Visitante
Levantamento Herpetofaunístico nas Trilhas do Parque Estadual do Biribiri
Sobre a Ação
202203001447
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
21/07/2025
20/07/2026
Dados do Coordenador
josé bôsco isaac júnior
Caracterização da Ação
Ciências Biológicas
Meio Ambiente
Educação
Questões ambientais
Municipal
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Sim
Membros
O Parque Estadual do Biribiri situa-se na área de influência da Cordilheira do Espinhaço, reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO. Inserido no Bioma Cerrado, abrange aproximadamente 17 mil hectares de uma variedade de espécies de flora e fauna, sendo um local propício para o estudo desses organismos, considerando tanto sua biologia quanto seu status de conservação. Esse estudo pretende relacionar a composição da fauna de anfíbios e répteis associadas às trilhas utilizadas para o turismo
Herpetofauna-trilhas ecológicas-antropização-lista de espécies-cartilha educativa-Parque Estadual do Biribiri
A fauna de anfíbios e répteis em biomas tropicais é considerada importante para a manutenção da dinâmica populacional e das relações tróficas fundamentais às demais espécies pertencentes a esses ambientes. Nesse sentido, o cerrado possui uma uma diversidade significativa, sendo considerado, por isso, o segundo bioma fitogeográfico em diversidade herpetofaunística endêmica (Mittermeir et al., 2004). Contudo, a maior parte dos estudos relativos à herpetofauna foram conduzidos em áreas restritas como regiões sob influência de usinas hidroelétricas e em áreas de expansão agrícola, ou seja, ambientes em que os registros podem ter sido subestimados em função dos impactos ambientais derivados da ação antrópica. Nessa perspectiva, pode-se considerar que muitas populações de anfíbios e répteis foram reduzidas drasticamente nesses locais, mais rápido do que a capacidade de serem identificadas. Apesar disso, os órgãos de controle ambiental mostram que o cerrado possui áreas de preservação em parques estaduais e federais e ainda assim com baixo índice de estudos sobre a diversidade herpetofaunística (Myers et al., 2000). Dentre essas áreas encontra-se o Parque Estadual do Biribiri, sob a gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF), próximo à cidade de Diamantina.
O Parque Estadual do Biribiri (PEB) ainda não possui um inventário herpetofaunístico. Como é um local que apresenta atividade turística por causa de suas paisagens naturais como as cachoeiras, e se encontra próximo à zona urbanizada, considera-se a possibilidade de que essa atividade possa ter impactos relevantes sobre a herpetofauna. Nesse contexto justifica-se o projeto de levantamento herpetofaunístico para a obtenção de uma lista de espécies e conhecimento da herpetofauna, priorizando a divulgação dos resultados obtidos para que a administração do PEB possa melhor orientar as atividades turísticas, diminuindo os impactos derivados do fluxo turístico.
O estudo terá como objetivo geral conhecer a composição das espécies de anfíbios e répteis no Parque Estadual do Biribiri, monitorar e ampliar esse conhecimento através de atividades educativas e de sensibilização das comunidades que utilizam o PEB como um ambiente para o lazer; Especificamente: - Identificar e listar os espécimes encontrados;* - Verificar,após identificação, o status de vulnerabilidade do espécime (táxon);* - Correlacionar a abundância da herpetofauna às variáveis ambientais; - Elaborar material de divulgação como cartilhas explicativas;** - Promover palestras e seminários para divulgar os resultados aos funcionários do Parque e à comunidade que frequenta o PEB. * esse objetivo contará com ação direta dos alunos envolvidos na coleta e o especialista que auxiliará na identificação do táxon e seu status atual. ** o material será desenvolvido pelos alunos sob orientação do professor coordenador.
Listagem das espécies encontradas; Associar a ocorrências das espécies às variáveis ambientais; Identificar espécies que estejam na lista de espécies ameaçadas; Produção de material educativo (cartilha) para divulgação e sensibilização. Divulgação dos resultados nas plataformas das redes sociais para maior amplitude das informações. Por meio dessas ações espera-se sensibilizar tanto a comunidade que frequenta o PEB como a própria administração da Unidade de Conservação (UC), contribuindo com dados que auxiliem na tomada de decisão em relação aos possíveis impactos associados às atividades de turismo. OBS: Os indicadores quantitativos e qualitativos das espécies que poderão estar na lista só serão contabilizados após a finalização das atividades de campo, considerando que não há uma lista de referência dessa fauna feita anteriormente.
Ocorrerão um total de 16 campanhas de campo, no período de junho de 2025 a fevereiro de 2026; Os animais encontrados serão registrados por meio digital (fotografia) e as informações inseridas em planilha de registro (espécie; habitat; local da amostragem; nome popular); A identificação dos indivíduos será feita por meio de chaves taxonômicas e por consulta a especialistas em relação ao grupo; Será utilizado o método de Pesquisa Visual por Tempo Limitado (LTVS) (Mezzetti et al., 2007); Para esse método, uma determinada área será escolhida e percorrida por um determinado período de tempo, ou seja, 50 metros de trilha em 01 (uma) hora por meio de buscas ativas, das 9:00hs às 10:00hs e das 15:00hs às 16:00hs, no período diurno; e 19:00hs às 20:00hs, no período noturno; Como as ações acontecerão nas trilhas do PEB, os alunos serão acompanhados pelos funcionários da UC que também atuarão como protagonistas; Com os funcionários cientes das atividades e dos objetivos espera-se uma maior participação da comunidade leiga quando da sua estada no PEB; Na entrada do PEB (portaria), os visitantes serão convidados a tomar conhecimento dessa proposta por meio da cartilha informativa e de questionário para avaliar a experiência após a visita ao PEB; O formulário conterá perguntas diretas; se visualizou ou não tal espécime; se já tinha conhecimento anterior de tal espécime e se considera o espécime importante naquele ambiente. As respostas desse formulário poderão servir de parâmetro para pensar novas estratégias ou manter as já conduzidas nesse projeto.
Mezzetti, N., Carneiro, P.C., Galdino, C.A., Nascimento, L., Leonardo, L., Braga, F.S., Costa, C.G. (2007): Composição da herpetofauna e comparação de seis métodos de coleta em uma área de cerrado no Parque Nacional das Semprevivas (Minas Gerais). In: Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23–28 September 2007, Caxambu, Mato Grosso, Sociedade de Ecologia do Brasil. Mittermeir, C.G., Lamoreaux, J., Fonseca, G. A. B. 2004. Hotspots Revisited. N.L. Mexico. CEMEX. Myers, N., Mittermeier, R. A., Mittermeier, C. G., Fonseca, G. A. B., Kent, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservationpriorities. Nature, 403, p. 853-858.
Esse projeto não é penas para transmissão de conhecimento acadêmico, mas uma colaboração que de fato valoriza os saberes populares, integrando ensino, pesquisa e extensão para uma atuação mais abrangente e inclusiva tanto dos acadêmicos envolvidos quanto da comunidade que frequenta o Parque Estadual do Biribiri.
Nesse contexto a interdisciplinaridade será a possibilidade de aproximar saberes científicos aplicados na construção do conhecimento popular e a interprofissionalidade na integração de práticas e ações profissionais que resultem em uma aproximação entre os saberes acadêmicos (conhecimento científico sobre a biologia dos organismos observados) e as práticas populares (observações feitas a partir da vivência pessoal).
Enquanto o ensino se beneficia da geração de conhecimento (pesquisa) e da prática com a comunidade (extensão), a pesquisa se enriquece com os questionamentos em relação às necessidades da sociedade, à conexão com o processo formativo e à produção de conhecimento.
Como os estudantes são os agentes ativos desse processo, a elaboração das atividades de campo desenhadas por eles mesmos permitirá uma melhor fundamentação da sua formação acadêmica e uma autonomia na construção desses saberes.
A produção da cartilha informando quais espécies podem ser encontradas nos locais frequentados pela comunidade leiga, descrevendo sua importância ambiental e a responsabilidade de todos na manutenção e conservação dos ambientes naturais será extremamente relevante para a formação acadêmica dos discentes (dialogando para além da sala de aula).
Por meio de cartilhas que informarão sobre as espécies que ocorrem nos ambientes do Parque Estadual do Biribiri, descrevendo sua importância e demais informações pertinentes, diretamente voltada para o entendimento da comunidade leiga.
Público-alvo
Turistas e moradores do entorto do PEB e a depender da época do ano.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Estrutura laboratorial
Autorização de pesquisa e colaboração no transporte dentro da área do PEB
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 17 h
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
As trilhas serão percorridas por 01 (uma) hora ao longo de 50 metros. A busca por organismos será ativa e por visualização direta sem captura. Os dados serão inseridos em planilha de campo com as informações pertinentes.
- Manhã;
Levantamento bibliográfico para contextualizar as atividades em relação as espécies encontradas em campo
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Observação e registro dos espécimes e envio das imagens digitalizadas aos especialistas
- Tarde;
Os resultados serão compilados em planilha e submetidos à análise estatística para avaliação da metodologia de campo.
- Tarde;
A partir dos resultados obtidos e da análise estatística desses resultados, será elaborado um relatório final.
- Manhã;
- Tarde;
A apresentação dos resultados será em formato de palestra, com a projeção dos dados a partir de imagens gráficas e digitalizadas. Os alunos envolvidos diretamente serão responsáveis pela organização e preparação do evento, sob supervisor do professor coordenador. Os funcionários da Unidade de Conservação (PEB) e a comunidade que visita o Parque serão convidadas para esse programa dentro da própria Unidade de Conservação. Em outro momento, os alunos levarão essa mesma apresentação até às escolas da rede pública de Diamantina/MG,para que o diálogo com a comunidade seja o mais amplo possível.
- Manhã;
- Tarde;
Nesse período os resultados serão compilados para redação científica e submetidos a periódicos apropriados.