A proposta do projeto "Biotecnologia nas Escolas" visa introduzir conceitos de biotecnologia e aspectos da biologia molecular, a estudantes do ensino médio, por meio de atividades práticas, como simulações de investigação criminal e testes de paternidade baseados em análise de DNA. Os alunos irão explorar a ciência de forma lúdica. O projeto será conduzido por graduandos do curso de Agronomia e uma professora da UFVJM, promovendo a extensão universitária e a interação com a comunidade escolar.

Ciência forense, Biologia molecular, extensão

A ciência forense tem se tornado um tema de crescente interesse na sociedade contemporânea, especialmente em decorrência da sua ampla representação em mídias como filmes, séries e documentários. Dentre as várias técnicas forenses, a biotecnologia destaca-se por auxiliar na investigação criminal e o teste de paternidade. A investigação criminal envolve um conjunto de métodos que permitem a coleta, análise e interpretação de evidências encontradas em cenas de crime, utilizando tecnologia avançada e técnicas científicas para chegar à verdade dos fatos. Já o teste de paternidade, que utiliza a análise do DNA, não só tem implicações legais, mas também afeta profundamente as relações familiares e a identidade dos indivíduos. Compreender esses processos é essencial para reconhecer a importância da ciência forense em nosso cotidiano. Esses assuntos são frequentemente cobrados nas provas de processo seletivos (Enem, por exemplo) para ingressos nos cursos de graduação na universidades. A base biotecnológica desses assuntos é uma parte bem pequena no ensino médio de forma teórica. Desta forma, levar dinâmicas mais lúdicas para que os alunos possam compreender melhor o funcionamento, é de grande importância.

O incentivo a alunos de ensino médio a desenvolverem práticas em que os mesmos não possuem conhecimento pode ser um método inovador para que eles consigam desenvolver dentro de si a vontade de aprender. Geralmente no ensino médio os discentes não têm muitas perspectivas de futuro e estão receosos, perdidos e indecisos sobre qual curso de ensino superior ingressar e, mostrar técnicas que eles nem fazem ideia de que possam ser executadas no curso, pode ser a chave para despertar o interesse nos mesmos. Além disso, o projeto demonstra estimular a curiosidade científica nos alunos e mostrar como o conhecimento biotecnológico pode ser aplicado para resolver problemas reais. A relação entre a universidade e as escolas de ensino médio através do projeto de extensão permite a troca de saberes, onde tanto os estudantes quanto os professores das instituições envolvidas se beneficiam disso.

Levar o conhecimento sobre o uso das técnicas biotecnológicas como método de técnica forense, sendo ela a investigação e solução de um crime e também o conhecimento sobre a funcionalidade do teste de paternidade, ambos, de forma lúdica e atrativa.

Desenvolver noções sobre o funcionamento das técnicas biotecnológicas existentes para solução de crimes e testes de paternidade de forma lúdica, assim como despertar o interesse para o meio científico dos alunos do ensino médio. Desenvolver nos discentes da universidade que participam do projeto, habilidades de trabalho em grupo e a lidar com pessoas de diferentes faixas etárias.

A realização da ação será efetuada na cidade de Diamantina- MG, especificamente na Escola Estadual Gabriela Neves, com a turma do primeiro ano do ensino médio. Para começar o projeto de extensão será explicado o conteúdo didático sobre PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) e biotecnologia por meio de aulas teóricas que introduzirão os conceitos fundamentais, como a estrutura do DNA, a importância da PCR e suas aplicações práticas na solução de crimes e em testes de paternidade. Utilizaremos recursos audiovisuais, como apresentações em slides e vídeos demonstrativos, para tornar o aprendizado mais dinâmico e acessível. Após essa introdução teórica, realizaremos atividades práticas, onde os alunos poderão simular investigações criminais e testes de paternidade em cenários fictícios, aplicando os conhecimentos adquiridos. A parte prática será feita simultaneamente dividindo os alunos em grupos. No teste de paternidade será utilizado o EVA para montar o perfil dos possíveis participantes ( no caso possível pai). Nessa dinâmica será escolhido uma mãe, uma criança e dois possíveis pais e de acordo com cada perfil montado nos EVAs eles tem que descobrir quem é o possível pai. Na dinâmica de solução de crimes o EVA também será utilizado para a montagem dos perfis de sequência de DNA. A turma será dividida em grupos de dez pessoas onde serão entregues envelopes para cada um com as sequências de DNA, que indicarão os inocentes e o criminoso.

GIGLIO, Maria Rita; FURTADO, Luciana. Manual de Criminalística. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2019. MARRA, Eduardo. Investigação Criminal: Teoria e Prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2020. PEREIRA, Jorge A. Testes de Paternidade: Ciência e Ética. São Paulo: Editora Planeta, 2018.

A interação entre a comunidade acadêmica e a sociedade é fundamental para promover o conhecimento científico e sua aplicação prática, como evidenciado pela ação de extensão que introduz o uso da biotecnologia na resolução de problemas cotidianos como a ciência forense em escolas de ensino médio. Esse projeto facilita a construção de um conhecimento coletivo, estimula a curiosidade científica dos alunos e desenvolve habilidades interpessoais, como empatia e comunicação. Ao abordar temas relevantes, como investigação criminal e teste de paternidade, destaca a importância da ciência forense na resolução de problemas sociais. Além disso, a troca de feedback entre a academia e a sociedade contribui para a melhoria contínua das iniciativas, enriquecendo a experiência educacional e fortalecendo o compromisso da academia com o desenvolvimento social.

A ação de extensão que introduz a ciência forense no ensino médio exemplifica a interdisciplinaridade ao integrar conhecimentos de biologia, química, direito e ética, proporcionando uma compreensão holística dos conceitos forenses. Essa abordagem estimula o pensamento crítico dos alunos ao evidenciar as conexões entre diferentes disciplinas. A interprofissionalidade se manifesta na colaboração entre acadêmicos de diversas formações, incluindo biólogos, especialistas em ciências sociais e profissionais da área de Agronomia. Esses profissionais podem contribuir com conhecimentos sobre a aplicação de técnicas forenses em contextos agrícolas, como a análise de contaminação de solos ou a identificação de fraudes em produtos agrícolas, ou teste de paternidade em plantas e animais . Essa cooperação enriquece o aprendizado dos estudantes e demonstra a importância do trabalho em equipe na resolução de problemas complexos, promovendo uma prática profissional mais integrada e eficaz na área da ciência forense.

A integração entre ensino, pesquisa e extensão é um dos alicerces que define a qualidade do trabalho acadêmico e seu papel transformador na sociedade. No contexto da ação "Um dia de Biotecnologia na Escola", essa indissociabilidade permite que o conhecimento produzido na universidade seja compartilhado de forma acessível com estudantes do ensino médio, aproximando a ciência da comunidade. Ao levar conceitos de biotecnologia para investigação forense e teste de paternidade para os jovens, a ação une teoria e prática, permitindo que o aprendizado vá além das salas de aula e laboratórios. Assim, o projeto possibilita que os universitários apliquem seus conhecimentos em atividades que geram impacto social real, ao mesmo tempo em que enriquecem sua formação acadêmica (o que pode contribuir para um melhor desempenho no Enem) e cidadã.

A participação dos graduandos na ação "Um dia de Biotecnologia na Escola" traz impactos profundos em sua formação acadêmica e profissional. Ao conduzir atividades de extensão voltadas para a divulgação científica no ensino médio, os estudantes universitários desenvolvem não apenas suas habilidades técnicas, mas também competências de comunicação, trabalho em equipe e didática. A interação com alunos de diferentes faixas etárias desafia os graduandos a adaptar a linguagem científica de forma que seja compreensível e interessante, o que aprimora sua capacidade de transmitir conhecimento. Além disso, essa experiência desperta nos universitários um senso de responsabilidade social, preparando-os para atuar de forma ética e consciente em suas futuras carreiras. O contato com a comunidade externa fortalece a empatia e a compreensão das diversas realidades sociais, complementando a formação acadêmica com uma vivência prática significativa

Ao aproximar estudantes do ensino médio de temas científicos que raramente sejam contemplados nos planos de ensino da disciplina de Biologia, a ação desperta a curiosidade e amplia horizontes, gerando novas perspectivas acadêmicas e profissionais. A introdução de técnicas forenses, como a investigação criminal e o teste de paternidade, não apenas enriquecem o conhecimento científico dos alunos, mas também os faz refletir sobre questões éticas e sociais, como a justiça e a verdade. Além disso, o impacto do projeto se reflete na formação de uma geração mais crítica, consciente e interessada nas ciências, o que pode ter efeitos duradouros tanto em suas trajetórias pessoais quanto no desenvolvimento social da comunidade como um todo. Ao promover essa interação entre universidade e sociedade, a ação reforça o papel transformador da educação e da ciência.

A ação será divulgada pelas redes sociais