Festas juninas possibilitam o entrosamento por meio de danças, jogos, fogueira e comidas típicas. O momento de entretenimento busca a interação entre a UFVJM e a comunidade, além de promover a redução de ansiedade e estresse. O objetivo é de socializar, descontrair e valorizar as tradições culturais, com fins de desenvolver afetividades e estreitamento com o setor agrário e a sociedade local.

Agronomia; Festa junina; Tradição cultural; Interação; Descontração.

A festa junina, tipicamente brasileira, é uma das festividades mais esperadas e queridas do nosso calendário, repleta de cores, músicas, danças típicas e sabores inconfundíveis. Esta comemoração, descrita pelos folcloristas como uma antiga tradição surgida na Europa no período anterior ao cristianismo e associada ao trabalho agrícola, foi trazida para o Brasil pelos portugueses durante o processo de colonização (TEIXEIRA, 2020). Festas juninas estão presentes em todo o território brasileiro, e são marcadas por aspectos comuns e trazem invariavelmente algumas diferenças regionais, explícitas nos figurinos, coreografias e textos (TEIXEIRA, 2020). Vários elementos foram incluídos com o passar dos anos, no entanto, estas celebrações continuam sendo marcadas pela tradição secular de dançar ao redor do fogo (RIBEIRO, 2002). Tratam-se de festas populares com o intuito de fazer com que o homem se distraia de suas preocupações rotineiras, podendo extravasar sua energia acumulada, dentro dos limites do que é lícito. Isso é, nas circunstâncias atuais, onde cada vez mais o tempo do indivíduo é dividido entre estudo, trabalho e afazeres do dia-a-dia, uma forma importante de quebrar a rotina e aliviar o estresse (LIMA FILHO et al., 2013). Diante do exposto, no momento atual, o Departamento de Agronomia da UFVJM, em parceria com a empresa Júnior Agrovales e o Centro Acadêmico do Curso de Agronomia, tem o prazer de convidar estudantes e servidores, seus familiares e amigos, moradores de Diamantina e região para uma festa junina inesquecível. O principal objetivo dessa celebração é promover a integração e fortalecer os laços entre a comunidade acadêmica e a população local. A Festa Junina no Departamento de Agronomia, denominada ARRAIAGRO, é uma oportunidade para estudantes e servidores, juntamente com a comunidade externa, se reunirem em um ambiente descontraído e festivo, compartilhando momentos de alegria e celebração. Em seus vários formatos, as quadrilhas fazem parte dos repertórios de manifestações culturais das festas juninas do Brasil (MENEZES NETO, 2015). A quadrilha é uma dança coletiva, de origem europeia. Também chamada de quadrilha junina ou quadrilha caipira, acontece nos meses de junho ou julho em todas as regiões do país (ALBUQUERQUE et al., 2020). A dança tem características próprias de um grande baile marcado por interações interpessoais, a partir de uma combinação sonora e harmônica dos participantes (FERREIRA; TEIXEIRA, 2022). Assim, o ARRAIAGRO contará com diversas atrações típicas, que resgatam as tradições caipiras e trazem à tona a riqueza cultural do nosso país. As danças folclóricas serão o ponto alto do evento, com apresentações de quadrilhas juninas repletas de coreografias animadas e trajes coloridos. Os participantes poderão dançar ao som de músicas tradicionais e se divertir com as brincadeiras que fazem parte do universo junino. As comidas típicas são um dos destaques dessa festividade, e não faltarão quitutes deliciosos. Como ressaltado por Lima Filho (2013), é quase impossível imaginar uma celebração sem comida. A comida é parte importante nas festas e celebrações. Assim, barracas serão montadas para oferecer iguarias como pipoca, chá de amendoim, canjica, caldo e muito mais. Os sabores e aromas característicos da gastronomia junina trarão uma experiência gastronômica única, despertando lembranças afetivas e compartilhando a cultura alimentar da região. Além disso, a Festa Junina proporcionará momentos de diversão e entretenimento para todas as idades. Haverá jogos tradicionais, como pescaria e correio elegante, que irão envolver os participantes em uma atmosfera lúdica e animada. A criatividade e originalidade também serão premiadas nos concursos de trajes juninos, onde cada um poderá expressar sua personalidade caipira.

Como as festas juninas apresentam uma apologia ao estereótipo do homem do campo, o curso de Agronomia ressalva a importância dessa manifestação cultural, juntamente com a fartura de alimentos agropecuários que envolve o evento. Ademais, o Centro Acadêmico de Agronomia e a Empresa Júnior - Agrovales, vinculados ao Departamento de Agronomia - DAG, ficam responsáveis por organizar o trabalho em equipe, uma ação extremamente importante para garantir a creditação da extensão os discentes envolvidos. Diante disso, o ARRAIAGRO busca a socialização, a descontração e a valorização das tradições culturais, com fins de desenvolver afetividades e estreitamento com o setor agrário e a sociedade local.

Socializar, descontrair e a valorizar as tradições culturais, com fins de desenvolver afetividades e estreitamento com o setor agrário e a sociedade local, em soma, possibilitar melhorias no bem-estar dos alunos e creditar a extensão.

Oferecer aos participantes do VII Arraiagro momentos de diversão e estreitamento afetivo com o publico interno e externo à UFVJM. Transmitir a valorização das tradições culturais e locais para que possam ser mantidas e apreciadas, tendo o viés da fartura de alimento presente na típica festa junina, a colaboração das atividades agrícolas e a simplicidade do homem do campo. Criar um ambiente de descontração e proximidade entre os envolvidos, incentivando a participação da dança, dos jogos e a comunicação entre os presentes. Desenvolver habilidades de programar evento, organizar e preparar as etapas entre os discentes, fortalecer o trabalho em equipe e as competências técnicas de forma sustentável. Viabilizar horas de extensão aos discentes envolvidos, e aos participantes da quadrilha, possibilitar horas de atividades complementares.

O evento irá para sua oitava edição, o planejamento ocorre de forma rápida e, é realizado pelo Centro Acadêmico do curso de Agronomia e a Agrovales - Empresa Junior. Inicialmente ocorre o recolhimento de doações pelos integrantes envolvidos, as doações são feitas pelos professores e técnicos do Departamento de Agronomia, caso não seja suficiente para compra da matéria-prima, mantimentos que serão usados para preparo de comidas típicas, o evento é ainda custeado com recursos financeiros das entidades envolvidas C.A. e Agrovales. A ornamentação é confeccionada pelos discentes com bandeirolas, flores, balões e demais itens de caracterização do Arraiagro, e são expostos no local apenas no dia do evento, assim como a montagem da fogueira, a cadeia do amor, a estrutura para o bingo, a montagem de barracas, disposição das mesas e cadeiras, bem como a instalação do palco, entre outros. O Preparo das comidas típicas é realizado pelos discentes sob apoio dos coordenadores do evento, seguindo as medidas de boas práticas de fabricação para assegurar a qualidade alimentar de todos os envolvidos no evento. O Arraiagro, embora necessite de horas de organização e preparo antes e depois do evento propriamente dito, é uma ação que tem duração de aproximadamente seis horas, entre 17:00 - 22:00h, repleto de jogos e comidas típicas, seguido da quadrilha, dança que permite o envolvimento de todos os presentes, já que não há preocupação em treinamento da dança, pois a narrativa dos passos ocorre no momento do evento, o que permite a integração de todos os presentes. Ademais, o entrosamento ocorre em torno da fogueira, simbologia presente na festa junina e que mantem todos aquecidos no inverno, período que ocorre o Arraiagro. No dia seguinte ao Arraiagro, os discentes envolvidos no presente evento, se reúnem para limpeza e organização do Departamento de Agronomia (organização do estacionamento, retirada das cinzas da fogueira, das mesas e cadeiras, da ornamentação, limpeza do laboratório de Processamento de produtos de origem vegetal e demais locais usados), esse comprometimento é importante para finalização do evento com êxito, mais um momento onde o trabalho em equipe pode ser notado. Todo o evento será registrado com fotos e vídeos para divulgação nas páginas do Coordenação, C.A. e Agrovales, além de compor material que será usado para confeccionar relatório final dessa presente ação, além de registro histórico para o Departamento de Agronomia, uma vez que o Arraiagro tornou-se uma festa muito esperada entre o público interno e externo. Durante o evento, para não causar desconforto ou atrapalhar o momento festivo, alguns discentes farão um questionário rápido, amostrando presentes da UFVJM e da Comunidade, para levantamento de sugestões e criticas, com fins de obter melhorias para as próximas edições.

ALBUQUERQUE, J. G. M.; FREITAS, A. C.; SILVA, M. F. R.; PAULA, G. C. R.; SILVA, S. M. P.; SOUSA, L. M. S. As quadrilhas juninas e o São João em Sergipe. Revista Psicologia e Saberes, v. 9, n. 14, p. 16-26, 2020. FERREIRA, W. A. A.; TEIXEIRA, F. T. V. A quadrilha junina, dança e festa: integração entre comunidade acadêmica e comunidade externa. Revista Extensão em Foco, Palotina, n. 26, p. 296-306, 2022. LIMA FILHO, D. O.; FLORES, A. B. M.; CAVALCANTI, I. A.; ARCA, N. S.; QUEVEDO-SILVA, F. A homogeneização mundial dos hábitos alimentares: um estudo da vendade alimentos na festa do arraial de Santo Antônio. Pensamento e Realidade, v. 28, n. 4, 2013. MENEZES NETO, H. Música e festa na perspectiva das quadrilhas juninas de Recife. Revista Anthropológicas, v. 26, n. 1, p. 103-133, 2015. RIBEIRO, H. Rotas da fé: festas juninas. Caderno Virtual de Turismo, v. 2, n. 3, p. 24-35, 2002. TEIXEIRA, C. A. As práticas culturais populares e a sua transformação no contexto urbano: um olhar sobre as festas juninas em Belo Horizonte. Mescla, Ouro Preto, v. 1, n. 2, p. 51-66, 2020.

A interação dialógica configura-se como a construção de relações entre a universidade e os diversos setores sociais, pautada no diálogo, na reciprocidade e na troca de saberes, superando o discurso da hegemonia acadêmica (FORPROEX, 2001). Nesse sentido, a relação entre a UFVJM e a comunidade local se estrutura por meio dessa perspectiva dialógica, substituindo a lógica unilateral do saber acadêmico por uma aliança colaborativa com movimentos, setores e organizações sociais. Para Freire (1979), a participação da universidade na sociedade exerce papel fundamental na transição de uma consciência ingênua para uma consciência crítica, capaz de fomentar transformações sociais concretas. Essa transformação só é possível quando há, de fato, uma interação dialógica — ou seja, um encontro entre saberes que reconhece e valoriza os conhecimentos populares e tradicionais. As ações de extensão universitária são, portanto, essenciais nesse processo, pois possibilitam o diálogo efetivo com a sociedade, promovendo uma troca rica e horizontal de conhecimentos. O fortalecimento da relação entre universidade e sociedade visa, sobretudo, ao desenvolvimento social alicerçado em valores humanos e ambientais. Nesse contexto, eventos como a Festa Junina Universitária se destacam como importantes instrumentos de aproximação entre a academia e a comunidade. Por meio de uma dinâmica leve e participativa, essas iniciativas promovem o resgate e a valorização das tradições locais, criando um espaço fértil para o intercâmbio cultural e a construção conjunta de saberes.

Interprofissionalidade, termo usado para definir a atuação conjunta de diversos profissionais dentro de suas áreas de competência, integrando saberes (domínio cognitivo) e compartilhando práticas ou colaborando em atividades complementares (domínio pragmático), processos estes mediados por afetos. Assumindo este conceito de Interprofissionalidade, podemos perceber que ela entra em confronto com a lógica profissional, onde há limites bem estabelecidos para a atuação de cada categoria, regulamentada por leis e fiscalizada pelos conselhos de classe. Consideramos haver assimetrias na permeabilidade entre a interdisciplinaridade e a Interprofissionalidade. A interdisciplinaridade ocorre no campo da organização dos saberes, sendo estes mais facilmente compartilhados, se compararmos com as possibilidades de partilha de práticas e do fazer profissional (ELLERY; BARRETO, 2018). Nesse sentido, a ação Arraiagro permite de forma leve e interativa a interdisciplinaridade e Interprofissionalidade, uma vez que os setores universidade e sociedade se juntam para apreciar a tradição cultural e local.

O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão reflete um conceito de qualidade do trabalho acadêmico que favorece a aproximação entre universidade e sociedade, a autorreflexão crítica, a emancipação teórica e prática dos estudantes e o significado social do trabalho acadêmico. A concretização deste princípio supõe a realização de projetos coletivos de trabalho que se referenciem na avaliação institucional, no planejamento das ações institucionais e na avaliação que leve em conta o interesse da maioria da sociedade (ANDES, 2003). No entanto, é oportuno considerar a necessidade da interação entre a UFVJM e a sociedade, no sentido de explorar questões culturais e temas transversais, envolvendo os setores e os segmentos agrários e a comunidade local. Logo, integrar a comemoração da festa junina com o Departamento de Agronomia, faz um resgate social, via manutenção das tradições, ações solidárias e participativas, em benefício de um momento de descontração e questões culturais. Portanto, ações dessa natureza, envolvem o tripé da indissociabilidade e ainda permitem, ofertar opções de carga horária para estudantes que necessitam de cumprir carga horária em extensão e/ou atividades complementares.

A formação em andamento dos estudantes em ciências agrárias irá favorecer a execução desta ação, uma vez que terão conhecimento amplo das atividades relacionada aos temas aqui indicados, os discentes são conhecedores da fartura de alimentos proporcionada pelo meio rural e das boas práticas de preparo e higienização dos alimentos. Além disso, estarão envolvidos em atividades de equipe e compromissados em atender os visitantes e demais membros da UFVJM. Esse tipo de ação universitária aproxima os estudantes junto à comunidade externa, aprimora e permite a troca, impacta e transforma aqueles que passam pela experiência de formas diferentes e ao mesmo tempo, permite mudanças na formação, na vida pessoal, na sociabilidade e na simples relação com o mundo. Em soma, a ação é leve e favorece a redução do estresse do dia-a-dia, promovendo dentro da universidade, um momento de diversão e lazer, permite ainda a exposição da linguagem corporal e oralidade nos jogos envolvidos. Dessa forma, aprimora ainda as competências para trabalho em equipe e desenvolvimento pessoal e social, pilares tanto na vida de quem recebe os benefícios do projeto quanto no cotidiano dos que o integram.

As festas juninas são manifestações culturais profundamente enraizadas na identidade brasileira, especialmente nas regiões com forte vínculo com o meio rural. Nesse contexto, o projeto Arraiagro surge como uma excelente oportunidade para valorizar e divulgar essa tradição, especialmente entre crianças, jovens e membros da comunidade que, por diferentes razões, ainda não tiveram contato com esse tipo de celebração. O evento destaca elementos simbólicos do cotidiano rural, como a figura do homem do campo, os trajes típicos e a gastronomia baseada na produção agropecuária, reforçando a conexão entre a cultura popular e a atividade agrícola. Para o curso de Agronomia, esse momento representa não apenas uma celebração festiva, mas também um espaço de valorização do campo e de seus saberes, reconhecendo a importância do setor agrícola na formação social e econômica do país. Mais do que um momento de lazer e integração, o Arraiagro tem o potencial de influenciar positivamente a vida de muitas pessoas, funcionando como um instrumento de transformação social. Ele contribui para a formação integral dos estudantes ao integrar ensino, cultura e extensão, por meio da creditação das atividades extensionistas. Assim, o projeto não apenas promove a cultura e oferece um espaço de entretenimento, mas também fortalece os laços entre a universidade e a comunidade, permitindo uma vivência mútua e enriquecedora. É uma forma concreta de traduzir o conhecimento acadêmico em ações práticas, acessíveis e culturalmente relevantes.

Cartazes, mídias sociais, e-mails e Instagrans: @caagronomiaufvjm, @agrovales

O evento caminha para sua oitava edição, consolidando-se como uma ação de destaque no calendário universitário e comunitário, especialmente, para a Fauldade de Ciências Agrárias. Para a realização do VIII Arraiagro, todos os pedidos de autorização estão sendo encaminhados às instâncias competentes e, após as devidas aprovações, o evento será oficialmente realizado. A expectativa é de que o Arraiagro receba um público aproximado de 300 pessoas, o que ampliará as oportunidades de integração entre os Departamentos acadêmicos e a comunidade externa. A crescente adesão reforça o sucesso e a importância do festival, que já se tornou uma celebração tradicional, muito valorizada e aguardada por todos os envolvidos.