A ação é uma Oficina de Extensão intitulada "Do Arquivo à Imagem: documentação histórica e remediação visual". O objetivo principal é capacitar a comunidade acadêmica da UFVJM e o público externo a compreenderem os fundamentos da documentação histórica e a utilizarem ferramentas de inteligência artificial para criar representações visuais de registros de arquivo. A Oficina é parte do projeto Histórias em Redes.

Inteligência Artificial. Arquivo. Imagens.

Esta oficina propõe uma exploração teórico-prática das relações entre a documentação histórica e as novas tecnologias de visualização, com foco no uso de ferramentas de inteligência artificial. A atividade será conduzida por Diego Rimaos, artista visual, pesquisador e Chefe da Seção de Difusão e Ação Educativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Com vasta experiência em projetos que aproximam arte, arquivo e tecnologia, como o "Eu amanuense que escrevi..." , seu trabalho investiga a imagem como um "gesto de memória e reparação". Em um cenário onde o passado é constantemente reescrito no presente, a oficina busca analisar o trânsito entre documento, imagem e tecnologia. O objetivo é partir dos fundamentos da documentação histórica, textual e iconográfica, e sua organização em arquivos públicos, para então realizar uma reflexão prática sobre como representar visualmente esses registros na era digital. Para fundamentar essa discussão, a oficina utiliza o conceito de "remediação" (Bolter & Grusin) como chave de leitura. Alinhada aos objetivos da extensão universitária da UFVJM, a oficina busca promover a "interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade" e contribuir na formação integral do estudante como um cidadão crítico e responsável, fomentando um diálogo transformador sobre as formas como a tecnologia pode mediar nossa relação com a história.

A presente proposta de oficina de extensão se justifica pela crescente necessidade de mediar a relação entre os acervos históricos e as novas tecnologias digitais. Em um contexto onde o acesso à informação é cada vez mais visual e tecnológico, torna-se fundamental capacitar a comunidade acadêmica e a sociedade para interagirem criticamente com as fontes do passado. A oficina aborda diretamente essa questão ao explorar como ferramentas de inteligência artificial podem ser utilizadas para representar visualmente registros históricos, investigando o trânsito entre documento, imagem e tecnologia em um campo onde o "passado é reescrito no presente". O referencial teórico que ancora a atividade é o conceito de "remediação" de Bolter e Grusin, utilizado como chave para analisar a transformação de documentos de arquivo em novas mídias. Essa abordagem permite não apenas uma reflexão técnica, mas também um debate sobre a imagem como um "gesto de memória e reparação", alinhando a prática tecnológica a um propósito social e formativo. A ação está em plena conformidade com as diretrizes da Extensão Universitária da UFVJM, estabelecidas no Edital PROEXC 03/2022, pelos seguintes motivos: Indissociabilidade Ensino-Pesquisa-Extensão : A oficina integra as três esferas ao articular o ensino dos fundamentos da documentação histórica , a pesquisa sobre a aplicação de novas tecnologias para a visualização de dados históricos , e a extensão, ao promover a "interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade" e envolver diretamente comunidades externas. Interdisciplinaridade e Interação Social : A proposta une conhecimentos das áreas de História, Artes Visuais, Arquivologia e Ciência da Computação, promovendo um ambiente rico para a "interação social". Esse diálogo interdisciplinar é essencial para abordar as questões complexas e contemporâneas que emergem da relação entre memória e tecnologia. Impacto e Transformação Social: Ao capacitar os participantes a criarem novas visualidades para registros históricos, a oficina oferece ferramentas para a ressignificação de narrativas e a valorização do patrimônio documental. Essa prática contribui para o "enfrentamento das questões da sociedade brasileira" e pode gerar impacto social ao dar visibilidade a memórias e histórias antes restritas aos arquivos. Contribuição para a Formação do Estudante: A atividade contribui diretamente para a "formação integral do estudante, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável". Ao manusear fontes e tecnologias, o discente é desafiado a refletir sobre os limites e as potencialidades da representação histórica, desenvolvendo uma postura ética e engajada diante da produção e difusão do conhecimento.

Objetivo Geral Promover uma reflexão teórico-prática sobre o uso de ferramentas de inteligência artificial para a remediação visual de documentos históricos , estimulando a interação dialógica entre a comunidade acadêmica e a sociedade na discussão sobre as relações entre arquivo, imagem e tecnologia. Objetivos Específicos Apresentar os fundamentos da documentação iconográfica e textual histórica e sua relação com os arquivos públicos. Explorar o conceito de remediação, de Bolter & Grusin, como chave para analisar o trânsito entre documento, imagem e tecnologia. Capacitar os participantes para o uso prático de ferramentas de inteligência artificial na representação visual de registros históricos, a partir do projeto "Eu amanuense que escrevi...". Contribuir para a formação de estudantes como cidadãos críticos e responsáveis, a partir da interação com as fontes históricas e as novas tecnologias.

1. Promoção da Interação Dialógica com a Sociedade Realizar 2 (dois) encontros abertos que integrem a comunidade acadêmica e a sociedade externa em um debate prático e teórico sobre o uso de novas tecnologias para a representação da memória e de acervos históricos. Disponibilizar os resultados visuais produzidos na oficina em uma galeria virtual, socializando o conhecimento gerado e promovendo o diálogo construtivo com a sociedade. Capacitar os participantes a utilizarem a tecnologia como uma ferramenta para a investigação da imagem como "gesto de memória e reparação", oferecendo meios para dar nova visibilidade a registros e narrativas sociais. Fomentar a reflexão sobre como o "passado é reescrito no presente" através da tecnologia, contribuindo para uma compreensão mais complexa das disputas de memória na sociedade contemporânea. Desenvolver a capacidade crítica dos estudantes sobre as implicações éticas e teóricas do uso de inteligência artificial na representação de fontes históricas, estimulando sua formação como cidadãos responsáveis. Apresentar e aplicar o conceito de "remediação" (Bolter & Grusin) como ferramenta teórica para a análise da relação entre documento, imagem e tecnologia, qualificando a formação acadêmica. Integrar participantes das áreas de História, Artes e Tecnologia, promovendo um ambiente de troca de saberes que articula a indissociabilidade entre ensino (fundamentos da documentação ), pesquisa (uso de IA) e extensão (diálogo com a comunidade).

A oficina será realizada de forma síncrona e totalmente online, utilizando a plataforma Google Meet. A metodologia foi adaptada para o ambiente virtual, priorizando a interação e a participação ativa de todos, de modo a garantir uma experiência dinâmica e colaborativa. Aspectos Gerais da Dinâmica: Interação: A comunicação será constante, utilizando o chat do Google Meet para perguntas rápidas e o recurso "levantar a mão" para intervenções orais. Os participantes serão incentivados a manter as câmeras abertas para criar um ambiente mais próximo e colaborativo. Recursos Visuais: O ministrante fará uso intensivo do compartilhamento de tela para apresentar slides, demonstrar o uso de ferramentas e analisar documentos e imagens em tempo real. Materiais de Apoio: Todos os materiais de leitura, links para as ferramentas e os documentos históricos a serem utilizados na parte prática serão previamente disponibilizados em uma pasta no Google Drive, compartilhada com os inscritos. Desenvolvimento dos Encontros via Google Meet: Encontro 1: Fundamentação Teórica e Diálogo Exposição Interativa: A apresentação dos fundamentos da documentação histórica e do conceito de "remediação" será realizada de forma expositiva, porém com pausas programadas para enquetes e perguntas-chave lançadas no chat, garantindo o engajamento e a compreensão dos temas. Análise de Caso: O estudo de caso do projeto "Eu amanuense que escrevi..." será apresentado com o compartilhamento de imagens e links, seguido por um debate moderado onde os participantes poderão expor suas impressões e dúvidas. Encontro 2: Oficina Prática de Remediação Visual Demonstração ao Vivo: O ministrante fará uma demonstração ao vivo das ferramentas de inteligência artificial, compartilhando sua tela e explicando o passo a passo para a criação das imagens. Atividade Supervisionada: Os participantes terão um tempo dedicado para criar suas próprias representações visuais. Durante este período, será possível utilizar o recurso de salas temáticas (breakout rooms) no Google Meet para oferecer suporte em grupos menores ou para duplas de trabalho. Avaliação e Encerramento: Ao final da oficina, o link para um formulário de avaliação online (Google Forms) será compartilhado no chat e enviado por e-mail para coletar o feedback dos participantes sobre a dinâmica e o conteúdo.

BOLTER, Jay David; GRUSIN, Richard. Remediation: understanding new media. Cambridge: The MIT Press, 2000. OLIVEIRA, Diego Rimaos de. Arquivos e Inteligência Artificial. Revista do Arquivo, São Paulo, 11 set. 2023. Disponível em: https://revista.arquivoestado.sp.gov.br/sem-categoria/arquivos-e-inteligencia-artificial/. Acesso em: 12 out. 2025.

A oficina promove a interação ao unir a comunidade acadêmica e o público externo para debater um tema de interesse mútuo: a relação entre documentação histórica, arquivos públicos e novas tecnologias. A presença de um ministrante que é Chefe da Seção de Difusão e Ação Educativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo estabelece uma ponte direta entre a universidade e uma instituição pública externa, caracterizando a troca de saberes e a resolução de problemas em conjunto, conforme preconiza a Política de Extensão.

A proposta é inerentemente interdisciplinar ao conectar os campos da documentação histórica (História e Arquivologia), da remediação visual (Artes e Comunicação) e o uso de ferramentas de inteligência artificial (Ciência da Computação). A Interprofissionalidade se manifesta na colaboração entre uma docente da UFVJM, um artista e pesquisador que atua em um arquivo público e os estudantes, unindo diferentes perfis profissionais em torno de um objetivo comum.

A oficina articula as três dimensões de forma integrada: Apresenta conceitos teóricos, como os fundamentos da documentação histórica e a teoria da remediação de Bolter e Grusin. Incentiva a investigação sobre a aplicação prática de novas tecnologias (IA) na representação de fontes históricas , alinhando-se a uma pesquisa aplicada que explora a imagem como "gesto de memória e reparação". Materializa-se ao levar essa discussão teórico-prática para além dos muros da universidade, envolvendo diretamente a comunidade externa e aplicando o conhecimento acadêmico em um contexto social mais amplo.

A participação na oficina contribui para a formação integral do estudante , permitindo que ele aplique conhecimentos teóricos em uma atividade prática e inovadora. O graduando desenvolve tanto competências técnicas (uso de ferramentas de IA) quanto críticas, ao refletir sobre como o "passado é reescrito no presente" por meio da tecnologia. Essa experiência estimula uma formação cidadã, crítica e responsável, ao colocá-lo em contato direto com as complexidades da representação da memória histórica.

O impacto social da oficina reside em sua capacidade de capacitar os participantes a darem nova visibilidade a registros históricos, promovendo a transformação da maneira como a sociedade interage com seu passado. Ao explorar a imagem como um "gesto de memória e reparação", a oficina oferece ferramentas para que narrativas possam ser recontadas e ressignificadas. O próprio processo de remediação, que consiste em remodelar mídias anteriores para um "sentido novo e próprio", tem um potencial transformador ao desafiar representações estabelecidas e abrir espaço para novas interpretações da história.

A divulgação da oficina será feita nas redes sociais do projeto Histórias em Redes, e outras redes.