Por meio da realização de feiras de trocas, brechós ecológicos e bazares solidários. As ações visam estimular o consumo consciente, a reutilização de bens e a inclusão social, especialmente em bairros periféricos marcados por carência de infraestrutura básica e áreas verdes. Em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o projeto também realizará a distribuição de mudas e ações de reflorestamento urbano, fortalecendo a educação ambiental.

economia circular, sustentabilidade, extensão universitária, consumo consciente, ODS.

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), por meio de suas ações extensionistas, assume um papel estratégico no enfrentamento das desigualdades sociais e ambientais presentes nos territórios em que atua. No caso do Campus do Mucuri, localizado na região sul do município de Teófilo Otoni – MG, observa-se uma realidade desafiadora: bairros periféricos com urbanização precária, ausência de saneamento básico, áreas sem reflorestamento e com acesso limitado a práticas de sustentabilidade e economia solidária (IBGE, 2022). Diante desse cenário, este projeto surge como uma iniciativa transformadora, integrando ações de economia circular — como feiras de troca, brechós ecológicos e bazares solidários —, educação ambiental e reflorestamento urbano. A proposta visa gerar impacto positivo tanto para a comunidade acadêmica quanto para os moradores dos bairros vizinhos, promovendo valores como o consumo consciente, a solidariedade, a regeneração ambiental e a cidadania. O projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, em especial: ODS 1 – Erradicação da pobreza, ao proporcionar acesso a bens de forma gratuita ou a preços simbólicos; ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis, ao fomentar práticas de reutilização e valorização comunitária; ODS 12 – Consumo e produção responsáveis, por estimular o reuso e reduzir o descarte de resíduos; ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima, mediante a promoção de reflorestamento urbano em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF); ODS 15 – Vida terrestre, com incentivo à recuperação de áreas verdes urbanas e periurbanas (ONU, 2015). A adoção de práticas sustentáveis em comunidades vulneráveis está diretamente relacionada à promoção de justiça social e ambiental. Para Amartya Sen (2000), o desenvolvimento está intrinsecamente ligado à ampliação das liberdades das pessoas — o que inclui o acesso a bens, à informação e à participação cidadã. Já Ignacy Sachs (2004) defende um modelo de desenvolvimento que seja includente, sustentável e sustentado, especialmente em contextos periféricos. No campo da educação ambiental, Genebaldo Dias (2012) ressalta a importância de práticas pedagógicas e comunitárias que estimulem o engajamento das pessoas na preservação do meio ambiente, especialmente através de ações simples e cotidianas como o reuso, a troca e o reflorestamento. A economia solidária, por sua vez, representa uma alternativa real de desenvolvimento local e sustentável, conforme destaca Kremer (2011), ao propor uma lógica não apenas de consumo, mas de cooperação e redistribuição social. Assim, o projeto se justifica tanto pela urgência das questões ambientais e sociais enfrentadas pelos bairros do entorno da UFVJM quanto pelo compromisso da universidade em promover transformação por meio da extensão universitária, aproximando saberes acadêmicos e populares em prol de uma sociedade mais justa, inclusiva e ecologicamente equilibrada.

A região sul de Teófilo Otoni, onde se localiza o Campus do Mucuri da UFVJM, é marcada por vulnerabilidades sociais e ambientais, como ausência de saneamento básico, urbanização precária e escassez de áreas verdes (IBGE, 2022). Diante desse cenário, torna-se urgente promover ações integradas que estimulem a sustentabilidade, o reaproveitamento de recursos e a inclusão social. Este projeto propõe feiras de troca, brechós ecológicos e bazares solidários como estratégias de economia circular e solidária, incentivando o reuso de bens e a construção de hábitos de consumo consciente (KREMER, 2011). Além disso, a distribuição de mudas de plantas, em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), contribui com o reflorestamento urbano e o engajamento ambiental da comunidade (DIAS, 2012). A iniciativa está alinhada à Agenda 2030 da ONU, especialmente aos ODS 1, 11, 12, 13 e 15 (ONU, 2015), e se ancora na perspectiva de desenvolvimento includente e sustentável (SACHS, 2004) e na valorização das liberdades e da cidadania ativa (SEN, 2000). Dessa forma, o projeto se justifica pela sua relevância social, ambiental e educacional, fortalecendo os vínculos entre universidade e comunidade e promovendo transformação local com base na sustentabilidade.

Geral: Promover ações extensionistas de impacto socioambiental por meio da realização de Feiras de Troca, Brechós Ecológicos e Bazares Solidários na UFVJM – Campus do Mucuri. Específicos: Estimular o reuso de roupas, calçados, utensílios e objetos em bom estado, combatendo o descarte precoce; Incentivar a prática da troca como forma de consumo consciente e solidário; Fomentar a economia sustentável com foco na redução de resíduos; Sensibilizar a comunidade sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os ODS 1, 11, 12, 13 e 15; Reforçar o compromisso da UFVJM com a inclusão social e o desenvolvimento regional sustentável; Promover ações de reflorestamento urbano com doação de mudas em parceria com o IEF.

Redução de descarte inadequado de resíduos têxteis e domésticos; Conscientização sobre práticas sustentáveis e economia circular; Aumento da arborização urbana com a doação de pelo menos 200 mudas ao longo do projeto; Fortalecimento dos laços entre universidade e comunidade local; Melhoria da autoestima e protagonismo da população participante, especialmente em situação de vulnerabilidade.

As ações serão realizadas semestralmente, com o apoio de discentes voluntários e parceiros locais. As etapas incluem: Mobilização e arrecadação: Campanha de arrecadação de roupas, calçados, livros, utensílios domésticos e acessórios entre a comunidade acadêmica e externa; Triagem e organização dos itens: Seleção dos materiais em bom estado e organização dos espaços de exposição; Realização do evento: Montagem da Feira/Brechó/Bazar no campus ou em espaços parceiros nos bairros vizinhos. Os itens serão trocados ou adquiridos por valores simbólicos, revertidos para ações comunitárias (ex: doação de alimentos, mutirões ambientais); Doação de mudas: A cada participação, a pessoa recebe uma muda de planta como incentivo à preservação ambiental; Acompanhamento e avaliação: Relatórios semestrais com indicadores de impacto (número de participantes, itens trocados/doações, mudas entregues, feedback da comunidade).

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Estatísticas Sociais dos Bairros de Teófilo Otoni. Brasília: IBGE, 2022. DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2012. KREMER, Jean-Claude. Economia Solidária e Desenvolvimento Local Sustentável. Revista de Extensão da UFMG, v. 8, n. 2, 2011. ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nova York: Organização das Nações Unidas, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004. SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

A interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade constitui o alicerce das ações propostas neste projeto. Inspirado nos princípios da extensão universitária, especialmente na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, o projeto promove espaços de escuta, troca de saberes e construção coletiva do conhecimento, valorizando tanto o saber científico quanto os saberes populares presentes nas comunidades do entorno da UFVJM – Campus do Mucuri. Por meio das feiras, brechós, bazares e das ações de educação ambiental, cria-se um ambiente participativo onde estudantes, docentes, técnicos e moradores dialogam sobre práticas sustentáveis, consumo consciente e regeneração urbana. Essa interação fortalece os vínculos sociais, amplia a formação cidadã e contribui para a transformação da realidade local de maneira colaborativa, como orientam os marcos da Política Nacional de Extensão Universitária.

A proposta se fundamenta na interdisciplinaridade e na interprofissionalidade como estratégias para ampliar o impacto social e pedagógico do projeto. A natureza das ações — que envolvem economia circular, sustentabilidade ambiental, educação comunitária e inclusão social — exige a articulação entre diferentes áreas do conhecimento, como Direito, Engenharia, Ciências Sociais, Administração, Educação, Saúde e Meio Ambiente. Essa integração permite a construção de soluções mais completas e sensíveis às realidades locais, ao mesmo tempo em que estimula a formação de profissionais com visão crítica, colaborativa e comprometida com a transformação social. A atuação conjunta de estudantes, docentes e técnicos de distintas áreas, somada à parceria com instituições como o IEF, fortalece práticas extensionistas com base na troca horizontal de saberes, promovendo aprendizagens compartilhadas e ações efetivas no território.

O projeto valoriza a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão ao promover ações que articulam saber acadêmico e realidade social. As feiras, brechós e bazares servem como espaços de aprendizado prático, incentivando a reflexão crítica sobre sustentabilidade e economia circular. A pesquisa aplicada fortalece a formação dos estudantes, ao mesmo tempo em que retroalimenta os conteúdos de sala de aula e gera impacto na comunidade. Assim, ensino, pesquisa e extensão se integram na construção de conhecimento comprometido com a transformação social.

A participação dos graduandos nas atividades do projeto proporciona uma formação acadêmica integral e contextualizada, que vai além da teoria tradicional. Ao se envolverem diretamente nas feiras de trocas, brechós ecológicos, bazares solidários e ações de reflorestamento, os estudantes desenvolvem competências práticas, como trabalho em equipe, comunicação, liderança e responsabilidade social. Essa vivência permite o contato com as demandas reais da comunidade, estimulando o pensamento crítico e a capacidade de propor soluções sustentáveis e inovadoras. Além disso, a interação dialógica com diferentes públicos enriquece a compreensão dos desafios socioambientais locais e fortalece o compromisso ético dos futuros profissionais com a promoção da justiça social e ambiental.

O projeto gera transformação social ao promover economia circular, consumo consciente e solidariedade na comunidade local. As feiras, brechós e bazares reduzem o descarte e fortalecem os laços sociais nos bairros periféricos do Campus do Mucuri. A distribuição de mudas, em parceria com o IEF, contribui para o reflorestamento e a melhoria ambiental. Assim, o projeto apoia a inclusão social, a conscientização ecológica e o desenvolvimento sustentável, alinhado aos ODS.

Redes sociais