As doenças pulmonares crônicas representam uma significativa carga para a saúde global, pois comprometem a qualidade de vida e podem levar à incapacidade. O projeto Ambulatório Multiprofissional de Pneumologia objetiva oferecer cuidado integral aos pacientes diagnosticados com essas doenças, por meio de uma abordagem multiprofissional que integra as áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia. Além disso, busca informar a sociedade sobre temas relacionados à saúde respiratória e ao autocuidado.

Pneumologia; Cuidado integral; Equipe Multiprofissional; Medicina; Fisioterapia; Farmácia

No Brasil, conforme estabelece a Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever do Estado (Brasil, 1988). Assim, compete ao Estado garantir as condições indispensáveis para seu pleno exercício, assegurando o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços voltados à promoção, proteção e recuperação da saúde (Brasil, 1990). A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (Brasil, 2013), garantindo às pessoas e à coletividade condições de bem estar físico, mental e social (Brasil, 1990). Logo, falar de saúde envolve uma série de ferramentas que fazem do homem um ser que sofre e interage com o seu meio, sendo este meio responsável diretamente pelos seus determinantes de saúde. Como vive em sociedade, este se torna também um dos colaboradores para a melhoria ou para a ameaça da saúde de outros indivíduos (Brasil, 1990; Dahlgren & Whitehead, 1991; Buss & Pellegrini Filho, 2007; OMS, 2010). Assim, considerando que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis pela maior carga de morbimortalidade no mundo, acarretando perda de qualidade de vida, limitações, incapacidades, além de alta taxa de mortalidade prematura (WHO, 2011). E que no Brasil, em 2019, mais da metade do total de mortes foram causadas pelas DCNT, com destaque para as doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes e doenças respiratórias crônicas (Brasil, 2021). Em 2021, o Ministério da Saúde publicou o novo Plano de Enfrentamento das DCNT 2021-2030, que destaca a necessidade de desenvolver e implementar políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco. O Plano também prevê o fortalecimento dos serviços de saúde voltados a estas condições, e define diretrizes e ações em três eixos: vigilância, informação, avaliação e monitoramento; promoção da saúde; e cuidado integral (Brasil, 2021). O cuidado às pessoas com doenças crônicas requer atenção multiprofissional, com equipes que integram diferentes saberes e práticas. Esses profissionais atuam de forma articulada, reunindo-se periodicamente para discutir e planejar estratégias conjuntas de intervenção voltadas à população atendida (Brasil, 2013). Neste contexto, o projeto “Ambulatório Multiprofissional de Pneumologia” tem como objetivo promover o cuidado integral ao paciente com diagnóstico de doenças pulmonares crônicas, por meio de uma abordagem multiprofissional que envolve as áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, além de informar a sociedade sobre aspectos relacionados à saúde e ao autocuidado.

As doenças pulmonares crônicas impõem uma imensa carga para a saúde mundial (Wang et al., 2016), uma vez que afetam a qualidade de vida e podem provocar incapacidade nos indivíduos afetados (Brasil, 2010). Em 2017, cerca de 544,9 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com alguma doença respiratória crônica, representando um aumento de 39,8% em relação a 1990. Nesse mesmo ano, essas doenças foram a terceira principal causa de morte global, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares e das neoplasias, com destaque para a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a asma (GBD, 2020). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a DPOC foi a quarta principal causa de morte no mundo, causando 3,5 milhões de mortes em 2021 - o equivalente a aproximadamente 5% de todas as mortes globais. Aproximadamente 90% desses óbitos, entre pessoas com menos de 70 anos, ocorrem em países de baixa e média renda (WHO, 2024). No Brasil, uma revisão sistemática e metanálise publicada em 2020 relatou uma prevalência de DPOC de 17% entre adultos com mais de 40 anos. A maior prevalência foi observada na região Centro-Oeste (25%), seguida pela Sudeste (23%), enquanto a região Sul apresentou a menor taxa (12%) (Cruz & Pereira, 2020). A DPOC é caracterizada por uma obstrução crônica e progressiva do fluxo de ar nos pulmões que não é totalmente reversível. Os pacientes apresentam sintomas como dispnéia, tosse, sibilância, produção de secreção e exacerbações, além de consequências sistêmicas como descondicionamento físico, fraqueza muscular, perda de peso e desnutrição, que contribuem para a gravidade das manifestações clínicas (Brasil, 2024). Já a asma, é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que se caracteriza, clinicamente, por aumento da responsividade dessas vias a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma recorrente e, tipicamente, reversível. Os seus principais sintomas são tosse, sensação de chiado no peito, fôlego “curto” e falta de ar (Brasil, 2021A; GINA, 2024; SBTP, 2024). No Brasil, a asma é uma das doenças respiratórias mais comuns. Estima-se que 23,2% da população conviva com a condição, com variações regionais que vão de 19,8% a 24,9%. Em 2021, foram registrados cerca de 1,3 milhão de atendimentos relacionados à asma na Atenção Primária à Saúde do Sistema Público de Saúde (Brasil, 2022). De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde e Bem-Estar de 2015, 51,2% dos pacientes não têm asma controlada, 36,4% têm asma parcialmente controlada e apenas 12,3% estavam totalmente controlados. Além disso, a asma associou-se negativamente à qualidade de vida relacionada à saúde, à produtividade no trabalho e ao uso de recursos em saúde. O uso excessivo de β2-agonistas de curta duração e a baixa adesão ao tratamento indicam controle inadequado da doença e sugerem a necessidade de implementar novas estratégias terapêuticas no Brasil (Cançado et al., 2019). Estas doenças pulmonares apresentam características sistêmicas, resultantes de alterações funcionais e/ou estruturais em um ou ambos os pulmões. Essas alterações frequentemente evoluem para disfunções nos músculos esqueléticos, contribuindo para a redução da tolerância à atividade física e ao exercício. Neste contexto, a reabilitação pulmonar é um processo abrangente que combina intervenções farmacológicas e não farmacológicas, visando melhorar o controle da dispneia e aumentar a capacidade de atividades físicas e exercícios, restaurando a funcionalidade do paciente, e consequentemente, sua qualidade de vida (Ribeiro, 2015). Neste contexto, uma abordagem multiprofissional e integrada é essencial para o manejo clínico de pacientes com doenças respiratórias crônicas bem como melhorar a qualidade de vida desses pacientes. O médico exerce um papel central no tratamento das doenças pulmonares crônicas, sendo este amplo e multifacetado, englobando desde o diagnóstico até o acompanhamento a longo prazo. No que diz respeito as doenças respiratórias o diagnóstico precoce e preciso se dá pela avaliação pneumológica, com uma anamnese e exame físico detalhados, destacando-se sintomas como tosse, dispnéia, sibilância, expectoração de escarro, além de realização de exames complementares como a Espirometria, radiografia de tórax, tomografia de alta resolução, gasometria arterial, entre outros. Entretanto, nada do que foi citado anteriormente terá benefício se não for garantido ao paciente uma explicação clara sobre a natureza da doença, fatores agravantes (ex.: tabagismo, poluição), a importância do tratamento contínuo, bem como o incentivo à adesão ao tratamento e mudanças no estilo de vida. No campo farmacoterapêutico, deveremos lançar mão da prescrição de broncodilatadores, corticosteroides inalatórios ou orais, antibióticos (em casos específicos), imunobiológicos (em asma grave), entre outros. O ajuste da medicação deverá ser realizado com base na resposta do paciente e gravidade da doença. Já o tratamento não farmacológico trará como pilares a cessação do tabagismo, com suporte com terapias comportamentais e/ou medicamentosas, a reabilitação pulmonar, vacinação, em especial contra gripe, pneumonia, vírus sincicial respiratório e coqueluche. Já a oxigenoterapia suplementar será indicada para casos selecionados. O médico é o coordenador do cuidado nas doenças pulmonares crônicas, com atuação essencial na prevenção de complicações, melhora da qualidade de vida com consequente aumento da sobrevida dos pacientes. O acompanhamento contínuo, personalizado e empático é fundamental para o sucesso do tratamento. O fisioterapeuta, por sua vez, atua de forma significativa nos programas de reabilitação pulmonar (RP). Pacientes portadores de doenças pulmonares crônicas, apresentam limitação da capacidade de exercício, dispnéia, fraqueza muscular periférica e inatividade física que acelera o descondicionamento e piorando suas atividades do dia a dia (Gloeck et al., 2023). Segundo a American Thoracic Society (ATS) A RP tem sido amplamente demonstrada como um dos principais tratamentos não farmacológicos com impactos na redução da dispnéia, melhora da capacidade de exercício e qualidade de vida. A RP é composta por exercícios de fortalecimento, aeróbios e componentes educacionais, mas não se limita a esses aspectos. Apresenta além disso componentes de mudança de comportamento com o intuito de melhora tanto física como mental (Spruit et al, 2013). A atuação do farmacêutico na equipe multiprofissional de cuidado ao paciente com doença pulmonar crônica é fundamental para a promoção do uso racional de medicamentos, a adesão ao tratamento e a melhora dos desfechos clínicos. Esse profissional é responsável por orientar o paciente quanto ao uso correto dos dispositivos inalatórios, identificar possíveis interações medicamentosas e eventos adversos, além de monitorar a resposta terapêutica. Sua atuação também inclui a educação em saúde, contribuindo para o empoderamento do paciente no autocuidado e na prevenção de exacerbações. Dessa forma, o farmacêutico complementa o cuidado clínico oferecido por médicos e fisioterapeutas, fortalecendo a abordagem integral e individualizada no tratamento dessas doenças (Jia et al., 2020; Corcini & Garcia, 2021). Assim, a realização deste projeto de extensão universitária, “Ambulatório Multiprofissional de Pneumologia”, envolvendo profissionais e estudantes da Medicina, Fisioterapia e Farmácia é de extrema importância para o cuidado integral de pacientes com doenças crônicas pulmonares, como a DPOC e a asma. Fundamentado nos principais pilares da extensão universitária — a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a interdisciplinaridade, a transformação social e o diálogo com a comunidade —, esse projeto possibilita a aplicação prática dos conhecimentos acadêmicos em benefício da sociedade, promovendo a educação em saúde, o uso racional de medicamentos, o manejo adequado da função respiratória e a prevenção de exacerbações. Ao integrar diferentes saberes, a iniciativa fortalece a formação crítica e humanística dos estudantes, estimula a produção de conhecimento contextualizado e contribui para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com doenças pulmonares crônicas, reafirmando o compromisso social da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri com a promoção da saúde pública.

Objetivo geral: Promover o cuidado integral e multiprofissional a pacientes com doenças pulmonares crônicas, por meio de acompanhamento clínico, intervenções terapêuticas e ações de educação em saúde, realizadas por estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e para a formação acadêmica universitária crítica, humanizada e socialmente comprometida. Objetivos específicos: - Realizar avaliação clínica integrada dos pacientes, identificando necessidades individuais e promovendo o manejo adequado da doença pulmonar crônica; - Orientar os pacientes sobre o uso correto dos dispositivos inalatórios, o uso racional dos medicamentos e a adesão ao tratamento prescrito; - Desenvolver atividades educativas para promoção do autocuidado, prevenção de exacerbações e melhoria da qualidade de vida dos pacientes; - Estimular a interação e o trabalho colaborativo entre estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, visando a formação multiprofissional e humanizada; - Monitorar os resultados das intervenções realizadas, avaliando a evolução clínica dos pacientes e ajustando as condutas terapêuticas conforme necessário; - Promover a sensibilização da comunidade acadêmica e local sobre a importância do cuidado integral em doenças crônicas pulmonares e o papel das equipes multiprofissionais. - Encaminhamento para a Reabilitação Pulmonar na Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM, para aqueles pacientes indicados. - Encaminhamento para a Acompanhamento Farmacoterapêutico na Farmácia Escola JK, para aqueles em situação de polifarmácia e que demonstrarem dificuldade na gestão da farmacoterapia.

- Atender e acompanhar, no mínimo, 60 pacientes com doenças pulmonares crônicas ao longo do projeto; - Promover 4 encontros interdisciplinares entre estudantes e profissionais das áreas de Medicina, Farmácia e Fisioterapia para discussão de casos clínicos e planejamento das intervenções; - Divulgar os resultados do projeto em eventos científicos; - Garantir a integração efetiva entre ensino, pesquisa e extensão, envolvendo pelo menos 6 estudantes das áreas de Medicina, Farmácia e Fisioterapia em atividades práticas e de investigação durante o projeto; - Realizar, no mínimo, 5 reuniões interprofissionais para planejamento, avaliação e aprimoramento das ações extensionistas, promovendo a interdisciplinaridade e a troca de saberes; - Promover eventos ou rodas de conversa abertas à comunidade, com o objetivo de sensibilizar sobre o cuidado integral às doenças pulmonares crônicas, estimulando a transformação social; - Estimular a pesquisa via produção acadêmica decorrente do projeto, como trabalhos de conclusão, artigos ou apresentações, envolvendo os estudantes e docentes participantes; - Desenvolver e aplicar instrumentos de avaliação participativa que envolvam pacientes e comunidade local, assegurando o diálogo aberto e contínuo com o público atendido; - Contribuir com a melhoria na qualidade de vida dos pacientes atendidos e aprimorar sua autonomia em relação ao autocuidado com doenças pulmonares crônicas; - Promover o encaminhamento dos pacientes indicados ao programa da reabilitação pulmonar da UFVJM, visando a maior integração extensão/graduação e pesquisa.

1. Local de atendimento: Ambulatório de Pneumologia - Campus 1 / UFVJM. 2. Reuniões da equipe: Ambulatório de Pneumologia - Campus 1 / UFVJM e/ou UFVJM e/ou reuniões na modalidade remota, se necessário 3. Desenvolvimento: o projeto será conduzido por uma equipe multidisciplinar e multiprofissional, composta por profissionais e estudantes das áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, por meio de atendimentos clínicos semanais. As atividades serão organizadas em duas fases, conforme descrito a seguir: Primeira fase: consiste na avaliação e acompanhamento integral dos pacientes com doenças pulmonares crônicas pela equipe multidisciplinar (Medicina, Fisioterapia e Farmácia). Quando necessário, os pacientes serão encaminhados para serviços especializados no Campus JK da UFVJM, como a Clínica Escola de Fisioterapia para Reabilitação Pulmonar, e a Farmácia Escola JK, para Acompanhamento Farmacoterapêutico. Também serão realizadas ações de educação em saúde voltadas à comunidade, com foco nas doenças pulmonares crônicas e seus determinantes em saúde, visando à conscientização da população. Segunda fase: esta fase compreenderá o acompanhamento e a avaliação contínua do projeto. Todos os estudantes e profissionais envolvidos deverão preencher, diariamente, as fichas de avaliação e evolução próprias. Paralelamente, serão realizadas reuniões periódicas com a equipe multidisciplinar para discussão de casos clínicos, ajustes nas condutas e aprimoramento das estratégias do projeto. Adicionalmente, serão promovidos eventos científicos voltados e/ou capacitações para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao cuidado integral de pacientes com doenças pulmonares crônicas.

- Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. - Brasil. Lei Nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1882012398/lei-8080-90. - Brasil. Lei Nº 12.864, de 24 de Setembro de 2013. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12864.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%2012.864%2C%20DE%2024,determinante%20e%20condicionante%20da%20sa%C3%BAde. - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis no Brasil 2021-2030 / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021. - Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Asma, 2021A. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2021/20210526_pcdt_relatorio_asma_cp_39.pdf - Brasil. Ministério da Saúde. Saúde Respiratória. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/em-2021-sus-registrou-1-3-milhao-de-atendimentos-a-pacientes-com-asma-na-atencao-primaria-a-saude-1#:~:text=A%20asma%20%C3%A9%20um%20dos,entre%20as%20regi%C3%B5es%20do%20Pa%C3%ADs. - Brasil. Ministério da Saúde. Relatório Preliminar de Recomendação, Medicamento, Furoato de fluticasona/brometo de umeclidínio/trifenatato de vilanterol para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) grave a muito grave (GOLD 3 e 4) com perfil exacerbador e sintomático (Grupo D) 2024. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2024/relatorio-de-recomendacao-no-935-furoato-de-fluticasona - Buss, P. M.; Pellegrini Filho, A. A saúde e seus determinantes sociais. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, v. 17, n. 1, p. 77-93, 2007. - Cançado, J. E. D. et al. Respira project: Humanistic and economic burden of asthma in Brazil. J Asthma, v. 56, n. 3, p. 244-251, 2019. - Corcini, D. S.; Garcia, R. M. A. Atenção farmacêutica a pacientes portadores de DPOC e asma. Revista de APS, v. 23, n. 4, 2021. - Cruz, M. M.; Pereira, M. Epidemiology of Chronic Obstructive Pulmonary Disease in Brazil: a systematic review and meta-analysis. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 11, p. 4547-4557, 2020. - Dahlgren, G.; Whitehead, M. Policies and strategies to promote social equity in health. Institute for Futures Studies, 1991. - GBD Chronic Respiratory Disease Collaborators. Prevalence and attributable health burden of chronic respiratory diseases, 1990-2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet Respir Med., v. 8, n. 6, p. 585-596, 2020. - Global Initiative for Asthma - GINA. Global strategy for asthma management and prevention, 2024. - Gloeckl, R. et al. Prescribing and adjusting exercise training in chronic respiratory diseases - Expert-based practical recommendations. Pulmonology, v. 29, n. 4, p. 306-314, 2023. - Jia, X. et al. Effect of pharmacist-led interventions on medication adherence and inhalation technique in adult patients with asthma or COPD: A systematic review and meta-analysis. J Clin Pharm Ther, v. 45, n. 5, p. 904-917, 2020. - Organização Mundial da Saúde - OMS. Determinantes sociais da saúde: os fatos comprovam. Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde, 2010. - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia - SBTP, 2024. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/dia-mundial-asma-2023/. - Spruit, M. A. et al. ATS/ERS Task Force on Pulmonary Rehabilitation. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: key concepts and advances in pulmonary rehabilitation. Am J Respir Crit Care Med, v. 188, n. 8, e13-64, 2013. - World Health Organization WHO. Chronic obstructive pulmonary disease (COPD), 2024. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/chronic-obstructive-pulmonary-disease-(copd)#:~:text=Chronic%20obstructive%20pulmonary%20disease%20(COPD)%20is%20the%20fourth%20leading%20cause,%2Dincome%20countries%20(LMIC).

O projeto possibilitará o desenvolvimento de uma interação dialógica contínua entre a comunidade acadêmica e a sociedade, por meio do envolvimento ativo de estudantes, técnicos e professores, das áreas de Medicina, Fisioterapia e Farmácia, no cuidado integral a pacientes com doenças pulmonares crônicas. Essa interação se dará não apenas pelo atendimento clínico multiprofissional, mas também pelas ações educativas desenvolvidas diretamente com os pacientes e a comunidade local, criando espaços de escuta, diálogo e troca de saberes. As atividades extensionistas proporcionarão um ambiente de aprendizado mútuo, onde o conhecimento científico e técnico será integrado ao saber dos pacientes e da população atendida, fortalecendo vínculos e promovendo a responsabilização social da UFVJM. Além disso, as reuniões multidisciplinares e os encontros científicos irão fomentar reflexões críticas e a construção coletiva de soluções que atendam às necessidades reais da comunidade no contexto das doenças pulmonares crônicas. O atendimento individualizado dos pacientes pela equipe permitirá diagnósticos dos principais erros ou dúvidas que a população trás referente à sua terapia farmacológica ou não em relação às patologias respiratórias. Dessa forma, o projeto contribuirá para a formação acadêmica humanizada e socialmente comprometida, ao mesmo tempo em que fortalecerá o protagonismo dos pacientes e da sociedade na gestão de sua saúde e no enfrentamento das doenças pulmonares crônicas.

No presente projeto de extensão, a interdisciplinaridade será materializada por meio da integração de distintos campos do saber — Medicina, Fisioterapia e Farmácia —, possibilitando uma abordagem ampliada e abrangente das condições de saúde de pacientes com doenças pulmonares crônicas. Essa articulação entre diferentes áreas do conhecimento favorecerá a construção coletiva de estratégias terapêuticas e educativas, contemplando as múltiplas dimensões que envolvem essas patologias, desde os aspectos clínicos e funcionais até o uso racional de medicamentos. Paralelamente, a interprofissionalidade será caracterizada pela cooperação ativa e coordenada entre profissionais e estudantes das referidas áreas, que compartilharão responsabilidades e tomarão decisões de forma colaborativa no planejamento, execução e avaliação das ações de cuidado em saúde. A atuação integrada das equipes contribuirá não apenas para o aprimoramento da abordagem clínica e terapêutica, mas também para o desenvolvimento de competências colaborativas, comunicacionais e éticas, indispensáveis ao trabalho em equipe no contexto da atenção integral à saúde. Dessa forma, ao incorporar práticas interdisciplinares e interprofissionais, o projeto reafirma seu compromisso com uma formação acadêmica crítica, humanizada e socialmente comprometida, ao mesmo tempo em que contribui de maneira significativa para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com doenças pulmonares crônicas.

A extensão universitária é uma dimensão em constante mudança e construção de novos saberes, cuja articulação constante com o ensino e com a pesquisa é fundamental para que as demandas sociais sejam respondidas, promovendo uma relação transformadora entre a universidade e a sociedade, contribuindo para a construção de uma formação acadêmica comprometida com a realidade social. No contexto deste projeto de extensão, tal princípio se concretizará por meio da articulação entre as atividades práticas desenvolvidas junto aos pacientes com doenças pulmonares crônicas e à comunidade, os saberes teóricos trabalhados em sala de aula e a produção de conhecimento científico a partir das demandas sociais identificadas no território. A atuação direta de estudantes e profissionais nas ações de cuidado possibilitará uma vivência concreta dos conteúdos curriculares, ancorada em experiências reais e significativas. Essa inserção territorial permite que o ensino se realize de forma contextualizada, crítica e problematizadora, favorecendo o desenvolvimento de competências clínicas, éticas, comunicacionais e humanísticas fundamentais à formação em saúde. O surgimento de novos casos clínicos demanda investigação aprofundada, o que estimula a pesquisa e fortalece o processo de aprendizagem, permitindo que os conhecimentos adquiridos em sala de aula sejam aplicados e ressignificados na prática. Ao mesmo tempo, o retorno desses saberes ao paciente e à equipe de saúde consolida a extensão universitária, promovendo a integração entre academia e comunidade e contribuindo para a melhoria da assistência e da formação profissional. Além disso, os desafios e aprendizados oriundos das práticas extensionistas alimentam a pesquisa, promovendo a produção de conhecimento relevante e aplicado, em diálogo com os princípios do Sistema Único de Saúde.

A participação dos graduandos neste projeto de extensão contribuirá significativamente para formação acadêmica crítica, humanizada e socialmente comprometida. Os estudantes dos cursos de Medicina, Fisioterapia e Farmácia desenvolverão competências e habilidades técnicas ao vivenciarem a prática clínica em contextos reais, fortalecendo a integração entre teoria e prática. Além disso, o envolvimento em intervenções terapêuticas e ações de educação em saúde permitirá o desenvolvimento de competências comunicacionais e éticas, ampliando a compreensão sobre a importância do trabalho em equipe multiprofissional, do respeito à diversidade e da escuta qualificada. Assim, esse projeto permitirá a formação humanizada e multiprofissional, exigência comum a todos os cursos da saúde, refletindo o compromisso com a prática colaborativa e com a atenção integral e centrada no ser humano.Essa vivência extensionista fortalecerá o compromisso social, a visão crítica sobre o processo saúde-doença e a capacidade de atuar de forma resolutiva e sensível às necessidades da população no contexto das doenças pulmonares crônicas, em consonância com os princípios do SUS.

Este projeto de extensão promoverá impacto e transformação social ao oferecer cuidado integral e multiprofissional a pacientes com doenças pulmonares crônicas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e o fortalecimento do autocuidado. Ao atuar diretamente nas demandas da comunidade, amplia o acesso à saúde, valoriza o saber popular e promove o protagonismo dos pacientes. Além de beneficiar os usuários, fortalece o vínculo entre universidade e sociedade, formando profissionais mais comprometidos com a equidade e a justiça social. Assim, reafirma a extensão como um instrumento de cidadania e transformação.

A divulgação deste projeto de extensão poderá ser feita das seguintes maneiras: Redes sociais e mídias digitais; Site Institucional e Portais da UFVJM; Eventos e Feiras de Saúde; Materiais Impressos e Informativos; Artigos e Apresentações Acadêmicas.