O projeto será desenvolvido nas Unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) com foco na educação em saúde dos profissionais da rede, especialmente dos Agentes Comunitários de Saúde. O objetivo é qualificar esses profissionais, promovendo uma comunicação mais eficaz entre a equipe de saúde e a população, a fim de garantir a compreensão dos pacientes acerca das orientações transmitidas durante visitas domiciliares e atendimentos.

Educação e Comunicação em Saúde; Atenção Primária; Capacitação profissional; Promoção de Saúde.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), instituída em 2006 e reformulada em 2011, consolidou a Estratégia de Saúde da Família como o principal modelo de reorganização da atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a PNAB, “a Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.” Essas ações, fundamentadas nos princípios da universalidade, integralidade e equidade, são desenvolvidas por equipes multiprofissionais que atuam como porta de entrada preferencial da população ao sistema de saúde. Entre os membros dessas equipes, destaca-se o papel dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), profissionais que atuam como elo fundamental entre os serviços de saúde e a comunidade.Os ACS exercem funções essenciais como a escuta ativa da população, o acompanhamento de condições de saúde, a realização de visitas domiciliares, o incentivo à adoção de práticas saudáveis e a mediação entre as demandas locais e as respostas do sistema de saúde. Por possuírem vínculo direto, cotidiano e muitas vezes afetivo com as famílias de sua área de atuação, os ACS têm papel estratégico na promoção da saúde e na efetivação das políticas públicas no território. Sua atuação próxima à realidade da comunidade permite a identificação precoce de agravos, o fortalecimento da educação em saúde e a construção de confiança entre usuários e serviços. Diante dessa relevância, investir na qualificação contínua dos Agentes Comunitários de Saúde é fundamental para aprimorar a comunicação com a população, promover o cuidado integral e ampliar o alcance das ações da Atenção Básica no território.

A Atenção Primária à Saúde, no seu modelo da Estratégia Saúde da Família (ESF), representa um grande avanço no acesso da população aos serviços de saúde, impactando diretamente na redução de doenças e de outras condições clínicas adversas. Isso pode ser exemplificado pelo artigo “Associações entre atenção primária à saúde e desfechos de saúde infantil: uma análise de coorte de mães de baixa renda no Rio de Janeiro, Brasil”, publicado em 2023 na revista científica The Lancet Regional Health – Américas. Este estudo demonstrou que a ampliação da cobertura da ESF contribuiu para a redução significativa da mortalidade infantil entre a população de menor renda, evidenciando o papel central da educação em saúde, da prevenção, da triagem e dos encaminhamentos realizados no âmbito da ESF como fatores fundamentais para a melhoria dos indicadores de saúde infantil. Além da redução da mortalidade infantil, diversas pesquisas reforçam que a ESF está associada à diminuição de hospitalizações, à melhoria no controle de doenças crônicas, ao aumento da cobertura vacinal e ao fortalecimento da vigilância em saúde. Tais efeitos positivos só são possíveis devido à atuação integrada e territorializada das equipes de saúde, entre as quais os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) desempenham um papel central. Os ACS são a ponte entre o serviço de saúde e a comunidade. Ao realizarem visitas domiciliares regulares, identificam precocemente situações de risco, orientam as famílias, promovem hábitos saudáveis e contribuem para o acompanhamento longitudinal dos usuários. Sua presença contínua nos territórios permite não apenas o monitoramento da situação de saúde local, mas também a construção de vínculos, escuta qualificada e confiança, que são elementos essenciais para a adesão da população às ações de saúde propostas. No entanto, para que esse trabalho seja efetivo, é fundamental investir na qualificação contínua desses profissionais, sobretudo no que diz respeito à comunicação em saúde. A utilização de uma linguagem clara e acessível é essencial para que as orientações transmitidas pelos ACS sejam compreendidas e colocadas em prática pela população. Dessa forma, a realização do projeto “Comunicação Eficiente e Educação em Saúde” justifica-se pela necessidade de fortalecer a atuação dos ACS através de capacitações que abordem técnicas de comunicação, escuta ativa, linguagem acessível e estratégias educativas. Ao investir nesses aspectos, pretende-se contribuir para a melhoria da qualidade da atenção primária, garantindo, portanto, o melhor direcionamento dos pacientes em relação ao cuidado com a própria saúde e a redução de agravos evitáveis no território coberto pelas Unidades Básicas de Saúde de Teófilo Otoni.

Objetivo geral: Promover a Educação em Saúde nas Estratégias de Saúde da Família (ESF) de Teófilo Otoni, com foco na capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), especialmente quanto ao uso de estratégias eficazes de comunicação com a comunidade, a fim de assegurar a compreensão e adesão às orientações de saúde transmitidas. Objetivos específicos: ● Minimizar as ausências nas consultas e prevenir o esquecimento de documentos essenciais, como exames anteriores, receitas médicas, cartões de vacinação e medicamentos em uso; ● Aprimorar o vínculo entre os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e a comunidade, por meio do diálogo e de uma abordagem eficaz que promova a adesão dos pacientes às orientações de saúde; ● Potencializar a atuação da atenção primária, incentivando o uso adequado e eficiente dos serviços básicos de saúde pela população; ● Melhorar a produtividade da ESF, por meio da qualificação do atendimento e do melhor preparo dos usuários para as consultas, otimizando tempo e recursos da equipe de saúde.

● Realização de palestras voltadas aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), abordando estratégias de comunicação que priorizem a compreensão do paciente, o uso de recursos visuais e a valorização da escuta ativa; ● Elaboração de cartazes informativos, os quais serão fixados nas unidades de saúde, e de lembretes impressos, que facilitem o registro de orientações, datas e informações relevantes pelos próprios pacientes; ● Contribuição para a promoção efetiva da saúde, por meio do fortalecimento da comunicação entre os profissionais da atenção básica e a comunidade; ● Favorecer a aproximação da comunidade acadêmica com os profissionais da saúde e com a sociedade.

O projeto será desenvolvido em três frentes principais: (1) educação em saúde voltada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), por meio de palestras; (2) elaboração de cartazes informativos; e (3) produção de folhetos destinados à anotação de dados relevantes pelos pacientes. Inicialmente, os membros da Liga serão divididos em três grupos, cada um responsável por uma dessas ações. O grupo encarregado das palestras aos ACS abordará temas como estratégias eficazes de comunicação com os pacientes, valorizando a escuta ativa, a empatia e a orientação sobre a importância de levar documentos, cartão de vacinação, receitas, medicamentos em uso, diagnósticos e encaminhamentos anteriores às consultas. Também serão discutidas a importância do comparecimento às consultas, a adesão ao tratamento e a necessidade de não interromper medicações sem orientação médica. Os discentes poderão utilizar recursos interativos (como dinâmicas, questionários e perguntas) e tecnológicos (como apresentações projetadas), promovendo maior engajamento e compreensão por parte dos ACS. O segundo grupo será responsável pela criação de cartazes informativos com linguagem acessível e popular, além de elementos visuais atrativos. Os cartazes, voltados para o público atendido nas unidades de saúde, conterão orientações práticas que reforcem os pontos discutidos nas palestras e permanecerão afixados nas unidades como fonte permanente de informação. Já o terceiro grupo desenvolverá folhetos com design simples e funcional, destinados a serem entregues pelos ACS nas residências dos pacientes. Esses materiais incluirão informações como data e horário de consultas, aferições de pressão arterial e outros dados relevantes. A proposta poderá ser aplicada em diferentes unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), permitindo a rotatividade dos grupos nas funções atribuídas. Todas as informações transmitidas, seja nas palestras, cartazes ou folhetos, serão baseadas em evidências científicas e informações confiáveis, visando beneficiar pacientes, profissionais e o fortalecimento da atenção primária à saúde.

MCGOVERN, Mark E. et al. Associations between primary healthcare and infant health outcomes: a cohort analysis of low-income mothers in Rio de Janeiro, Brazil. The Lancet Regional Health – Americas, [S. l.], v. 21, p. 100481, jun. 2023. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lanam/article/PIIS2667-193X(23)00093-5/fulltext. Acesso em: 29 jul. 2025. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Básica. Departamento de Atenção à Saúde . Política Nacional de Atenção Básica. 4. ed. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2007. 68p.

A interação entre a comunidade acadêmica e a sociedade será realizada, de forma indireta, por meio da capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que terão o papel de repassar as informações de maneira acessível e compreensível para a população. Além disso, essa interação será fortalecida por mecanismos informativos e interativos desenvolvidos no âmbito do projeto, como cartazes afixados nas unidades de saúde e cartilhas que auxiliarão os pacientes a registrar dados relevantes e a compreender melhor aspectos relacionados à sua saúde. De forma mais direta, os participantes da LACM estarão presentes nas unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para executar o projeto, o que viabiliza o contato com os pacientes. Dessa forma, poderemos esclarecer eventuais dúvidas surgidas a partir das informações nos cartazes, orientar sobre o uso das cartilhas e reforçar os conteúdos apresentados pelos ACS. Assim, consolidamos a aproximação entre a universidade e a comunidade, promovendo uma troca de conhecimento efetiva e acessível.

A interação entre a comunidade acadêmica e a sociedade será realizada, de forma indireta, por meio da capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que terão o papel de repassar as informações de maneira acessível e compreensível para a população. Além disso, essa interação será fortalecida por mecanismos informativos e interativos desenvolvidos no âmbito do projeto, como cartazes afixados nas unidades de saúde e cartilhas que auxiliarão os pacientes a registrar dados relevantes e a compreender melhor aspectos relacionados à sua saúde. De forma mais direta, os participantes da LACM estarão presentes nas unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para executar o projeto, o que viabiliza o contato com os pacientes. Dessa forma, poderemos esclarecer eventuais dúvidas surgidas a partir das informações nos cartazes, orientar sobre o uso das cartilhas e reforçar os conteúdos apresentados pelos ACS. Assim, consolidamos a aproximação entre a universidade e a comunidade, promovendo uma troca de conhecimento efetiva e acessível.

A capacitação dos agentes comunitários de saúde será conduzida por meio da transmissão de conhecimentos fundamentados em evidências científicas, priorizando estratégias de comunicação eficazes para os objetivos do projeto. Nós, acadêmicos, seremos responsáveis por pesquisar e selecionar todas as informações repassadas aos profissionais, utilizando fontes confiáveis e artigos científicos que abordem tanto os temas relevantes a serem discutidos com a população quanto as formas mais adequadas de abordagem pelos ACS, assegurando compreensão acessível e a eficácia do atendimento na Unidade Básica de Saúde. Dessa forma, fica evidente que, para a concretização deste projeto de extensão, a pesquisa constitui elemento central, assim como o ensino, visto que as informações obtidas serão discutidas entre nós e, posteriormente, compartilhadas no âmbito da própria faculdade, contribuindo para ampliar o conhecimento dos demais acadêmicos de medicina.

O presente projeto tem como objetivo capacitar os agentes de saúde, aprimorando sua comunicação com a população e orientando-os sobre práticas que contribuam para uma melhor dinâmica nas consultas e para o fortalecimento das ações da atenção básica. Para os acadêmicos, esta será também uma oportunidade de aprendizado, especialmente no que se refere à comunicação e à instrução, uma vez que estaremos diretamente envolvidos no processo de capacitação desses profissionais. Assim, os estudantes serão oportunizados de desenvolverem habilidades comunicativas, reconhecendo que o diálogo e a boa interação entre os membros da equipe de saúde são essenciais para o desempenho eficiente da unidade e para a oferta de um atendimento de qualidade aos pacientes. Além disso, o projeto proporcionará experiência no trabalho conjunto com outros profissionais da área, fortalecendo o senso de profissionalismo e a integração no ambiente que futuramente fará parte da nossa rotina. Atuando diretamente nos postos de saúde, poderão esclarecer dúvidas tanto de pacientes quanto de outros profissionais, como enfermeiros, favorecendo a prática e aprimorando de relacionamento interpessoal com a equipe e com o público atendido.

O impacto desse projeto na sociedade será extremamente positivo, especialmente por meio da educação em saúde realizada com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Essa instrução contribuirá diretamente para a otimização do atendimento nas unidades básicas, reduzindo ausências nas consultas e facilitando a abordagem médica, uma vez que os pacientes serão incentivados a levar consigo documentos importantes, como receitas, exames e diagnósticos anteriores. Essa prática não apenas agiliza o tempo de atendimento, como também melhora a qualidade do cuidado, permitindo que a atenção primária alcance um número maior de pessoas com mais eficiência. Os próprios pacientes passam a ter um papel ativo nesse processo, colaborando com informações relevantes de sua história clínica, como uso atual de medicamentos e evolução de quadros anteriores. Dessa forma, o trabalho dos médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde torna-se mais eficaz, seguro e direcionado, graças ao acesso a dados completos e atualizados. Assim, o projeto promove uma verdadeira transformação social, ao incentivar a autonomia e o protagonismo dos pacientes no cuidado com a própria saúde, fortalecendo a efetividade das ações da atenção primária.

A divulgação das palestras direcionadas aos Agentes Comunitários de Saúde será realizada no instagram da Liga Acadêmica de Clínica Médica (@lacm.fammuc) e no Whatsapp das equipes de saúde por meio de convites digitais que convoquem esse público.