Detalhes da ação

Libras na Saúde

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202203001453

Tipo da Ação

Curso/Oficina

Situação

RECOMENDADA :
EM ANDAMENTO - Normal

Data Inicio

08/09/2025

Data Fim

11/11/2025


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

raquel schwenck de mello viana soares

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Linguística, Letras e Artes

Área Temática Principal

Comunicação

Área Temática Secundária

Saúde

Linha de Extensão

Pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais

Abrangência

Municipal

Gera Propriedade Intelectual

Não

Vínculada a Programa de Extensão

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Dentro do campus

Período das Atividades

Manhã

Atividades nos Fins de Semana

Não

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 40 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 40 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 40 h
Tipo de Membro Externo
Carga Horária 40 h
Resumo

Esta proposta tem o objetivo de ofertar à comunidade de Diamantina e região, estudantes e profissionais da área da saúde curso básico para o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais - Libras e cultura surda. Para tanto, estão previstas aulas de Libras presenciais às segundas e terças-feiras das 9h às 11h no Campus I da UFVJM. Será utilizado o ambiente virtual do Google Classroom para disponibilização de materiais, vídeos e atividades.


Palavras-chave

Surdo. Acessibilidade. Comunicação. Sociedade. Saúde.


Introdução

Ao longo de sua história, os surdos passaram por dolorosos processos discriminatórios, principalmente no que condiz à sua peculiaridade linguística. A partir do ano de 1880, em um Congresso em Milão, na Itália, os pesquisadores e profissionais da educação (ouvintes) baniram a língua de sinais da educação formal dos surdos. Isso acarretou grandes atrasos e prejuízos na educação dos mesmos. (RAMOS, 2000) Após mais de um século de proibições, punições e ocultações de sua língua e cultura, os surdos podem se comunicar livremente e ter direito à educação em sua língua materna. No Brasil, este processo de reconhecimento linguístico ocorreu no ano de 2002 com a publicação da Lei nº. 10.436 que traz em seu artigo primeiro que “é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados”. (BRASIL, 2002). Sendo assim, vivemos em um país oficialmente bilíngue, onde coexistem duas línguas, tanto no âmbito social, quanto educacional e familiar. Porém, o contingente populacional que tem acesso e sabe se comunicar na Libras é ínfimo, fazendo com que o surdo crie uma relação de dependência dos poucos que dominam sua língua, como é o caso dos intérprete de língua de sinais. (DORZIAT; ARAÚJO, 2012) Essa relação de dependência ocorre não somente com os profissionais intérpretes, mas, e principalmente, com familiares dos surdos, que são solicitados com frequência para acompanhá-los em consultas médicas, problemas jurídicos, órgão públicos, instituições educacionais, etc. apesar de não terem pleno domínio da Língua de Sinais, os familiares conseguem se comunicar precariamente com os seus, possibilitando a comunicação e informação solicitada. Todos os cidadãos brasileiros deveriam ter acesso a essas duas línguas desde a mais tenra infância, uma vez que os surdos estão lutando por lugares sociais, laborais e buscando cada vez mais seu desenvolvimento e independência. Uma das amarras que precisam ser soltas dos surdos ainda é a barreira comunicativa. A partir do momento em que forem libertos desse impedimento linguístico, os surdos poderão fazer com que a vida em sociedade seja mais leve e satisfatória, se tornando cidadãos de fato, sendo reconhecidos como parte integrante da sociedade. (QUADROS, 2006) Uma das formas de colaboração nesta inclusão linguística dos surdos é a oferta de cursos livres de Libras em instituições públicas, filantrópicas, associações de surdos, cursos privados, etc. Quanto maior o número de “falantes” da Língua de Sinais, mais acolhidos se sentirão os surdos, mais parte da sociedade se sentirão. Para tanto, após uma demanda reprimida de solicitação de curso livre de Libras pela comunidade de Diamantina, a partir da abertura de curso de extensão no ano de 2017 com mais de 400 inscrições, suscitou-se a possibilidade de abertura de uma turma específica para a área da saúde. O curso terá o formato com aulas presenciais às segundas-feiras e terças-feiras das 9h às 11h com carga total de 40 horas.


Justificativa

O acesso, uso e difusão da Língua de Sinais na sociedade é dever do poder público. A Lei nº. 10.436/2002 traz em seu artigo segundo, quando trata que: Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. (BRASIL, 2002) As instituições públicas e empresas concessionárias tem o dever de garantir atendimento e tratamento adequado às pessoas surdas, essa realidade somente ocorrerá quando seus colaboradores (funcionários) tiverem conhecimento pleno da Libras, cultura surda e especificidades linguísticas dos surdos. Um indivíduo somente pertence àquela sociedade se compreender a língua e a cultural da mesma. (RESENDE, 2007) O Decreto 5.626/2005 em seu artigo 10º traz ainda que as instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. Para tanto, a capacitação da comunidade acadêmica, docentes, discentes, técnicos administrativos e comunidade em geral faz parte da tríade de Ensino, Pesquisa e Extensão proposta pelas instituições de educação superior. A comunicação é vista como um requisito básico para a socialização dos seres humanos, desde os primórdios, antes do desenvolvimento da linguagem oral, os hominídeos já se comunicavam através de gestos, desenhos, apontamentos e todo tipo de estratégia para conseguirem compartilhar acontecimentos e avisos importantes. Apesar das dificuldades comunicativas encontradas pelos surdos, eles desenvolveram uma forma de comunicação eficaz, as línguas de sinais. Porém, somente a comunidade surda ter conhecimento desta língua não é suficiente para que haja a inclusão deste indivíduo na sociedade, visto que restringe a socialização e a comunicação deste com o ambiente ao redor. Nessa perspectiva de melhorar a comunicação entre os indivíduos é que o presente projeto se justifica. Na possibilidade de divulgar, disseminar e incluir o indivíduo surdo na sociedade, fazendo com que a comunidade ouvinte e surda socialize e compartilhe conhecimentos. Tanto a comunidade acadêmica da UFVJM, quanto a comunidade em geral serão brindadas com cursos de Libras e conhecimentos a respeito da cultura, identidade dos surdos, com o fim de aprimoramento e aperfeiçoamento da Língua de Sinais, desenvolvimento e progresso da comunidade surda na região e ainda com a obtenção de dados para futuras investigações na área da surdez.


Objetivos

• Proporcionar à sociedade de Diamantina e região, estudantes e profissionais da área da saúde os conhecimentos básicos da Língua Brasileira de Sinais Libras e cultura surda. • Desenvolver vocabulário básico de Libras na área da saúde para comunicação com pessoas surdas. • Ampliar conhecimentos sobre os fundamentos, filosofias e práticas na educação de surdos versados nas atuais políticas públicas.


Metas

Pretende-se com este curso que os cursistas possam influenciar positivamente na inclusão de pessoas surdas na sociedade em ambientes e instituições da saúde, uma vez que o público ouvinte tendo acesso à comunicação em Libras, colaborará no processo de comunicação e socialização dos surdos. A presente ação atingirá diretamente a comunidade surda, seus familiares e profissionais da sociedade diamantinense e região, visto que dará respaldo para todos no que tange à comunicação em Libras. De uma maneira indireta, acarretará o desenvolvimento na educação de surdos, pois havendo uma melhor comunicação e respeitabilidade cultural, haverá melhor desempenho educacional e inclusão na sociedade.


Metodologia

As aulas ocorrerão no Campus I da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM às segundas e terças-feiras das 9h às 11h com uma docente de Libras da UFVJM e uma profissional Tradutora e Intérprete da mesma instituição. Além disso, serão disponibilizados materiais para consulta, vídeos e materiais de leitura no Google Classroom.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Brasília: Congresso Nacional, 2002. ________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto n. 5.626, de 19 de dezembro de 2005. Brasília: Congresso Nacional, 2005. BRITO, L. F. Por uma gramática de línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Linguística e Filologia, 1995. FELIPE, T. A; MONTEIRO, M. S. Libras em Contexto: curso básico, livro do professor instrutor – Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, MEC: SEESP, 2001. GESSER, A. Libras? Que língua é essa? São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ________. O ouvinte e a surdez: sobre ensinar e aprender a Libras. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. PIMENTA, N.; QUADROS, R. M. de. Curso de Libras 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006. QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. SÁ, N. L. de. Existe uma cultura surda? Artigo disponível em http://www.eusurdo.ufba.br/arquivos/cultura_surda.doc. SILVA, F. I. da; REIS, F.; GAUTO, P. R.; SILVA, S. G. L.; PATERNO, U. Aprendendo Libras como segunda língua nível básico. Caderno pedagógico I: Curso de Libras. Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Palhoça Bilíngue, s/d.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

Promover a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade no que tange à comunicação com as pessoas Surdas na utilização da Língua Brasileira de Sinais, colaborando na superação de dificuldades comunicacionais por meio da troca de conhecimentos e inclusão deste público em ambientes da saúde.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

Promover a interdisciplinaridade e interprofissionalidade por meio da colaboração de membro técnico administrativo (TA) da UFVJM, a profissional Tradutora e Intérprete de Libras Josilene Duarte Nunes, colaborando, ainda, para a formação de indivíduos de várias áreas do conhecimento da saúde na inclusão de pessoas com surdez que utilizam a Libras para se comunicar. Na equipe do projeto há uma servidora técnica administrativa que acompanhará as aulas da docente Bárbara Aparecida Silveira Sales, podendo colaborar ainda mais em sua formação profissional e pessoal e contribuir com os cursistas com seus conhecimentos da Libras e cultura surda.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

O ensino, pesquisa e extensão estarão vinculados, uma vez que esta ação de extensão parte de uma unidade curricular ofertada a todos os cursos de graduação na UFVJM, tendo a possibilidade de formar membros da sociedade em geral da área da saúde, não somente a acadêmica. A pesquisa estará presente na aplicação de um questionário pré e pós curso, com o intuito de avaliação e melhorar os próximos cursos a serem ofertados.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Para a discente colaboradora desta proposta, Laís Mendonça Velano (discente do curso de Turismo) e que já tem um bom conhecimento e Libras, poderá aprofundar ainda mais seus conhecimentos da Língua Brasileira de Sinais e cultura Surda, além de ter a possibilidade de pensar sua futura prática como profissional tradutora e intérprete de Libras, fazendo parte de momentos didático-pedagógicos nas aulas com os cursistas, sempre que houver esta possibilidade.


Impacto e Transformação Social

No quesito impacto e transformação social será de grande valia para a inclusão das pessoas com deficiência, em específico as pessoas com surdez que utilizam a Libras para a comunicação, colaborando na inclusão comunicacional em várias vertentes da sociedade, principalmente nos ambientes da saúde, como dentistas, Estratégias de Saúde da Família, hospitais, clínicas e etc.


Divulgação

A divulgação será realizada pelos meios eletrônicos, como redes sociais e e-mails e via aplicativo de troca de mensagens e comunicação em áudio e vídeo pela internet (Whatsapp).


Caracterização do Curso ou Oficina

Tipo de Curso/Oficina

Iniciação

Carga Horária Total

40

Conteúdo Programático

• O que é Libras? Organização e significado de conceitos: Língua, linguagem, Língua de Sinais, Libras, Português, mímica, gesto, mímica. • Alfabeto manual apresentação pessoal. • Sinal de batismo. Espaço de sinalização, elementos que constituem os sinais, corpo e marcas não manuais, parâmetros da Libras. • Numerais e saudações. • Soletração Rítmica • Cultura e identidade surdas • Iconicidade e arbitrariedade na Libras, sinais simples e compostos. • Calendário; advérbios de tempo e frequência (dias da semana, meses do ano, vocabulário referente a ações temporais). • Alfabetos manuais do mundo. Legislação brasileira acerca da educação de surdos. • Sinais relacionados ao contexto da saúde. • Classificadores em Língua de Sinais. • Estrutura Linguística da Libras, estrutura Linguística da Língua Portuguesa. • Vocabulário referente à localização, meios de transporte, profissões e emprego. •Implante coclear e aparelhos de amplificação sonora. • Sistema pronominal, demonstrativos, possessivos e interrogativos, advérbios de lugar, Gênero em Libras. • Sinais em foco: sinais específicos da área da saúde, como fazer uma anamnese, principais questionamentos, medicamentos, etc. • Orientações de como se portar com surdos sinalizantes e não sinalizantes. Tipos de comunicação com a pessoa com surdez.

Atividades Específicas

Apresentação de diálogos nas aulas presenciais. Avaliação de vídeos de surdos sinalizantes e não sinalizantes. Elaboração de vídeos dos próprios cursistas sinalizando em Libras.

Estratégias de avaliação da aprendizagem dos cursistas

A avaliação será somativa e ao longo do curso através das atividades práticas (Apresentação de diálogos, elaboração de vídeos, avaliação de vídeos de surdos). Para aprovação no curso e obtenção da certificação, será necessária frequência e aproveitamento acima de 75%.

Estratégias para avaliação da realização do curso

Para a realização do curso serão necessários somente equipamentos de uso pessoal, como computador, caixinha de som e materiais didáticos. Além da utilização de data show, quadro branco e pincel atômico para quadro branco.

Público-alvo

Descrição

Profissionais que trabalhem na área da saúde

Descrição

Acadêmicos que estiverem cursando qualquer curso da área da saúde

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Município

Couto de Magalhães de Minas - MG

Município

Datas - MG

Município

Serro - MG

Município

Gouveia - MG

Parcerias

Nenhuma parceria inserida.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 40 h

Carga Horária 40 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
Descrição da Atividade

Aulas presenciais do curso