Visitante
Conhecendo a doença de Chagas na Serra Geral, no Norte de Minas Gerais
Sobre a Ação
202203000008
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
15/01/2022
31/12/2022
Dados do Coordenador
welyson tiano dos santos ramos
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Endemias e epidemias
Regional
Sim
Não
Não
Dentro e Fora do campus
Manhã
Sim
Redes Sociais
Apesar do Youtube não ser considerada uma rede social é uma excelente ferramenta de divulgação, de modo que vamos considerá-lo nessa finalidade como rede social: bit.ly/oslesmas
Membros
Pesquisa descritiva acerca do conhecimento da população da Serra Geral, no Norte de Minas Gerais sobre a doença de Chagas (DC). É planejado a organização de um evento científico e produção de material didáticos para ações educativa.
Doença de Chagas , Trypanosoma cruzi, Triatomíneos, Barbeiros, bicudo, chupança, furão
A doença de Chagas (DC) ou tripanossomíase americana é uma infecção parasitária causada pelo Trypanosoma cruzi, cuja transmissão se dá principalmente através dos vetores triatomíneos. Estes insetos, vulgarmente chamados barbeiros ou outras denominações como bicudo, chupança, furão, dependendo da região geográfica [1], são hematófagos obrigatórios e a transmissão vetorial do parasito ocorre durante ou imediatamente após o repasto sanguíneo, através das fezes contaminadas com o T. cruzi. A DC constitui uma das mais importantes endemias do Brasil e da América Latina, sendo considerada um grave problema de saúde pública devido à morbimortalidade da infecção, principalmente entre as populações com alta vulnerabilidade socioeconômica e de origem rural [2,3]. As ações de enfrentamento à DC sempre estiveram voltadas no sentido de interromper o contato do homem com os triatomíneos, uma vez que não há disponibilidade de vacina e o tratamento também não é totalmente eficaz. Atualmente o controle vetorial encontra-se na fase de vigilância, onde a participação comunitária é imprescindível para manter os níveis de controle alcançados, sendo este um dos principais desafios. [2]. Nesse projeto propomos a realização de ações educativas para disseminar e recolher informações sobre a DC e seus vetores na região da Serra Geral, no Norte de Minas Gerais. . O projeto contará com o apoio das secretarias de saúde e secretária de educação, de diversas cidades do Norte de Minas (carta de apoio já apresentadas ao comitê de ética, e também anexadas a esse projeto), e também da UFVJM. Basicamente o projeto pode ser dividido em duas etapas, uma de pesquisa/extensão e outra de ensino/extensão. A etapa de pesquisa consiste em um levantamento, realizado por meio de uma abordagem quantitativa e métodos indutivos de pesquisa, implementado via questionários estruturados, direcionados e construídos para cada população de interesse. Em particular, nesse projeto há 4 populações vislumbrada como público alvo, a saber: (i) comunidade interna da UFVJM, (ii) agentes comunitários de saúde (acss) e agentes de combate a endemias (aces), (iii) comunidade rural do norte de minas e (iv) alunos do 9° ano do ensino fundamental. Essas populações estão inseridas em 19 cidades da região de abrangência da UFVJM, campus janaúba, contudo no ano de 2022 o projeto se limitara a pesquisa nas seguintes cidades, incluindo a UFVJM: Pai Pedro; Nova Porteirinha; Janaúba; Capitão Enéas; Jaíba, Montes Claros; Manga; Porteirinha; Mamonas; Monte Azul; Mato verde; Verdelândia. No ano de 2022, o estudo voltado para escolas e comunidade rural estará condicionado ao retorno das atividades presenciais da UFVJM. Vale-se destacar que a etapa de pesquisa encontra-se aprovada pelo comitê de ética da UFVJM. Os resultados desta pesquisa servirão de aporte para o desenvolvimento de diversas atividades extensionistas para as populações investigadas, focadas nas necessidades reais observadas. Efetivamente a segunda etapa, envolve o processo de ensino/extensão, por meio de ações junto à comunidade para trocas de saberes. Nesse caso a disseminação de informação é prevista ocorrer tanto na modalidade presencial quanto a distância, por meio de palestras, oficinas, minicursos, entre outros, com a parceria de pesquisadores da Fiocruz Minas e de outras instituições. De maneira geral, o foco das atividades é provocar a comunidade e autoridade públicas a pensar sobre a DC e levar informação para a população, tais como os principais vetores encontrados na região; as formas de transmissão; como identificar o barbeiro; o que fazer se encontrar o barbeiro na residência - a quem procurar?; quais os cuidados ao coletar o barbeiro; entre outras perguntas. Além disso, considerando, atualmente, o papel da mídias digitais para a disseminação de informação e conhecimento, o projeto pretende continuar produzindo materiais audiovisuais para postar tanto no youtube quanto no instagram, além de material didático na forma textual, como panfletos e ebooks para entregar para a população e aos agentes de saúde e de endemias. Ainda, em 2022, pretende-se iniciar a organização de um evento científico online, a nível nacional, na plataforma even3, previsto para 2023, para discutir sobre a doença de Chagas.
A DC tem um alto impacto social e econômico em toda a área endêmica [4,5], sendo considerada um problema de saúde pública nos 21 países da América Latina onde a doença é endêmica. Aproximadamente 6- 8 milhões de pessoas encontram-se infectadas pelo parasito. Outras 100 milhões vivem expostas ao risco de infecção pela doença [6,7]. Estima-se que 14.000 pessoas no mundo vão a óbito anualmente em decorrência da DC [6]. No Brasil, calcula-se que há 2 a 3 milhões de pessoas infectadas [4,8], e desses, aproximadamente 600.000 pessoas desenvolvem complicações cardíacas ou digestivas, levando à morte de 5.000 indivíduos a cada ano [9]. Apesar dos números expressivos, faltam informações atuais sobre a epidemiologia da doença no Brasil, incluindo um inquérito sorológico recente e mais incentivo à população para a manutenção da vigilância entomológica, que consiste no principal mecanismo de evitar novas infecções [9-12]. Segundo Vilela et al. [13], ironicamente a vigilância epidemiológica/entomológica reduz assim que a incidência da doença diminui, reduzindo também, por parte das autoridades, os investimentos na prevenção. Com isso, aumenta-se a probabilidade de a doença voltar a existir em áreas onde foi erradicada, ou se espalhar para novas regiões [14]. Obrigatoriamente, ações de controle sustentáveis para a prevenção e controle da DC passam pela informação e participação da população [13]. Contudo, no Brasil e no mundo, os municípios não possuem equipes bem estruturadas e atuantes no ramo educativo; também não há ações educativas formais estruturadas que priorizem a informação da população sobre a DC [13,15]. De modo geral, é evidente a necessidade de atividades educativas no treinamento de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE), para que eles possam transmitir à população informações necessárias para a percepção da importância da vigilância passiva, o trabalho de captura dos triatomíneos e a comunicação às autoridades de saúde [13]. Na realidade, é importante incentivar, principalmente nos municípios de regiões endêmicas, ações educativas de promoção à saúde para a população, disseminando informações sobre a DC [13]. Logo, além dos ACS e ACE, um público promissor para receber ações educativas são os domiciliados em zonas rurais, estudantes do 6° ao 9° ano do ensino fundamental e os alunos do ensino médio. A escolha da comunidade escolar justifica-se pelo fato dos estudantes serem agentes naturais de transmissão de informações para seus familiares, fazendo com que as informações cheguem a um público maior, além da escola ser um importante espaço de construção de conhecimento [16]; a escolha dos domicílios rurais é pautada pelo fato de a DC ter maior incidência nessas comunidades de maior vulnerabilidade socioeconômica [2,3]. Vale destacar que, para o desenvolvimento de ações educativas, é de fundamental importância a avaliação de conhecimentos sobre a DC e práticas de reconhecimento dos triatomíneos por parte da população. Ao mesmo tempo, tais avaliações podem servir na construção e/ou utilização em políticas públicas no combate à DC. Além disso, segundo Vasconcelos [17], estas avaliações são importantes para conhecer as crenças da população a respeito da DC, e com isso é possível produzir material educativo compreensível e atraente, aumentando a chance da participação da população na vigilância passiva. Nesse contexto, entendendo que a Universidade deve ser um agente ativo e transformador nas necessidades da população, este projeto de extensão visa transmitir conhecimentos relativos à DC e seus principais vetores na região da Serra Geral, no Norte de Minas Gerais. Dentre os principais resultados esperados no desenvolvimento da proposta estão: i) sensibilização da população quanto aos riscos eminentes da Doença de Chagas; ii) uso da informação pela população para apoio na identificação e o controle do barbeiro nas comunidades; iii) instruir sobre os cuidados para prevenção da doença; e iv) fazer um levantamento do conhecimento da população sobre a DC. Salienta-se que a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Campus Janaúba, está localizada na porção nordeste do estado de Minas Gerais, sendo esta região uma das mais pobres no Brasil, que no século XX foi uma das áreas com maior incidência da DC, com presença regular de triatomíneos nos domicílios [18,19]. Diante do exposto, além das ações educativas, um levantamento do grau de conhecimento da população sobre a DC pode trazer grandes contribuições para os gestores da região definirem estratégias de saúde e políticas públicas voltadas para o enfrentamento da DC na região. Outra justificativa para o projeto são as oficinas e materiais didáticos que a serem fomentados pelo projeto. Destaca-se, ainda, a importância do desenvolvimento do projeto na região da Serra Geral, no Estado de Minas Gerais, considerando a vulnerabilidade social da população dessa região, que se apresenta com condições sociodemográficas, econômicas e de vida desfavoráveis. Por fim, por este projeto ser um pedido de continuação, é importante destacar a seguir os principais resultados obtidos até o presente momento na execução do projeto no ano de 2021 (considerando que o projeto foi adaptado para atividades remotas): i) Elaboração de um projeto de pesquisa, que foi submetido ao comitê de ética, logrando aprovação. Nesse processo foram construído 4 formulários e 5 Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLE). ii) Produção de 3 vídeos animados sobre doenças de chagas: a) a história do descobrimento da doença de chagas; b) características morfológicas dos barbeiros; c) características do Tripanosoma Cruz como protozoário. Outros roteiros estão em fase de produção. iii) Produção de folders para o instagram baseados na temáticas dos vídeos do item ii. iV) Participação em eventos científicos, tais como: o ii cobicet; IX congresso Nacional e VIII jornada de extensão do Mercosul. V) Inicio do desenvolvimento de 3 (três) trabalho de conclusão de curso (TCC) na temática do projeto. Vale ressaltar que aplicação dos questionários a UFVJM será realizada nessa segunda metade do ano de 2021. VI) Inicio da organização de um evento científico sobre doença de Chagas e organização de um evento sobre ensino interdisciplinar em ciencia e tecnologia. Assim, considerando as ações do projeto, a continuação deste trabalho é relevante para o desenvolvimento de conhecimento na UFVJM nessa temática.
Objetivo Geral Fazer uma pesquisa descritiva acerca do grau de conhecimento da população sobre a DC e promover ações educativas sobre a DC na região da Serra Geral, no Norte de Minas Gerais. Objetivos específicos 1 – Realizar uma pesquisa descritiva para avaliar o grau de conhecimento das seguintes populações: I) UFVJM; II) Agentes de Saúde e de Endemias; III) Alunos de 9° ano do ensino fundamental; e iV) população da zona rural. 2 – Produzir material didático audiovisual e textual, com fins educativo sobre a DC e seus vetores, e promover sua publicação nas mídias digitais quando for o caso. 3 – Realizar minicursos e/ou oficinas educativas sobre a DC para a comunidade interna e externa a UFVJM, incluindo a organização de eventos científicos. 4 – Efetuar visitas a escolas da rede pública do ensino básico e comunidades rurais para realização de ações educativas presenciais. 5 – Incentivar a vigilância passiva na região da Serra Geral, em conjunto com a vigilância em saúde dos municípios. 6 – Buscar parcerias para iniciar, na UFVJM, o desenvolvimento de uma rede regional de informação sobre a DC na região da Serra Geral. 7 – Promover a interação entre UFVJM e outras instituições, como Fiocruz, secretarias de educação e de saúde dos municípios onda a UFVJM esta inserida. Promover, também a interação entre a UFVJM e comunidade externa. 8 – Realizar divulgação científica. 9 – Divulgar a UFVJM na região na qual ela está inserida
Pretende-se aplicar os formulários online sobre a doença de chagas, para os ACE e ACS nas cidades: Pai Pedro; Nova Porteirinha; Janaúba; Capitão Enéas; Jaíba, Montes Claros; Manga; Porteirinha; Mamonas; Monte Azul; Mato verde; Verdelândia, e em outras cidades autorizadas pelo comitê de ética na vigência desse projeto. No caso da populações, 9° do ensino fundamental e comunidade rural, a aplicação presencial ficara condicionada ao retorno das atividades presenciais da UFVJM. Contudo, em virtude da pandemia, no cronograma apresentado ao comitê de ética, estima-se que essa etapa ocorrerá apenas a partir de 2023, com impacto de mais de 600 pessoas. Quanto a público alvo denominado comunidade interna da UFVJM, os questionários estão previsto para serem aplicados ainda em 2021, na vigência atual do projeto, sendo que para a execução de 2022 ficará a etapa de análise dos dados. Contudo, destaca-se que o projeto poderá ter um impacto direto de mais de 2 mil pessoas, considerando uma taxa de 20% de resposta dos questionários na UFVJM. No contexto educativo, o projeto tem como meta a organização do 1° evento científico sobre chagas da UFVJM, no formato de workshop, para ocorrer em 2023. A produção de vídeos animados, usando a ferramenta vídeoscribe ou outra similar, para publicação no youtube, e folders com conteúdo associados aos vídeos para publicação no instagram do projeto. É importante destacar nesse momento que as redes sociais tem um papel importante na divulgação científica e também ferramenta para a divulgação da UFVJM a nível regional, nacional e também internacional, acreditando a equipe desse projeto ser impacto indireto desse projeto. Ainda, Considerando o contexto da pandemia, o projeto tem como meta realizar oficinas online com escolas públicas da região do Norte de Minas. Ainda, o projeto busca fomentar a parceria da UFVJM com outras instituições. Nesse caso, a organização do evento científico tem potencial para atrair possíveis colaborações entre instituições que possuem interesse na temática.
Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, este projeto é dividido em duas etapas, que poderão ser realizadas concomitantemente, a saber: A produção de material didático sobre a DC e organização de ações online e eventos científicos sobre a DC; coleta de dados junto ao público alvo, por meio dos questionários, e análise dos mesmos. Na etapa de pesquisa, busca-se avaliar o grau de conhecimento da população a respeito do barbeiro e da DC, onde já foram elaborados questionários estruturados, com questões relacionadas ao tema, na vigência do projeto em 2021. A pesquisa, já foi submetida ao comitê de ética institucional da UFVJM, sendo logrado aprovação. Os questionários voltados para a UFVJM e para ACE/ACS serão aplicados na forma online, implementados via plataforma google forms. No ano de 2021/2022, no cronograma submetido ao comitê de ética está previsto a aplicação dos formulários online nos seguintes municípios: Pai Pedro; Nova Porteirinha; Janaúba; Capitão Enéas; Jaíba, Montes Claros; Manga; Porteirinha; Mamonas; Monte Azul; Mato verde; Verdelândia. No caso da pesquisa no formato online, na UFVJM o link do formulário será disseminado nos grupos de whatsapp dos diretórios acadêmicos para os alunos e também por meio e-mails, via direção das unidades acadêmicas. No caso dos ACE e ACS, os formulários serão enviado por email, com auxílio das secretarias de saúde. Os demais públicos alvos serão abordados presencialmente, quando do retorno das atividades presenciais (sendo solicitado novo registro em 2023), seguindo em princípio o cronograma apresentado ao comitê de ética. Findada a etapa de coleta de dados, será feito um tratamento das respostas obtidas – etapa de análise. Em particular, a análise dos dados da pesquisa será atribuída aos discentes envolvidos no projeto, tendo como retorno a produção de trabalho de conclusão de curso e publicação de artigos científicos pelos discentes. Com base nas respostas contidas nos formulários, a preparação de material didático, principalmente aqueles que serão entregues diretamente a população no formato físico, por exemplo os panfletos, focará em conteúdos identificados como mais problemáticos – tomando como base as questões com maior número de erros. De maneira semelhante, a escolha de temas para palestras, oficinas e minicursos, será pautada principalmente nas respostas obtidas nos questionários. Sob a supervisão dos docentes envolvidos no projeto, a produção dos materiais didáticos serão de responsabilidades dos discentes envolvidos no projeto, ficando incumbido prioritariamente a(o) bolsista a produção dos materiais audiovisuais, desde a revisão bibliográfica, criação de roteiro, gravação, e edição dos materiais, e sua respectiva publicação nas redes sociais. Os discentes deverão auxiliar também na organização do evento científico e na construção das atividades extensionistas presenciais que forem possíveis ser executadas na vigência do projeto. Ainda, serão produzidos pelos discentes material textual como panfletos e possivelmente um ebook sobre a DC. As parcerias, secretarias de educação e de saúde, atuarão na conexão dos pesquisadores ao público alvo.
[1] ARGOLO, A.M. et al. Doença de Chagas e seus principais vetores no Brasil. Rio de Janeiro. Editora Fiocruz. Rio de Janeiro, 2008. [2] Souza, J. M. B., Vigilância da Doença de Chagas: manual técnico das atividades de controle dos triatomíneos, Instituto René Rachou, Belo Horizonte, MG, 2019. [3] Jurberg J, Galvão C, Noireau F, Carcavalho RU, Rocha DS, Lent H. Uma Iconografia dos Triatomíneos (Hemíptera: Reduviidae). Entomol Vect; 11(3): 454-94, 2004. [4] Word Health Organization (2002) Control of Chagas 'disease (Technical Report Series 905). Genebra: Organização Mundial de Saúde. [5] Silveira AC, Dias JCP (2011) O controle da transmissão vetorial. Rev Soc Bras Med Trop 44: 52–63. [6] Schmunis GA, Yadon ZE (2010) Doença de Chagas: um problema de saúde latino-americano tornando-se um problema de saúde mundial. Acta Trop 115: 14–21. [7] World Health Organization (2010), folheto informativo sobre a doença de Chagas (tripanossomíase americana) (revisado em junho de 2010). Wkly Epidemiol Rec 34: 334-336. [8] Dias JCP, Prata A, Correia D (2008) Problemas e perspectivas para o controle da doença de Chagas: em busca de uma análise realista. Rev Soc Bras Med Trop 41: 193–196. [9] Coura JR, Dias JCP (2009) Epidemiologia, controle e vigilância da doença de Chagas: 100 anos após sua descoberta. Mem Inst Oswaldo Cruz 104: 31–40. [10] Martins-Melo FR, Alencar CH, Ramos AN Jr, Heukelbach J (2012) Epidemiology of Mortality Related to Chagas' Disease in Brazil, 1999–2007. PLOS Neglected Tropical Diseases 6(2): e1508. [11] D. Akhavan (2000) Análise de custo-efetividade do Projeto de Controle da Doença de Chagas no Brasil - Relatório Final. Organização Pan-Americana da Saúde , Brasília. [12] FR Martins-Melo , AN Ramos Jr. , CH Alencar , J. Heukelbach (2012) Mortalidade por doença de Chagas no Brasil de 1979 a 2009: tendências e diferenças regionais. J. Infect. Dev. Ctries. , 6 ( 2012 ) , pp. 817 - 824 [13] Marcos Marreiro Villela, Denise Nacif Pimenta, Paulo Acácio Lamounie, João Carlos Pinto Dias, Avaliação de conhecimentos e práticas que adultos e crianças têm acerca da doença de Chagas e seus vetores em região endêmica de Minas Gerais, Brasil, Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 25(8):1701-1710, ago, 2009 [14] Dias JCP. Participação, descentralização e controle de endemias no Brasil. In: Barata RB, Briceño-León R, organizadores. Doenças endêmicas: abordagens sociais, culturais e comportamentais. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2000. p. 269-97. [15] Dias JCP. Southern Cone Initiative for the elimination of domestic populations of Triatoma infestans and the interruption of transfusional Chagas disease. Historical aspects, present situation, and perspectives. Mem Inst Oswaldo Cruz 2007; 102:11-8. [16] Ministério da Saúde, Saúde na escola, Série B. Textos Básicos de Saúde Cadernos de Atenção Básica, n. 24, Brasilia, DF, 2009. [17] Vasconcelos EM. Educação popular como instrumento de reorientação das estratégias de controle das doenças infecciosas e parasitárias. Cad Saúde Pública 1998; 14 Suppl 2:39-57. [18] Dias JCP, CCP Loyola, Brener S. Doença de Chagas em Minas Gerais: situação atual e perspectivas. Rev Bras Malariol Doenças Trop 1985; 37:7-28. [19] Machado de Assis GF, Azeredo BVM, Gorla D, Diotaiuti L, Lana M. Entomological surveillance of Chagas disease in Berilo municipality, Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop 2009; 42(6):615-621.
As atividades do projeto visam aproximar a UFVJM da comunidade por meio de ações educativas sobre a doença de Chagas. O projeto buscará aproximar-se de órgãos de saúde, como a secretaria de saúde dos municípios envolvidos, coordenações dos ACS e ACES, diretores de escola, a fim de desenvolver em conjunto as estratégias para as ações educativas para cada setor. Devemos lembrar que este projeto consiste em parte das ações junto a população de um projeto de pesquisa já aprovado pelo comitê de ética, tendo como relação dialógica a interação com orgãos municipais de saúde educação.
Intrinsicamente, o projeto Conhecendo a doença de Chagas de interdisciplinaridade, além dos profissionais envolvidos serem de diferentes áreas, pois o estudo da doença por si só está associado uma área do conhecimento, a biologia. Contudo, os estudos entomológicos/epidemiológicos podem ser tratados a luz da estatística, além de questão como área onde são encontrados os insetos e pessoas infectadas podendo ser visto sob um olhar da geografia, bem como os efeitos do ambiente na interação inseto ser humano, podendo até mesmo ser discutido efeitos físicos ou químicos. Desse modo, o projeto constitui uma excelente oportunidade para o ensino e interação interdisciplinar. Quanto a interprofissionalidade, devido as natureza da área, é necessário a interação efetiva entre os diversos agentes envolvidos no projeto, como profissionais da saúde e pesquisadores, para a construção, desenvolvimento e consolidação das atividades do projeto.
No quesito extensão o projeto configura como uma ação junto a sociedade local onde está inserida a UFVJM, buscando compreender um problema local e oferenco ações educativas como principal ferramenta para a solução do problema. Note que os participantes desenvolver material didático, produzir vídeos aulas e oficinas (na modalidade remoto online,caso persista o problema da Covid 19, continuando o projeto no formato online), desenvolvendo assim atividades de ensino. Quanto a pesquisa, podemos olhar sob diferentes olhares. Primeiro, quando se fala na preparação de material didático, ou preparação de aulas/oficinas isso por si só consiste em processo intenso de pesquisa, não gerando necessariamente conhecimento novo, mas agregando valor ao conhecimento existente, para produzir novas perspectivas de abordagem assuntos. Assim, considerando que a pesquisa consiste em um ato de investigação, esse processo traz transformação em principio para o investigador, que aprende novos conhecimentos, cumprindo assim a pesquisa seu papel. Em segundo lugar, podemos olhar a pesquisa como ferramenta de desenvolvimento de novos conhecimentos, nesse sentido o projeto envolve um levantamento do conhecimento de diferentes grupos populacionais, que serão posteriormente analisados, utilizando ferramentas adequadas de análise, e serão enviados para publicação. Nesse processo, após análise será feito conjecturas sobre o porquê dos resultados encontrados, caracterizando efetivamente uma atividade de pesquisa em seu aspecto mais amplo, constituindo de etapa de investigação bibliográfica, coleta de dados, análises e conjecturas sobre os resultados.
Na UFVJM, há o curso Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, onde os estudantes têm acesso a diferentes áreas do conhecimento, e diferentes cursos na área de saúde que se relacionam diretamente a temática desta proposta. Nesse projeto, conhecimentos em biologia, geografia, física, química, matemática, entre outras disciplinas, serão de grande valia para a produção de material didático do projeto. Em particular, o conhecimento de matemática estatística será de crucial importância na etapa de coleta e análise de dados. Por exemplo, a área de Biologia é claramente detectável, uma vez que parte do trabalho envolve a disseminação de informações sobre a DC e sobre os triatomíneos. A matemática (análises estatísticas) está agregada à etapa de avaliação das informações coletadas por meio dos questionários sobre a DC. O envolvimento de outras áreas do conhecimento também são de grande importância, como a geografia para mapeamento geográfico das populações de triatomíneos comunicadas aos órgãos de saúde e caracterização dos principais ecossistemas onde esses insetos são encontrados. A química e a física quando a discussão envolve os exames de detecção da doença ou os equipamentos utilizados nos processos, e assim por diante. Nessa perspectiva, esse projeto traz claramente contribuição para a formação do discente, do mesmo modo que a formação dos discentes nos mais variados cursos presentes na UFVJM é essencial para a execução do projeto. Além disso, o projeto possibilita diretamente que o discente se envolva em atividades de ensino, durante as atividades educativas presenciais, e durante a produção dos materiais didáticos. O projeto permite aos discentes o envolvimento com atividades de pesquisa – etapa de coleta, análise dados via formulários e desenvolvimento de trabalhos científicos para eventos e periódicos. Por fim, o projeto propicia efetivamente aos alunos uma atividade de extensão, ao provocar o aluno a desenvolver ações para levar o conhecimento para fora dos muros da universidade, e, por outro lado, buscar o conhecimento popular para dentro da universidade, traçando uma relação clara entra a UFVJM e comunidade externa. Assim, o projeto promove o ensino, pesquisa e extensão de maneira indissociada. Vale destacar ainda que os estudantes estarão em contato direto com os professores. A capacitação discente ocorrerá em um processo continuo, durante o processo de preparação do material didático, cujas dúvidas serão levadas aos professores e membros parceiros, e durante as atividades de análises dos formulários de pesquisa. Prevê-se reuniões mensais com bolsista e discente para orientação e planejamento das atividades mensais, e reuniões quinzenais para acompanhamento da execução do projeto. A participação dos discentes na organização de eventos é ponto interessante a se ressaltar, uma vez que promove formação acadêmica em atividade de gestão. Em linhas gerais, os estudantes ficarão responsáveis por: 1 – Realizar o levantamento bibliográfico para a construção dos materiais didáticos. 2 – Produzir os materiais didáticos, em todas as suas formas, audiovisual e ou textual. 3 – Auxiliar na organização de eventos científicos e demais ações do projeto, tanto presenciais quanto online. 4 – Participar das reuniões em grupo. 5 – Aplicar os formulários, tanto no caso presencial quanto no formato online e analisar os resultados obtidos. 6 - Escrever trabalhos científicos para submissão em eventos científicos e em periódicos. Os alunos integrantes do projeto serão avaliados observando sua desenvoltura em cada uma das atividades atribuídas a eles. Desta maneira, esse projeto também tem como propósito complementar a formação dos discentes de graduação do BC&T e dos cursos terminais da UFVJM campus Janaúba, e demais alunos de outros cursos da UFVJM. Busca-se promover a participação dos discentes no processo educacional regional, bem como ampliar sua participação nas atividades relativas ao ensino, pesquisa e extensão da UFVJM. Espera-se que a participação do discente contribua de maneira sólida para sua formação acadêmica-profissional.
Destaca-se a importância do desenvolvimento desse projeto na região da Serra Geral, Minas gerais, considerando os índices da doença na região e a vulnerabilidade social da população, que se apresenta com condições sociodemográficas, econômicas e de vida desfavoráveis. O projeto tem contribuído positivamente na formação dos discentes e docentes envolvidos, fortalecendo práticas humanas e profissionais, engajandoos, de modo consciente, na realidade social regional. É importante destacar que o projeto integra ensino, pesquisa e extensão por se colocar como um meio estratégico para promover práticas integradas entre várias áreas do conhecimento. A multidisciplinaridade envolvida no projeto, ou seja, a possibilidade de troca de experiências com indivíduos de diferentes formações, possibilita um trabalho capaz de valorizar o diálogo, a autonomia, a troca de experiências, com valorização do saber e do ser humano, inserindo a UFVJM na sociedade local. Ressalta-se, por fim, a interação da UFVJM com outras instituições e entes públicos propiciada pela execução do projeto.
A divulgação do projeto ocorrerá principalmente via mídias sociais, como youtube, instagram e facebook do grupo de pesquisa em Eletromagnetismo Aplicado aos Sistemas Biológicos, Metamateriais e Antenas, por via de folders enviados a secretaria de educação/prefeitura dos municípios envolvidos, e também via divulgação institucional, via Proexc. Por outro lado, a divulgação dos resultados do projeto se dará via mídias especializadas como periódicos e revistas.
Video para o youtube, material didático e folders/cartilhas.
Público-alvo
O projeto promoverá ações de extensões e realizará uma pesquisa via formulário com os agentes de saúde e agentes de endemias nas seguintes cidades: Pai Pedro; Nova Porteirinha; Janaúba; Capitão Enéas; Jaíba, Montes Claros; Manga; Porteirinha; Mamonas; Monte Azul; Mato verde; Verdelândia. Estas cidades são que constam do cronograma aprovado pelo comitê de ética.
O projeto destina-se também a comunidade interna da UFVJM. Como a etapa de pesquisa consiste na resposta de um questionário online, estima-se um adesão abaixo de 20% da população da UFVJM. Esse público é formado por discentes e servidores efetivos e terceirizados. Em 2022, o projeto também estará realizando análise dos formulários aplicados no ano de 2021, e promovendo ações para esse grupo.
O projeto tem interesse de avaliar o conhecimento sobre a doença de Chagas de estudantes do 9° ano do ensino fundamental de escolas públicas. Contudo atividades presenciais com esse grupo só ocorrerá com anuência da UFVJM para atividades presenciais. Ainda, devido a pandemia, no cronograma junto ao comitê de ética, a abordagem com os questionário está prevista apenas ocorrer a partir de 2023. Contudo, o projeto tem como umas das ações a produção de material didático digital, em forma de videos animados, que tem como foco alunos de escolas públicas em geral. Na verdade o público alvo é ainda maior que apenas os alunos do 9° ano do ensino fundamental. Colocando esse grupo mais especifico apenas para apresentar um número aproximado do quantitativo. No caso de haver a possibilidade de atividade presenciais, no ano de 2022 o projeto realizará atividades nas cidades de Janaúba e Nova Porteirinha.
:Em virtude da pandemia, o foco no ano 2022 visa ser ações no formato online para comunidade externa da UFVJM. Especificamente o projeto buscar alcançar a comunidade rural. Havendo a possibilidade de atividades presenciais, autorizadas pela UFVJM, pretende-se desenvolver atividades com comunidades rurais nas cidades de Janaúba e Nova Porteirinha em 2022. A partir do ano de 2023, havendo a possibilidade de atividades presencias, daremos continuidade atividade programadas junto ao comitê de ética.
Municípios Atendidos
Janaúba - MG
Nova Porteirinha - MG
Capitão Enéas - MG
Jaíba - MG
Pai Pedro - MG
Montes Claros - MG
Manga - MG
Porteirinha - MG
Mamonas - MG
Monte Azul - MG
Mato Verde - MG
Verdelândia - MG
Parcerias
Autorização para pesquisa e ações nas escolas, cedendo espaço e promovendo a interação
As secretarias farão a conexão do projeto com ACS e ACES, ´para aplicação dos formularios e autorização para realização de atividades
Autorização para investigação de escolas da rede estadual da microregião de Janauba
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 280 h
- Manhã;
- Tarde;
Levantamento de dados de maneira remota junto a comunidade interna da UFVJM e junto aos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes comunitários de endemias (ACE). No caso dos ACE e ACS, a aplicação dos questionários estará limitado as cidades: Pai Pedro; Nova Porteirinha; Janaúba; Capitão Eneas; Jaiba
- Manhã;
- Tarde;
:Levantamento de dados de maneira remota junto a comunidade interna da UFVJM e junto aos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes comunitários de endemias (ACE). No caso dos ACE e ACS, a aplicação dos questionários estará limitado as cidades: Montes Claros; Manga; Porteirinha; Mamonas; Monte Azul; Mato verde; Verdelândia
- Manhã;
- Tarde;
Produção de material didático pelos discentes: revisão bibliográfica, construção de roteiros; gravação de vídeos animados; edição e publicação nas mídias digitais; e produção de material textual para a montagem de um ebook sobre a doença de chagas e folder para o instagram. Os materiais produzidos também poderão ser utlizados em futuras oficinas itinerantes, quando for possível a realização de atividades presenciais.
- Manhã;
Organização de eventos online como oficinas para escolas públicas e o workshop para o ano de 2023. As ações que surgirem dessa organização serão cadastradas individualmente no SIEXC para emissão de certificados para os participantes.