, M. A. Produção de Mudas Florestais. 2ª ed. Editora UFV, Viçosa. 2004. KLEIN, L. S., COSTA, R. V., & OLIVEIRA, N. A. Desafios da conservação ambiental no Brasil: um panorama. Revista Brasileira de Conservação, 8(1), 15-30. 2019. LORENZI, H. Plantas Nativas no Brasil: Exóticas e Invasoras. 2ª ed. Editora Plantarum, Nova Odessa. 2014. MEDEIROS, A.C.S., EIRA, M.T.S. Comportamento Fisiológico, Secagem e Armazenamento de Sementes Florestais Nativas. Circular técnica, v. 127, p. 01-13, 2006. MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). Relatório sobre a Biodiversidade no Brasil. Brasília: MMA. 2020. MÜLLER, C. H., FIGUEIREDO, E. L., & ALMEIDA, F. A. Coleta e Beneficiamento de Sementes. IPEF, Piracicaba. 2012. SAMPAIO, E. V. S. B., FERNANDES, G. W., & COSTA, A. R. Restauração Ecológica: Fundamentos e Práticas. Editora da Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 2013. SCHMIDT, D., SILVA, A. M., & PEREIRA, L. C. Mudas: Tecnologia de Produção. EMBRAPA, Brasília. 2015. SILVA, J. C., OLIVEIRA, R. S., & SANTOS, D. T. A formação de coletores de sementes como estratégia de conservação. Revista Brasileira de Botânica, 44(1), 67-80. 2021. SUDING, K., HIGGS, E., PALMER, M., CALLICOTT, B., ANDERSON, C.B., BAKER, M., GUTRICH, J.J., HONDULA, K.L., LAFEVOR, M.C., LARSON, B.M.H., RANDALL, A., RUHL, J.B., SCHWARTZ, K.Z.S. Committing to ecological restoration: Efforts around the globe need legal and policy clarification. Science 348(6235):638-640. 2024. TOGNINI, L., RIBEIRO, J. F., & SANTOS, R. R. Técnicas de Coleta e Beneficiamento de Sementes. IPEF, Piracicaba. 2016. URZEDO, D. I., FISHER, R., PIÑA-RODRIGUES, F.C.M., FREIRE, J.M., JUNQUEIRA, R.G.P. How policies constrain native seed supply for restoration in Brazil. Restoration Ecology, v. 27 (4): 768-774, 2019. URZEDO, D. I., NEILSON, J., FISHER, R., JUNQUEIRA, R.G.P.. A global production network for ecosystem services: The emergent governance of landscape restoration in the Brazilian Amazon. Global environmental change-human and policy dimensions, v. 61, p. 102059, 2020.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

A interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade é fundamental para o fortalecimento de iniciativas que promovem a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. No contexto do projeto descrito, essa interação se torna ainda mais evidente. A proposta de capacitar pelo menos 50 coletores de sementes e treinar a equipe do viveiro da Aperam Bionergia demonstra um compromisso claro com a formação de uma rede de conhecimento que une teoria e prática. As oficinas teóricas e práticas não apenas transmitem informações técnicas, mas também criam um espaço de diálogo onde a experiência local é valorizada e compartilhada. Esse intercâmbio enriquece tanto a formação dos alunos do curso de Engenharia Florestal quanto a capacitação dos coletores, promovendo um aprendizado mútuo que ultrapassa as barreiras acadêmicas. Além disso, a elaboração de protocolos para a coleta e armazenamento de sementes e a realização de testes de germinação são ações que estabelecem um diálogo contínuo entre as necessidades da comunidade e as soluções científicas. O envolvimento dos estudantes em estágios e projetos de pesquisa fortalece essa conexão, permitindo que eles se tornem agentes de transformação, aplicando conhecimentos acadêmicos em desafios reais enfrentados pela comunidade. A criação de uma tabela de valores para a comercialização das sementes também é um exemplo de como o projeto visa gerar impacto econômico local. Isso não apenas proporciona uma fonte de renda, mas também promove a valorização dos recursos naturais e a conscientização sobre a importância da biodiversidade. Assim, a comunidade não é apenas beneficiária, mas também protagonista no processo de conservação ambiental. Portanto, a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade se revela como um elemento essencial para o sucesso deste projeto. Através da colaboração, da troca de saberes e da construção conjunta de soluções, é possível avançar em direção a um futuro mais sustentável, onde a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico caminham lado a lado.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

Nesse projeto a interdisciplinaridade se manifesta na combinação de diferentes áreas do conhecimento, essencial para abordar as múltiplas dimensões que envolvem a conservação ambiental. No caso deste projeto, as ciências florestais, biológicas, ambientais e sociais se entrelaçam para criar um programa de capacitação que vai além da simples coleta de sementes ou produção de mudas. As oficinas teóricas e práticas incorporam conceitos de ecologia, agronomia e economia, permitindo que os participantes compreendam não apenas as técnicas de coleta e produção, mas também a importância dessas práticas para a sustentabilidade local e regional. A interprofissionalidade, por sua vez, é a colaboração entre diferentes profissionais, cada um trazendo sua expertise para o projeto. A inclusão de estudantes do curso de Engenharia Florestal, por exemplo, não apenas enriquece a formação acadêmica desses alunos, mas também traz novas ideias e abordagens para a equipe do viveiro da Aperam Bionergia. A presença de profissionais de áreas como biologia, ecologia, economia e educação ambiental garante que as práticas desenvolvidas sejam fundamentadas em uma base sólida de conhecimento técnico e científico. Essa colaboração interdisciplinar resulta em soluções mais inovadoras e eficazes, já que diferentes perspectivas são integradas para abordar os problemas de forma abrangente. Em resumo, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade presentes neste projeto não só enriquecem o processo de ensino-aprendizagem, mas também potencializam os resultados. Ao unir diferentes áreas do conhecimento e profissionais em um esforço colaborativo, o projeto estabelece uma base sólida para a promoção da sustentabilidade e a conservação ambiental no município de Capelinha-MG.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

O ensino, a pesquisa e a extensão são atividades complementares e interdependentes que devem ser valorizadas de forma equivalente no sistema universitário. Caso contrário, corre-se o risco de desenvolver um conhecimento limitado e simplista. A qualidade e o sucesso dos profissionais formados pelas universidades dependem, em grande parte, do nível de interação e articulação entre esses três pilares do conhecimento, que são indivisíveis e multidimensionais (PIVETTA, et al., 2010). Assim, o projeto apresentado busca a articulação do tripé pesquisa, ensino e extensão. O projeto está sendo concebido para que os três pilares das universidades públicas brasileiras atuem em conjunto. Por exemplo, a pesquisa produz informações relacionadas às adequações ambientais, que no momento que se tornam disponibilizadas de forma livre e aberta, alimentam as ações de extensão e ensino. Uma vez que ações de extensão produzem informações e interações entre a comunidade acadêmica da UFVJM e a comunidade externa (Aperam BioEnergia e Comunidades rurais) e as disponibilizam de forma livre e aberta, estas alimentam com oportunidades de pesquisa e exemplos de ensino. Uma vez que os projetos de ensino utilizam e produzem dados relacionados às adequações ambientais e os disponibilizam de forma livre e aberta, retroalimentam as ações de pesquisa e extensão. Desta forma, os três pilares poderão encontrar neste projeto de extensão, que poderá representar também fonte de consulta, ideias e oportunidades, bem como de produção do conhecimento por parte da comunidade acadêmica (estudantes, professores e técnico-administrativos) e dos atores não-universitários (profissionais do Aperam BioEnergia e Comunidades tradicionais).


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

O projeto de capacitação da comunidade de Capelinha-MG na coleta de sementes e produção de mudas de espécies nativas oferece uma experiência valiosa para os estudantes de Engenharia Florestal. A participação ativa dos graduandos enriquece suas experiências acadêmicas, proporcionando um ambiente onde podem aplicar o conhecimento teórico em situações práticas, como a coleta de sementes e a realização de testes de germinação. Essa vivência prática não apenas solidifica conceitos científicos, mas também desenvolve habilidades técnicas essenciais para sua formação profissional. Além da experiência prática, a interação com a comunidade local permite que os estudantes compreendam melhor as realidades sociais e ambientais ao seu redor. A troca de saberes entre os graduandos e os membros da comunidade é fundamental para a formação de uma perspectiva empática e comunicativa, ressaltando o papel do engenheiro florestal em contextos de desenvolvimento sustentável. Essa interação amplia a visão dos estudantes sobre suas futuras responsabilidades e o impacto que podem ter em suas áreas de atuação. Por fim, a interdisciplinaridade do projeto, que envolve profissionais de diversas áreas, prepara os graduandos para trabalhar em equipes diversificadas, uma habilidade cada vez mais valorizada no mercado. A participação em atividades de pesquisa e comunicação científica fortalece suas competências, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e comprometidos com a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. Assim, a experiência no projeto molda profissionais mais completos, alinhados às demandas contemporâneas e aos desafios ambientais que a sociedade enfrenta.


Impacto e Transformação Social

O projeto tem um potencial significativo para gerar impactos sociais e ambientais tanto locais quanto regionais. Ao educar a população sobre a importância da conservação da biodiversidade, o projeto promove a valorização do conhecimento local, permitindo que os membros se tornem protagonistas em suas realidades e cultivem um senso de pertencimento e responsabilidade em relação ao meio ambiente. A geração de renda local através da comercialização das sementes e mudas é uma transformação social importante que o projeto oferece. Com uma tabela de valores justa, o projeto cria oportunidades econômicas e fortalece a economia da comunidade, melhorando a qualidade de vida e diversificando fontes de renda, especialmente em contextos econômicos vulneráveis. Isso ajuda a reduzir a dependência de atividades tradicionais que podem ser afetadas por crises. A formação de uma rede regional de coletores promove um ambiente colaborativo e inovador, onde a troca de experiências pode levar ao compartilhamento de práticas sustentáveis e à criação de novos negócios. Essa interação não apenas enriquece o aprendizado, mas também estabelece um modelo que pode ser replicado por outras comunidades em busca de desenvolvimento sustentável e conservação. Em termos de impactos ambientais, o projeto pode ajudar a restaurar áreas degradadas e a promover a recuperação da biodiversidade local. A reintrodução de espécies nativas e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis são passos cruciais para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para a preservação dos ecossistemas. A inclusão de estudantes de Engenharia Florestal e áreas afins enriquece sua formação acadêmica, transformando-os em agentes de mudança social e ambiental. Essa experiência prática os prepara para influenciar positivamente projetos futuros, contribuindo para uma cultura de conscientização e comprometimento com a conservação. Em última análise, o projeto tem o poder de transformar a relação da comunidade com seu ambiente, promovendo um desenvolvimento sustentável que valoriza a biodiversidade e contribui para a preservação do planeta.


Divulgação

A divulgação do projeto é crucial para garantir seu sucesso e alcançar um público mais amplo. Segue algumas formas eficazes de divulgação: ● Redes Sociais: Utilizar plataformas como Facebook e Instagram para compartilhar atualizações, fotos das atividades, depoimentos de participantes e resultados alcançados. Isso pode engajar a comunidade e atrair novos interessados. ● Eventos Comunitários: Participar de feiras locais, festivais e eventos comunitários para apresentar o projeto e suas metas, além de envolver a população em atividades interativas. ● Palestras e Workshops: Organizar palestras e workshops abertos à comunidade para discutir a importância da conservação da biodiversidade e os benefícios do projeto. ● Apresentações em Eventos Acadêmicos: Participar de congressos e seminários para apresentar o projeto, compartilhar experiências e disseminar conhecimentos técnicos gerados ao longo da iniciativa. ● Material Impresso: Criar folhetos, cartazes e banners para distribuição em locais estratégicos, como escolas, universidades e centros comunitários, informando sobre o projeto e suas oportunidades. Essas estratégias podem ajudar a maximizar a visibilidade do projeto, fortalecer o engajamento da comunidade e atrair parcerias e recursos adicionais para sua continuidade e expansão.


Informações Complementares

Esse projeto terá envolvimento direto dos alunos das disciplinas: Ecologia Florestal, Recuperação de Áreas Degradadas, Sementes Florestais e Viveiro, Economia Florestal e Silvicultura de Espécies Nativas do curso de graduação em Engenharia Florestal.


Público-alvo

Descrição

O público alvo deste projeto abrange a comunidade local do município de Capelinha-MG e a equipe de viveiro da Empresa Aperam Bioenergia.

Municípios Atendidos

Município

Capelinha - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

Financiamento do Projeto e disponibilização das instalações do viveiro para realização de treinamentos.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 496 h

Carga Horária 12 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realizar o alinhamento e programação das atividades a serem realizadas

Carga Horária 6 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Indicação dos docentes e técnicos envolvidos no projeto

Carga Horária 20 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realizar seleção e indicação dos discentes envolvidos no projeto uma vez por ano para realizar a substituição dos alunos que forem formando por outros.

Carga Horária 6 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Indicação dos docentes e técnicos envolvidos no projeto

Carga Horária 4 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realizar reunião da equipe técnica envolvida no projeto para definir estratégias de ações e ajustes

Carga Horária 240 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Treinar funcionários do viveiro da Aperam na produção de mudas de espécies arbóreas nativas para restauração florestal

Carga Horária 200 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Treinar pessoas de comunidades tradicionais do Município de Capelinha que estejam interessados na coleta e comercialização de sementes de espécies nativas

Carga Horária 8 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
Descrição da Atividade

Realizar uma reunião final do projeto para fechamento do projeto