O processo de envelhecimento está intimamente relacionado ao aumento da prevalência de doenças crônicas e de incapacidade funcional. A literatura científica evidencia de forma consistente os benefícios da fisioterapia em diversas condições que acometem a população idosa, tais como sarcopenia, fraturas por fragilidade, fragilidade, prevenção de quedas e dor crônica. A Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM enfrenta limitações em sua capacidade de atendimento, o que impede que todos os idosos enc

idoso; orientação em saúde; triagem

O envelhecimento populacional constitui uma das mais significativas transformações demográficas, tanto no Brasil quanto no contexto global.1 Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 os idosos representavam 8,2% da população brasileira. Essa proporção tem aumentado de forma expressiva, com projeções indicando que, até 2060, aproximadamente 33,7% da população terá 60 anos ou mais.2 Esse processo de envelhecimento está intimamente relacionado ao aumento da prevalência de doenças crônicas e de incapacidade funcional. 3 Assim, observa-se uma tendência crescente de indivíduos idosos que, embora vivam por mais tempo, convivem com múltiplas condições crônicas e, como consequência, apresentam maior risco de incapacidade funcional e dependência para realização das atividades de vida diária.4 O comprometimento da capacidade funcional entre idosos traz implicações relevantes não apenas para o indivíduo, mas também para a sua família, comunidade e para o sistema de saúde como um todo. A incapacidade funcional aumenta a vulnerabilidade velhice, comprometendo a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.4 A literatura científica evidencia de forma consistente os benefícios da fisioterapia em diversas condições que acometem a população idosa, tais como sarcopenia, fraturas por fragilidade, fragilidade, prevenção de quedas e dor crônica.5,6,7,8,9 A Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM enfrenta limitações em sua capacidade de atendimento, o que impede que todos os idosos encaminhados para reabilitação sejam assistidos, resultando em uma demanda reprimida. Diante desse cenário, o presente projeto tem como objetivo realizar, semestralmente, a triagem de todos os idosos inseridos na lista de espera, com a finalidade de: identificar aqueles com prioridade de atendimento na Clínica; encaminhar os que possam se beneficiar dos diversos projetos de extensão desenvolvidos pelo Departamento de Fisioterapia; levantar demandas para criação de novos projetos de extensão; orientar o indivíduo e a família sobre cuidados domiciliares; e direcionar, quando necessário, para outros profissionais ou serviços de saúde, conforme as necessidades identificadas.

A Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM enfrenta limitações em sua capacidade de atendimento, o que impede que todos os idosos encaminhados para reabilitação sejam assistidos, resultando em uma demanda reprimida, sendo que muitos idosos que se beneficiariam do atendimento de forma imediata ficam sem atendimento evoluindo com incapacidade funcional ou mesmo dependência funcional.

O presente projeto tem como objetivo realizar, semestralmente, a triagem de todos os idosos inseridos na lista de espera, com a finalidade de: identificar aqueles com prioridade de atendimento na Clínica; encaminhar os que possam se beneficiar dos diversos projetos de extensão desenvolvidos pelo Departamento de Fisioterapia; levantar demandas para criação de novos projetos de extensão; orientar o indivíduo e a família sobre cuidados domiciliares; e direcionar, quando necessário, para outros profissionais ou serviços de saúde, conforme as necessidades identificadas.

- Reduzir a lista de espera na Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM para atendimento ambulatorial de idosos. - Oferecer assistência para os idosos da lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM, seja encaminhando para o atendimento em grupo, encaminhando para os projetos de extensão da Fisioterapia, encaminhando para outros profissionais de saúde, ou por meio de orientações domiciliares ao idoso e/ou familiares.

Os idosos (60 anos ou mais) da lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM serão convidados para uma avaliação. A avaliação consiste na identificação das deficiências, limitações, restrições, fatores pessoais e ambientais que contribuem para a funcionalidade do idoso. Para esta avaliação será aplicado escalas e testes específicos para a população idosa como a escala de rastreio de déficit cognitivo 10-CS,10 a escala de Katz,11 para avaliação da dependência nas atividades básicas de vida diária, escala de Lawton & Brody,12 para avaliação de dependência nas atividades instrumentais de vida diária, o Short Performance Physical Battery13, para avaliação da performance funcional, e a escala de participação,14 para avaliação das restrições. A dinamometria manual será avaliada para identificar dinapenia.15 Além disto, será realizada uma avaliação dos sistemas, incluindo a aplicação do questionário de comorbidades,16 e avaliadas especificidades de cada idoso. Idosos com prognóstico de melhora serão atendidos na clínica escola de Fisioterapia, os demais poderão ser encaminhados para o Programa UAI, projeto de Fisioterapia para idosos com osteoartrite de joelho e/ou quadril, Projeto Viver mais e melhor, Prevenção de queda em idosos, melhorando o equilíbrio, Projeto Pulsar: promoção de saúde para pacientes com doença cardiorrespiratória, Fisioterapia aquática para idosas com insuficiência venosa crônica, ou receberão orientações domiciliares e retornarão após um mês para controle. Outras condições crônicas de saúde poderão ser identificadas para criação de novos projetos de extensão.

1. Sander M, Oxlund B, Jespersen A, et al. The challenges of human population ageing. Age Ageing. 2015;44(2):185-7. 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Projeção da População do Brasil por sexo e idade: 2000-2060, 2013. Available from: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2013/default.shtm 3. Chaimowicz F. Os idosos brasileiros no século XXI. Belo Horizonte: Postgraduate; 1998. 4. Alves LC, et al. A influência das doenças crônicas na capacidade funcional dos idosos do Município de São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública 23 (8) • Ago 2007 5. Rodrigues F, Domingos C, Monteiro D, Morouço P. A Review on Aging, Sarcopenia, Falls, and Resistance Training in Community-Dwelling Older Adults. Int J Environ Res Public Health. 2022 Jan 13;19(2):874. doi: 10.3390/ijerph19020874. PMID: 35055695; PMCID: PMC8775372. 6. Denham-Jones L, Gaskell L, Spence N, Pigott T. A systematic review of the effectiveness of Pilates on pain, disability, physical function, and quality of life in older adults with chronic musculoskeletal conditions. Musculoskeletal Care. 2022 Mar;20(1):10-30. doi: 10.1002/msc.1563. Epub 2021 May 24. PMID: 34028164. 7. McDonough CM, Harris-Hayes M, Kristensen MT, Overgaard JA, Herring TB, Kenny AM, Mangione KK. Physical Therapy Management of Older Adults With Hip Fracture. J Orthop Sports Phys Ther. 2021 Feb;51(2):CPG1-CPG81. doi: 10.2519/jospt.2021.0301. PMID: 33522384. 8. Sadjapong U, Yodkeeree S, Sungkarat S, Siviroj P. Multicomponent Exercise Program Reduces Frailty and Inflammatory Biomarkers and Improves Physical Performance in Community-Dwelling Older Adults: A Randomized Controlled Trial. Int J Environ Res Public Health. 2020 May 26;17(11):3760. doi: 10.3390/ijerph17113760. PMID: 32466446; PMCID: 9. Sherrington C, Tiedemann A. Physiotherapy in the prevention of falls in older people. J Physiother. 2015 Apr;61(2):54-60. doi: 10.1016/j.jphys.2015.02.011. Epub 2015 Mar 18. PMID: 25797882. 10. Apolinario D, Lichtenthaler DG, Magaldi RM, Soares AT, Busse AL, Amaral JR, Jacob-Filho W, Brucki SM. Using temporal orientation, category fluency, and word recall for detecting cognitive impairment: the 10-point cognitive screener (10-CS). Int J Geriatr Psychiatry. 2016 Jan;31(1):4-12. 11. Lino VT, Pereira SR, Camacho LA, Ribeiro Filho ST, Buksman S. Cross-cultural adaptation of the Independence in Activities of Daily Living Index (Katz Index) (in Portuguese: Adaptação transcultural da Escala de Independência em Atividades da Vida Diária). Cad Saude Publica. 2008;24(1):103-112. doi:10.1590/s0102-311x2008000100010 12. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica - n.º 19). Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/-cadernos_ab/abcad19.pdf>. Acesso em: 2025. 13. Guralnik JM, Ferrucci L, Pieper CF, Leveille SG, Markides KS, Ostir GV, Studenski S, Berkman LF, Wallace RB. Lower extremity function and subsequent disability: consistency across studies, predictive models, and value of gait speed alone compared with the short physical performance battery. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000 Apr;55(4):M221-31. 14. Dias EN, da Silva JV, Pais-Ribeiro JL, Martins T. Validation of the advanced activities of daily living scale. Geriatr Nurs. 2019 Jan-Feb;40(1):7-12. 15. Fess E. E. (1992). Grip strength. In: Casanova JS, editor. Clinical assessment recommendations.Chicago: American Society of Hand Therapists,41-45. 16. Sangha O, Stucki G, Liang MH, Fossel AH, Katz JN. The Self-Administered Comorbidity Questionnaire: a new method to assess comorbidity for clinical and health services research. Arthritis Rheum. 2003 Apr 15;49(2):156-63.

Este projeto propõe uma troca de saberes entre comunidade acadêmica (docentes/discentes da residência multiprofissional do idoso e do curso de Fisioterapia) e participantes, familiares.

Os participantes do projeto serão encaminhados para outros profissionais de saúde, quando necessário. Será mantido contato e discutido os casos com os profissionais responsáveis pelos atendimentos.

As atividades desenvolvidas pelos discentes irão abarcar o tripé ensino-pesquisa-extensão. Os discentes serão responsáveis pela avaliação, encaminhamento e orientação dos participantes. Os dados das avaliações dos participantes do projeto serão compilados durante a vigência do projeto e apresentados em eventos de extensão e pesquisa. As adequações no projeto serão realizadas mediante busca de evidências na literatura e viabilidade na prática.

As atividades desenvolvidas pelos discentes irão abarcar o tripé ensino-pesquisa-extensão. Os discentes serão responsáveis pela avaliação, devendo identificar as deficiências, limitações e restrições apresentadas pelo idosos e identificar os idosos que têm prognóstico de melhora, os que necessitam de orientações domiciliares para manutenção do quadro ou mesmo aqueles que se enquadram nos critérios de inclusão e exclusão dos projetos de extensão desenvolvidos no Departamento de Fisioterapia e, ainda, se há necessidade de encaminhamento para outros profissionais. Portanto, a participação neste projeto de extensão irá contribuir no aprimoramento do conhecimento e habilidades dos discentes na especialidade Saúde do Idoso. Em decorrência do processo de envelhecimento populacional, o discente poderá, por meio da sua vivência neste projeto, implementar estratégias de rastreio para condições de saúde específicas do idoso em outros espaços.

Esta proposta irá oferecer assistência a muitos idosos que aguardam atendimento na lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM. Também, contribuirá na formação do aluno para atender a pessoa idosa, considerando ser esta uma demanda crescente.

Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM.