Detalhes da ação

Enegrecendo e Aldeando a Política nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203001170

Tipo da Ação

Projeto

Situação

RECOMENDADA :
EM ANDAMENTO - Normal

Data Inicio

19/02/2025

Data Fim

19/02/2026


Programa Vínculado

202104000143 - Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri- ODMulheresVales


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

claudilene da costa ramalho

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Sociais Aplicadas

Área Temática Principal

Cultura

Área Temática Secundária

Direitos Humanos e Justiça

Linha de Extensão

Grupos sociais vulneráveis

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Sim

Vínculada a Programa de Extensão

Sim

Envolve Recursos Financeiros

Sim

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Sim


Redes Sociais

Outras Redes Sociais

Associação de Bairros de Teófilo Otoni - https://www.instagram.com/abto1981?igsh=MWp4ODVkOHBxeTFzZg== Grupo de Mulheres Organizadas do Mucuri - GEMOM - https://www.instagram.com/gmomto?igsh=ZXpneXljam4weWx1 Centro de Referência em Direitos Humanos do Mucuri - https://www.instagram.com/crdhmucuri?igsh=MXVkMjd0Z3MyMzhqdw==

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 200 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 100 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 100 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 200 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 200 h
Resumo

A proposta ora apresentada visa acompanhar e contribuir com a execução do Projeto Enegrecendo e Aldeando a Política nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, foi elaborada em conjunto com o nosso Programa de Extensão ODMulheresVales e Associação dos Bairros de Teófilo Otoni-ABTO e aprovada em Edital 2/2024 conjunto do Ministério das Mulheres, Mistério da Igualdade Racial e Ministério dos Povos Indígenas, cuja o objeto do Edital era formação para mulheres, igualdade de decisão e poder.


Palavras-chave

Política, mulheres negras, mulheres quilombolas, mulheres indígenas enegrecendo e aldeando


Introdução

No âmbito da discussão sobre os direitos das mulheres e a luta antirracista, o programa de Extensão Observatório dos Direitos das Mulheres dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (ODMulheresVales), da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), a ABTO e o Grupo de Mulheres Organizadas do Mucuri-GMOM estabeleceu a alguns anos uma parceria estratégica . Como resultado dessa parceria foi elaborado e aprovado junto ao Ministério das Mulheres o Projeto "Enegrecendo e Aldeando a Política nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri", sendo o projeto aprovado no Edital conjunto do Ministério das Mulheres, Mistério da Igualdade Racial e Ministério dos Povos Indígenas. O objeto desta Chamada Pública constitui-se na concessão de apoio da administração pública federal para a execução de projeto de formação para igualdade de decisão e poder para as mulheres, visando contribuir para a superação da sub-representação nestes espaços e para o enfrentamento à violência política contra as mulheres. Neste sentido, a promoção de ações de formação para o acesso e garantia dos direitos políticos e sociais, e para o enfrentamento à violência política contra as mulheres é fundamental para fomentar um ambiente mais democrático, com a representação da diversidade das mulheres brasileiras nos espaços de poder e decisão. Assim, este Edital de Chamada Pública tem como objetivo colaborar com organizações da sociedade civil que estão empenhadas no tema da promoção da equidade dos direitos políticos e sociais, e no enfrentamento à violência política contra as mulheres, considerando sua diversidade e pluralidade. Nesse sentido, esse projeto visa não apenas fortalecer a parceria existente, mas também influenciar de maneira significativa a formação para a igualdade de decisão e poder das mulheres na região. A proposta do projeto será desenvolvida em conjunto com o programa de Extensão, ABTO e com o GMOM, demonstrando um compromisso mútuo em ampliar a promoção dos direitos políticos e sociais das mulheres, levando em consideração sua diversidade e pluralidade. Na proposta aprovada previa o registro na Pró-Reitoria de Extensão da UFVJM, uma vez que o programa ODMulheresVales é parte integrante da elaboração, acompanhamento e execução da proposta, pois conta com uma equipe qualificada de profissionais (docentes e técnicos administrativos da UFVJM) especializados na política das mulheres e na luta antirracista. Nesse sentido, essa proposta busca Formação para o fortalecimento da liderança e participação social e política de mulheres negras, quilombolas e indígenas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais. O projeto tem como área de atuação os Vales do Jequitinhonha e Mucuri, regiões situadas no estado de Minas Gerais, Brasil. Com base no Plano Estadual de Assistência Social de Minas Gerais - PEAS (2020), essas regiões são compostas por um total de 88 municípios. É importante ressaltar que muitos desses municípios enfrentam desafios socioeconômicos significativos, com alguns apresentando um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) classificado entre 0,500 e 0,599, indicando um nível mais baixo de desenvolvimento, conforme pode ser analisado no último censo do IBGE (2022). Dentre os municípios abrangidos, destaca-se Teófilo Otoni como o maior em termos de população, com aproximadamente 143 mil habitantes (IBGE (2022). Esta cidade, localizada no Mucuri, serve como um centro regional e desempenha um papel importante na dinâmica econômica e social da região dos dois Vales. Além da dimensão demográfica, é relevante considerar a diversidade étnica e cultural presente nessas regiões. Com uma forte presença de comunidades quilombolas e povos indígenas, os Vales Jequitinhonha e Mucuri destacam-se pela sua riqueza cultural e pela contribuição desses grupos para a identidade regional. Essas duas regiões somando o maior quantitativo de comunidades quilombolas do Estado de Minas Gerais, sendo que o Jequitinhonha possui, 146 comunidades quilombolas reconhecidas e ainda mais 61 comunidades quilombolas não certificadas (CEDEFES, 2021). Já o Mucuri, possui 16 comunidades quilombolas certificadas. Ademais tem comunidades indígenas e um percentual de mais de 50% de mulheres, conforme destaca o IBGE (2022). No entanto, apesar das potencialidades culturais e naturais, essas regiões também enfrentam desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada, acesso limitado a serviços básicos de saúde e educação, além de altos índices de pobreza e desigualdade social (IBGE 2022). Pautada na igualdade de decisão e poder, visando contribuir para a superação da sub-representação das mulheres e o enfrentamento à violência política contra as mulheres, essa proposta visa criar espaços formativos sobre a participação social e política para as mulheres negras, quilombolas e indígenas, voltado ao fortalecimento da liderança comunitária e política das mesmas, nos Vales Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais, Brasil.esse sentido, a execução da proposta possibilitará capacitar até 320 mulheres lideranças populares negras, quilombolas e indígenas dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, com foco na igualdade de decisão e poder, visando contribuir para a superação da sub-representação das mulheres nos espaços e para o enfrentamento à violência política contra as mulheres. Essa proposta pauta-se no entrecruzamento de gênero, raça, classe e território e busca por meio dos eixos parcerias, formação pautada no auto autocuidado e no protagonismo das mulheres e memória como instrumento de promoção e potencialização da igualdade de decisão e poder, fortalecer incentivar o protagonismo e criar espaços formativos e de diálogo entre lideranças. Nesse momento, nossa proposta, visa contribuir com a Realização espaços de formação política que incentivem o protagonismo das mulheres, por meio de curso de capacitação e incentivo financeiro para 20 multiplicadoras, uma oficina local em cada um dos 10 municípios envolvidos com até 20 pessoas e do encontro final de encerramento do projeto com até 100 mulheres; Promover espaços de troca de conhecimento entre mulheres de diferentes grupos minoritários do Vale do Jequitinhonha e Mucuri; Criar um banco de dados sobre o perfil das mulheres que atuam na política dos Vales Jequitinhonha e Mucuri ou buscam participar; Realizar registro fotográfico dos espaços de formação e produzir um vídeo documentário com as participantes sobre as trajetórias de mulheres negras, quilombolas e indígenas dos Vales Jequitinhonha e Mucuri na participação social e política, para a promoção da ocupação das mulheres nos espaços de poder e decisão; Possibilitar que os espaços de formação propostos ofereçam momentos que promovam o acolhimento, cuidado e manutenção da saúde mental das mulheres, para que elas se sintam motivadas em fazer do Projeto enegrecendo e aldeando a política nos Vales Jequitinhonha e Mucuri. Cabe ressaltar na pauta sobre os direitos das mulheres e a luta antirracista, a ABTO tem como um dos seus principais parceiros o programa de Extensão Observatório do Direitos das Mulheres dos Vales Jequitinhonha e Mucuri-ODMulheresVales da UFVJM. Nesse sentido, a proposta ora apresentada foi escrita juntamente com esse programa de Extensão como estratégia de não apenas fortalecer a parceria, mas de incidir fortemente na Formação pela igualdade de decisão e poder para as mulheres nos Vales Jequitinhonha e Mucuri.


Justificativa

Conforme dados do IBGE(2022), embora as mulheres sejam a maioria da população brasileira, elas estão sub-representadas nos espaços institucionais de poder e decisão, informações sobre esta baixa representação também foram evidenciadas no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (RESEAM/2024), que destaca o quanto a entrada das mulheres nos espaços de poder e decisão tem sido lenta e difícil, especialmente na política institucional, e, ainda que a política tem sido um dos campos sociais mais resistentes à presença feminina e isso não se deve apenas pela dificuldade de ingresso, mas também pela violência política de gênero que consiste na tentativa de excluir mulheres do espaço político. Desse modo, partimos do pressuposto de que a democracia no Brasil está intrinsecamente ligada à luta das mulheres por sua inserção no espaço público. No entanto, dados do IBGE (2022) mostram que, apesar de formarem a maioria da população, as mulheres estão sub-representadas nos espaços de poder e decisão. Esse desequilíbrio é ainda mais pronunciado para as mulheres negras, quilombolas e indígenas, exacerbando a necessidade de fortalecer e ampliar sua representatividade. Dos 853 municípios mineiros, 22% não têm sequer uma vereadora e 39% têm apenas uma. No Estado, há somente uma prefeita negra, em São Gotardo (Triângulo). No Brasil, em 978 municípios não há representação feminina nas câmaras e em 3.185 não há vereadora negra. Nas prefeituras brasileiras, 88% dos titulares são homens (ALMG, 2024). Ao entrecruzamos esses dados para pensarmos na representatividade política de mulheres negras, quilombolas e indígenas, perceberemos que as relações étnicas raciais, faz com que nesses grupos sociais a sub-representação política seja mais expressiva. Quando restringimos essa análise ao contexto dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri a situação é ainda pior e mais gritante o que reafirma a importância de ações que tenham como pauta a participação da mulher na política e em especial as mulheres negras, quilombolas e indígenas. A violência política é outro desafio enfrentado por mulheres candidatas e eleitas, especialmente as negras e indígenas. Essa situação reflete não apenas a falta de representatividade, mas também a perpetuação de estruturas sociais que marginalizam esses grupos. Em se tratando da sub-representação política, desse total de 88 municípios, temos duas prefeitas eleitas, sendo uma na cidade de Pavão no Vale do Mucuri e a outra na Cidade de Berilo no Vale do Jequitinhonha. Diante desse cenário, o projeto proposto se justifica ao buscar enfrentar a sub-representação política e social das mulheres negras, quilombolas e indígenas nos Vales Jequitinhonha e Mucuri. Além de ser a possibilidade de promover uma mudança estrutural na representação política das mulheres. Por fim, se faz importante destacar que o projeto se justifica por: Promover a Democracia Inclusiva ao tentar ampliar a participação de mulheres nos espaços de poder e decisão; Enfrentamento da Sub-representação Política: ao oferecer ferramentas e recursos para que essas mulheres assumam papéis de liderança e representação em seus territórios; Combate à Violência Política por meio da capacitação, garantindo que possam exercer seus direitos políticos sem medo; Desenvolvimento Local Sustentável ao investir no desenvolvimento pessoal e político das mulheres, o projeto contribui para o fortalecimento das bases comunitárias e para a construção de soluções sustentáveis para os desafios enfrentados pelas populações dos Vales Jequitinhonha e Mucuri; Além do empoderamento e Autonomia das mulheres, historicamente excluídas ao ensinar habilidades e conhecimentos, para que essas se tornam mais aptas a defenderem seus direitos, a tomarem decisões que impactam suas vidas e a influenciarem positivamente o futuro de suas comunidades.


Objetivos

Objetivo Geral: Contribuir no acompanhamento, execução e avaliação das ações do projeto enegrecendo e Aldeando a Política nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, na realização espaços de formação sobre a participação social e política para as mulheres negras, quilombolas e indígenas, voltado ao fortalecimento da liderança comunitária e política das mesmas nos Vales Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais, Brasil. Objetivos específicos: Contribuir com a realização de espaços de formação política que incentivem o protagonismo das mulheres, por meio de curso de capacitação e incentivo financeiro para 20 multiplicadoras, uma oficina local em cada um dos 10 municípios envolvidos com até 20 pessoas e do encontro final de encerramento do projeto com até 100 mulheres; Promover espaços de troca de conhecimento entre mulheres de diferentes grupos minoritários do Vale do Jequitinhonha e Mucuri; Criar um banco de dados sobre o perfil das mulheres que atuam na na política dos Vales Jequitinhonha e Mucuri ou buscam participar; e, Contribuir e assessorar na realização do registro fotográfico dos espaços de formação e na produção do vídeo documentário com as participantes sobre as trajetórias de mulheres negras, quilombolas e indígenas dos Vales Jequitinhonha e Mucuri na participação social e política, para a promoção da ocupação das mulheres nos espaços de poder e decisão.


Metas

Meta 1: Contribuir na Implementar Projeto Enegrecendo e Aldeando a Política nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 10 Oficinas de formação; 200 mulheres em municípios dos Vales Jequitinhonha e Mucuri capacitadas; Formação 20 mulheres no Curso de formação de educadoras populares multiplicadoras locais; Participação de 100 mulheres no I Encontro Regional tecendo a ocupação política; Produção de artigos, capítulo de livros e relatório técnico com os resultados da pesquisa; Registro fotográfico dos espaços e Produção de um vídeo documentário; Implementação de espaços de formação que estimulem o empoderamento, a troca de conhecimento e criação de rede de apoio entre as mulheres participantes.


Metodologia

A metodologia do projeto primará pela participação/ação coletiva de todos membros citados, partindo do pressuposto de que a educação não é um processo de transmissão, mas um processo de interação e troca, o que também atende à um dos princípios da Política de Extensão da UFVJM – a Interação Social. O método adotado para a execução do projeto enfatiza uma abordagem participativa, interativa e dialógica, promovendo uma intensa troca de experiências entre os participantes e os mediadores, de acordo com a programação estabelecida. Esse método é estruturado em dois momentos distintos. Primeiramente, será criado um espaço propício para escuta, diálogo e conversação entre os participantes, por meio da realização de oficinas temáticas. A facilitadora responsável por conduzir essas atividades deve garantir que todos os participantes tenham voz e sejam capazes de se expressar dentro do tempo estipulado, legitimando os direitos humanos e o bem-estar de cada indivíduo, e respeitando a diversidade cultural e os diferentes contextos com seus respectivos saberes locais. Considerando que o objetivo central do projeto é promover a formação para a igualdade de decisão e poder das mulheres nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, a metodologia adotada se baseia em três eixos principais. Primeiramente, o projeto se fundamenta na parceria "Juntas Somos+Fortes", que visa fortalecer a colaboração entre diferentes organizações e atores sociais engajados na promoção dos direitos das mulheres. Em segundo lugar, a formação proposta é centrada no autocuidado e no protagonismo das mulheres, buscando fortalecer sua autoestima e capacidade de liderança. Por fim, a memória é utilizada como um instrumento para promover e potencializar a igualdade de decisão e poder das mulheres, valorizando suas conquistas e contribuições ao longo da história. Para isso iremos realizar acompanhamento, execução e avaliação das ações do projeto a partir das seguintes etapas: Etapa 1: Curso de Formação "Enegrecendo e Aldeando a Política: Pela Igualdade de Decisão e Poder para as Mulheres" Esta etapa consiste em um curso de formação com carga horária total de 24 horas, realizado de forma presencial nas dependências da ABTO (Associação Brasileira Terra de Oportunidades), situada em Teófilo Otoni. O curso é direcionado a 20 lideranças políticas e comunitárias, especialmente mulheres negras, quilombolas e indígenas, provenientes de diversos municípios dos municípios da área de abrangência do projeto. A seleção das participantes será realizada por meio de um formulário online, priorizando critérios como pertencimento étnico, origem periférica e indígena. O curso será dividido em dois módulos de 12 horas cada, com abordagem teórico-prática. No primeiro módulo, será utilizada a metodologia do Teatro do Oprimido para promover reflexões sobre as opressões raciais e de gênero, explorando as histórias de resistência das mulheres negras e indígenas. O segundo módulo abordará temas como memória histórica, violência política, estratégias de enfrentamento e participação política das mulheres. Ao final do curso, as participantes realizarão pesquisas sobre mulheres inspiradoras em suas comunidades, cujas histórias serão compartilhadas no próximo estágio do projeto. A proposta contará com uma terapeuta comunitária que conduzirá o Encontro juntamente com ou a ou as facilitadoras para que possa possibilitar momentos que promovam o acolhimento, cuidado e manutenção da saúde mental das mulheres, conforme descrito na etapa 5. O mecanismo de avaliação utilizado para o acompanhamento desse trabalho será feito da seguinte forma: a - Avaliação formativa que se dará durante os processos formativos fundamentando-se nos “processos cognitivos, afetivos e relacionais” estabelecidos pelas facilitadoras de aprendizagem durante o decurso das aulas. (participação nos debates, nas dinâmicas de grupo vivenciadas, e na construção de trabalhos pertinentes às temáticas desenvolvidas e nos depoimentos orais e ou escritos sobre o curso). Auto-avaliação de todas as envolvidas no processo de aprendizagem. (orientadoras de aprendizagem, e cursistas) Aplicação de um questionário no final da capacitação para a avaliação de todos os aspectos abordados no Curso. Etapa 2: Oficinas Multiplicando Saberes para Enegrecer e Aldear a Política Após a conclusão do curso, as participantes se tornarão multiplicadoras do conhecimento adquirido, organizando oficinas em seus respectivos municípios. Com o apoio da equipe do projeto, essas lideranças serão responsáveis por mobilizar e conduzir as atividades, que terão como objetivo disseminar os aprendizados e fortalecer o protagonismo das mulheres em suas comunidades. A agenda das oficinas será elaborada em conjunto com a coordenação pedagógica do projeto, garantindo acompanhamento e suporte adequados. Etapa 3: Encontro Regional de Mulheres Negras e Indígenas Tecendo a Ocupação Política A última etapa do projeto consistirá em um Encontro Regional de Mulheres Negras e Indígenas, com o objetivo de construir estratégias coletivas para a participação política desses grupos. Durante o evento, serão levantadas demandas, discutidas estratégias de enfrentamento à violência política e abordada a importância da representação feminina nos espaços de poder. As multiplicadoras do projeto terão um papel fundamental na mobilização e organização do evento, além de compartilhar suas experiências e aprendizados. Também será apresentado um documentário, produzido durante a execução do projeto, que destaca as trajetórias inspiradoras de mulheres negras e indígenas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri na política local. Cabe destacar que será destinada uma terapeuta comunitária que conduzirá o Encontro juntamente com ou a ou as facilitadoras para que possa possibilitar momentos que promovam o acolhimento, cuidado e manutenção da saúde mental das mulheres, conforme descrito na etapa 5. Etapas 4: Pesquisa de campo, tabulação dos dados, sistematização e análise dos dados Também é necessário destacar os métodos para a realização da pesquisa que irá subsidiar a criação do banco de dados sobre o perfil das mulheres na vida política da região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Para isso será necessário o uso da pesquisa descritiva exploratória de natureza quali-quantitativa. É importante destacar aqui o reconhecimento da necessidade de articulação entre métodos quantitativos e qualitativos. Conforme nos mostra Serapione (2000), diversos são os estudos realizados acerca das controvérsias entre ambos os métodos. Todavia, devemos considerar as especificidades de cada caso, levando em consideração a natureza de cada abordagem. Podemos desenvolver pesquisas que busquem integrar metodologias distintas com o intuito de produzir um estudo mais aprofundado e detalhado – considerando os dados estatísticos –, mas sem deixar de observar os fatores e os contextos que contribuem para a manifestação de dada realidade. Dessa forma, temos a certeza de que ambos os métodos se complementam. De acordo com Minayo e Sanches (1993, 247): Se a relação entre quantitativo e qualitativo, entre objetividade e subjetividade não se reduz a um continuum, ela não pode ser pensada como oposição contraditória. Pelo contrário, é de se desejar que as relações sociais possam ser analisadas em seus aspectos mais “ecológicos” e “concretos” e aprofundadas em seus significados mais essenciais. Assim, o estudo quantitativo pode gerar questões para serem aprofundadas qualitativamente, e vice-versa. Dessa forma, a pesquisa trabalhará com o método qualitativo e quantitativo de forma complementar, na tentativa de conseguir realizar uma análise mais fidedigna do objeto estudado (LANDIM, 2006). Para alcançar os objetivos propostos neste trabalho de pesquisa, adotaremos três estratégias distintas: pesquisa bibliográfica, análise documental e pesquisa exploratória. Segundo Severino (2007, p.134), a pesquisa bibliográfica: (...) Como técnica tem por objetivo a descrição e a classificação dos livros e documentos similares, segundo critérios, tais como autor, gênero literário, conteúdo temático, data etc. E é a eles que se deve recorrer quando se visa elaborar a bibliografia especial referente ao tema trabalhado. Fala-se de bibliografia especial porque a escolha das obras deve ser criteriosa, retendo apenas aquelas que interessem especificamente ao assunto tratado. Partindo do conceito apontado por Severino (2007), esta pesquisa buscou respaldar-se em obras que contribuíram para a realização de estudos relacionados à temática do projeto aqui proposto. A pesquisa documental será realizada por meio da coleta de fontes secundárias nos endereços eletrônicos dos órgãos governamentais ou não, que contribuíram com dados quantitativos e qualitativos sobre o tema estudado. Conforme nos mostra Severino (2007), a internet vem se tornando um importante instrumento de pesquisa, uma vez que contém um acervo de dados amplo e diversificado, contribuindo para o acesso rápido e prático a informações extremamente relevantes de temáticas multidisciplinares. Entretanto, é preciso ter atenção quanto à confiabilidade das fontes pesquisadas, tendo como vista a variabilidade de informações que circulam pela rede. No que tange o estudo exploratório, teremos como aporte a realização de aplicação de questionário e entrevistas semiestruturada que serão transcritas e analisadas coletivamente para um olhar crítico ontológico sobre o perfil das mulheres envolvidas na política no Vale do Jequitinhonha e Mucuri. Com as informações adquiridas, visa-se à coleta de dados demográficos, socioeconômicos e relativos aos limites e desafios para entrarem na política brasileira, em especial na região em questão. Concomitantemente à análise do banco de dados, faremos a organização das informações adquiridas, tendo como base o arcabouço teórico-metodológico acerca da temática. Documentário Além das atividades formativas, o projeto prevê a produção de um documentário para registrar as experiências e trajetórias das participantes. Esse registro audiovisual servirá como ferramenta de promoção e potencialização da igualdade de decisão e poder para as mulheres, destacando suas contribuições e desafios enfrentados na luta por representatividade e justiça social. A produção do documentário e registro audiovisual em todo o território, pretende desmembrar em vídeos pílulas para redes sociais, episódios de uma série documental. A equipe audiovisual de produção acompanhará as atividades, e colherão entrevistas durante todo o projeto, e uma produtora parceira fará a pós produção desse material. A memória oral que essas mulheres carregam em suas histórias, deve ser capturada e mostrada ao futuro e outros públicos e pensamos a conservação dessa memória coletiva por meio da série documental. Mulheres negras, povos originários, Mulheres da política e que deixam suas histórias em nosso território merecem ser escutadas e valorizadas. Acreditamos que o resultado desse processo, nesses encontros, não poderia ficar sem registro, e o registro audiovisual prevê guardar na memória digital as histórias dessas Mulheres e seus legados nas suas, comunidades e suas escrevivências.


Referências Bibliográficas

RAMALHO. Claudilene da Costa, 1984. Mulheres Quilombolas do Vale do Jequitinhonha- Tecelãs da resistência – 2023.308f.:il BRASIL. Ministério das Mulheres/Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política. Edital de Chamamento Público nº 2/2024 - In: Diário Oficial da União, publicado em: 01/04/2024 | Edição: 62 | Seção: 3 | Página: 160. BRASIL. Ministério das Mulheres/ Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. Relatório Anual Socioeconômico da Mulher - RASEAM/2024. In: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/observatorio-brasil-da-igualdade-de-genero/raseam. Acesso: em 17 de janeiro de 2024.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

A proposta em questão nasce no contexto da interação dialógica visto que o foco central de suas ações é o desenvolvimento do protagonismo de mulheres negras, quilombolas, periféricas e indígenas. Nessa direção, as práticas formativas serão fundamentadas no reconhecimento e valorização dos conhecimentos/saberes e experiências das referidas mulheres, que são lideranças de suas comunidades e que também serão agentes formadoras.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

A interdisciplinaridade e interprofissionalidade atravessam todas as ações do projeto, pois será desenvolvidas com a participação ativas dos movimentos sociais, lideranças das comunidades pertencentes ao grupo de mulheres público alvo, institucionais governamentais e não-governamentais, especialistas na área do autocuidado até as de conteúdos envolvendo a temática da capacitação que a formação política para mulheres com vistas a igualdade de poder e decisão.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

Este projeto possui as três frentes de atuação de modo indissociável (ensino-pequisa e extensão), pois serão desenvolvidas diversas ações formativas: estudos, oficinas, encontros local e regional e pesquisa de levantamento de perfil das mulheres que atuam na política do Vale do Jequitinhonha e Mucuri para criação de um banco de dados, registrado na Pro-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. Outras ações estão previstas que fortalecem essa interlocução. Além disso, teremos nessas ações a participação ativa de estudantes do cursos de graduação da UFVJM que serão vinculados como estagiários, orientados por professores da UFVJM.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Consideramos que os estudantes envolvidos direta e indiretamente nas ações vivenciarão momentos formativos enriquecedores, pois terão a possibilidade vivenciar práticas de compartilhamento de experiências, saberes/conhecimentos com mais de 20 mulheres que são lideranças nas comunidades de diferentes municípios dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri bem como com os facilitadores que atuarão nas atividades formativas planejadas. Nesse contexto, terão possibilidades de aprofundamento de estudos e protagonismo para contribuir com o conhecimentos adquiridos na formação universitária em diálogo com a metas e estratégias metodológicas previstas. Os estudantes vinculados diretamente ao projeto serão avaliados por meio de relatórios e demais documentação prevista no estágio não- obrigatório, e, ainda participarão na avaliação individual e coletiva das ações executadas.


Impacto e Transformação Social

Ressalta-se que este projeto se origina de política pública governamental e intersetorial (Ministério das Mulheres - MMULHERES, representado pela Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, o Ministério dos Povos Indígenas - MPI e o Ministério da Igualdade Racial MIR), e suas ações de acompanhamento e contribuição na execução ao nosso ver tratá impactos sociais significativos uma vez que a formação pretendida está alinhada aos objetivos específicos da referida política, que destacamos: o de proporcionar formação que contribua para a ampliação da promoção dos direitos políticos e sociais das mulheres, considerando sua diversidade e pluralidade. E, além disso, porque o objetivo geral das ações formativas está voltado para o fortalecimento da liderança comunitária e política das mulheres nos Vales Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais, Brasil


Divulgação

A divulgação das será realizada por múltiplos canais, especialmente das redes sociais, páginas das instituições/entidades envolvidas.


Informações Complementares

Serão incluídos, posteriormente, as redes sociais de outras instituições, organizações e comunidades envolvidas.


Propriedade(s) Intelectual

Documentário/ produção teórica

Público-alvo

Descrição

Mulheres negras, quilombolas e indígenas dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri em Minas Gerais.

Municípios Atendidos

Município

Teófilo Otoni - MG

Município

Ouro Verde de Minas - MG

Município

Itaobim - MG

Município

Araçuaí - MG

Município

Caraí - MG

Município

Chapada do Norte - MG

Município

Minas Novas - MG

Município

Francisco Badaró - MG

Município

Bertópolis - MG

Município

Santa Helena de Minas - MG

Parcerias

Participação da Instituição Parceira

É a instituição proponente do projeto junto ao Ministério das Mulheres e quem será responsável pela gestão da formação e fomento.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 35 h

Carga Horária 3 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Reuniões para acompanhamento e contribuições no planejamento e execução das atividades previstas

Carga Horária 2 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Noite;
Descrição da Atividade

Encontro/reunião com a presença das mulheres cursistas/multiplicadoras, autoridades das instituições governamentais, políticas, movimentos sociais, sociedade civil para lançamento do Projeto na Região. Encontro online.

Carga Horária 10 h
Periodicidade Mensalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Assessorar ativamente durante a execução dos módulos e eventos formativos previstos.

Carga Horária 20 h
Periodicidade Anualmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Preparação e execução de processo seletivo de estudantes da graduação da UFVJM por meio do estágio Não-Obrigatório