Trata-se de um programa que envolve ações voltadas para a saúde da mulher como planejamento reprodutivo, capacitação dos profissionais da saúde quanto ao pré-natal, parto, puerpério, climatério dentre outros. Ações serão realizadas para empoderamento das mulheres, combate a violência de diferentes tipos, respeitando a autonomia e as escolhas das mulheres

acesso, planejamento familiar, saúde, enfermagem

.A saúde da mulher constitui-se em um campo estratégico para a promoção da qualidade de vida, equidade social e garantia de direitos humanos. Ao longo da história, o cuidado com a saúde feminina esteve frequentemente restrito à esfera reprodutiva, desconsiderando a mulher em sua integralidade, singularidade e autonomia. Entretanto, o avanço das políticas públicas e a crescente mobilização social têm ampliado o entendimento de que a saúde da mulher abrange todas as etapas de sua vida, do ventre ao envelhecimento, contemplando aspectos físicos, psíquicos e sociais. No Brasil, iniciativas como a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) reforçam a importância de uma abordagem que vá além do pré-natal e do parto, incluindo também ações relacionadas ao planejamento reprodutivo, ao climatério, ao enfrentamento da violência de gênero e à valorização da autonomia das mulheres. Ainda assim, persistem desafios significativos, como a dificuldade de acesso a serviços de saúde qualificados, a carência de profissionais capacitados para oferecer atendimento humanizado e a naturalização de práticas discriminatórias que fragilizam o cuidado integral. Nesse contexto, o projeto de extensão “Saúde da mulher: do ventre à vida livre” propõe a articulação entre ensino, serviço e comunidade, buscando promover a saúde integral da mulher em diferentes fases de sua vida. Por meio de ações educativas, de capacitação de profissionais e de fortalecimento das redes de apoio, pretende-se contribuir para o empoderamento feminino, a prevenção da violência, promoção da saúde e a ampliação da autonomia das mulheres em suas escolhas. Ao valorizar a mulher como sujeito de direitos e protagonista de sua história, o projeto almeja não apenas impactar positivamente a assistência em saúde, mas também colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e livre de violências.

;A saúde da mulher é uma dimensão fundamental da saúde pública, demandando atenção especial desde a concepção até o envelhecimento. Contudo, persistem desafios como a violência de gênero, a insuficiência de serviços especializados e a baixa adesão de profissionais de saúde a práticas humanizadas e integradas. O projeto se justifica pela necessidade de articular ações educativas, preventivas e assistenciais, de forma a promover autonomia, reduzir desigualdades e garantir a dignidade da mulher em todos os estágios de sua vida.

Promover a saúde integral da mulher, respeitando sua autonomia e fortalecendo o protagonismo feminino em diferentes contextos sociais e de saúde.

.Realizar pelo menos 02 oficinas educativas ao longo do período de execução do projeto, abordando temas como planejamento reprodutivo, direitos sexuais e reprodutivos, climatério, saúde mental e combate à violência contra a mulher. Capacitar, no mínimo, 50 profissionais e estudantes da saúde, por meio de cursos, treinamentos e palestras sobre pré-natal, parto humanizado, puerpério e climatério (inclui a Especialização em enfermagem Obstétrica - Rede Alyne). Promover rodas de conversa comunitárias voltadas ao empoderamento feminino e ao fortalecimento das redes de apoio social, com a participação de mulheres em diferentes fases da vida. Construir e disponibilizar materiais educativos impressos e digitais (cartilhas, folders, posts em redes sociais) que auxiliem na disseminação de informações confiáveis sobre saúde da mulher e seus direitos. Estabelecer parcerias com, no mínimo, 03 instituições locais (unidades de saúde, associações comunitárias, organizações de apoio à mulher) para fortalecer a rede de proteção e promoção da saúde feminina. Avaliar periodicamente o impacto do projeto, aplicando questionários ou entrevistas de satisfação junto às mulheres participantes e profissionais envolvidos, a fim de ajustar continuamente as ações.

Trata-se de um programa que envolve diferentes projetos de extensão com foco na intervenção. A parte relacionado ao atendimento as mulheres, vinculado ao projeto de extensão Ambulatório Interdisciplinar de Planejamento Reprodutivo em que as consultas clínicas à mulher são realizadas pelos professores do curso de Enfermagem, Medicina e Residentes Ginecologia e Obstetrícia, sempre acompanhados por estudantes de graduação oferecendo um cuidado compartilhado a mulher. As mulheres são chamadas pela fila de regulação da prefeitura de Diamantina. Os cursos para capacitação são do projeto CURSO DE CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA INSERÇÃO DO DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU). As cidades interessadas manifestam interesse ao COREN-MG e as professoras da UFVJM organizam a capacitação ou implementam. Além desses projetos outros relacionados a saúde da mulher se somarão a proposta. Além disso temos projeto de extensão cadastrado para o Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica - Rede Alyne

.BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília: MS, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília: MS, 2012. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial sobre a violência contra a mulher. Genebra: OMS, 2014.

A extensão universitária pressupõe a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo uma via de mão dupla entre a universidade e a comunidade. Nesse sentido, o projeto “Saúde da mulher: do ventre à vida livre” será desenvolvido a partir de uma perspectiva dialógica, que reconhece os saberes populares, as experiências de vida das mulheres e os conhecimentos técnicos e científicos produzidos no espaço acadêmico. A comunidade acadêmica – composta por professores, estudantes e profissionais da saúde vinculados à universidade – atuará em contato direto com a sociedade por meio de oficinas, rodas de conversa, capacitações e campanhas educativas. Nessas atividades, haverá espaço não apenas para a transmissão de conteúdos técnicos, mas principalmente para a escuta ativa, a valorização das experiências das mulheres e o diálogo horizontal entre diferentes formas de conhecimento. Dessa forma, busca-se criar um ambiente participativo e colaborativo, no qual a sociedade não será apenas receptora de informações, mas também produtora de saberes que enriquecem o processo formativo acadêmico. A troca de experiências permitirá aos estudantes maior compreensão da realidade social e dos determinantes de saúde, ao mesmo tempo em que contribuirá para o empoderamento das mulheres e o fortalecimento da rede de cuidados no território. Assim, a interação dialógica se consolida como eixo central do projeto, possibilitando que a universidade cumpra seu papel social de transformação da realidade e de promoção de uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva.

A interdisciplinaridade manifesta-se na integração entre áreas como Enfermagem, Medicina, Direito, Nutrição, Fisioterapia permitindo que os fenômenos ligados à saúde da mulher sejam compreendidos em sua complexidade. Essa articulação possibilita ampliar a visão sobre as diversas dimensões do cuidado: biológica, psicológica, social, cultural e legal. Já a interprofissionalidade se concretiza no trabalho conjunto de diferentes profissionais da saúde e de áreas correlatas, que compartilham responsabilidades e saberes no processo de planejamento, execução e avaliação das ações. A prática interprofissional favorece o diálogo entre especialidades, a divisão equilibrada de papéis e a corresponsabilização no cuidado integral às mulheres. Ao estimular a cooperação entre estudantes, docentes e profissionais de distintos campos, o projeto contribui para a formação de equipes mais preparadas para lidar com as demandas reais da sociedade. Além disso, promove nos discentes a vivência prática de um trabalho colaborativo, fortalecendo competências como comunicação, respeito à diversidade de saberes e tomada de decisões coletivas. Assim, a interdisciplinaridade e a interprofissionalidade se consolidam como fundamentos indispensáveis do projeto, garantindo que as ações propostas sejam mais abrangentes, inclusivas e efetivas na promoção da saúde e na defesa dos direitos das mulheres.

O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão fundamenta a missão universitária e orienta a prática acadêmica de forma integral. No projeto “Saúde da mulher: do ventre à vida livre”, essa articulação se manifesta na integração entre a produção de conhecimento, a formação de estudantes e a transformação social. No âmbito do ensino, o projeto permitirá que estudantes de diferentes cursos vivenciem experiências práticas em cenários reais, aproximando-se da comunidade e desenvolvendo competências técnicas, éticas e sociais. Essa vivência fortalece a formação crítica, cidadã e humanista, essencial para profissionais comprometidos com a defesa da vida e da equidade em saúde. O Ambulatório já capacita enfermeiros e médicos de diferentes locais de Minas. No campo da pesquisa, as atividades de extensão possibilitarão a coleta de dados, relatos e experiências que podem subsidiar investigações científicas sobre saúde da mulher, violência de gênero, práticas de cuidado e estratégias de empoderamento feminino. Tais evidências poderão alimentar publicações acadêmicas, trabalhos de conclusão de curso e a elaboração de políticas públicas baseadas em dados concretos. Já na extensão, a universidade se abre ao diálogo com a sociedade, devolvendo em forma de ações educativas, capacitações e campanhas o conhecimento produzido no espaço acadêmico. Essa troca possibilita não apenas a aplicação prática do saber científico, mas também o reconhecimento e valorização dos saberes populares, compondo uma rede de aprendizado coletivo.

Os graduandos participarão do planejamento, execução e avaliação das ações, assumindo papéis em oficinas educativas, rodas de conversa, capacitações e campanhas de conscientização, organização da agenda de atendimento do Ambulatório. Essa vivência lhes permitirá desenvolver competências técnicas — como a comunicação em saúde, a educação em saúde e a utilização de protocolos de atenção à saúde da mulher —, bem como habilidades relacionais, a exemplo do trabalho em equipe, da escuta ativa e do respeito às diversidades socioculturais. Além disso, o contato com diferentes profissionais e áreas do saber fortalecerá a formação interdisciplinar e Inter profissional, ampliando a visão crítica dos estudantes sobre o cuidado integral à mulher. Tal experiência contribuirá também para a construção de valores éticos e de responsabilidade social, preparando-os para o exercício profissional comprometido com a equidade e os direitos humanos. No âmbito acadêmico, os graduandos poderão participar da sistematização dos dados coletados nas atividades, contribuindo para relatórios técnicos, artigos científicos e apresentações em eventos acadêmicos, reforçando sua inserção em práticas de pesquisa e produção de conhecimento.

As ações educativas e de capacitação propostas têm potencial de transformar a realidade local ao ampliar o acesso à informação de qualidade, fortalecendo a autonomia das mulheres em relação às suas escolhas reprodutivas, de cuidado e de enfrentamento às violências. Ao mesmo tempo, possibilitam maior conscientização da comunidade em geral sobre a importância do respeito à diversidade e à dignidade feminina. O impacto também se expressa na qualificação de profissionais e futuros profissionais da saúde para uma prática mais humanizada, inclusiva e sensível às especificidades das mulheres em diferentes fases da vida. Dessa forma, o projeto contribui para a melhoria dos serviços de saúde e para a consolidação de uma rede de apoio mais eficiente e acolhedora. No âmbito comunitário, espera-se o fortalecimento de vínculos sociais e da solidariedade, com mulheres mais empoderadas, informadas e apoiadas para exercerem plenamente sua cidadania. Ao fomentar o diálogo entre universidade e sociedade, o projeto torna-se instrumento de transformação social, colaborando para a superação de práticas discriminatórias, a prevenção de situações de violência e a garantia de direitos fundamentais. Assim, o impacto do projeto ultrapassa os limites das ações pontuais e alcança dimensões mais amplas, ao estimular mudanças de mentalidade, consolidar práticas de equidade e contribuir para que mulheres vivam não apenas com saúde, mas com liberdade, respeito e dignidade.

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