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Identificação dos Fatores de Risco para o Síndrome de Burnout entre Médicos Anestesistas de um Hospital Universitário no Período da Covid 19
Sobre a Ação
202203000003
032022 - Ações
Prestação de Serviço
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
21/02/2022
31/03/2023
Dados do Coordenador
marcio alves marcal
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Trabalho
Saúde e proteção no trabalho
Local
Não
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Integral
Não
Membros
O objetivo geral deste relatório técnico é fornecer informações para os gestores sobre a prevalência da Síndrome de Burnout e seus fatores de risco entre membros da equipe de anestesiologia que atuam no atendimento aos pacientes de Covid-19 em um hospital universitário. O Relatório Técnico ira permitir que os gestores criem ações de prevenção e promoção de saúde dos anestesistas.
Sindrome de Burnout, Anestesistas, Ergonomia, Covid 19
Doenças endêmicas e epidêmicas impactam em diferentes níveis na vida humana. Quando essas doenças evoluem a ponto de configurarem uma pandemia, os impactos geram uma crise mundial. No nível macrossocial, políticas e economias são afetadas; no microssocial, famílias, escolas e vizinhos; e no individual, é preciso muito mais cuidado e atenção com a própria saúde (BORLOTI el al, 2020). Em dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi informada sobre a descoberta de um novo vírus que desencadeava vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na China. Inicialmente, o vírus não foi detectado em humanos; uma semana depois, em janeiro de 2020, o COVID-19 já era a segunda principal causa de resfriado comum depois do rinovírus (OPAS, 2020); e cinco meses depois, o número de casos atingia milhões de pessoas e o ataque viral se transformava em uma pandemia sem precedentes na história contemporânea (KOH, 2020). O vírus desconhecido foi denominado de Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavirus – 2 (SARS-CoV-2) e causa a chamada COVID-19 (LI Q, et al, 2020). Tal patologia é responsável por causar diversos sintomas, sendo os mais frequentes febre, tosse seca, cansaço, coriza, obstrução nasal, dor de garganta e diarreia (SBI, 2020), com manifestações que podem variar desde uma doença autolimitada leve à pneumonia grave, insuficiência respiratória aguda e choque séptico (LAI et al, 2020). 14% dos pacientes apresentam sintomas severos (dificuldade em respirar e falta de ar) necessitando de internação para oxigenoterapia e 5% apresentam sintomas críticos (insuficiência respiratória, risco de morte, entre outros) (SBI, 2020). A pandemia de Covid-19 tem produzido números expressivos de infectados e de óbitos no mundo, inclusive de profissionais de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2020), até 3 de junho de 2020 foram notificados 6.287.771 casos confirmados e 379.941 óbitos pelo novo coronavírus. Os continentes mais afetados é o americano e o europeu. O COVID-19 chegou mais tarde na América Latina em relação aos outros continentes. No Brasil, o primeiro caso registrado foi em 25 de fevereiro de 2020, porém, atualmente ele é o país com maior número de casos e de mortes do continente (DONG et al, 2020). A ausência de um tratamento específico e resolutivo, a falta de uma vacina e o aumento exponencial do número de casos têm levado a um crescente número de internações e óbitos, elevando a demanda dos sistemas de saúde, inclusive de recursos humanos. (CAI et al, 2020) No que se refere ao contágio entre os profissionais de saúde, diversos estudos nacionais e internacionais estão sendo realizados no mundo para investigar a incidência e as repercussões da COVID-19 nesses trabalhadores, bem como suas formas de transmissão. (SPINAZZÈ, 2020) Profissionais de saúde constituem um grupo de risco para a Covid-19 por estarem expostos diretamente a pacientes infectados. Entretanto, a heterogeneidade de tarefas dentro do ambiente de trabalho determina formas diferentes de exposição e de contaminação (TEIXEIRA et al, 2020). Barroso et al (2020) fizeram um mapeamento mostrando o índice de risco que os trabalhadores brasileiros têm de serem contaminados pelo COVID-19 durante suas atividades laborais. Os profissionais de saúde apresentaram de 97 a 100% de risco de contágio desde técnicos de saúde bucal a técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos. De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial no 16 divulgado em maio no Brasil pelo Ministério da Saúde (2020), existem cerca de 199.768 profissionais de saúde registrados no e-SUS Notifica com suspeita de COVID-19, sendo que 31.790 (15,9%) foram confirmados para a doença, 53.677 (26,9%) foram descartados por não atenderem aos critérios clínico-laboratoriais e 114.301 (57,2%) permaneceram em investigação. A categoria profissional com o maior número de registros no sistema foi técnico ou auxiliar em enfermagem (68.250 ou 34,2%), seguida de enfermeiro (33.733 ou 16,9%), médico (26.546 ou 13,3%), recepcionista (8.610 ou 4,3%) e outro tipo de agente de saúde (5.013 ou 2,5%) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020). Já se sabe que a proteção da saúde dos profissionais de saúde é fundamental para evitar a transmissão de Covid-19 em hospitais, clínicas médicas e nas residências dos mesmos, sendo necessário para isso adotar protocolos de controle de infecções (contato, via aérea) e disponibilizar EPIs, incluindo máscaras N95, aventais, óculos, protetores faciais e luvas (TEIXEIRA et al, 2020). Entretanto, devido ao surto mundial de infecção pelo SARS-CoV-2, medidas de quarentena, distanciamento/isolamento social e o uso de máscaras foram adotadas para toda a população como forma de evitar a disseminação do Covid-19 (DEVAUX, 2020). Além da preocupação com o risco de contaminação entre os profissionais de saúde, uma outra preocupação é a proteção da saúde mental desses trabalhadores, por conta do estresse a que estão submetidos nesse contexto (TEIXEIRA et al, 2020). O risco de contaminação pelo Covid-19, o rápido crescimento do número de trabalhadores de saúde infectados e todo o estresse e pressão que esses profissionais têm sofrido, faz com que a saúde mental desses profissionais tenha sido apontada como uma grande preocupação (PRADO et al, 2020). Pereira et al (2020) realizaram estudo no Canadá e detectaram sintomas que demonstram prejuízo na saúde mental dos trabalhadores de saúde, como: sensação de alto risco de contaminação, efeito da doença na vida profissional e humor deprimido. Exaustão física e mental, a dor da perda de pacientes e colegas, a dificuldade de tomada de decisão, o medo da contaminação e da transmissão da doença aos entes próximos foram fatores também citados como sendo prejudiciais à saúde mental dos profissionais atuantes na linha de frente da doença (GUIMARÃES e BRASIL, 2018). A saúde mental tende a ser negligenciada em relação ao risco biológico e a medidas de tratamento durante grandes surtos de doenças infecciosas (ORNELL et al, 2020). Entretanto, impactos psicológicos podem acometer um grande número de pessoas e permanecer mesmo após o fim de epidemias (HUGHES et al, 2007). Estudos demonstram que em epidemias anteriores, como a da Síndrome Respiratória do Médio Oriente (SRME ou MERS), sentimentos como ansiedade e raiva foram desencadeados na população e permaneceram por até seis meses após o fim do surto (JEONG et al, 2016). Em outras regiões como Na Arábia Saudita e Coréia do Sul, profissionais de saúde que trabalharam na linha de frente relataram sentimentos de medo, nervosismo (KHALID et al, 2016) e estresse (JI-SEON et al, 2018). Recentemente, diversos estudos foram publicados sobre a saúde mental da população em geral e dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente da pandemia. Evidenciar esse processo é relevante, pois oferece subsídios para a elaboração de ações e políticas públicas direcionadas à coletividade e a equipes de saúde. Nesse contexto, o objetivo deste Relatório Técnico é de fazer um resumo direcionado para os gestores do hospital da prevalência da Síndrome de Burnout e seus fatores de risco ergonômicos entre membros da equipe de anestesiologia que atuam no atendimento aos pacientes de Covid-19 em um hospital universitário.
O Relatório Técnico justifica-se pela necessidade de criar um documento em uma linguagem direcionada para os gestores e chefia dos médicos anestesistas. Fazendo o relato da prevalência da Síndrome de Burnout entre anestesiologistas de um hospital universitário que atuam no atendimento aos pacientes de Covid-19, uma vez que essa síndrome pode ser considerada como um fator de risco à saúde mental e física desses profissionais, além de gerar danos irreparáveis à vida dos mesmos. Embora seja uma condição recente, é preciso que sejam implementadas medidas de prevenção e tratamento, a fim de que se possa oferecer condições de trabalho salubres a esses profissionais que estão na linha de frente no combate à pandemia.
Fazer a escrita do relatório sobre os dados já coletados que avaliaram a prevalência da Síndrome de Burnout e seus fatores de risco ergonômicos entre membros da equipe de anestesiologia que atuam no atendimento aos pacientes de Covid-19 em um hospital universitário. Divulgar o relatório para a comunidade de trabalhadores da saúde do hospital bem como para as entidades de classes como conselhos regionais, associações e sindicatos de profissionais médicos e de outras categorias da área de saúde. Propiciar ao aluno da graduação a experiência do aprendizado da escrita de um relatório com um formato técnico, bem como o aprendizado sobre as estratégias para divulgação e distribuição destas informações proporcionando uma interação dialoga com a comunidade externa e do hospital.
Pretende-se atender aos médicos anestesistas do Hospital Universitário por meio da escrita de Relatorio Tecnico com informações sobre a prevalência da Síndrome de Burnout e seus fatores de risco ergonômicos entre membros da equipe de anestesiologia. Metas especificas: a) Identificar os principais aspectos influenciadores nos níveis de Burnout; b) Identificar os principais aspectos relacionados à tarefa realizada, aspectos institucionais e aspectos pessoais que podem estar interferindo nos níveis de Burnout; c) Identificar se houve o aparecimento de dor ou incômodo em alguma parte do corpo e relatar os principais pontos; d) Relacionar horas de trabalho, desempenho pessoal, condições materiais e ambientais e relacionamento entre membros da equipe envolvida no atendimento aos pacientes COVID-19, com os níveis de Burnout.
Este trabalho será realizado tendo como base a dissertação de mestrado profissionalizante em Ergonomia da UFPE. Dissertação defendida pela aluna Odaléa Alvim realizado com a orientação do Professor Márcio Marçal da UFVJM que será o coordenador deste projeto de extensão. A proposta será de fazer a escrita de um relatório técnico na formatação que atenda a demanda dos médicos anestesistas, gestores do hospital e para a comunidade externa: conselhos regionais, associações e sindicatos de profissionais médicos e de outras categorias da área de saúde. Inicialmente será feito o levantamento dos principais pontos que deverão ser considerados na escrita do relatório. Para isso será feito uma estruturação dos banco de dados já coletados que estão disponíveis em planilhas de excel bem como em plataforma de analise estatística. A dissertação de mestrado também será usado como local de consulta para auxiliar na escrita do relatório. O processo de escrita do relatório técnico será feito na residência da aluna com reuniões online com o coordenador. Desta forma manteremos os cuidados com a proteção de contaminação pela Covid 19. As reuniões de divulgação e apresentação do Relatório Tecnico serão feitas no sistema online. Estratégias para avaliação do projeto também serão montadas com uso de questionários no Google Forms ou outras plataformas para avaliar o alcance dos objetivos propostos e para servir de aprendizado para futuros projetos de escrita tecnica. Historico da metodologia utilizada O trabalho foi realizado no setor de anestesiologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco (HCPE). Trabalho foi aprovado pelo Comite de ética e pesquisa do Hospital das Clinicas de Pernambuco (Parecer: 4481.061 em anexo). Trata-se de um hospital universitário público, que realiza cirurgias eletivas e de urgência, em pacientes internados. A população do estudo foi composta por 60 profissionais de anestesiologia, de ambos os sexos. Questionários que foram utilizados para montagem do banco de dados coletados e analisados que serviram de base para escrita do Relatório Técnico Questionário do Perfil do Trabalhador. Foi aplicado um questionário estruturado contendo questões fechadas que fornecerão dados para o estudo, como: idade; gênero; peso; altura; estado civil; graduação; tempo na profissão; média de horas semanais trabalhadas durante pandemia e turnos mais trabalhados durante a pandemia, que deverão ser relacionadas ao longo do desenvolvimento do estudo. QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE ESTRESSORES PSICOSSOCIAIS foi utilizado para a avaliação dos estressores psicossociais no contexto do trabalho. O objetivo deste questionário foi de medir o impacto que diferentes estressores de trabalho tem sobre as pessoas. QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO BURNOUT (Maslach Burnout Inventory (MBI)) foi utilizado para avaliar a prevalência da Síndrome de Burnout em médicos anestesiologistas. O MBI é composto por 22 perguntas fechadas, distribuídas entre as três dimensões (Codo, Vasques, 1999), sendo 9 itens para a Exaustão Emocional, 5 itens para a Despersonalização e 8 itens para a Baixa Realização Pessoal (LIMA et al, 2009). Ele identifica índices de Burnout de acordo com os escores de cada dimensão; os altos escores em exaustão emocional e despersonalização e baixos escores em realização profissional indicam alto nível de Burnout (Maslach & Jackson, 1986).
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Por meio da produção do relatório técnico, ocorre a troca entre os saberes sistematizado acadêmico, os médicos anestesistas e os gestores do hospital universitário. Esta interação possibilita a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade, propiciando a efetiva participação da comunidade na atuação da universidade, com vistas ao desenvolvimento de sistemas de parcerias interinstitucionais.
A interdisciplinaridade e a interprofissionalidade estão presentes neste projeto que envolve diferentes campos de saberes e formação bem como diferentes praitcas profissionais.
Este projeto abrange as três áreas. Ensino na formação do mestrando e dos alunos de graduação da fisioterapia. O projeto de extensão proposto vem com complementação do projeto de pesquisa já realizado. Desta forma temos um projeto que contempla ensino, pesquisa e a extensão.
A estudante da graduação terá a experiência aprender fazer a escrita de um Relatório Técnico que tem uma característica profissionalizante e menos académica.
Este projeto terá um impacto na saúde do trabalhador (médicos anestesistas) bem como na instrumentação dos gestores do Hospital em mediadas que deverão ser tomadas para prevenção e promoção da saúde destes trabalhadores.
Este projeto por ser um Relatório Técnico não requer divulgação para sua execução. A divulgação será feita do resultado final do Relatório com apresentação para os gestores dos hospital bem como para os médicos anestesistas desta unidade.
Público-alvo
Medicos anestesistas e Gestores Hospitalares
Municípios Atendidos
Recife - PE
Parcerias
Atualmente sou professor e orientador de estudantes no Mestrado Profissionalizante em Ergonomia da UFPE. Atividade esta autorizada pelo Colegiado do curso de Fisioterapia e pela Diretoria da FCBS da UFVJM. Desta forma realizo trabalhos de pesquisa e extensão vinculado as dissertação de mestrado que sou orientador com participação dos alunos de graduação do curso de Fisioterapia da UFVJM. Declaração de que fui orientador da dissertação que será usada como base par este projeto de extensão esta anexada no processo.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 32 h
- Manhã;
Levantamento bibliográfico
- Manhã;
Escrita do referencial teórico para fundamentação do Relatório Técnico
- Noite;
Analise do banco de dados e dos resultados da dissertação
- Noite;
Escrita do relatório técnico
- Noite;
Pesquisa bibliográfica sobre ações de prevenção e promoção para serem sugeridas no relatório
- Noite;
Finalização da escrita do relatório
- Manhã;
Apresentação e entrega do relatório aos gestores e médicos anestesistas do hospital
- Manhã;
Acompanhamento da avaliação do impacto do relatório em implementações de ações de prevenção e promoção a saúde destes trabalhadores