O curso será conduzido por mestres da tradição, de modo que os saberes de comunidades tradicionais possam ser refletidos e transmitidos por seus principais representantes, garantindo seu protagonismo e o diálogo pluriepstêmico entre saberes tradicionais e científicos. O trabalho seguirá a metodologia proposta pelos mestres convidados, em parceria dos professores envolvidos com a Comissão Encontro de Saberes da UFVJM. Propõe-se a realização de 06 encontros, organizados por meio de aulas virtuais

Soberania Tecnológica, Território, Plantas medicinais, Saberes Ancestrais.

A proposta de curso online que aqui defendemos se apresenta como mais uma das ações da Comissão Encontro de Saberes na UFVJM, instituída pelas portarias Nº 1421, de 23 de maio de 2018, e Nº 3686 de 19 de dezembro de 2019. A UFVJM, ao implementar o Encontro de Saberes, passa a integrar a Rede Nacional de IES parceiras do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI/CNPq) e, juntamente com este, passa a realizar a meta proposta pela Câmara Interministerial de Educação e Cultura, regulamentada por Portaria Normativa Interministerial em 2007, de incorporar os mestres de ofício e das artes tradicionais nos vários níveis de ensino. Um dos principais pilares da Política do Encontro de Saberes é a inclusão de mestras e mestres e seus saberes como protagonistas de atividades de ensino, pesquisa e extensão em nossas instituições de ensino. promovendo espaços de diálogo e fortalecimento de laços entre universidade e seus principais territórios de abrangência. Desde sua formação, a Comissão tem desenvolvido várias ações e eventos no âmbito da extensão, ensino e pesquisa. Em 2019, ofertamos a disciplina presencial intitulada “Artes da Cura” no âmbito da pós-graduação, em caráter livre para alunos dos diversos campos e áreas de conhecimento. Naquela ocasião, realizamos o registro simultâneo na extensão para que pudéssemos oportunizar a comunidade externa acesso a este potente momento de troca de saberes e circulação de conhecimentos ancestrais (relatório final em anexo). O curso que aqui se propõe será dividido em módulos e conduzido especialmente por dois mestres da tradição, de modo que os saberes de comunidades tradicionais possam ser refletidos e transmitidos por seus principais representantes, garantindo seu protagonismo e o diálogo pluriepstêmico entre saberes tradicionais e saberes científicos. O trabalho seguirá a metodologia de trabalho proposta pelos mestres convidados, em parceria dos professores envolvidos com a Comissão Encontro de Saberes da UFVJM. Os mestres de saberes planejarão e produzirão as aulas previamente, de maneira que a sua experiência seja transmitida com qualidade, podendo inclusive, apresentar a sua prática realizada no agroecossitema, uma vez que ele será o próprio local de transmissão, ou seja, a “sala de aula”. Assim, os estudantes terão a oportunidade de ouvir e aprender com os mestres e de interagir com eles por meio de debates, perguntas, diálogos de experiências.

Diante de um cenário político institucional no qual universidades brasileiras e estrangeiras têm implementado com êxito políticas que visam valorizar os saberes de povos tradicionais, a UFVJM tem uma responsabilidade indiscutível de protagonizar este movimento na porção centro-norte do Estado de Minas Gerais, e nas demais áreas de sua abrangência. O Projeto Encontro de Saberes nas Universidades Brasileiras é uma proposta de inclusão epistêmica por meio da presença de mestres das tradições populares como docentes em disciplinas de diferentes áreas e departamentos. Na UFVJM, os mestres vêm para ministrar aulas em disciplinas na pós-graduação (ofertadas também para a comunidade externa) na qualidade de professores visitantes, que, junto com o professor parceiro (dos quadros da universidade), oferecem e desenvolvem as metodologias e ementas práticas pedagógicas. Em cada instituição são desenvolvidas ações programáticas próprias, no campo de possibilidades de cada professor parceiro em seu departamento e com vias de possível encaminhamento. O Projeto Encontro de Saberes responde aos artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988 no que tange à garantia do Estado aos direitos culturais, acesso às fontes da cultura nacional e proteção ao patrimônio imaterial; e aos artigos 26 e 43 (em especial os incisos III, IV, VII) da Lei de Diretrizes e Bases Para Educação Nacional – LDBEN (Lei n. 9.394/1996). Realiza a meta proposta pela Câmara Interministerial de Educação e Cultura, regulamentada pela Portaria Normativa Interministerial nº 1 de 04 de outubro de 2007, de incorporar os mestres de ofício e das artes tradicionais aos vários níveis de ensino. A iniciativa é baseada no sentido do reconhecimento e valorização de mestras e mestres de notório saber nas várias áreas de ensino, pesquisa, criação e realização bem como na promoção de diálogos e integração entre os conhecimentos acadêmicos e os saberes tradicionais das culturas populares, indígenas e quilombolas no âmbito das universidades. Cerca de quinze universidades públicas já aderiram ao programa (incluindo a UFVJM), e seis outras iniciaram as tratativas para a sua implementação nos próximos períodos letivos. A importância desta política assenta-se no fato de que as comunidades tradicionais frequentemente têm seus saberes ameaçados pela presente situação de vulnerabilidade econômica e cultural às quais estão expostas pela lógica neoliberal. Além disso, por até hoje, serem roubadas, invisibilizadas, desacreditadas em seus saberes, cabe à universidade um compromisso ético e político de mitigar esta dívida histórica, por meio da transmissão e da circulação dos saberes dos povos tradicionais, prioritariamente, por seus mestres e mestras. Deste modo, fortalecer a imagem pública de uma instituição de ensino superior que preza pela circulação de várias epistemes, é comprometer-se com os Vales do Jequitinhonha e Mucuri e com seus demais territórios de abrangência, Janaúba e Unaí, pois é fato que esta instituição está localizada nos territórios das comunidades tradicionais. Este compromisso está em consonância com a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (Decreto 6177, de 1º de agosto de 2007) que, entre seus objetivos: “reafirma a convicção de que o diálogo intercultural é o meio mais adequado para a promoção da paz, da tolerância e do respeito à diferença”. Segundo documento que versa sobre a Política de Extensão da UFVJM, consta como um dos princípios básicos presentes na plataforma política de extensão universitária, desde 1987: "A ação cidadã das universidades não pode prescindir da efetiva difusão dos saberes nelas produzidos, de tal forma que as populações cujos problemas tornam-se objeto de pesquisa acadêmica sejam também consideradas sujeito desse conhecimento, tendo, portanto, pleno direito de acesso às informações resultantes dessas pesquisas (p.02)" A presente proposta se alinha a tal princípio, assim como às suas diretrizes estabelecidas, tais como a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão; ao impacto e transformação social (pois estreita uma relação direta da universidade com outros setores historicamente silenciados em prol de uma instituição diversa e pluriepistêmica); à interação social, pois como consta do documento: "A extensão universitária deve desenvolver relações entre a universidade e outros setores da sociedade marcada pelo diálogo e pela interação com a comunidade, privilegiando metodologias que busquem a participação de todos os agentes envolvidos e a troca de saberes, superando o discurso da hegemonia acadêmica. Escutar, compreender, discutir, buscar inovações, criar novos conhecimentos são possibilidades e oportunidades para todos que participam do processo, sem visões hierárquicas de conhecimentos, mas compreendendo-os como diferentes e, ou, distintos. A extensão possibilita a produção de conhecimento resultado do confronto com a realidade e a participação comunitária, ocorrendo a troca entre o saber sistematizado e o saber popular" (p.05) Cabe salientar que a presente proposta também está assentada no atual Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI/UFVJM 2017-2021): o incentivo à relação entre a comunidade universitária e a sociedade para o desenvolvimento e sustentabilidade da Pesquisa e Pós-graduação; o estabelecimento de relações entre a Universidade e os diversos setores da sociedade; a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade; a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade; a valorização da diversidade cultural; a efetiva indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão; a qualificação da extensão e do impacto das ações de extensão na sociedade e na própria instituição; no aprofundamento da cultura da extensão junto à comunidade universitária. A inserção da UFVJM nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Janaúba e Unaí, traz o grande desafio de formar sujeitos capazes de respeitar as diversas identidades culturais, étnicas e raciais, por meio da inclusão, não apenas dos sujeitos no interior da instituição, como também de seus saberes, historicamente silenciados.

OBJETIVO GERAL: - Incluir na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri o diálogo com saberes pluriepstêmicos possibilitando outras modalidades de produção, transmissão e transformação do conhecimento. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Estabelecer uma rede de articulação entre universidade, instituições, mestras e mestres, entre outros, fomentando um diálogo profundo e indissociável entre reflexão e intervenção. - Contribuir para um diálogo permanente entre os saberes de matrizes indígenas, afrodescendentes e populares com a produção do conhecimento científico - Ofertar curso de extensão em regime virtual, devido a pandemia COVID-19, a fim de consolidar uma pedagogia de envolvimento entre a universidade e a comunidade.

1. Planejar o conteúdo COM os mestres convidados em parceria com os docentes envolvidos na ação, assim como executar treinamento de toda a equipe para operacionalização das atividades virtuais no primeiro mês; 2. A partir da execução plena da Meta 1, construir amplas formas de divulgação e disponibilizar formulários de inscrição no curso para estudantes e comunidade externa, além de construir materiais de apoio para os inscritos durante o segundo mês de execução; 3. Realização dos encontros síncronos do curso, assim como disponibilização de outros materiais assíncronos entre o terceiro e quinto mês de realização da ação; 4. Realização de avaliações contínuas entre equipe, mestres e participantes do curso.

O curso será ofertado simultaneamente à comunidade externa e, como será também registrado na PRPPG, a alunos de pós-graduação, proporcionando ricas trocas de experiências e saberes. A presença dos mestres também proporciona serem pensados projetos e ações de extensão COM os mesmos, representantes fundamentais de suas comunidades de origem. O curso, intitulado “Soberania, resistência e conhecimentos tradicionais”, terá duração de 60h e será ofertado entre setembro e dezembro de 2021. O primeiro e segundo mês serão voltados à preparação dos conteúdos COM os mestres convidados, operacionalização técnica, construção e execução de ampla divulgação, inscrições e construção de materiais de apoio assíncronos. O curso será ofertado simultaneamente à comunidade externa e, como será também registrado na PRPPG, a alunos de pós-graduação, proporcionando ricas trocas de experiências e saberes. A presença dos mestres também proporciona serem pensados projetos e ações de extensão COM os mesmos, representantes fundamentais de suas comunidades de origem. Tendo em vista os limites impostos pela pandemia, propõe-se a realização de 06 encontros, organizados por meio de aulas virtuais de acesso sincrônico, além de webnários e vídeo aulas como complemento da carga horária total. Para tal, os mestres de saberes planejarão e produzirão as aulas previamente, de maneira que a sua experiência seja transmitida com qualidade, podendo inclusive, apresentar a sua prática realizada no agroecossitema, uma vez que ele será o próprio local de transmissão, ou seja, a “sala de aula”. Assim, os estudantes e comunidade externa terão a oportunidade de ouvir e aprender com os mestres, mas também de interagir com eles por meio de debates, perguntas e diálogos de experiências. Serão obtidos os TCLES para uso da imagem dos mestres convidados (os matriculados terão a oportunidade de interação nos momentos síncronos, porém, não terão imagens publicadas. Serão utilizadas plataformas como o Edpuzzle, que permite verificar se os cursistas assistiram as aulas on-line, e o Strem Yard. Destaca-se, ainda, que serão disponibilizados links para preenchimento de presença e avaliação. Esta última também ocorrerá em formato síncrono ao fim de cada módulo, assim como ao final do curso on-line para o recebimento de certificado. Critério de escolha dos Mestres de Tradições, Artes e Ofícios e suas competências Maria Aparecida Lima Pinheiro, comumente conhecida como Dona Côca, é uma mulher camponesa, liderança da comunidade rural de Inácio Félix, município de Minas Novas. Dona Côca, que já superou meio século de atividades comunais e familiares, é uma mestra na lida com a terra e seus frutos, no conhecimento das plantas e produção sustentável de alimentos saudáveis. Seu reconhecido saber é responsável pelo interesse que tem despertado em produtores audiovisuais e pesquisadores brasileiros e estrangeiros interessados em aprender mais sobre a produção orgânica e agroecológica em ambientes de clima semiárido. Neste aspecto podemos destacar, por exemplo, o documentário intitulado “Côca e José”, parte da série “Água de Plantar” do canal Futura, disponível na GloboPlay. Também podemos citar seu depoimento presente na página 165 do livro “Sistemas participativos de garantia do Brasil: Histórias e Experiências”, organizado por Aloísia Rodrigues Hirata e Luiz Carlos Dias Rocha (2020). João Domingos Oliveira de Macedo, é agricultor familiar, liderança da comunidade rural de Ribeirão Soares, Turmalina – MG. Possui mais de meio século de experiência na lida com a terra, junto de sua família. É sócio fundador da Associação dos Agricultores Familiares Feirantes de Turmalina, criada em 2006, que mais tarde se tornou o Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade - OPAC, credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. João Domingos foi também, por 4 anos, presidente do Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica – CAV, além de estar ligado ao movimento sindical de Turmalina. É reconhecidamente uma personalidade dotada de saberes ligados à organização social, produção de alimentos e cuidados com a terra, proteção do meio ambiente e sementes crioulas. Podemos destacar sua participação em publicações como, o documentário “Por trás da cortina verde”. Ambos os mestres possuem certificados de “Guardiões de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade” concedidos por instituições locais, bem como o certificado e selo de produtores orgânicos, reconhecidos nacionalmente pelo MAPA. Tal característica os destaca dentre os mais de 70 mil agricultores familiares do Vale do Jequitinhonha, que até então não obtiveram este reconhecimento formal. Contratar mestres legitimados por sua comunidade e amplamente reconhecidos por seus conhecimentos sobre a convivência com o clima semiárido e a promoção da soberania alimentar por meio da produção de alimentos saudáveis, é colaborar para a preservação das pluralidades dos saberes e preservação dos saberes tradicionais, hoje, fragilizados pelo avanço da cultura mundializada e imposição de conhecimentos hegemônicos universalizados. Deste modo, acreditamos que Dona Côca e o Senhor João Domingos cumprem não somente os critérios associados a definição de uma mestra e um mestre do saber tradicional, como também são portadores e produtores de conhecimentos singulares e essenciais para a solidificação do saber plural necessário à formação de um profissional do ensino com ampla perspectiva, tal qual se propõe nos artigos 4º e 5º do Estatuto da UFVJM (2014).

BRASIL. Conselho Nacional de Educação/ Conselho Pleno. Resolução 02/2015. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, 2015. CARVALHO, José J. “Por um mundo Pluriepistêmico: as quatro dimensões do Encontro de Saberes”. Cadernos de Inclusão (no prelo). CARVALHO, José J.; ÁGUAS, Carla L. P. (2015). “Encontro de Saberes: um desafio teórico, político e epistemológico”, in Teresa Cunha & Boaventura Santos (orgs.), Colóquio Internacional Epistemologias do Sul: Aprendizagens Globais Sul-Sul, Sul- Norte e Norte-Sul - Atas, Coimbra: Centro de Estudos Sociais, pp.1017-1027. CARVALHO, José J.; FLÓREZ, Juliana F. (2014a). “Encuentro de Saberes: proyecto para decolonizar el conocimiento universitário eurocêntrico”, in Nómadas, nº 41, pp.131-147. CARTA DAS CULTURAS POPULARES. Disponível em: http://culturadigital.br/setorialculturaspopulares/files/2010/02/2005-CARTA-DAS-CULTURAS-POPULARES -DE-BRASILIA-SID.pdf DECRETO Nº 6.177, DE 1º DE AGOSTO DE 2007. Promulga a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, assinada em Paris, em 20 de outubro de 2005. Diário Oficial da União - Seção 1 - 2/8/2007, Página 3. DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004. Promulga a Convenção no 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE INCLUSÃO NO ENSINO SUPERIOR E NA PESQUISA (INCTI/UNB/CNPq). Encontro de Saberes: bases para um diálogo interepstêmico. Brasília, 2005. LEI 11.645/2008, que alterou a LEI 10.639/2003 e que obriga o ensino da Cultura Afrobrasileira e da História da África e o ensino das Culturas Indígenas no ensino básico. TUGNY, Rosângela Pereira de; GONÇALVES, Gustavo. (orgs). Universidade popular e encontro de saberes. Capa de Zé Antoninho Maxakali. Salvador: EDUFBA; Brasília: Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa -UNB, 2020. 652 p.

A interação entre comunidade acadêmica com a sociedade se dará tanto pela construção ativa do curso COM os mestres convidados, assim como a participação da comunidade externa simultânea com nossos estudantes, especialmente nos momentos de atividades síncronas, em que a oportunidade dos debates e trocas de experiência serão potencializados. Destaca-se que o sistema, ao nos indicar a inscrição de município a município como área de abrangência, impossibilita que possamos indicar a ampla abrangência geográfica que poderá ocorrer, especialmente no que tange o caráter remoto da proposta.

Como o curso será ofertado à comunidade externa e alunos de diferentes cursos e campos do conhecimento, defendemos que a interdisciplinaridade é alicerce da presente proposta. O Encontro de Saberes tradicionais com o conhecimento científico, assim como a presença de múltiplas trajetórias a partir da presença de um público diverso também potencializa uma formação profissional mais integral pautada na interprofissionalidade.

O curso será ofertado simultaneamente à comunidade externa e a alunos de pós graduações da UFVJM. Com a presença dos mestres e seu protagonismo, são pensadas ainda ações e projetos de extensão a partir das vivências e trocas estabelecidas nos módulos.

A oportunidade de tomar contato com saberes que são polímatas, ou seja, não especializados em áreas de conhecimento fragmentadas, proporciona um impacto na formação do estudante, especialmente sobre formas de sentir e agir profissional mais complexas, ou seja, que não fragmenta na sua ação o próprio ser humano e o mundo que o cerca. Para o estudante bolsista, oportunizará um aprendizado prático acerca - muito especialmente - do exercício profundo que é a construção dialógica de conteúdos. Além disso poderá ampliar seu conhecimento acerca da Política do Encontro de Saberes e seus potenciais impactos sociais e acadêmicos, comunicação virtualizada, técnicas de transmissão e registro.

Uma universidade pluriepstêmica e pluriontológica, tal qual defendida pelo Projeto Encontro de Saberes, e aqui oportunizada por mais esta ação, torna-se espaço de emancipação sociopolítica que se pauta na contracorrente de uma educação excludente, individualista e reprodutora do sistema hegemônico. O curso que aqui propomos amplia significativamente o espectro de temas, cosmologias, epistemes e pedagogias acessíveis. Além disso, proporciona o estreitamento do diálogo entre universidade, docentes, discentes, comunidade externa e as maestrias de nossos territórios de abrangência. É notório que tais momentos se desdobram numa formação profissional mais humanizada e não utilitarista, o que nos aponta para uma transformação estruturante, pois descontrói a lógica destes sujeitos e saberes como “objetos de pesquisa” ou ouvintes, para coparticipes na construção científica e de projetos e políticas públicas.

O Curso será divulgado a partir dos canais institucionais (da UFVJM em suas redes sociais e também em seu portal); em canais de instagram e de facebook parceiros, e por redes de whatsapp, entre outros.

Este é um curso de extensão com grande potencial de interseção com a pesquisa e com o ensino. Também se vincula a diversas frentes abertas pela Comissão Encontro de Saberes na UFVJM. As parcerias já estabelecidas com a Comissão, neste sentido, possuem ainda potencial de desdobramentos para projetos e ações inter e intrainstitucionais importantes. Visto especialmente seu caráter remoto, poderá ter um amplo leque de municípios e territórios atendidos. A carga horária da coordenação da ação ao longo dos cinco meses de projeto totalizará uma dedicação de 180h. A inserção do Mestre João Domingos de Oliveira Macedo (CPF: 553.511.586-04) como membro externo palestrante (um dos mestres convidados), descritos na metodologia, no sistema siexc se dará, assim como demais documentos previstos em edital, caso o curso seja aprovado.