Visitante
Oficina de Edição Audiovisual: Construindo narrativas a partir de memórias da tipografia em Diamantina
Sobre a Ação
202203001503
032022 - Ações
Curso/Oficina
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
10/11/2025
10/12/2025
Dados do Coordenador
vitoria azevedo da fonseca
Caracterização da Ação
Ciências Humanas
Comunicação
Cultura
Mídias
Municipal
Não
Não
Não
Fora do campus
Tarde
Não
Redes Sociais
Membros
Esta oficina prática de edição documental, com 12 horas de duração, capacita os participantes a criar narrativas audiovisuais a partir de um acervo de depoimentos de ex-funcionários do Museu da Tipografia em Diamantina. A metodologia abrange a imersão e análise do material , a decupagem (com apoio de I.A.), roteirização, edição e finalização no software DaVinci Resolve. Como avaliação, cada grupo deverá produzir um curta-metragem de 3 a 5 minutos. A oficina é parte do projeto Histórias em Redes.
Edição audiovisual, Museu Tipografia. Histórias em Redes.
Esta oficina oferece uma imersão prática no processo de edição de vídeo documental, focada na construção de narrativas a partir de fontes primárias. A matéria-prima para o trabalho é um acervo audiovisual composto por entrevistas com ex-funcionários e colaboradores do Museu da Tipografia em Diamantina, produzido pela equipe de montagem do museu. Estes depoimentos registram não apenas as técnicas de impressão artesanal, mas também as relações humanas e o esforço contemporâneo para a preservação dessa memória. Ao trabalhar com este material, os participantes são convidados a ir além do aprendizado técnico de um software. A atividade central consiste em analisar criticamente o material bruto para identificar arcos narrativos, construir argumentos e dar forma a histórias contidas nos testemunhos orais. O fluxo de trabalho proposto articula a análise de conteúdo, o uso de ferramentas de IA como apoio à organização e a montagem final no software DaVinci Resolve. O objetivo é capacitar os participantes a transformar um arquivo de memória bruta em um produto audiovisual coeso, que funcione como um vetor de preservação e difusão da cultura local.
A presente oficina justifica-se pela existência de um acervo audiovisual singular, composto por entrevistas que documentam a memória da antiga tipografia de Diamantina e o seu projeto de revitalização. Este material bruto registra não apenas os processos técnicos da impressão artesanal com tipos móveis , mas também as dinâmicas sociais e as relações humanas no ambiente de trabalho , além do esforço para a preservação deste patrimônio, conforme detalhado pelas coordenadoras do projeto. O Projeto Memória do Pão de Santo Antônio foi uma iniciativa para a preservação e reativação do patrimônio gráfico gerado pelos jornais Pão de Santo Antônio e Voz de Diamantina, que circularam em Diamantina-MG entre 1906 e 1990. Com o patrocínio da Petrobras e o apoio técnico da UFMG, o projeto atuou sobre dois acervos principais: Acervo Documental: Composto por quase quatro mil exemplares dos jornais, que circularam no século XX. Acervo Museológico: Formado por equipamentos e mobiliário da antiga oficina, incluindo máquinas impressoras, cavaletes, tipos móveis, clichês e outras ferramentas gráficas. As ações resultaram na criação do Museu Tipografia Pão de Santo Antônio, um espaço concebido como "museu vivo". O trabalho incluiu a restauração completa de ambos os acervos e a digitalização da coleção de jornais, formando uma Hemeroteca Digital para acesso público. Assim, o museu foi instalado na antiga oficina, com a centenária impressora francesa E. Durand / Système Wibart posicionada como peça central, totalmente reabilitada para uso. Este projeto gerou um acervo audiovisual, o qual será a material prima desta oficina. A riqueza deste acervo oferece uma oportunidade pedagógica e cultural para a formação em produção audiovisual. A proposta, portanto, é oferecer uma imersão prática na edição de vídeo documental, utilizando este acervo como objeto de estudo e criação. O objetivo transcende o simples ensino técnico de ferramentas, buscando desenvolver nos participantes a sensibilidade crítica para analisar fontes primárias, identificar arcos narrativos e estruturar argumentos a partir de testemunhos orais. A metodologia emprega um fluxo de trabalho contemporâneo, que integra a análise de conteúdo, o uso de ferramentas de IA como suporte à organização e a montagem final no software profissional DaVinci Resolve. Dessa forma, a relevância da ação reside em sua dupla contribuição: por um lado, capacita os participantes com competências técnicas e narrativas para transformar um arquivo de memória bruta em um produto cultural coeso; por outro, colabora ativamente para a valorização e difusão de uma importante patrimônio cultural de Diamantina, cumprindo o papel extensionista de diálogo e interação entre a universidade e a comunidade.
Objetivo Geral: Capacitar os participantes no processo de edição de vídeo documental, desde a análise crítica do material bruto até a finalização, utilizando como estudo de caso o acervo audiovisual sobre a memória da tipografia em Diamantina, promovendo a valorização do patrimônio cultural local. Objetivos Específicos: Analisar criticamente um conjunto de material bruto documental. Desenvolver um roteiro de edição a partir de entrevistas. Organizar um grande volume de material de forma eficiente, visando a edição. Utilizar ferramentas de IA como apoio no processo de decupagem e transcrição. Executar as etapas fundamentais da edição de vídeo no software DaVinci Resolve. Contribuir para a formação integral do estudante, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável a partir da interação com a realidade local. Incentivar a integração entre docentes, discentes e a comunidade externa na realização de ações de Extensão Universitária.
Contribuir para a preservação da memória tipográfica de Diamantina. Promover a interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade, utilizando um acervo de valor afetivo e histórico como base para a produção de conhecimento. Contribuir para a formação integral dos estudantes, estimulando-os a se tornarem cidadãos críticos e responsáveis através do contato direto com a realidade local. Incentivar o desenvolvimento cultural da região através da produção de um material audiovisual que poderá ser difundido para a comunidade. Fomentar a integração entre docentes e discentes na realização de atividades de extensão.
A oficina terá duração de 12 horas, distribuídas em 3 encontros de 4 horas cada. A metodologia será dividida em três etapas principais: Etapa 1: Imersão e Análise (Encontro 1): Contextualização do projeto do Museu da Tipografia, seguida pela maratona de entrevistas, onde os alunos assistirão ao material bruto para identificar momentos de emoção, explicações técnicas e frases de impacto. Em paralelo, farão o levantamento e categorização de todo o material visual de cobertura (B-roll) disponível. Etapa 2: Decupagem com Apoio de IA (Encontro 1): Demonstração de como a Inteligência Artificial foi usada para gerar transcrições e pode auxiliar na busca por palavras-chave e temas. Com base nas transcrições e anotações, os alunos criarão um "roteiro de papel", selecionando e organizando os trechos de fala que contarão a história. Etapa 3: Edição no DaVinci Resolve (Encontros 2 e 3): Os participantes aprenderão a organizar o projeto, montar o "esqueleto" das falas na timeline (radio edit) e cobrir a edição com as imagens de B-roll, buscando a sinergia entre som e imagem. A etapa final inclui o refinamento dos cortes, ajustes básicos de áudio, e a exportação do vídeo final.
UTSCH, Ana (Org.). Patrimônio Gráfico: entre ação e preservação. Diamantina: Associação do Pão de Santo Antonio, 2015. PINTO, Janes Mendes. A impressora da Casa do Pão de Santo Antônio. Diamantina: Associação do Pão de Santo Antônio, 2014.
A interação dialógica é o fundamento da oficina, pois sua matéria-prima são as memórias de pessoas da própria comunidade: os depoimentos de ex-funcionários da antiga tipografia de Diamantina. A universidade não apenas "ensina" uma técnica, mas "aprende com" e "valoriza" a memória local, utilizando-a para uma nova criação cultural. O resultado final da oficina (o curta-metragem) pode ser devolvido à comunidade, completando o ciclo de diálogo.
A oficina é inerentemente interdisciplinar, articulando conhecimentos de Comunicação Social (edição de vídeo, narrativa audiovisual) , História (história oral, memória, trabalho com fontes primárias) e Museologia (interação com o acervo de um museu). Além disso, os participantes trabalham com um material que é fruto de um projeto profundamente interdisciplinar, que envolveu profissionais de Conservação-Restauração , Museografia , Design e Arquivologia (digitalização).
A proposta articula os três pilares da universidade: Ensino: Capacitação técnica dos participantes no software DaVinci Resolve e em metodologias de organização e montagem de documentário. Pesquisa: Os alunos realizam uma atividade de pesquisa ao analisar criticamente as entrevistas, identificar temas, selecionar trechos e construir uma narrativa coesa a partir de fontes históricas orais. Extensão: A oficina aplica o conhecimento acadêmico para valorizar um patrimônio da comunidade, gerando como resultado um produto cultural (o curta-metragem) que pode ser difundido e que contribui para a preservação da memória local.
O impacto na formação do estudante transcende o aprendizado técnico. Ao participar da oficina, o graduando desenvolve a sensibilidade para trabalhar com material real e de grande valor afetivo, aprendendo a construir argumentos emocionais e a criar narrativas que poderão dar visibilidade à essas histórias. A ação proporciona uma experiência prática em um projeto concreto, estimulando o pensamento crítico, a capacidade de análise de fontes e a responsabilidade de lidar com a memória de outras pessoas. Este processo conecta o estudante diretamente à realidade e à cultura da região onde a UFVJM está inserida, enriquecendo sua formação como cidadão.
O principal impacto social da oficina é a contribuição para a preservação e difusão da memória e do patrimônio gráfico de Diamantina. Ao transformar os relatos orais em um formato audiovisual acessível, a oficina ajuda a combater a perda e a invisibilidade de saberes e práticas de um ofício tradicional. A ação valoriza os antigos tipógrafos como protagonistas de sua própria história, reconhecendo e registrando seus conhecimentos. Os curtas-metragens produzidos se tornam novos bens culturais que podem ser utilizados pelo museu e pela comunidade, reforçando a concepção de um "museu vivo" e fortalecendo a cultura local.
A divulgação será realizada principalmente pelas redes sociais, incluindo Instagram e Whatsapp. Os materiais produzidos serão disponibilizados em contas de Youtube (Histórias em Redes) e redes sociais.
Caracterização do Curso ou Oficina
Iniciação
12
Análise Crítica de Material Bruto Documental. Catalogação e Análise de Material de Apoio (B-roll). Decupagem e Seleção de Entrevistas. Uso de Ferramentas de IA para organização do acervo. Roteirização para Documentário. Introdução à Interface do DaVinci Resolve. Montagem de Estrutura Narrativa (Rádio Edit). Cobertura com B-roll e Construção da Narrativa. Finalização e Exportação de Vídeo para Web.
Etapa 1: Imersão e Análise (Encontro 1) Apresentação e Contextualização: O instrutor contextualiza o projeto do Museu da Tipografia, apresentando sua justificativa e a descrição dos materiais audiovisuais que serão utilizados. Análise do Acervo Visual (B-roll): Em grupo, os participantes recebem acesso ao material visual de cobertura. Maratona de Entrevistas: Os participantes assistem a todas as entrevistas na íntegra. Etapa 2: Decupagem com Apoio de IA (Encontro 1) O Papel da IA no Fluxo de Trabalho. Organização do material. Criação do "Roteiro de Papel". Etapa 3: Edição no DaVinci Resolve (Encontros 2 e 3) Organização e Montagem Inicial: Introdução à interface do DaVinci Resolve, com foco nas abas essenciais para a edição (Media, Cut, Edit, Deliver). Primeiro passo prático na edição: montagem do "esqueleto" das falas na timeline (stringout), na ordem definida no roteiro, resultando em um primeiro corte conhecido como "rádio edit". Construção Visual e Refinamento: Finalização e Exportação: Apresentação do processo final de exportação do vídeo em um formato adequado para a web.
Avaliação Formativa e Processual (Ao longo da oficina): Criação do "Roteiro de Papel": Os participantes devem criar um roteiro organizando os trechos de fala selecionados em uma sequência narrativa. Essa entrega permite avaliar a capacidade de análise crítica do material e a habilidade de estruturar uma história antes da etapa de edição. Acompanhamento Contínuo na Edição: A avaliação ocorre de forma contínua durante as etapas práticas de montagem no DaVinci Resolve. O instrutor pode observar e orientar a organização do projeto, a montagem do "rádio edit" e a cobertura com B-roll, avaliando a aplicação dos conceitos em tempo real. Avaliação Somativa e Final (Produto): Produção do Curta-Metragem Final: A principal estratégia de avaliação é a produção em grupo de um curta-metragem com duração de 3 a 5 minutos. Este produto final demonstra a capacidade do grupo de aplicar todas as competências ensinadas, desde a análise do material até a finalização e exportação do vídeo. Avaliação de Participação (Requisito Formal): Frequência Mínima: Para a certificação formal da participação, é exigida a frequência mínima de 75% nas atividades da oficina. Esta estratégia avalia o engajamento e a participação do cursista ao longo de todo o processo.
1. Avaliação Imediata (Ao Final da Oficina) Questionário de Feedback Anônimo: Aplicar um formulário (digital) ao final do último encontro para coletar a percepção dos cursistas, incluindo escalas de avaliação: Pedir aos participantes para avaliarem de 1 a 5 a clareza das explicações, a qualidade do material bruto, a adequação da carga horária para cada etapa, a utilidade das ferramentas de IA e o desempenho geral dos instrutores. E com perguntas abertas (Qualitativa):"Qual foi o aspecto mais valioso da oficina?", "Qual parte do conteúdo poderia ser melhorada ou aprofundada?" e "Você teve alguma dificuldade com o software ou com a metodologia?". 2.Sessão de análise em Grupo: Dedicar os últimos 20 minutos da oficina para uma conversa aberta e estruturada, com as seguintes porguntas: "O tempo dedicado à análise do material foi suficiente?" "A etapa do 'roteiro de papel' ajudou a organizar a edição?" "Quais foram os maiores desafios técnicos encontrados no DaVinci Resolve?" 3. Avaliação Processual (Durante a Oficina). Observação dos participantes.
Público-alvo
Discentes dos cursos de História e áreas afins da UFVJM, bem como membros da comunidade externa com interesse em produção audiovisual e história local.
Publico participante dos eventos de divulgação dos materiais produzidos, bem como público das redes sociais e Youtube.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
A Oficina será realizada no espaço do referido museu.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 27 h
- Manhã;
- Tarde;
Preparação dos materiais de divulgação, divulgação e recebimento de inscrições via Google Formulários.
- Tarde;
Nesta etapa será realizada a Oficina, distribuídas em 3 Encontros: Etapa 1: Imersão e Análise (Encontro 1, Parte I) Etapa 2: Decupagem e o Papel da IA (Encontro 1, Parte II) Etapa 3: Edição no DaVinci Resolve (Encontros 2 e 3)
- Manhã;
- Tarde;
Realização das avaliações e relatórios finais da atividade e emissão dos certificados.