Realizar o projeto Caminhos das Águas - Fortalecendo Fazeres e Saberes Artísticos e Culturais, composto pela a Trilha Formativa Educação dos Sentidos para fazer sentido: Arte como estratégia de comunicação, no formato presencial e oferta de Bolsas/Premiação Cultural para fortalecimento de olhinhos d´agua, a partir da Metodologia Caminhos das Águas. A proposta é uma ação estratégia do Ministério da Cultura que será desenvolvida em parceria com a Diretoria de Cultura da Proexc/UFVJM.

Cultura - Agentes Culturais - Comunidades Tradicionais - Formação - Política Cultural - Projetos Culturais

O "Projeto Caminhos das Águas" é uma ação desdobrada do Programa Olhos d’água, que foi idealizado após o Seminário Nacional de Cultura e Educação de 2023, visando recompor políticas públicas conjuntas entre os Ministérios da Cultura e da Educação e colher subsídios para a democratização do conhecimento e do acesso à cultura. Uma das soluções apresentadas no Grupo de Trabalho sobre formação artística foi justamente a formação com foco em interculturalidades, reconhecimento de culturas/artes/saberes, valorização da produção cultural comunitária e parceria com organizações da sociedade civil para o desenvolvimento de projetos. Este projeto se propõe a replicar e adaptar essa estratégia, levando formação de qualidade a lugares distantes dos grandes centros urbanos e alcançando populações ribeirinhas, indígenas, quilombolas, e outras comunidades em situação de vulnerabilidade social. A metodologia prioriza a atuação de educadores, artistas, arte-educadores e agentes culturais da própria localidade, promovendo uma perspectiva de valorização dos saberes territoriais. O papel da coordenação pedagógica nacional é o de articular, orientar e acompanhar as ações formativas em cada local, mantendo a unidade conceitual do projeto e fortalecendo os vínculos entre instituições parceiras. Cada ciclo de formação se encerra com a submissão dos projetos culturais elaborados à Premiação Olhinhos d’Água, possibilitando uma experiência concreta de leitura de edital, inscrição de projeto, devolutiva formativa e execução com acompanhamento e prestação de contas. O arco formativo do Caminhos das Águas permite que os participantes atravessem um percurso que vai do reconhecimento de si como agente cultural à criação de um projeto próprio com potencial de transformação territorial, da seguinte forma: i) Educação dos sentidos: amplia repertórios, sensibiliza os olhares, aprofunda as percepções do ser artista, artesã(ão), mestra(e) do saber, agente cultural por meio de práticas arte-educativas e educomunicativas; ii) Laboratório de elaboração de projetos culturais: apresenta e instiga a experiência de escrever um projeto cultural para participar de editais; e iii) Premiação cultural Olhinhos d’água: recebe projetos elaborados por cursistas e seus coletivos, possibilitando a experiência de participar de um edital, ser selecionado ou não, receber devolutivas, implementar e prestar contas do projeto executado. Para 2025, a proposta é que o Projeto "Caminho das Águas" alcance mais 5 (cinco) localidades, sendo que duas ou três delas (como o caso de Janaúba/MG), serão de retorno. Assim, os Educadores Formadores Matriciais formarão Educadores Formadores Referenciais Regionais-Locais e os acompanharão, podendo estender a formação para outros campi e regiões da UFVJM.

O Projeto Caminhos das Águas foi concebido para fortalecer os fazeres e saberes artísticos e culturais em territórios historicamente marginalizados no acesso a políticas públicas, formações e editais de fomento à cultura. Partindo do princípio da equidade e do direito universal à cultura, o projeto busca atuar em regiões ribeirinhas, quilombolas, indígenas e do interior do país, onde a presença de ações formativas ainda é escassa. A partir da análise dos dados do Edital Olhos d’Água – Escolas Livres de Arte, observou-se uma concentração de projetos oriundos das capitais e regiões Sul e Sudeste. Com isso, tornou-se fundamental interiorizar as ações formativas e criar uma rede de agentes culturais capazes de articular, propor e implementar projetos que dialoguem com os saberes locais e com as ferramentas oferecidas pela educomunicação, pelas artes e pela gestão cultural. Em 2025, o projeto será realizado em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e a Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom), mantendo como eixo estruturante a trilha "Educação dos Sentidos para Fazer Sentido: arte como estratégia de comunicação", com conteúdos atualizados e adaptados às realidades de cada território. Esta edição do projeto marca também o aprimoramento da metodologia Caminhos das Águas, com avanços em quatro frentes principais: (1) desenvolvimento de um método estruturado de seleção das localidades de atuação; (2) proposta de escalabilidade metodológica em formato modular/matricial; (3) estruturação da formação em três etapas articuladas; e (4) lançamento de um edital de chamamento público para universidades públicas vinculadas à interiorização do ensino superior. Buscando fortalecer as redes de mestras e mestres dos saberes e a relação das universidades e seus municípios

Objetivo Geral Promover a formação de agentes culturais em territórios periféricos e interioranos, por meio da trilha formativa "Educação dos Sentidos para Fazer Sentido", fortalecendo práticas artísticas, educomunicativas e comunitárias, com base na Metodologia Caminhos das Águas. Objetivos Específicos Ampliar repertórios sensíveis e críticos sobre arte, cultura e comunicação em diferentes territórios. Estimular o autorreconhecimento das pessoas participantes como agentes culturais em seus contextos. Desenvolver habilidades para elaboração de projetos culturais e participação em editais públicos. Valorizar os saberes locais, fortalecendo a atuação de educadores, mestres e artistas da própria comunidade. Estabelecer redes de colaboração entre instituições locais, universidades e coletivos culturais. Oferecer apoio à implementação de projetos elaborados por cursistas, por meio da premiação cultural Olhinhos d’Água. Formar educadores-articulares regionais para se tornarem referência em suas localidades.

Ação 1 – Chamamento de universidades públicas Meta 1.1 Edital de chamamento para universidades federais e estaduais vinculadas ao processo de interiorização do ensino superior (REUNI), com vistas à seleção das localidades de atuação e ao fortalecimento da rede de parcerias institucionais entre o Ministério da Cultura e as instituições públicas de ensino superior. Produto 1.1 – Relatório com lista de universidades inscritas e selecionadas Ação 2 – Etapas formativas – Caminhos das Águas Meta 2.1 Curso de Extensão (30h online): aberto ao público, com base nos conteúdos da trilha "Educação dos Sentidos". Produto 2.1. Relatório com lista de presença, fotografias, avaliação de participantes. Meta 2.2. Curso de Aperfeiçoamento (180h): voltado a bolsistas selecionados entre os cursistas da Etapa 1, formando multiplicadores educadores-articuladores. Produto 2.3 Relatório com lista de presença, fotografias, avaliação de participantes educadores articuladores Meta 2.3. Realização presencial da Trilha Formativa: Formação Presencial Localizada: cada grupo de 3 bolsistas atua como educador-articulador local em uma das 5 localidades, formando cerca de 30 agentes culturais em cada território, a partir da Trilha "Educação dos Sentidos para Fazer Sentido" em 5 localidades distintas, priorizando territórios ribeirinhos, indígenas, quilombolas. A formação será oferecida em formato imersivo, com cinco dias consecutivos de encontros presenciais (carga horária de 30 a 40h), articulando módulos temáticos com o Laboratório de Elaboração de Projetos Culturais. Produto 2.3 Relatório com lista de presença, fotografias, avaliação de participantes e de formadores de cada uma das 5 localidades Meta 2.4. Realização do Seminário Caminhos das Águas - Fortalecendo Fazeres e Saberes Artísticos e Culturais na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) Produto 2.4. Relatório com lista de presença, fotografias, avaliação de participantes. Ação 3 – Premiação Cultural Olhinhos d’Água Meta 3.1 Lançar edital de premiação voltado exclusivamente para os projetos elaborados no Laboratório de Elaboração de Projetos, selecionando até dois projetos de cada uma das 4 localidades (8 no total) para receber apoio financeiro, orientação pedagógica e devolutivas da banca de pareceristas. Os projetos deverão ser implementados até o final do projeto, com prestação de contas simplificada e foco em impacto comunitário. Produto 3.1 Lista de projetos aprovados e relação de bolsas implementadas

A metodologia do "Caminhos das Águas" estrutura a formação de agentes culturais por meio de um processo formativo abrangente e contínuo, focado na multiplicação de conhecimentos e práticas nos territórios locais. Esta abordagem pedagógica se fundamenta na Educação dos Sentidos e incorpora um Laboratório de Elaboração de Projetos Culturais. O processo da metodologia "Caminhos das Águas" inicia-se com ações pré-formação, que incluem mapeamento, articulação local e contato com agentes culturais. Segue-se a seleção e formação dos educadores-mobilizadores (educadores-articuladores) na Metodologia Caminhos das Águas, que abrange os módulos de Educação dos Sentidos e Laboratório de Elaboração de Projetos. A formação prevê encontros presenciais, sendo um inicial, concebido como um espaço imersivo de troca de experiências e formação, e um final, dedicado à avaliação. Para garantir a continuidade e a qualidade da formação, são realizados encontros online de Educação Permanente. Estes encontros visam a articulação territorial, o acompanhamento das formações nos territórios e a reflexão sobre a prática, constituindo um grupo formativo que acompanha todo o processo do Caminhos das Águas em diferentes localidades. A Educação Permanente envolve diversos atores, como os formadores do Curso de Aperfeiçoamento, os Coordenadores Educativos do Caminhos das Águas e os Educadores Caminhos das Águas. Alguns destes podem assumir o papel de Educadores-Referência, acompanhando os cursistas ao longo de todo o processo. O projeto também prevê a cobertura dos custos de aplicação da formação nos territórios. Os educadores-articuladores participam de um processo avaliativo contínuo e podem compartilhar suas experiências. Debates sobre questões culturais dos territórios são igualmente parte integrante da metodologia. O cerne da formação, portanto, desdobra-se em duas modalidades principais com certificação UFVJM: um curso de extensão, com duração de 30h e um curso de aperfeiçoamento, com duração total de 180h (que incluem as horas do curso de extensão). O Curso de Aperfeiçoamento é direcionado para a formação de educadores-articuladores, que são também os cursistas selecionados. Estes educadores-articuladores, que podem receber bolsas custeadas pelo Ministério da Cultura (com um valor maior no mês de aplicação das atividades), vinculam seu trabalho a um processo formativo contínuo do Caminhos das Águas, com o objetivo primordial de atuar como multiplicadores na formação de agentes culturais locais. A seguir, detalhamos cada uma das etapas formativas: Etapa Formativa 1 – Curso de Extensão (30h on- line): voltado à ampliação de repertórios e à introdução dos conceitos de arte, educomunicação e cultura como direito. Utiliza os conteúdos da trilha "Educação dos Sentidos para Fazer Sentido", com representantes das IES inscritas / selecionadas. Mais a apresentação da metodologia caminhos das águas e uma reflexão sobre a importância a realização de processos formativos artísticos e culturais para os públicos que atuamos. Etapa Formativa 2 – Curso de Aperfeiçoamento (180h on-line ou híbrida): destinado a bolsistas selecionados entre os participantes do curso de extensão. Além dos 30h já cursados, terão 120h adicionais de formação teórico-prática, aprofundando conteúdos artísticos, metodologias participativas, elaboração de projetos, mediação cultural e articulação territorial. Esta etapa compreenderá o processo de formação de educadores-articuladores, que durante o aperfeiçoamento entrarão em contato com as comunidades que receberão a formação, fazendo o diagnóstico, mapeamento, busca por parcerias locais. A formação utilizará a estratégia de Educação Permanente, na qual os bolsistas educadores-articuladores farão encontros de Trocas de Experiências e Saberes. O grupo de participantes será selecionado a partir da participação na Etapa Formativa 1. Etapa Formativa 3 – Formação Presencial de Agentes Culturais locais: os bolsistas atuarão como educadores-formadores em suas próprias localidades ou regiões próximas. Cada trio de educadores será responsável por formar até 30 agentes culturais locais, conduzindo presencialmente a trilha formativa e o laboratório de elaboração de projetos culturais, preparando para a Premiação Cultural Olhinhos d’Água. Etapa de Olhinhos d’água: Lançamento do edital, seleção de projetos culturais, implementação da premiação (valor / bolsa?), acompanhamento e recepção de relatórios. Etapa de Relatório Final: Elaboração do Relatório do projeto, com informações sobre os processos, resultados e reflexões de educadores-articuladores. Pode ser feito como Livro, seguindo o modelo do Caminhos das Águas 2024.

MINISTÉRIO DA CULTURA (Brasil). Plano de Trabalho 2025: Projeto Caminhos das Águas: Fortalecendo Fazeres e Saberes Artísticos e Culturais. [S.l.]: [s.n.], 2025. Plano de Trabalho. ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. 1981.RUBIM, Albino. Política cultural e gestão democrática no Brasil. 2018. AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.HOOKS, Bell et al. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, v. 2, 2013. BAETA, Alenice. Comunidades Tradicionais em Minas Gerais - Territórios, Direitos e Segurança. CEDEFES, s/d CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas, poderes oblíquos. São Paulo: EDUSP, p. 283-350, 1997. COELHO, Teixeira. Cultura e educação. Iluminuras e Itaú Cultural, 2011. CUESTA, Amanda; FICAGNA, Fernanda; NUNES, Eunice Pereira dos Santos; SILVA, Mauricio Virgulino. Projeto Caminhos das Águas [livro eletrônico]: fortalecendo fazeres e saberes artísticos e culturais: relatório 2024. São Paulo: Estúdio Cais - Projetos de Interesse Público, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/cultura/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Editora Paz e terra, 2014. MENCARELLI, Fernando; COELHO, Marcos Dias. FORCULT: instrumento para implementação de política cultural e planos de cultura nas IPES. 2020.

O presente projeto é fruto da parceria com o Ministério da Cultura, como etapa formativa do Projeto "Caminhos das Águas" (MinC) que estabelece uma interação dialógica profunda entre a comunidade acadêmica e a sociedade, especialmente com territórios historicamente marginalizados, visando a descentralização e democratização do acesso à cultura no Brasil. Essa interação não se limita a uma via única de transmissão de conhecimento, mas promove um intercâmbio e uma valorização dos saberes locais. Os cursos de aperfeiçoamento e extensão, certificados pela UFVJM, incluem tanto cursistas e educadoras-articuladoras para a formação de agentes culturais locais (que se tornam referências em suas localidades), com processo avaliativo contínuo. O caráter multiplicador que gera na sociedade, após a formação de agentes culturais locais, aptos à submissão de propostas em editais culturais, ilustra esse processo dialógico e transformador entre universidade e sociedade. Este é um processo colaborativo que empodera comunidades, valoriza seus saberes e promove o desenvolvimento cultural autônomo em áreas que tradicionalmente carecem de tais oportunidades, gerando benefícios tangíveis e duradouros para todos os envolvidos.

O projeto "Caminhos das Águas" integra a interdisciplinaridade em sua essência, ao conceber a Trilha Formativa "Educação dos Sentidos para Fazer Sentido: Arte como estratégia de comunicação". Esta trilha se propõe a ampliar repertórios sensíveis e críticos sobre arte, cultura e comunicação, promovendo práticas artísticas, educomunicativas e comunitárias. A formação é desenhada para ser adaptada aos múltiplos contextos das localidades, incluindo regiões ribeirinhas, indígenas e quilombolas. A interdisciplinaridade também se manifesta nos conteúdos do Laboratório de Elaboração de Projetos Culturais, que aborda a estrutura de projetos e editais em diferentes níveis. A interprofissionalidade é um pilar fundamental do projeto, evidenciada pela diversidade de atores envolvidos e pelas redes de colaboração que busca estabelecer. O projeto visa o fortalecimento de parcerias institucionais entre o Ministério da Cultura e universidades públicas. Para a realização das formações, a metodologia prioriza a atuação de educadores, artistas, arte-educadores e agentes culturais da própria localidade, incluindo profissionais de Libras e do audiovisual, para valorizar os saberes territoriais. Os educadores-articuladores são formados em um Curso de Aperfeiçoamento (180h) que aprofunda conteúdos artísticos, metodologias participativas, elaboração de projetos, mediação cultural e articulação territorial, preparando-os para atuar como referências em suas comunidades e formar outros agentes culturais. Os benefícios dessa abordagem interdisciplinar e interprofissional são multiplos. Ela permite a interiorização das ações formativas, democratizando o acesso à cultura em territórios historicamente marginalizados. A valorização dos saberes locais e a formação de agentes culturais capacitados para elaborar e implementar projetos com impacto comunitário contribuem para o autorreconhecimento dos participantes como agentes culturais. Além disso, a articulação com universidades públicas e a criação de uma rede de educadores e articuladores culturais garantem a multiplicação sustentável da metodologia "Caminhos das Águas" e o estabelecimento de vínculos duradouros entre as instituições e as comunidades.

O projeto "Caminhos das Águas" reflete a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão ao integrar ativamente a comunidade acadêmica em suas múltiplas fases e objetivos. A dimensão do ensino é central, evidenciada pelo chamamento e parceria com universidades públicas, como a UFVJM (produção e certificação de cursos). A oferta de um Curso de Extensão (30h online) aberto ao público e, principalmente, um Curso de Aperfeiçoamento (180h) para bolsistas selecionados, visa formar multiplicadores educadores-articuladores. Estes cursos aprofundam conteúdos artísticos, metodologias participativas e elaboração de projetos, preparando os participantes para atuar como referências em suas comunidades, ampliando repertórios sensíveis e críticos sobre arte, cultura e comunicação. A interface com a pesquisa é percebida na base que justifica o projeto e na sua metodologia. A própria concepção do "Caminhos das Águas" parte de uma análise de dados, como os do Edital Olhinhos d’Água, que revelaram a concentração de projetos em capitais, motivando a interiorização das ações formativas. Além disso, a Etapa Formativa 2, do Curso de Aperfeiçoamento, prevê que os bolsistas educadores-articuladores façam diagnóstico, mapeamento e busca por parcerias locais, atividades que se assemelham à coleta de dados e compreensão do contexto, fundamentais para uma intervenção qualificada. O projeto também se propõe a produzir relatórios, materiais pedagógicos e memoriais documentais, incluindo um Livro-Relatório, que sistematizam as experiências e resultados, servindo como base para futuras reflexões e aprimoramentos. Já a extensão permeia todas as ações do projeto, sendo sua força motriz. O "Caminhos das Águas" é concebido para levar formação artística e cultural diretamente aos territórios no acesso a políticas públicas, formações e editais de fomento à cultura em seus territórios, incluindo regiões ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Os educadores-articuladores, formados pela academia, atuam presencialmente nessas localidades, conduzindo a Trilha Formativa e o Laboratório de Elaboração de Projetos Culturais. A culminância desse processo é a Premiação Cultural Olhinhos d’Água, que apoia financeira e pedagogicamente a implementação de projetos culturais elaborados pelos próprios cursistas, com forte impacto comunitario. Essa abordagem integrada não só democratiza o acesso ao conhecimento e à cultura, mas também fortalece as redes de mestres dos saberes locais e estabelece vínculos duradouros entre as universidades, o Ministério da Cultura e as comunidades, demonstrando a aplicação prática e transformadora do saber acadêmico na sociedade.

Os estudantes que participarem deste projeto (não só os oriundos das Ciências Humanas, mas de todas as áreas do conhecimento abrangidas pela UFVJM) terão a chance de absorver e aprofundar no momento político-cultural do país, as recentes conquistas, as leis de incentivo e editais de fomento à cultura, de forma significativa, enriquecendo sua formação acadêmica por meio de diversas frentes de atuação e capacitação.

O projeto "Caminhos das Águas" busca gerar um impacto social e transformação significativa ao atuar diretamente em territórios marginalizados no acesso a políticas públicas e fomento cultural, como regiões ribeirinhas, quilombolas e indígenas, onde a oferta de ações formativas é escassa. Sua principal motivação é interiorizar as ações formativas, rompendo com a concentração de projetos em capitais, e promover o direito universal à cultura. Ao focar na formação de agentes culturais nessas localidades, o projeto visa ampliar repertórios e estimular o autorreconhecimento dos participantes como agentes culturais em seus próprios contextos, fortalecendo práticas artísticas, educomunicativas e comunitárias. A transformação é catalisada pela metodologia que prioriza a valorização dos saberes locais, incentivando a atuação de educadores, artistas e arte-educadores da própria comunidade, que conhecem seu povo. Os participantes desenvolvem habilidades para elaboração de projetos culturais e para a participação em editais públicos, um passo fundamental para a autonomia e sustentabilidade das iniciativas locais. O ponto culminante desse processo é a "Premiação Cultural Olhinhos d’Água", que oferece apoio financeiro e pedagógico para a implementação de projetos elaborados pelos próprios cursistas, garantindo que as ideias se tornem ações concretas com foco em impacto comunitário. Como resultado, o projeto espera gerar a criação de pelo menos 10 projetos culturais autorais com potencial de impacto comunitário. Além disso, ele visa à ampliação da rede de educadores populares, artistas e articuladores culturais com base territorial e formação especializada, e o estabelecimento de vínculos mais duradouros entre o Ministério da Cultura, instituições de ensino superior e territórios populares em situação de vulnerabilidade. Essa abordagem integrada e focada no empoderamento local possibilita a multiplicação sustentável da metodologia e a geração de experiências replicáveis para outras regiões, assegurando uma transformação social duradoura e capilarizada. A UFVJM entra como uma entre cinco localidades (Janaúba/MG) a serem atendida pelo projeto “Caminho das Águas”.

A divulgação do Projeto e da etapa Janaúba/MG será realizada pelos canais oficiais de comunicação da UFVJM (canal de notícias e e-mails institucionais), redes sociais da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura e informativos impressos.

Publicação de livro