Detalhes da ação

Curso de extensão: Educação Ambiental em espaços não formais de aprendizagem

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203001272

Tipo da Ação

Curso/Oficina

Situação

RECOMENDADA :
EM ANDAMENTO - Normal

Data Inicio

05/05/2025

Data Fim

31/07/2025


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

maira figueiredo goulart

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Ciências Humanas

Área Temática Principal

Educação

Área Temática Secundária

Meio Ambiente

Linha de Extensão

Questões ambientais

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Sim

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Integral

Atividades nos Fins de Semana

Sim


Redes Sociais

@peld.turf

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 20 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 30 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 60 h
Resumo

Trata-se de um curso de extensão de 30h/aula que terá como público: estudantes de graduação e de pós graduação da UFVJM, professores da rede de ensino pública de Diamantina e imediações, e educadores ambientais e/ou membros de equipes gestoras de unidades de conservação do Mosaico de Áreas Protegidas do Espinhaço. O curso tem como proposta uma atualização teórica sobre Educação Ambiental com ênfase em sua vertente crítica, bem como uma vivência prática em espaços não formais de aprendizagem.


Palavras-chave

Educação Ambiental Crítica; Unidades de Conservação, Roteiros Educativos na natureza, Espaços não formais de aprendizagem.


Introdução

A Serra do Espinhaço se estende por mais de 1200 km desde o centro-sul de Minas Gerais até a Chapada Diamantina, na Bahia. O Espinhaço representa um grande divisor natural entre dois importantes domínios da vegetação brasileira - a Mata Atlântica, a leste, e o Cerrado, a oeste, ambos considerados centros de diversidade e endemismo de espécies e seriamente ameaçados por atividades humanas (Myers et al. 2000), além da Caatinga ao norte. Em Minas Gerais, a Serra do Espinhaço abriga importantes nascentes de rios que compõe três das mais importantes bacias hidrográficas do país: São Francisco a oeste, Jequitinhonha a nordeste e Doce, a sudeste da Cordilheira. Estas nascentes estão em ecossistemas muito importantes e muito sensíveis aos impactos humanos, denominados turfeiras. Há mais de duas década o Espinhaço vem sendo apontado como região prioritária para a conservação da natureza (Costa et al., 1998; Drummond et al., 2005; Silva et al., 2008). Na região, o estabelecimento de Unidades de Conservação é a principal estratégia de conservação. No entanto, sabe-se que os objetivos de conservação só serão plenamente alcançados se houver um efetivo processo de educação pois, como já dizia Paulo Freire, “se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (Freire, 2000), indicando que qualquer mudança almejada na sociedade só pode ser alcançada e sustentada quando há um processo educativo capaz de mobilizar e envolver as pessoas com determinada causa, no caso, a conservação da natureza. Mas é importante pontuar que este precisa ser um processo educativo emancipador, libertador e crítico – baseado nas ideias de Paulo Freire. Um processo educativo que, longe de ser simplista e ingênuo, parte do princípio de que os problemas ambientais têm as mesmas raízes dos problemas sociais, portanto, para conservar a natureza é preciso também combater desigualdades e injustiças. Neste contexto, a Educação Ambiental é uma forte aliada. Educação Ambiental é definida como “processos por meio dos quais indivíduo e coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para conservação do ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e à sua sustentabilidade” (Brasil, 1999). Esse é, no entanto, um conceito por trás do qual há uma grande diversidade de práticas. A denominada Educação Ambiental Crítica tem como a compreensão da problemática ambiental em toda sua complexidade, partindo do princípio que o enfrentando desigualdades e respeitando pluralidade de saberes (Layrargues, 2009). O tema é de grande relevância e muito estudado e pesquisado no meio acadêmico como um todo, mas as práticas de Educação Ambiental Crítica ainda são raras nas escolas (CNE, 2012) e nas Unidades de Conservação do Brasil (Lyra et al., 2023). Diante deste cenário, propõe-se a oferta de um curso de extensão para atualização teórica e vivência prática, envolvendo comunidade acadêmica, escolas e unidades de conservação da região de Diamantina.


Justificativa

Na região de Diamantina, Minas Gerais, a conservação da Serra do Espinhaço depende de conhecimento científico, mas também de políticas públicas e de um efetivo envolvimento de toda a sociedade, em especial, das comunidades locais. Essa interação deve ser pautada no diálogo permanente e democrático, e no reconhecimento de que o conhecimento científico sozinho não é suficiente para a resolução de problemas socioambientais e o planejamento da conservação em longo prazo. Tudo isso requer um processo de Educação Ambiental Crítica desenvolvido de forma dialógica e contextualizada, seja com a comunidade escolar, seja com os moradores da região como um todo. Especificamente com a comunidade escolar, a demanda pela contextualização é ainda mais relevante, visto que é preciso que conteúdo escolar esteja conectado ao cotidiano das pessoas, tornando o aprendizado significativo para as mesmas. Uma forma de se alcançar a contextualização é por meio do desenvolvimento de atividades educativas na própria natureza. São chamados espaços não formais de aprendizado aqueles localizados fora das escolas, nos quais também ocorre o processo educativo. A Serra do Espinhaço está plena de oportunidades nesse sentido, são muitas Unidades de Conservação e outros ambientes naturais, os quais podem favorecer – e muito - educação contextualizada, por meio do percurso em trilhas ecológicas, da contemplação da paisagem e da experimentação da natureza de diversas formas. Esta contextualização promove a valorização da natureza, da cultura e da história do próprio local, ou seja, conecta o conteúdo escolar ao cotidiano dos alunos, tornando o aprendizado significativo e relevante. Apesar de apresentarem incrível potencial, esses espaços não formais de aprendizagem ainda são subutilizados pelas escolas da região, uma realidade comum em todo o Brasil, havendo a necessidade de se oportunizar atividades que contribuam para a melhoria deste cenário. O curso de extensão proposto é parte do projeto de extensão “Popularização da ciência para a conservação dos ecossistemas de turfeiras da Serra do Espinhaço” (registro Siex no. 202203000898) contemplado no Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (PROEXT-PG/UFVJM) - CAPES/SESU (processo 88881.926996/2023-01). No projeto há o objetivo de produzir materiais educativos, bem como promover um evento público de lançamento, divulgação e distribuição dos mesmos. O referido evento será o curso de extensão aqui proposto.


Objetivos

Desenvolvimento de um curso de extensão para proporcionar uma atualização teórica sobre Educação Ambiental com ênfase em sua vertente crítica, bem como uma vivência prática em espaços não formais de aprendizagem, voltado para estudantes de graduação e de pós graduação da UFVJM, professores da rede de ensino pública de Diamantina e imediações, e educadores ambientais e/ou membros de equipes gestoras de unidades de conservação do Mosaico de Áreas Protegidas do Espinhaço.


Metas

Um curso de de extensão de 30 horas/aula contemplando até 30 cursistas.


Metodologia

O curso será desenvolvido em conjunto com uma disciplina optativa do mestrado do PPGECMaT (Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologias). Trata-se da disciplina "Tópicos Especiais em Educação Ambiental em Espaços não Formais de Aprendizagem" (CMT517), ministrada por esta proponente. O curso/disciplina, será ofertado no 2o módulo do primeiro semestre de 2025, com o seguinte planejamento: a) Aulas remotas síncronas serão realizadas em 16, 23 e 30 de maio de 2025, no turno da tarde, em horário a ser combinado, somando 8h/aula, com o seguinte conteúdo: conceito, história e princípios da Educação Ambiental com ênfase em sua vertente crítica; Educação Ambiental na legislação e políticas públicas afins; espaços não formais de aprendizagem: o que são, quais são os seus limites e potencialidades. b) Prática presencial e imersiva realizada no Parque Estadual do Rio Preto em 6 e 7 de junho de 2025, somando 16h/aula, com o seguinte conteúdo: discussão e reflexão sobre a natureza regional, suas peculiaridades e potencialidades na construção de um currículo regional; oficina sobre desenvolvimento de roteiros educativos em ambientes não formais. c) Atividades assíncronas orientadas abrangerão estudo, sistematização do conhecimento e elaboração de projeto/ação de Educação Ambiental em espaços não formais de aprendizagem, somando 6h/aula.


Referências Bibliográficas

Brasil. Lei no. 9795 de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências, 1999. Brasil. Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Brasília: Diário Oficial da União, 2012. Costa C. M. R., Herrmann G., Soares C. M., Lins L. V., Lamas I. R. 1998. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. Belo Horizonte. Fundação Biodiversitas. Drummond G. M., Martins C. S., Machado A. B. M., Sebaio F. A., Antonini Y. 2005. Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2a. ed. Belo Horizonte. Fundação Biodiversitas. 222p. Freire, P. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000. Layrargues, P.P. 2009. Educação ambiental com compromisso social: o desafio da superação das desigualdades. In: Loureiro, C.F.B (Org). Repensar a educação ambiental um olhar crítico. p.11-31. Cortez. São Paulo. Lyra, M. F. de B. et al.. Educação ambiental em unidades de conservação: o cenário apresentado pelas publicações recentes. Anais do XIV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Campina Grande: Realize Editora, 2023. Myers, N.; Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C.G.; Fonseca, G. A. B.; Kent, J. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, 403, p. 853-858. 2000. Silva, A. C; Rech, A. R.; Tassinari, D. 2023. Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos, interações bióticas e paleoambientes. 1.ed. Curitiba: Appris, 2023. ISBN 978-65-250-3413-3.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

Tendo como premissa que a conservação da natureza não é possível de ser alcançada e mantida em longo prazo sem que haja um efetivo envolvimento de toda a sociedade, no curso sempre será dada ênfase em procedimentos democráticos e dialógicos de construção de conhecimento.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

A Educação Ambiental é, por natureza, campo de conhecimento interdisciplinar. No curso, conhecimentos científicos que abrange as áreas biológica, geológica e hidrológica, são reunidos para caracterização da Serra do Espinhaço e de seus ecossistemas de turfeiras, seus processos ecológicos, históricos e evolutivos. Usos humanos, serviços do ecossistema, ameaças e estratégias de conservação também serão diagnosticados e qualificados. E, por fim, visando promover uma democratização do conhecimento, processos educativos dialógicos serão realizados.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

A indissociabilidade entre o ensino-pesquisa-extensão é um processo intrínseco a todas as etapas do curso pois o mesmo abrange a construção de conhecimento através do debate de pesquisas científicas em diálogo com outros conhecimentos. Abrange também a formação de pessoas – tanto no aspecto "ensino" quando se trata dos discentes de graduação e de pós graduação da UFVJM, quanto no aspecto "extensionista" com a participação da comunidade externa, representada por professores e demais educadores.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Estudantes de graduação da UFVJM atuarão diretamente na organização do curso, bem como participarão do mesmo. Portanto, irão interagir com a comunidade externa, permitindo conhecer diferentes realidades e oportunizando a reflexão sobre o interesse social nas informações científicas. O curso contribuirá para a formação de profissionais críticos, reflexivos, éticos e comprometidos com a sociedade.


Impacto e Transformação Social

O curso traz como proposta a atualização de conceitos teóricos e vivência prática de Educação Ambiental Crítica, temática de enorme importância e ainda pouco conhecida e pouco desenvolvida nas escolas da educação básica e nas unidades de conservação da região, contribuindo, portanto, com a melhoria deste cenário.


Divulgação

O curso e demais ações afins ao projeto serão divulgados no site da UFVJM e nas redes sociais da instituição, na página do Instagram do PELD Turfeiras (@peld.turf), na rede de comunicação pública dos PELDs – CNPq (https://peldcom.eco.br/ e @peldcom), bem como da instituição parceira Instituto Biotrópicos (@biotropicos).


Caracterização do Curso ou Oficina

Tipo de Curso/Oficina

Atualização

Carga Horária Total

30

Conteúdo Programático

O curso será desenvolvida por meio de a) aulas remotas síncronas, b) prática presencial e imersiva e c) atividades assíncronas. Todas as aulas, conteúdos e avaliações serão organizados no Google Sala de Aula. a) Aulas remotas síncronas serão realizadas em 16, 23 e 30 de maio de 2025, no turno da manhã, somando 8h/aula, com o seguinte conteúdo: conceito, história e princípios da Educação Ambiental com ênfase em sua vertente crítica; Educação Ambiental na legislação e políticas públicas afins; espaços não formais de aprendizagem: o que são, quais são os seus limites e potencialidades. b) A prática presencial e imersiva será realizada no Parque Estadual do Rio Preto em 6 e 7 de junho de 2025, somando 16h/aula, com o seguinte conteúdo: discussão e reflexão sobre a natureza regional, suas peculiaridades e potencialidades na construção de um currículo regional; oficina sobre desenvolvimento de roteiros educativos em ambientes não formais. c) Atividades assíncronas orientadas abrangerão estudo, sistematização do conhecimento e elaboração de projeto/ação de Educação Ambiental em espaços não formais de aprendizagem, somando 6h/aula.

Atividades Específicas

Estratégias de avaliação da aprendizagem dos cursistas

Avaliação contínua por meio da análise de frequência e participação ativa nas aulas e atividades, bem como desenvolvimento de uma atividade orientada ao final, que abrangerá uma proposta de projeto/ação de Educação Ambiental em espaços não formais de aprendizagem.

Estratégias para avaliação da realização do curso

Autoavaliação e avaliação diagnóstica dos cursistas.

Público-alvo

Descrição

Estudantes de graduação da UFVJM de cursos de licenciatura.

Descrição

Mestrandos do PPGECMaT - Programa de pós graduação em Educação em Ciências, Matemática e Tecnologia.

Descrição

Professores da rede pública de ensino de Diamantina e região.

Descrição

Educadores ambientais e/ou membros da equipe gestora de unidades de conservação que integram o Mosaico de Áreas Protegidas: Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Município

São Gonçalo do Rio Preto - MG

Município

Congonhas do Norte - MG

Município

Itamarandiba - MG

Parcerias

Nenhuma parceria inserida.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 32 h

Carga Horária 8 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Aulas remotas síncronas

Carga Horária 16 h
Periodicidade Diariamente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Atividade prática imersiva

Carga Horária 8 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Desenvolvimento de atividade orientada