Visitante
Educação em Direitos Humanos na Perspectiva de Gênero, Raça e Classe: formação continuada de educadores cidadãos no Alto Vale do Jequitinhonha.
Sobre a Ação
202203001296
032022 - Ações
Curso/Oficina
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
01/07/2025
31/07/2026
Dados do Coordenador
mário fernandes rodrigues
Caracterização da Ação
Ciências Humanas
Direitos Humanos e Justiça
Educação
Formação Docente
Regional
Sim
Não
Sim
Fora do campus
Integral
Sim
Membros
Curso de Aperfeiçoamento em Educação em Direitos Humanos voltado para a formação continuada dos profissionais das redes municipal e estadual de educação das cidades de Diamantina, Datas, Gouveia, Serro, Turmalina e Itamarandiba.
Educação. Cidadania. Direitos Humanos. Formação continuada. Vale do Jequitinhonha.
A efetivação de uma cultura de Direitos Humanos nas instituições educativas exige mais do que a inserção pontual de conteúdos em currículos escolares: demanda o compromisso ético, político e pedagógico com a desconstrução de práticas historicamente excludentes e a produção de subjetividades comprometidas com a equidade e a justiça social. É a partir desse entendimento que se insere esta proposta de curso de aperfeiçoamento, articulando universidade, escola e comunidade, com o intuito de promover uma formação continuada de educadoras e educadores pautada na perspectiva interseccional de gênero, raça e classe. Situado no território do Alto Vale do Jequitinhonha, região marcada por profundas desigualdades históricas e por uma intensa produção de saberes e resistências, o curso se fundamenta nos princípios da Educação em Direitos Humanos, tal como delineados pelo Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e pelas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (DNEDH). Esses princípios — dignidade humana, igualdade de direitos, reconhecimento das diversidades, laicidade do Estado, gestão democrática e sustentabilidade — não são apenas diretrizes abstratas, mas constituem eixos orientadores do fazer pedagógico que se propõe neste projeto. A experiência acumulada pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e pelo Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM constitui a base teórica, metodológica e afetiva desta proposta. As ações que vêm sendo desenvolvidas por esses coletivos têm se mostrado fundamentais para a construção de práticas educativas emancipatórias, especialmente em contextos nos quais o racismo, o sexismo e as desigualdades de classe ainda operam de forma estruturante. Desse modo, esta proposta não se limita a oferecer formação técnica, mas se compromete com a escuta ativa, com a valorização das experiências dos sujeitos históricos que compõem as redes públicas de ensino, e com a produção de conhecimentos situados, críticos e transformadores. O curso, portanto, é também um convite à reexistência: à possibilidade de recriar sentidos, reescrever narrativas e resgatar histórias silenciadas como forma de afirmação da vida e da dignidade nos espaços escolares e comunitários do Alto Vale do Jequitinhonha.
A luta contra as diversas formas de desigualdade construídas no decorrer do processo sociopolítico brasileiro conquistou importantes avanços no último contexto de normalidade democrática (1988-2016). Nos campos da Educação, da Cidadania e dos Direitos Humanos destaca-se a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) ocorrida em 1996, o Programa Nacional de Direitos Humanos, o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Sem dúvida, a linguagem da dignidade humana inscrita nesses dispositivos passou a ocupar um lugar de direito nos projetos pedagógicos das escolas e das universidades brasileiras; em especial, neste último caso, nos currículos dos cursos de licenciatura e de formação continuada de professores. O resultado dos avanços democráticos pode ser notado na emergência tardia de novas subjetividades no interior das instituições educativas. Esse é o caso do educador cidadão, sujeito do conhecimento comprometido com a superação de “anacronismos assimétricos ligados às heranças do passado, da colonização, da dominação prolongada, de um modo de regência de classe dominante, de um tipo de classe dominante” que sempre teve orgulho de sua ascendência européia e branca (Gil, 2011, p. 180). Do horizonte epistêmico ocupado por esse sujeito do conhecimento, esta proposta de curso de aperfeiçoamento constitui uma iniciativa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), mais precisamente do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e do Programa de Extensão Rede de Mulheres, que visa contribuir com a formação continuada de professores cidadãos nos territórios de abrangência da instituição pública federal de ensino superior. Para tanto, a equipe proponente pretende planejar e desenvolver – em conjunto com os profissionais atuantes em instituições públicas das redes estadual e municipal de educação das cidades de Diamantina, Serro, Gouveia, Datas, Turmalina e Itamarandiba, municípios situados na região do Alto Vale do Jequitinhonha, parte nordeste de Minas Gerais –, intervenções voltadas para a promoção da Educação em Direitos Humanos. Assentada na relação indissociável entre ensino, pesquisa e extensão e orientada pela interseccionalidade entre os estudos de raça, gênero e classe desenvolvidos no âmbito da UFVJM pela equipe proponente, a proposta básica deste curso de aperfeiçoamento é estabelecer diálogos entre as escolas e a universidade com vistas a apreender e intervir na realidade por meio do “desenvolvimento de ações de Educação em Direitos Humanos adequadas às necessidades, às características biopsicossociais e culturais dos diferentes sujeitos e seus contextos” (Brasil, 2018, p. 45). Nesse sentido, para melhor caracterização desta proposta de formação continuada fundamentada nos princípios definidos no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (DNEDH), a saber, da “dignidade humana”, da “igualdade de direitos”, do “reconhecimento e valorização das diferenças e diversidades”, da “laicidade do Estado”, da “gestão democrática do processo educativo” e da “sustentabilidade ambiental”, torna-se importante salientar que o objetivo não é produzir conhecimentos distantes dos sujeitos envolvidos no processo ensino/aprendizagem. Ao contrário, trata-se de valorizar as experiências pedagógicas acumuladas pelos cursistas e de dialogar com o pensamento teórico dos grupos subalternizados no decorrer do processo sociopolítico; grupos esses que vêm produzindo neste início de século XXI, legitimados pela concepção de Educação em Direitos Humanos preconizada no PNEDH e nas DNEDH, os seus próprios discursos críticos, assim como os seus próprios instrumentos de leitura e compreensão da realidade, de releitura dos cânones histórico e literário e de questionamento do sistema intelectual brasileiro como um todo. Em síntese, trata-se de colocar a tônica na possibilidade de aperfeiçoamento dos processos educativos, ou simplesmente de buscar caminhos e meios para criar entre a UFVJM e as escolas de educação básica da região do Alto do Jequitinhonha uma relação mútua de ensino/aprendizagem em torno de temas comuns, tais como, por exemplo, da desconstrução da lógica classista, racista e machista que persiste na sociedade brasileira e que acaba sendo reproduzida pelos sistemas educativos. Nessa direção, ao propor fortalecer a produção de subjetividades capazes de desestabilizar essa lógica cultural e política, pretendemos reconhecer identidades ancestrais negadas pela hegemonia branca heteronormativa a partir do trabalho conjunto com os profissionais atuantes nas escolas de educação básica. Para tanto, este curso de aperfeiçoamento vincula-se às seguintes Linhas Gerais de Ação do PNEDH: Desenvolvimento Normativo e Institucional, Produção de Informação e Conhecimento, Produção e Divulgação de Materiais, Formação e Capacitação de Profissionais, Gestão de Programas e Projetos, Avaliação e Monitoramento. Da mesma forma, a proposta será desenvolvida em consonância com as atividades de ensino, pesquisa e extensão praticadas no âmbito do NEABI e do Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM. Portanto, esta proposta de formação continuada de Educação em Direitos Humanos na perspectiva de gênero, raça e classe justifica-se por buscar contribuir com o fortalecimento da cidadania a partir da valorização dos pilares da interdisciplinaridade, como o trabalho em equipe e o diálogo entre os saberes contextualizados à realidade educacional do Alto Vale do Jequitinhonha. Esperamos que os diálogos interinstitucionais nos permitam levantar subsídios para que possamos construir materiais didáticos voltados para a Educação em Direitos Humanos com a participação efetiva dos profissionais da rede pública de ensino básico das regiões de abrangência da UFVJM.
Geral ● Ofertar curso de formação continuada em Educação em Direitos Humanos na perspectiva interseccional de gênero, raça e classe para os profissionais da educação básica dos territórios educativos ocupados pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri na região do Alto Vale do Jequitinhonha. Específicos ● Promover a interação entre a comunidade acadêmica da UFVJM e as comunidades de escolas de ensino básico do Alto Vale do Jequitinhonha visando o fortalecimento da Educação em Direitos Humanos em ambos os territórios educativos; ● Colaborar com a efetivação da Lei 10639/2003, legislação que instituiu a obrigatoriedade do ensino de conteúdos relativos às histórias, às literaturas e às culturas africanas e afro-brasileiras nos currículos da educação básica e dos cursos de formação de professores; ● Promover a reflexão sobre a formação do humano e a complexidade que o humano envolve; ● Proporcionar via atividades lúdicas, dialógicas e artísticas, ambientes capazes de provocar afetos, imagens e entendimento sobre como nos constituímos humanos por meio das interseccionalidades de raça, gênero e classe; ● Discutir as violências de gênero, de raça e de classe que levam a preconceitos, discriminação e formas de exclusão social no cotidiano social; ● Promover por via do cinema, do brincar e da literatura, espaços de diálogos sobre as relações sociais que nos constitui humanos; ● Promover ações lúdicas capazes de possibilitar que os educadores possam abrir-se ao diálogo para significar violências vividas, denunciando-as e ou reelaborando-as; ● Compreender como os valores sociais, religiosos e culturais aprendidos e naturalizados podem dificultar as relações de equidade social, racial e sexual.
A meta primordial deste curso de formação continuada de Educação em Direitos Humanos é formar 240 profissionais da educação básica. Espera-se que tanto a equipe proponente quanto os cursistas acolhidos pela presente proposta de formação continuada construam uma série de produtos destinados ao ensino-aprendizagem de conteúdos relacionados aos Direitos Humanos. Destaca-se, nesse sentido, que ao término da proposta será lançada a “Coleção Educação, Cidadania e Direitos Humanos”, projeto editorial formado por 05 (cinco) volumes contendo conhecimentos teóricos elaborados pelos professores pesquisadores do NEABI e do Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM, as Pesquisas da Realidade, os Relatos de Experiência e os Projetos de intervenção adequados à realidade do Alto Vale do Jequitinhonha produzidos pelos cursistas, assim como cada um dos (03) três Cadernos de Formação utilizados no decorrer dos módulos. Ademais, oura meta importante deste trabalho é divulgar os resultados às comunidades escolar e acadêmica no seminário de avaliação previsto no cronograma, no Relatório Final e em eventos científicos.
A construção de uma teoria educacional para a diversidade é complexa porque a luta contra as injustiças sociais e cognitivas exige táticas particulares de enfrentamento e estratégias adequadas a cada situação específica. Diante desse cenário, este curso de aperfeiçoamento voltado para a formação continuada de educadores cidadãos e educadoras cidadãs adota como eixo de organização das suas atividades a concepção metodológica dos Estudos Culturais, de que todo trabalho intelectual articula uma opção política de interpretação e intervenção na realidade, complexo fenômeno construído histórica e socialmente. Essa abordagem leva em conta o fato de que o racismo e as violências de gênero são uma herança do passado colonial e pós-colonial que persiste no cotidiano da sociedade brasileira contemporânea. Além disso, que é dever do educador cidadão e da educadora cidadã buscar a igualdade racial e a equidade de gênero a partir do lugar em que estão inseridos. Desse horizonte epistêmico, o curso de aperfeiçoamento será desenvolvido em três módulos progressivos, visando à articulação entre a teoria e a prática. Antes da realização dessas etapas, porém, a equipe proponente pretende diagnosticar a realidade educacional dos seis municípios-polo do Alto Vale do Jequitinhonha: Diamantina, Datas, Serro, Gouveia, Itamarandiba e Turmalina. Tal estratégia é necessária porque a organização do curso em módulos envolverá a partilha de saberes e conhecimentos acumulados pelo NEABI e pela Rede de Mulheres da UFVJM, mas também o reconhecimento das experiências acumuladas pelos cursistas, profissionais da educação que ocupam o chão das escolas. Portanto, num primeiro momento pretendemos conhecer a realidade educacional por meio da realização de diagnósticos junto a profissionais vinculados aos sistemas estaduais e municipais de educação básica. Esse passo será importante para que, no segundo momento, possamos construir, a partir das demandas apresentadas nos diagnósticos e das questões enfrentadas pelas comunidades escolares, o material didático que será utilizado nos três módulos do curso de aperfeiçoamento. O objetivo do diagnóstico é desenvolver processos metodológicos participativos, assegurando a utilização de linguagens e materiais didáticos contextualizados à realidade dos sistemas públicos de ensino localizados no Alto Vale do Jequitinhonha, sem perder de vista os conhecimentos historicamente construídos sobre os Direitos Humanos no Brasil e no mundo. Na proposta apresentada, queremos não apenas garantir acesso à aquisição de conhecimentos científicos, mas construir experiências e vivências educacionais lúdicas. Entendemos, nesse sentido, que o brincar é, sobretudo, uma forma humana de conhecer e de mediar outros mundos possíveis. Isso é possível se pudermos viabilizar que educadoras e educadores, via formação individual, oficinas e encontros pedagógicos possam compreender o inacabamento e o processo educacional como expressões fundamentais do humano. De modo que a realização do diagnóstico da realidade educacional das cidades que sediarão os polos é de suma importância para que possamos assegurar o posicionamento ético político da presente proposta. Por meio da edificação de relações educacionais não violentas e promotoras da equidade, nas quais a reflexão crítica sobre o fazer fazendo possa ser guia e norte do trabalho de transformação social, os módulos do curso de aperfeiçoamento serão desenvolvidos da seguinte maneira. No primeiro módulo pretendemos trabalhar com dois instrumentos pedagógicos: o Relato de Experiência e a Pesquisa da Realidade. Ambas as atividades serão elaboradas pelos cursistas atuantes nas escolas estaduais e municipais das cidades de Diamantina, Serro, Datas, Gouveia, Turmalina e Itamarandiba, municípios estão situados na região do Vale do Jequitinhonha. Aqui, cabe acrescentar que esse território das Minas Gerais possui um passado histórico ligado à exploração da mão-de-obra escravocrata nos garimpos de diamantes. Sem dúvida, a realidade educacional desse importantíssimo lugar de memória da cultura brasileira é marcada pela herança de diferentes formas de violação de Direitos Humanos provenientes do processo sociopolítico brasileiro. Assim, considerando o legado manifesto no racismo e no sexismo que vem sendo objeto das ações de ensino, pesquisa e extensão conduzidas no âmbito do NEABI e do Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM, o intuito desta etapa do curso de aperfeiçoamento é permitir que os cursistas reflitam sobre a realidade a partir do lugar em que estão inseridos na estrutura dos sistemas estadual e municipal de educação. Dessa perspectiva dialógica e transversal de produção do conhecimento, o segundo módulo do curso tem por objetivo construir, a partir dos Relatos de Experiência e das Pesquisas da Realidade produzidas pelos cursistas, estratégias conjuntas de aprimoramento individual e coletivo do processo educativo. Nos diálogos pedagógicos mediados pela leitura de textos e imagens, a equipe do curso pretende discutir e elaborar propostas de intervenção com os profissionais atuantes no chão da escola. A ideia é trabalhar, com grupos de profissionais distribuídos nos seis polos municipais abarcados pelo curso, questões que envolvam, por exemplo, a análise de imagens de manifestações de preconceitos e discriminações de gênero, de raça e de classe veiculadas em textos literários de autores modernos e pós-modernos e em filmes nacionais. No decorrer do módulo, pretendemos promover o diálogo entre os saberes escolares e acadêmicos, visando criar impacto e transformação da realidade a partir da partilha de métodos e procedimentos de ensino/aprendizagem capazes de produzir subjetividades desestabilizadoras junto aos educadores. Da nossa parte, será proposta a realização de oficinas de leitura e interpretação, minicursos de escrita e visitas guiadas aos locais de memória afro-brasileira das cidades-polo. Esperamos que essas atividades possam gerar amplos debates nas escolas sobre as temáticas da apropriação cultural, do colorismo, do racismo institucional, das ações afirmativas e, sobretudo dos conceitos de negritude e branquitude, marcadores da diferença que orientam os estudos sobre as relações étnico-raciais contemporâneas. Por fim, no terceiro módulo, o objetivo é executar as intervenções planejadas nos seis pólos municipais, visando o fortalecimento da Educação em Direitos Humanos nos territórios educativos ocupados pela UFVJM no Alto Vale do Jequitinhonha. As intervenções serão pautadas na ação-reflexão-ação, o que garantirá aos sujeitos do conhecimento não apenas subsídios para aperfeiçoar o processo educativo, mas também o contato com aspectos necessários ao exercício da participação democrática na escola e na sociedade. Como buscamos atingir um público amplo, as atividades realizadas nas intervenções serão abertas às comunidades locais. Nesses momentos serão priorizadas as trocas de saberes e experiências, condições necessárias para que possamos fornecer aos sujeitos do conhecimento a possibilidade do diálogo e da interação. Portanto, esta proposta de curso de aperfeiçoamento que ora apresentamos à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC) será desenvolvida a partir dos pressupostos que norteiam a prática interdisciplinar e interinstitucional de construção do conhecimento. Com essa abordagem, esperamos que os três módulos promovam o estabelecimento de relações horizontais e de intercâmbio de ideias, saberes e conhecimentos entre os sujeitos da Educação em Direitos Humanos envolvidos nos processos formativos. Em última instância, o que se pretende é deslocar a figura do professor, aquele que apenas ensina e é detentor do saber técnico-científico, para a figura do educador cidadão, entendido como o profissional responsável por exercer a tarefa do tradutor no processo de ensino/aprendizagem de temas complexos do campo da Educação em Direitos Humanos que envolvem a superação das desigualdades sociais, raciais e de gênero. De modo que a produção do conhecimento se converta, definitivamente, em uma “prática social mais esclarecida, mais transparente, mais igualitária, mais democrática” (Santos, 2011, p. 21). Eis o que, em linhas gerais, pretendemos fomentar com esta proposta de formação continuada.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 1, de 30 de maio de 2012. Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. MEC/CNE, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp001_12.pdf. Acesso em: 05 de maio de 2025. BRASIL. Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos / Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos, Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2018. GIL, Gilberto. Arte, Cultura e Ciência. In: HISSA, Cássio Eduardo Viana. Conversações: de artes e de ciências. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. SANTOS, Boaventura de Souza; HISSA, Cássio Eduardo Viana. Transdisciplinaridade e Ecologia dos Saberes. In: HISSA, Cássio Eduardo Viana. Conversações: de artes e de ciências. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. PNDH... DNEDH...
A equipe proponente desta ação acredita que a realidade das escolas só pode ser discutida e transformada com a participação dos seus profissionais. De modo que qualquer prática emancipatória voltada para a promoção da Educação em Direitos Humanos só pode ser pensada e concebida em conjunto com os gestores, professores e demais trabalhadores atuantes nas escolas. Entendemos que a mobilização para uma educação capaz de desnaturalizar costumes patriarcais tornados costumes comuns requer múltiplos olhares. Em linhas gerais, se teremos um coletivo científico no qual respaldaremos nossas ações, a saber, o fazer do NEABI e da Rede de Mulheres da UFVJM na sua articulação com a Rede Brasileiras de Mulheres Cientistas, buscaremos, antes de tudo, construir um ambiente educacional que possa promover outros afetos e práticas educacionais cotidianas de modo a reconhecer que ninguém nasce racista ou sexista, mas torna-se. Parafraseando a clássica frase de Simone de Beauvoir, entendemos que o humano torna-se humano ao aprender comandos sociais que operam em silêncio, naturalizando ou não as violências cotidianas. Possibilitar um ambiente formativo no qual educadoras e educadores expressem o naturalizado e tornado saber, será nosso primeiro desafio. Por tal motivo, a organização metodológica do trabalho proposto, ainda que fundamentado na perspectiva da transformação social orientada pela abordagem teórica dos Estudos Culturais, irá envolver, em primeiro plano, a escuta atenta dos cursistas. Queremos promover rodas de conversas, uso de literatura e ambientes de trocas que envolvam sabor e saber. Tudo isso de forma a mobilizar redes de afetos, de trocas, de comunicação promotoras de diálogos, pois falar, cura. Falar evoca memórias sociais e singulares, imagens, sentidos que ressignificam o vivido. Portanto, o caráter diagnóstico, como lente norteadora da equipe proponente, será um princípio educativo desta proposta de formação continuada de Educação em Direitos Humanos. Assim, para que a metodologia participativa do curso possa ser assegurada, queremos garantir que as educadoras e os educadores participantes do curso se sintam integrados no ambiente educacional (físico ou virtual) reconhecendo em seus corpos, em suas histórias, os atravessamentos de raça, classe e gênero que os constituíram e que, muitas vezes no fazer educacional, silenciam ou negam, pois assim aprenderam ser a norma.
A perspectiva interdisciplinar e a interseccionalidade de gênero, raça e classe orienta esta proposta de formação continuada, sendo importante destacar as contribuições teóricas e epistêmicas provenientes das ações realizadas pelos membros do NEABI e o conhecimento produzido pelas pesquisadoras, docentes e extensionistas vinculadas ao Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM darão suporte científico e pedagógico ao presente curso de aperfeiçoamento em Educação em Direitos Humanos. Assim como ocorre no NEABI, o espaço de produção do conhecimento ocupado pela Rede de Mulheres da UFVJM desenvolve projetos voltados para a promoção da Educação em Direitos Humanos. Os sujeitos trabalham na perspectiva da inclusão social, focando nas questões de gênero e no enfrentamento das violências simbólicas presentes no Alto Vale do Jequitinhonha, território geopolítico marcadamente envolto por valores patriarcais, que carregam séculos de colonialidade na cultura religiosa, nos costumes e no cotidiano social. Assim, ao aproximarmos do Programa de Extensão Rede de Mulheres e dos projetos que o compõem, o que implica o envolvimento de servidores e servidoras de diferentes unidades acadêmicas da UFVJM, como a Faculdade Interdisciplinar em Humanidades, o Instituto de Ciência e Tecnologia, a Faculdade de Ciências Exatas e a Faculdade de Medicina, buscamos agregar a presente proposta de formação continuada distintas formas de abordagem do processo educativo como instrumento de promoção de uma sociedade democrática, plural e socialmente inclusiva. Desse modo, convém assinalar que o percurso do trabalho desenvolvido no Programa de Extensão Rede de Mulheres da UFVJM é marcado pela construção de redes de enfrentamento à violência no interior da UFVJM e na região do Alto Vale do Jequitinhonha, mas também em todo o território nacional. As coordenadoras do programa integram, por exemplo, os trabalhos da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas, contribuindo com a construção de protocolos instituídos no âmbito das universidades públicas do país. De modo que a mobilização e as discussões/ações travadas em nível nacional poderão ser divulgadas e mediadas aos cursistas que vierem a ser atendidos pelo presente curso de aperfeiçoamento.
No que se refere ao NEABI, as atividades em curso que darão suporte a esta proposta tem por objetivo promover o ensino/aprendizagem de conteúdos relativos ao letramento racial, ao racismo ambiental e aos fundamentos da educação, da educação para a diversidade, da educação para as relações étnico-raciais e do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira. Ressalte-se que esse espaço de produção do conhecimento tem como umas de suas premissas investigar as articulações entre as memórias, as histórias e as literaturas afro-brasileiras na construção da identidade sociocultural dos africanos escravizados e dos seus descendentes no Brasil. Atualmente, os membros do núcleo, sobretudo os docentes e pesquisadores da linha de pesquisa intitulada “Estudos Culturais Afro-brasileiros”, vêm investigando questões envolvendo a autoria negra, os sistemas de representação da identidade e da diferença, as escritas de si, as escrevivências, a perspectiva negra e a reescrita da história colonial e pós-colonial do país, com ênfase em Minas Gerais. Destaca-se, entre os estudos em andamento, a pesquisa institucional denominada “Que negro é esse na História do Brasil?”, investigação de natureza teórica, bibliográfica e documental que tem por objetivo verificar as disputas pela memória do povo negro do Alto Vale do Jequitinhonha ocorridas na escrita da História do Brasil. O estudo vem comparando os processos sociais e históricos dos fins dos séculos XIX e XX com foco nas batalhas pelas memórias africanas e afro-brasileiras travadas nesses dois contextos. A proposição básica é analisar a forma afrocentrada escolhida pelo poeta Adão Ventura (1939-2004), a historiadora Maria Beatriz do Nascimento (1942-1995), o sociólogo Clóvis Moura (1925-2003) e o ativista dos direitos humanos Abdias Nascimento (1914-2011) para narrar fatos e eventos protagonizados pelos negros do Alto Vale do Jequitinhonha. A instituição da Lei 10540/2023, dispositivo que determina o enfrentamento das múltiplas violências dentro do âmbito universitário e da federação, fortaleceu a articulação em rede desenvolvida pelo coletivo extensionista. Um exemplo é o Núcleo de Orientação Sócio educacional contra a violência à mulher - NOS, atividade inserida dentro do projeto de extensão - Rede de Proteção Contra a Violência à Mulher. Nessa ação tem sido possível alcançar diferentes espaços de diálogos com as mulheres trabalhadoras terceirizadas da limpeza da UFVJM, os centros acadêmicos dos cursos da instituição de ensino superior, a Ouvidoria e a Diretoria de Governança. Em outras palavras, a interação tem fortalecido ações que rompem com a invisibilidade das violências que permeiam o cotidiano da esfera pública universitária. Destaca-se, nesse sentido, que os diálogos interinstitucionais contam com a participação efetiva da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM) de Diamantina, instituição cujos servidores e servidoras vêm desenvolvendo diferentes trabalhos e ações em conjunto com a equipe da Rede de Mulheres da UFVJM. Seja via teatro ou intervenção coletiva, a parceria com a DEAM, relação interinstitucional que também pretendemos expandir para esta proposta de formação continuada, vem assegurando debates internos à UFVJM e também na região do Alto do Jequitinhonha, de forma a desnaturalizar os valores patriarcais internalizados e que legitimam a violência contra as mulheres. Assim, é importante salientar que os projetos que compõem a Rede de Mulheres da UFVJM já desenvolvem trabalhos voltados para a promoção da Educação em Direitos Humanos junto a diferentes comunidades da região abarcada pela presente proposta de formação continuada. Nesse sentido, a integração dessas experiências a presente proposta de formação continuada enriquecerá metodologicamente o processo educativo, posto que alguns dos projetos da Rede de Mulheres da UFVJM estão ligados às redes e instituições executoras de políticas públicas que visam o enfrentamento das violências raciais, sexuais e a proteção dos direitos sociais. Destacam-se os seguintes projetos em curso: Rede de Proteção Contra a Violência à Mulher: rompendo o silêncio, a invisibilidade e a violência; o Mulier; O Cinema e Educação: desnaturalizando o cotidiano, o Marias e Teresas: incentivando meninas nas Ciências, Tecnologias e Engenharias. Essas ações institucionais abordam temáticas que enriquecem o processo formativo dos educadores e das educadoras, ao sensibilizá-los para refletir sobre as próprias trajetórias sociais, culturais, religiosas que compõem suas “identidades”.
A participação de discentes da graduação no Curso de Aperfeiçoamento em Educação em Direitos Humanos na perspectiva de gênero, raça e classe se configura como uma experiência formativa profundamente significativa. Inseridos no contexto do ensino, da pesquisa e da extensão universitária, os graduandos passam a vivenciar uma prática educativa que desestabiliza a lógica tradicional do saber hegemônico e os convoca a reconhecerem-se como sujeitos históricos, implicados nas transformações sociais que atravessam o território do Alto Vale do Jequitinhonha. Ao acompanhar o processo de diagnóstico das realidades educacionais locais, contribuir com a construção coletiva de materiais didáticos e participar das rodas de conversa, oficinas, cine-debates e encontros formativos, os graduandos ampliam seus repertórios teórico-metodológicos e afetivos, desenvolvendo habilidades que transcendem os currículos disciplinares formais. O exercício da escuta atenta, a mediação de diálogos intergeracionais e a vivência da alteridade tornam-se práticas fundamentais no processo de sua formação acadêmica, crítica e cidadã. Além disso, a atuação dos discentes junto aos cursistas da rede pública de ensino, em ações interinstitucionais e interdisciplinares, possibilita uma compreensão concreta sobre como operam as interseccionalidades de gênero, raça e classe nas dinâmicas educativas. Tal vivência favorece não apenas a ampliação do olhar sobre a complexidade do humano, mas também a emergência de uma postura ética, sensível e comprometida com a construção de uma educação emancipadora, não discriminatória e antirracista. Desse modo, ao integrar o processo pedagógico deste curso de aperfeiçoamento, os graduandos não apenas exercitam a prática da extensão universitária como dimensão indissociável do ensino e da pesquisa, mas também experimentam formas de produzir conhecimento a partir de um lugar implicado, situado e comprometido com a justiça social, com a dignidade humana e com o fortalecimento das redes de solidariedade e resistência presentes nos territórios educativos da UFVJM. O envolvimento de graduandas e graduandos dos cursos nos quais a equipe formadora está envolvida e ou a participação de estudantes que tenham envolvimento e interesse nos temas debatidos pelo curso, deverão ser priorizados, tendo o cuidado de serem as e os estudantes acompanhados pela equipe formadora. A participação implica a responsabilidade com a leitura do material e com realidade a ser discutida. Portanto, no critério de inserção dos estudantes, o fator envolvimento e responsabilidade serão referência acima dos valores quantitativos do CRA, pois acreditamos que o processo formativo envolve oportunizar aos mesmos espaços de aprendizagem, que possam garantir o acesso e a permanência no ambiente universitário. O curso pode mobilizar o desejo de mais conhecer, umas das funções educativas dos cursos superiores.
O curso insere-se como uma potente ferramenta de transformação social nos territórios educativos do Alto Vale do Jequitinhonha. Sua proposição, alicerçada na interseccionalidade e na escuta das múltiplas vozes que compõem o chão das escolas, visa desconstruir práticas educativas excludentes e naturalizadas, forjadas historicamente pelas estruturas patriarcais, racistas e classistas que ainda regem o cotidiano das instituições de ensino. A partir da formação continuada de educadoras e educadores comprometidos com a dignidade humana e com a gestão democrática do conhecimento, o projeto atua diretamente no fortalecimento da cidadania crítica e na promoção de uma cultura de paz e equidade. As ações planejadas, como rodas de conversa, oficinas, relatos de experiência, pesquisas da realidade, cineclubes e produção de materiais pedagógicos, produzem efeitos concretos na valorização das identidades subalternizadas e na potencialização de vozes historicamente silenciadas, especialmente nos contextos escolares marcados por desigualdades profundas. Entendemos que o ato da escrita, do diálogo e da reflexão crítica mobilizam outras formas de pensar e sentir, capazes de colocar em questionamento o senso comum naturalizado no cotidiano social e institucional. Ao se ancorar em metodologias participativas e na articulação entre Universidade, escolas, instituições públicas e movimentos sociais, a proposta amplia os horizontes de atuação política e educativa das comunidades envolvidas, possibilitando a reconfiguração de vínculos sociais e afetivos. Tais práticas colaboram com a reestruturação dos espaços escolares como lugares de acolhimento, escuta, diálogo e resistência, onde o currículo se expande para incorporar saberes ancestrais, memórias coletivas e experiências de vida. O impacto social esperado transcende a mera transmissão de conteúdos, instaurando processos de aprendizagem que mobilizam afetos, provocam deslocamentos e criam possibilidades de reelaboração das violências vividas e/ou testemunhadas. Ao tornar visíveis os atravessamentos de gênero, raça e classe nas relações escolares e comunitárias, o projeto instaura novos modos de existir e de ensinar, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, plural e antidiscriminatória. Em última instância, o curso propõe-se a ser um instrumento de reencantamento do ato educativo, um campo fértil para o florescimento de práticas pedagógicas transformadoras, capazes de tensionar e reinventar as formas pelas quais educamos e somos educados. Trata-se, pois, de uma aposta radical na educação como um direito humano fundamental e como caminho ético-estético-político para a emancipação dos sujeitos e coletividades do Vale do Jequitinhonha e, por extensão, do Brasil. Ressignificando as imagens, o aprendido, as representações estereotipadas que reduzem os corpos brancos e não brancos às subalternidades patriarcais e os valores aprendidos como moral, valores reproduzidos cotidianamente nos ritos sociais, nas instituições, nas práticas educacionais formais e não formais, almejamos e entendemos que podemos provocar fissuras, no fazer hegemônico, que silencia as pluralidades e a diversidade que nos forma como cultura brasileira. Sobretudo, entendemos que podem os educadores/ educadoras perceberem que o ato educacional é processual e que portanto, o desejo de aprender, implica mobilizar a dúvida sobre o aprendido. Assumindo tal prerrogativa, podem abrir-se para o desconhecido e duvidar das ‘crenças’ aprendidas como verdades absolutas. Podem assumir o lugar de produtores de conhecimento no diálogo com… e assim, resgatar saberes silenciados, ocultados, significados como não saber.. Motivo pelo qual, no percurso do processo formativo, o cuidado com o registro e a produção dos coletivos envolvidos deverá ser organizado em coletânea, memória e instrumento do processo ensino e aprendizagem.
A divulgação ocorrerá em parceria com as secretarias municipais e estadual de educação e poderá ocorrer presencialmente e por meios de mídias digitais.
Livros, artigos, ensaios e capítulos.
Caracterização do Curso ou Oficina
Aperfeiçoamento
180
MÓDULO I Conteúdo: Orientações para elaboração do Relato de Experiência e da Pesquisa da Realidade Carga horária: 12 h/a Espaço: Ambiente virtual da UFVJM Conteúdo: A Educação em Direitos Humanos: histórico, princípios e conceitos fundamentais Carga horária: 20 h/a Espaço: Ambiente virtual da UFVJM Conteúdo: Produção do Relato de Experiência e Produção da Pesquisa da Realidade Carga horária: 20 h/a Espaço: Municípios Avaliação: Sínteses dos Relatos de Experiência e das Pesquisas da Realidade Carga horária: 08 h/a Espaço: Municípios Carga horária total do módulo: 60 horas Período: 02 de fevereiro de 2026 a 31 de março de 2026 MÓDULO II Conteúdo:Organização do Trabalho Pedagógico da Educação em Direitos Humanos na perspectiva de gênero, raça e classe. Carga horária: 30 h/a Espaço: Ambiente virtual da UFVJM Conteúdo: Elaboração do Projeto de intervenção Carga horária: 15 h/a Espaço: Municípios Avaliação: Planejamento para execução dos projetos de intervenção Carga horária: 15 h/a Espaço: Municípios Carga horária total do módulo: 60 horas Período: 1º de abril de 2026 a 31 de maio de 2026. MÓDULO III Conteúdo: Execução do projeto de intervenção Carga horária: 30 h/a Espaço: Municípios Conteúdo: Elaboração do relatório final Carga horária: 20 h/a Espaço: Ambiente virtual da UFVJM Avaliação: Seminários de apresentação dos resultados para as comunidades acadêmica e escolar Carga horária: 10 Espaço: Municípios Carga horária total do módulo: 60 horas Período: 1º de junho de 2026 a 31 de julho de 2026
Pesquisa da realidade educacional dos seis municípios atendidos pela presente proposta. Visitas aos lugares de memória dos municípios. Oficinais de leitura, escrita e interpretação de textos teóricos, literários e ensaísticos.
As avaliações serão realizadas em atividades específicas produzidas de modo contínuo, progressivo e sistemático ao final de cada um do três módulos. O desempenho dos cursistas será valorado com base nas habilidades de leitura, escrita e interpretação de textos de variados gêneros. Além disso, aspectos como assiduidade, participação e cumprimento dos prazos serão considerados na avaliação das atividades propostas abaixo: Atividades avaliativas: MÓDULO I - Síntese dos relatos de experiência e das pesquisas da realidade (25 pontos) MÓDULO II - Projeto de intervenção (25 pontos) MÓDULO III - Execução do projeto de intervenção (50 pontos)
A avaliação do curso será realizada de forma individual por meio de formulários direcionados aos cursistas, à equipe de execução e aos profissionais das redes municipais e estaduais de educação, sobretudo à equipe técnica da Superintendência Regional de Ensino de Diamantina. Ademais, ao final do curso será promovido um seminário específico para apresentação dos resultados e avaliação coletiva da proposta.
Público-alvo
Profissionais da educação básica (professores, gestores, bibliotecários, pedagogos, assistentes técnicos, supervisores) das redes estadual e municipal de educação dos municípios de Diamantina, Datas, Serro, Gouveia, Turmalina e Itamarandiba.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Datas - MG
Gouveia - MG
Serro - MG
Itamarandiba - MG
Turmalina - MG
Parcerias
Produção e partilha de conhecimento e saberes
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 360 h
- Tarde;
Reunião de planejamento e organização com a equipe da UFVJM.
- Tarde;
Reuniões de planejamento da equipe do curso com as equipes da Secretaria Municipal de Educação de Minas Gerais e das Secretarias Municipais de Educação dos municípios-polo.
- Tarde;
Formação dos profissionais, dos tutores e dos professores-pesquisadores com vistas à operacionalização do curso.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Atividades de divulgação do curso nas escolas e demais espaços formativos.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Realização de diagnósticos e elaboração do relatório sobre a realidade educacional das comunidades a serem atendidas.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Produção dos materiais didático-pedagógicos que serão utilizados pelos cursistas.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Trabalho de revisão e formatação dos cadernos de formação.
- Noite;
Cerimônia de abertura, com a participação dos cursistas, da equipe e de convidados.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Realização do primeiro módulo do curso de formação.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Realização do segundo módulo do curso de formação.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Realização do terceiro módulo do curso de formação.
- Tarde;
Seminário de avaliação coletiva do curso de aperfeiçoamento.
- Tarde;
Lançamento da Coleção “Educação, Cidadania e Direitos Humanos”, série formada por cinco títulos voltados para cursos de formação inicial e continuada de professores.
- Manhã;
Elaboração e entrega do relatório final e da prestação de contas.