Visitante
Vida no Vale: redução da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha
Sobre a Ação
202203001141
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
02/02/2025
31/12/2025
202104000141 - Diamantes do Vale: saúde para as mulheres do Jequitinhonha
Dados do Coordenador
juliana augusta dias
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Saúde
Saúde Humana
Regional
Não
Sim
Não
Dentro e Fora do campus
Manhã
Não
Redes Sociais
Membros
O Vale é uma macrorregião de saúde marcada pela precariedade socioeconômica e que necessita de atenção para melhora dos seus índices básicos, como os de saúde. O projeto “Vida no Vale: redução da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha” tem como objetivo capacitar médicos e enfermeiros atuantes no Vale do Jequitinhonha para conhecerem o perfil da mortalidade materna na região, quais as causas mais comuns, fatores de risco e qual melhor manejo das urgências obstétricas, a fim de modificar de
Mortalidade materna; Jequitinhonha; Mulher; RMM
O Vale do Jequitinhonha é uma região localizada geograficamente no nordeste do estado de Minas Gerais. Essa área é marcada por baixos índices de desenvolvimento (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2018), enfrentando marcantes contrastes sociais, culturais e econômicos e abriga uma população carente em suas necessidades básicas, como a saúde, que é, no Brasil, um direito universal e garantido por lei. Os residentes dessa região encontram obstáculos ao acesso pleno a essa regulamentação nacional e demonstram em seus dados estatísticos a precariedade dos serviços e oportunidades a eles ofertados. Um panorama passível de avaliação é a situação atual de Diamantina, uma das cidades-polo do Vale do Jequitinhonha. Esse município, de acordo com o censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é formado em sua maioria por mulheres (24.515), que demandam de atendimentos específicos nos cuidados da sua saúde, sejam eles na ginecologia ou na obstetrícia. Dentre os muitos problemas enfrentados em toda a região do Vale do Jequitinhonha, está a mortalidade materna, que se destaca como um assunto crítico, refletindo não apenas as dificuldades no acesso aos serviços de saúde, mas também a necessidade de aprimoramento das práticas médicas e de gestão de complicações. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), por meio do DATASUS, do total de mortes maternas compreendido entre o período de 2013-2023 na região do Jequitinhonha, 34,78% dos óbitos são de mulheres entre 20 e 29 anos e 30,43% são de mulheres entre 30 e 39 anos. O relatório anual de 2022 do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais afirma que 1,8% do total de óbitos em mulheres em idade fértil (10 a 49 anos) se deu por conta de complicações da gravidez, parto e puerpério. Nesse cenário, ressalta-se a importância de se discutir e aprofundar sobre as causas mais comuns da mortalidade materna e como combatê-las, principalmente em regiões precárias de acesso rápido e de qualidade à saúde. Uma das razões que impactam no atendimento é o despreparo de profissionais de saúde diante de urgências obstétricas e de pós-parto, situação que escancara a falta de manejo e de habilidade de muitos profissionais ao lidarem com as possíveis complicações do ciclo gravídico e puerperal. Para evitar desfechos negativos em todos os cenários que um profissional de saúde pode enfrentar, é necessário que esse grupo seja capacitado, qualificado e inserido em ambientes de educação permanente de forma longitudinal. Dessa forma, o projeto “Vida no Vale: redução da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha” propõe o acompanhamento de médicos e enfermeiros durante reuniões de capacitação acerca das complicações existentes na gravidez e no puerpério, de forma que esses profissionais recebam os protocolos mais atualizados de atendimento e possam ofertar à sua população de referência um acesso rápido e qualificado de atenção à saúde em todos os seus níveis. Além disso, a proposta engloba a participação da população geral, sendo beneficiada diretamente com um atendimento mais assertivo em sua região e por participar de ações de educação em saúde a serem desenvolvidas pelo projeto, sejam elas presenciais ou por meio de disseminação de informações em mídias sociais. Assim, visa-se o impacto na redução da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha e o acesso democrático à educação e à saúde pela população local.
O Vale do Jequitinhonha é uma região situada ao norte do estado de Minas Gerais, região sudeste do Brasil. Essa localidade é dividida em baixo, médio e alto Jequitinhonha, sendo suas microrregiões geridas por órgãos governamentais específicos. Entre os municípios compreendidos, está Diamantina, uma das cidades polo da região. Em relação à saúde, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina-MG abrange 34 municípios do Vale do Jequitinhonha, totalizando, em 2020, uma população de 446.753 pessoas (SECRETÁRIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2020). Por abranger quase meio milhão de habitantes é possível ressaltar a necessidade de se ter ofertas de serviços de qualidade em todos os âmbitos, incluindo a saúde. Entretanto, a saúde no Vale do Jequitinhonha enfrenta diversos desafios e, apesar de seus recursos naturais e culturais, muitos municípios sofrem com a falta de infraestrutura adequada, o que impacta o acesso aos serviços de saúde e atingem índices básicos da sociedade, como as altas taxas de mortalidade materna presentes na região. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define morte materna como o óbito de mulheres durante o período gestacional ou até 42 dias após o término da gestação, devido a qualquer causa relacionada à gravidez ou às medidas tomadas em relação a ela, excluindo causas acidentais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000). Dentro dessa definição, distinguem-se duas causas de morte obstétrica: causas diretas, que resultam de complicações atribuídas à intervenção, omissões e tratamentos incorretos; e causas indiretas, que ocorrem pela exacerbação de doenças pré-existentes ou que se desenvolvem pelos efeitos fisiológicos da gravidez (BRASIL, 2022). A importância da mortalidade materna é mensurada por meio da razão de mortalidade materna (RMM), calculada pelo número de óbitos por 100 mil nascidos vivos em determinada localidade. A RMM, como indicador de saúde, reflete as disparidades socioeconômicas e deficiências na assistência à saúde da mulher durante o ciclo gravídico e puerperal. Em 2020, estimou-se que 287 mil mortes maternas ocorreram no mundo, resultando em uma razão de mortalidade materna média de 233 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Esse índice é inaceitavelmente alto e constitui uma violação dos direitos humanos de mulheres e crianças (GAMA et. al., 2024). No Brasil, conforme o boletim epidemiológico de 2022, foram registrados 1.965 óbitos maternos em 2020, resultando em uma RMM de 75 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Esse índice, embora inferior à média global, permanece elevado quando comparado às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que preveem uma RMM inferior a 70 óbitos por 100 mil nascidos vivos. O Relatório Anual do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, referente ao ano de 2021, publicou que a razão de mortalidade materna registrada pelo território abrangido pela SRS Diamantina foi de 19,8 óbitos por 100 mil nascidos vivos (SECRETÁRIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2022), cenário que configura um grave desafio para a saúde pública no país. A atenção primária desempenha um papel essencial na regulação da RMM, funcionando como a porta de entrada no sistema de saúde, promotora de saúde e articuladora do cuidado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022). Nesse contexto, o pré-natal não apenas previne e detecta precocemente possíveis complicações, mas também fortalece o vínculo entre a gestante e a equipe de saúde, o que pode reduzir os riscos de complicações durante a gestação, o parto e o puerpério (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022). Para garantir a redução da mortalidade materna, é crucial uma abordagem integral que envolva todo o sistema de saúde. É imprescindível reconhecer o papel central da mulher em nossa sociedade. As mortes maternas são evitáveis quando há um cuidado de qualidade ao longo da gravidez, no parto e no puerpério, visto que as principais causas de óbitos estão primariamente relacionadas à falta de uma assistência eficaz diante de uma complicação que ocorre durante e após a gestação e no parto, destacando os sangramentos graves, infecções e hipertensão. Além disso, é importante considerar outros fatores, como a pobreza, distância dos serviços de saúde e falta de informação (CORDEIRO et. al., 2020). Em 1990, foi definido um modelo que estuda as causas de mortes maternas, denominado "Três Demoras". Esse modelo faz compartimentação dos fatores que interferem nas chances de sobrevivência das gestantes em três fases: demora na decisão da mulher em procurar cuidados, demora em chegar a uma unidade de saúde adequada e demora em receber os cuidados apropriados na instituição de referência. Essas demoras interagem e podem resultar em atrasos no cuidado necessário, contribuindo para complicações na gestação e aumentando o risco de mortalidade materna. A compreensão delas é crucial para a formulação de políticas públicas e intervenções que visem melhorar a saúde da mulher, especialmente em regiões vulneráveis. No Vale do Jequitinhonha, constatou-se que a causa mais prevalente entre as mortes maternas é a demora em receber os cuidados adequados, o que agrava a condição de saúde e pode resultar em óbito (WAISWA, et. al. 2010). Um estudo realizado na região identificou que, entre os municípios do Vale do Jequitinhonha, 83,33% das cidades onde ocorreram óbitos maternos não possuíam um protocolo de atendimento para gestantes (DIAS, et. al., 2016). Esse cenário reforça a necessidade de uma rede de assistência materna que ofereça suporte adequado, com recursos humanos e tecnológicos. Na tentativa de regredir as altas estatísticas no estado de Minas Gerais, o Governo Federal implementou, em 2024, a “Rede Alyne”, para reestruturar a antiga “Rede Cegonha”, visando a redução da mortalidade materna em 25% até 2027 (BRASIL, 2024). Essa iniciativa só confirma os constantes esforços que a saúde demanda no cuidado à mulher. Segundo a reportagem publicada, em 2024, pelo Ministério da Saúde sobre a “Rede Alyne”: “O Brasil é o primeiro caso no mundo de uma condenação em corte internacional por morte materna evitável, reconhecida como violação de direitos humanos das mulheres a uma maternidade segura” (BRASIL, 2024), demonstrando, portanto, o quão inaceitável é a morte de gestantes e puérperas diante ao seu direito fundamental à vida. Para a redução da mortalidade materna, é essencial um sistema de saúde estruturado e organizado para o atendimento básico e especializado, além de um pré-natal bem realizado, capaz de detectar precocemente complicações e mitigar os riscos. Treinamentos contínuos e específicos, associados à implementação de protocolos rigorosos, são fundamentais para capacitar médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde com as competências necessárias para reconhecer precocemente fatores de risco e sinais de complicações durante a gestação. Esse preparo permite não apenas a adoção de intervenções eficazes, mas também a prestação de cuidados de emergência de alta qualidade, reduzindo significativamente os riscos para mãe e bebê. Além disso, a capacitação promove uma cultura de colaboração multidisciplinar, onde a integração das equipes é essencial para o manejo eficiente e ágil das complicações obstétricas, contribuindo para a melhoria dos desfechos maternos e neonatais.
Objetivo Geral: Promover a capacitação contínua de médicos e enfermeiros sobre as principais causas de mortalidade materna na região do Vale do Jequitinhonha, com a finalidade de gerar conhecimento permanente e fortalecer a atuação nos diferentes níveis de atenção à saúde e atuar junto à sociedade com ações de conscientização e de disseminação ampla de informações sobre a saúde da mulher. Objetivos Específicos: - Promover educação em saúde para médicos e enfermeiros, com foco nos protocolos mais atualizados e qualificados de urgências obstétricas, visando à excelência no atendimento à população; - Estabelecer um grupo de educação permanente para os profissionais de toda a rede de saúde do Vale do Jequitinhonha, com o propósito de reduzir a mortalidade materna; - Sensibilizar os gestores de saúde quanto à relevância da capacitação teórica e técnica contínua como estratégia fundamental para a diminuição da mortalidade materna na região; - Promover a participação dos discentes como ouvintes e colaboradores na organização das ações e como palestrantes, fomentando o engajamento acadêmico; - Implementar programas de educação em saúde direcionados a gestantes e puérperas pelos próprios profissionais-alvo; - Conscientizar a população geral sobre a importância da saúde da mulher e o cuidado atento com gestantes e puérperas; - Promover educação em saúde da população geral por meio de ações de conscientização e da divulgação ampla de informações científicas em rede social; - Participar de eventos científicos para apresentar a proposta e os resultados obtidos com o projeto de extensão; - Realizar a publicação de artigos científicos, disseminando os achados e contribuições do projeto para a comunidade acadêmica e profissional.
Uma das principais metas durante a realização do projeto é contribuir com a redução da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha, após a capacitação dos profissionais por meio de aulas online, sobre as principais causas de urgência e emergência obstétricas. Ao todo espera-se a participação de no mínimo 68 profissionais, de todo o Vale do Jequitinhonha. Outra meta é propiciar a promoção de saúde, ao possibilitar que esses profissionais partilhem os aprendizados adquiridos com as gestantes e puérperas de seus respectivos locais de trabalho, bem como realizar a conscientização e reforçar para os gestores a importância dos cuidados e do investimento em saúde para melhor atender a esse grupo social. Prevê-se ainda a educação em saúde da população geral, com foco no público feminino, acerca dos principais tópicos sobre a saúde da mulher, prevenção de doenças e cuidados no adoecimento. Assim como, proporcionar o compartilhamento dessas informações aos discentes participantes do projeto que estarão como ouvintes, organizadores e palestrantes, e permitir a participação em eventos científicos para divulgação e escrita de artigos científicos dos resultados do projeto de extensão, visando ampliar o acesso à informação sobre esse tema tão importante.
1. Ações de capacitação aos profissionais de saúde: Este projeto objetiva reduzir a mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha, por meio da capacitação dos profissionais responsáveis pela assistência em saúde da gestante e da puérpera, incluindo, sobretudo, médicos e enfermeiros, de forma interprofissional. O treinamento ocorrerá por intermédio de palestras dialogadas interdisciplinares entre esses trabalhadores, profissionais da saúde convidados e os discentes de medicina e enfermagem da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 1.1 Local: Os encontros ocorrerão de forma virtual (online), pela plataforma “Google Meet”, a fim de possibilitar uma ampliação da abrangência geográfica da ação, isto é, aumentar o escopo da preparação educativa para englobar toda a região-alvo, o Vale do Jequitinhonha. 1.2 Periodicidade: A periodicidade das reuniões será bimestral (a cada 2 meses), com agendamento prévio de acordo com a disponibilidade de todos os envolvidos. 1.3 Temática: Nessas reuniões, os discentes escolherão temas relevantes para a apresentação como palestrantes. Os temas a serem abordados são: Acompanhamento pré-natal; Síndromes hipertensivas; Hemorragias pós-parto; Sepse e abortamento; Mortalidade materna na região do Alto do Jequitinhonha e atuação dos comitês de mortalidade materna e Dia Nacional de Combate a Mortalidade Materna. 1.4 Parcerias: Para a execução do projeto, será estabelecida uma parceria com a Superintendência Regional de Saúde (SRS) e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Alto Jequitinhonha (CISAJE). Visa-se à sensibilização dos gestores locais para a importância da redução dos índices de mortalidade materna nos serviços da região. Assim, espera-se a liberação dos profissionais de suas outras atividades laborais, nas datas estipuladas, para que esses participem das reuniões de capacitação. 1.5 Canais de comunicação: Formará-se um grupo no aplicativo "WhatsApp" para facilitar a comunicação direta entre os participantes, por meio do qual serão enviados materiais informativos aos profissionais e comunicados sobre os encontros. 1.6 Materiais informativos: Serão confeccionados e disponibilizados materiais informativos diversos, autorais ou referenciados, em formato digital, como cartilhas, folders, artigos científicos, entre outros, durante as capacitações e por outras plataformas de contato online, como o Whatsapp. As informações e os protocolos contidos nesses documentos estarão alicerçados em federações, sociedades e associações renomadas e experientes na temática e na área de Obstetrícia. 1.7 Preparação dos discentes: Os acadêmicos de medicina e enfermagem realizarão uma extensa revisão bibliográfica e seleção de referências e protocolos para estudo, reuniões periódicas para capacitações com profissionais de saúde e posterior exposição dos conhecimentos nos encontros online com o público-alvo. 1.8 Acompanhamento por docentes e técnicos da UFVJM: Os discentes serão acompanhados e instruídos por professores e técnicos da Universidade durante todo o processo, desde o estudo teórico até as reuniões de capacitação e outras atividades. 2. Ações de conscientização à população geral: Adicionalmente à preparação dos recursos humanos trabalhistas, organizará-se ações para a população geral, visto que o desconhecimento pode interferir na busca pelo cuidado em saúde. 2.1 Evento em homenagem ao Dia da Redução da Mortalidade Materna: No dia 28 de maio de 2025, data que marca o Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna, será realizado um evento para a população geral, com intervenções voltadas à conscientização sobre os direitos da gestante, sinais de alarme e principais causas de mortalidade materna. 2.1.1 Parceria A mobilização terá como parceria a Atenção Primária em Saúde (APS). 2.2 Criação de conteúdo em plataforma digital: Será criada uma conta na plataforma “Instagram”, gerida pelos discentes responsáveis por esse projeto, com o intuito de divulgar dados, informações e materiais digitais voltados à orientação da população geral, em uma campanha contínua contra a mortalidade materna. 3. Avaliação e acompanhamento: Salienta-se a importância da avaliação da efetividade e do impacto das capacitações no entendimento da necessidade e relevância deste projeto e de sua continuidade. 3.1 Avaliação imediata: Por intermédio do feedback da coordenadora após as reuniões com os profissionais de saúde e com a população geral. 3.2 Avaliação a longo prazo: A coordenadora do projeto fará avaliações periódicas dos discentes para análise de assiduidade, interesse, criatividade, participação, aprendizado e aproveitamento do projeto. 4. Impacto e transformação social: De forma conclusiva, o objetivo é promover uma preparação adequada dos profissionais da saúde, de modo a melhorar a oferta de serviços e a qualidade do cuidado, bem como utilizar do conhecimento adquirido para, no processo, conscientizar a população geral, sobretudo as mulheres, acerca do cuidar de sua própria saúde. Assim, o cenário da mortalidade materna no Vale do Jequitinhonha será transformado através da educação.
BRASIL. Ministério da Saúde. Novo programa de redução da mortalidade materna chega em Minas Gerais. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias-para-os-estados/minas-gerais/2024/setembro/novo-programa-de-reducao-da-mortalidade-materna-chega-em-minas-gerais>. Acesso em: 10 de outubro 2024 BRASIL. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico 20, vol. 53. Brasília: MS, 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no20/view>. Acesso em: 09 de outubro de 2024. COMITÊ ESTADUAL DE PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA, INFANTIL E FETAL DE MINAS GERAIS. Relatório Anual 2022. [s.l: s.n.]. Disponível em: < <https://www.saude.mg.gov.br/images/Final%2018-07%20Relat%C3%B3rio%20de%20Mortalidade%20materna%20infantil%20e%20fetal%202022.pdf> Acesso em: 14 de outubro 2024. CORDEIRO, E. V. et al. Ações de combate materna implementadas no Vale do Jequitinhonha - Minas Gerais. Disponível em: <https://downloads.editoracientifica.com.br/articles/201001585.pdf>. Acesso em: 11 de outubro de 2024. DIAS, J. A. et. al. Estudo da mortalidade materna na Região do Alto Jequitinhonha, Minas Gerais / Mortality Study of Mother in High Region Jequitinhonha, Minas Gerais Rev. méd. Minas Gerais ; 26: [1-7], jan.-dez. 2016.Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1008866. Disponível: <https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1008866>. Acesso em: 10 de outubro de 2024. GAMA, S. G. N. et al. Mortalidade materna: protocolo de um estudo integrado à pesquisa Nascer no Brasil II. Cadernos de Saúde Pública, v. 40, n. 4, p. e00107723, 2024. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/csp/a/DZjgmRXP8CyWvGHjF3W6dzQ/> Acesso em: 12 de outubro de 2024. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Municípios da macrorregião de saúde Jequitinhonha intensificam ações no Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Disponível em: <https://www.saude.mg.gov.br/fale-conosco/story/19951-municipios-da-macrorregiao-de-saude-jequitinhonha-intensificam-acoes-no-dia-nacional-de-reducao-da-mortalidade-materna#:~:text=Atua%C3%A7%C3%A3o%20regional&text=O%20%C3%BAltimo%20relat%C3%B3rio%20anual%20do,por%20100%20mil%20nascidos%20vivos>. Acesso em: 12 de outubro 2024. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Superintendência Regional de Saúde de Diamantina. Disponível em: <https://www.saude.mg.gov.br/termos-de-uso/page/213-srs-diamantina-sesmg>. Acesso em: 16 de outubro 2024. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: 10. revisão. 8. ed. São Paulo: Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português, Ed. Universidade de São Paulo; 2000. v.1. Acesso em: 11 de outubro de 2024. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Polo UFMG Jequitinhonha. Sobre o Vale do Jequitinhonha. Disponível em: <https://www.ufmg.br/polojequitinhonha/o-vale/sobre-o-vale-do-jequitinhonha/>. Acesso em: 15 de outubro 2024. WAISWA, P. et. al. Using the three delays model to understand why newborn babies die in eastern Uganda. Trop Med Int Health. 2010;15(8):964-72. Disponível:<https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20636527/> Acesso em: 13 de outubro de 2024.
O presente projeto visa capacitar médicos e enfermeiros da região do Vale do Jequitinhonha, de forma que esses profissionais possam se atualizar e serem mais preparados para lidarem com situações em saúde que envolvam o cuidado com a mulher, com a gestante e com a puérpera. Dessa forma, médicos e enfermeiros atuarão em seus campos de trabalho, fornecendo um cuidado mais atencioso e qualificado para a população feminina de sua região de abrangência. Isso significa que o repasse de informação técnica, teórica e prática para os profissionais, por parte dos envolvidos no projeto, como os acadêmicos, docentes e profissionais convidados, se dará, consequentemente, como repasse de informação para a sociedade no geral. Além disso, a comunidade acadêmica, participando também dos processos de capacitações ofertadas, estarão se preparando para um melhor atendimento nos diversos níveis de atenção à saúde, das áreas de atuação dos discentes da universidade, dialogando, mais uma vez, com a sociedade.
Os cursos da saúde se relacionam direta ou indiretamente, uma vez que é necessário haver colaboração mútua entre os diversos profissionais, com o intuito de promover uma assistência em saúde de alta qualidade que abranja todos os aspectos biopsicossociais dos indivíduos. Sendo assim, um dos objetivos da participação dos discentes neste projeto é permitir e colaborar com a interdisciplinaridade entre a universidade, o sistema de saúde, os profissionais da rede de saúde do Vale do Jequitinhonha, e a população geral e específica, consequentemente ampliando a promoção e prevenção a saúde de gestantes para toda a comunidade. Bem como, a participação de profissionais da saúde de outras áreas, que não a Medicina permite que ocorra uma troca de conhecimentos e vivências diárias a respeito dos cuidados em saúde com as gestantes, muitas vezes em situações de risco, com o intuito de capacitar os profissionais de Diamantina e do Vale do Jequitinhonha na busca em reduzir a mortalidade materna.
A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é um princípio central para a educação superior, especialmente no contexto de projetos voltados para a saúde pública e ao desenvolvimento social. Esse projeto exemplifica como essas três dimensões podem ser articuladas de maneira integrada para promover mudanças significativas em comunidades vulneráveis. Em termos de ensino temos a formação de profissionais engajados, em que o projeto inclui capacitação de discentes dos cursos de Medicina e Enfermagem da UFVJM. Esses estudantes participam de reuniões regulares com a coordenadora do projeto para planejamento e aprofundamento em temas críticos, sendo essencial para preparar os alunos como palestrantes e facilitadores durante as capacitações de médicos e enfermeiros, promovendo a interdisciplinaridade e aprendizado baseado na prática. Em relação à pesquisa, a revisão bibliográfica e a produção de material científico, realizadas pelos discentes, são fundamentais para embasar teoricamente o projeto, sendo que os dados coletados durante as ações serão usados para a produção de artigos e apresentações em eventos acadêmicos. A extensão caracteriza-se como impacto direto na comunidade, por meio de ações presenciais, como o evento em homenagem ao "Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna", e campanhas digitais realizadas no Instagram, o projeto aproxima a população do conhecimento científico. A "Vida no Vale" ilustra como a integração entre ensino, pesquisa e extensão não apenas enriquece a formação acadêmica, mas também transforma a realidade de comunidades em situação de vulnerabilidade. Essa abordagem promove a democratização do conhecimento, a capacitação de profissionais e o fortalecimento do vínculo entre universidade e sociedade.
A participação ativa dos graduandos de Medicina e de Enfermagem em ações voltadas para a capacitação de profissionais de saúde do Vale do Jequitinhonha representa uma oportunidade de enriquecimento acadêmico e profissional. Promove-se o aprimoramento teórico dos discentes em temas importantes para a saúde pública, a partir do estudo prévio às reuniões online, com foco em melhorar a abordagem a intercorrências, urgências e emergências obstétricas. Por meio do engajamento com múltiplos profissionais, tais quais médicos, enfermeiros, entre outros, possibilita-se aos acadêmicos, também, o desenvolvimento de habilidades práticas, visto que, nos encontros, ocorrerá a troca de conhecimentos com esses especialistas. Isso permitirá, para além da teoria, a compreensão dos desafios enfrentados em contextos de alta vulnerabilidade, como o Vale do Jequitinhonha, e, consequentemente, a formação de futuros agentes preparados para as demandas relativas à preservação da saúde da mulher. A realização das capacitações de forma online representa uma oportunidade para os estudantes desenvolverem habilidades em comunicação digital, organização de eventos e gestão de plataformas tecnológicas. Logo, impacta-se na preparação dos discentes para um mundo cada vez mais conectado. Além da participação direta nas capacitações, os graduandos desempenharão um papel fundamental na disseminação do projeto por meio de redes sociais, como o Instagram. Essa atividade exigirá habilidades de comunicação científica e popularização do conhecimento, tornando informações técnicas acessíveis para diferentes públicos. Esse esforço fortalece não apenas o compromisso acadêmico, mas também a responsabilidade social dos futuros profissionais, fortalecendo sua atuação como agentes de conscientização e mobilização social. Assim, a participação no projeto contribui para formar profissionais comprometidos com a transformação social e com a promoção da saúde em territórios historicamente marcados pela desigualdade. Ao contribuírem diretamente para a redução de um problema de grande impacto, como a mortalidade materna, os estudantes não apenas consolidam seus conhecimentos técnicos, mas também vivenciam os valores éticos e humanísticos essenciais à prática profissional na área da saúde. Dessa forma, o projeto se configura como uma experiência transformadora, tanto para a comunidade beneficiada quanto para a formação integral dos graduandos envolvidos.
O presente projeto terá impacto acadêmico ao proporcionar aos discentes da UFVJM, médicos e enfermeiros da região do Vale do Jequitinhonha, capacitações continuadas acerca dos cuidados obstétricos e puerperais, preparando esses indivíduos para atuarem em diversos âmbitos de saúde e oferecendo à sua população local, uma maior qualidade de atendimento e acolhimento. Além disso, o impacto social é de grande importância, uma vez que uma sociedade melhor assistida, também reproduz melhores autocuidados em saúde, fruto de uma educação em saúde propiciada por médicos e enfermeiros mais preparados nas linhas de frente de atenção à mulher. Esses impactos contribuem diretamente para uma transformação social, onde a população-alvo e suas famílias, os acadêmicos, os profissionais de saúde e os docentes envolvidos, trocam experiências e conhecimentos entre si, gerando oportunidades de crescimento pessoal e/ou profissional para cada indivíduo, sendo um quadro de transformação do cenário de saúde local. Nesse sentido, o projeto se torna ferramenta de educação e desenvolvimento para a sociedade.
O projeto será divulgado pelo CISAJE, Superintendência Regional de Saúde e instagram da Liga Acadêmica de Ginecologia e Obstetrícia.
Público-alvo
O público-alvo do projeto engloba vários âmbitos da sociedade. Estende-se o projeto para médicos e enfermeiros da Macrorregião do Vale do Jequitinhonha, integrados à Superintendência Regional de Saúde de Diamantina-MG, objetivando a participação de pelo menos dois profissionais de cada município abarcado, sendo eles: Alvorada de Minas; Araçuaí; Aricanduva; Berilo; Capelinha; Carbonita; Chapada do Norte; Coluna; Conceição do Mato Dentro; Congonhas do Norte; Coronel Murta; Couto Magalhães de Minas; Datas; Diamantina; Felício dos Santos; Francisco Badaró; Gouveia; Itamarandiba; Jenipapo de Minas; José Gonçalves de Minas; Leme do Prado; Materlândia; Minas Novas; Presidente Kubitschek; Rio Vermelho; Sabinópolis; Santo Antônio do Itambé; São Gonçalo do Rio Preto; Senador Modestino Gonçalves; Serra Azul de Minas; Serro; Turmalina; Veredinha e Virgem da Lapa. Além disso, o projeto tem como público-alvo a população geral e específica, sendo gestantes e puérperas dessas regiões, de forma que se beneficiem da proposta direta ou indiretamente, a partir das ações realizadas e do acesso à informação científica qualificada. Por fim, visa-se a inserção ativa dos discentes dos cursos de medicina e enfermagem da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), sendo eles também participantes do projeto proposto e atuantes diretos das ações propostas.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Serro - MG
Araçuaí - MG
Carbonita - MG
Coluna - MG
Couto de Magalhães de Minas - MG
Turmalina - MG
Parcerias
A instituição participará com a divulgação do projeto para a população geral, facilitando a comunicação com gestantes e puérperas por ela atendida. Além disso, fomentará entre seus profissionais de saúde, a importância de se participar de capacitações teóricas, técnicas e práticas para os melhores cuidados de saúde de toda a população.
A instituição irá divulgar o projeto para as regiões que ela é responsável, a fim de facilitar a disseminação e o conhecimento da proposta docente e acadêmica e quais seus benefícios. Além disso, facilitará a comunicação da coordenadora do projeto e dos discentes com todos os municípios nela inseridos, a fim de propiciar a participação de seus profissionais de saúde nas capacitações a serem realizadas, além de sensibilizar os gestores de saúde das regiões alvo na importância da liberação de médicos e enfermeiros para qualificação do atendimento regional.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 276 h
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Os discentes realizarão revisão de literatura semanal sobre a temática do projeto, para um melhor embasamento das informações a serem compartilhadas com os participantes do projeto e para proporcionar uma educação em saúde de qualidade da população e de capacitação dos profissionais.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Serão realizadas reuniões com a professora coordenadora mensalmente, pela plataforma Google Meet, para delimitação e organização de atividades bem como orientações acerca da execução do projeto, de forma a promover acompanhamento contínuo e longitudinal dos alunos. Será um momento de aprendizado sobre os temas propostos das capacitações para uma educação permanente de qualidade.
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- Tarde;
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Serão realizadas as capacitações de médicos e enfermeiros com docentes e discentes da UFVJM e com profissionais de saúde renomados para palestras. As reuniões serão online, por meio da plataforma "Google Meet" e contarão com duração variável. Serão 6 temas sobre a saúde da mulher gestante e puérpera, para qualificação do atendimento regional.
- Manhã;
- Tarde;
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Serão realizados posts informativos na rede social “Instagram”, em conta pública, com a publicação de temas acerca da saúde da mulher, para conhecimento da população geral dos pontos mais relevantes da saúde materna e feminina, além de promover conhecimento de como e quando procurar por atendimento.
- Manhã;
- Tarde;
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Será realizado um evento com abrangência pública, para a população geral, para conscientização do "Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna". Contará com a presença de discentes dos cursos da área da saúde para educação em saúde da população, informando sobre o que é a mortalidade materna, seus fatores de risco, sinais de alarme e como e quando procurar os serviços de saúde, promovendo busca ativa das mulheres por atendimento.
- Manhã;
- Tarde;
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Serão realizadas as escritas de relatos e artigos científicos acerca das ações do projeto, seus objetivos e andamento durante as capacitações, para posterior apresentação à população e em eventos científicos.