O objetivo geral deste relatório técnico é fornecer informações para os músicos sobre a Prevalência da Dor Musculoesquelética em Músicos de Orquestra e os Fatores de Riscos para a Atividade. O Relatório Técnico ira permitir que os músicos e maestros criem ações de prevenção e promoção de saúde para estes profissionais.

Dor Musculoesquelética, musico, orquestra, ergonomia

A maioria dos músicos experimenta, ao menos uma vez na vida, algum problema osteomuscular decorrente da sua atividade (KAUFMAN-COHEN & RATZON, 2011). Os músicos são atualmente comparados a atletas, por causa do esforço físico necessário para tocar (BAADJOU et al, 2015, STANHOPE, 2016). Porém, atletas têm médicos que os assistem, instrutores e tecnologia à sua disposição, para melhorar seu desempenho minimizando o risco de lesões. A atividade do músico, por outro lado, é essencialmente solitária. Além disso, diferentemente de outras categorias profissionais, os músicos não possuem normas de trabalho ligadas à segurança e saúde ocupacional (ZAZA, 1998). Os músicos, ao contrário dos atletas, costumam ter uma carreira bastante longeva, exercendo a profissão até idade avançada. Também, os músicos passam a maior parte do tempo estudando em casa, sem acompanhamento, portanto a maioria das dores/desconfortos osteomusculares podem ter sua origem no comportamento individual de estudo. Esses hábitos podem ser causa de sintomas dolorosos durante o exercício da profissão, e essas dores/desconfortos, se não rapidamente investigadas e tratadas, podem gerar lesões permanentes, limitação funcional (KAUFMAN-COHEN & RATZON, 2011; BAADJOU et al, 2016) e incapacidade para o trabalho. A pesquisa de Ackermann et al (2012), feita na Austrália, verificou que 84% de uma amostra de 377 músicos apresentaram incapacidade profissional decorrentes de lesões. Os Distúrbios Musculoesqueléticos Relacionados ao Trabalho (DORT) afetam grande parte dos músicos em várias partes do mundo, e são a principal causa de afastamento e adoecimento dessa classe de profissionais. Entender o contexto do surgimento desses problemas é importante para implantar programas de prevenção individual e coletiva. Esta realidade vivida pelos músicos foi estudada na dissertação de mestrado de Isabel Soares sobre a orientação do Professor Marcio Marçal. A partir deste estudo foi observado a necessidade da elaboração de um relatório técnico em um formato mais profissional e menos acadêmico com o objetivo de divulgar e orientar os profissionais que trabalham com musica, bem como para as entidades de classes e de ensino quanto a importância da prevenção e promoção da saúde neste meio profissional.

Normalmente, a profissão de músico não é vista como uma ocupação de risco para problemas musculoesqueléticos pelo público em geral. As atividades de criação e reprodução artística, em geral, são consideradas ocupações de grande deleite para o executante. Porém são atividades sujeitas a constrangimentos posturais e tensões provenientes da postura adotada e do esforço em busca do primor da execução. Além das dores/desconfortos causadas pela postura inapropriada, os próprios movimentos realizados com as mãos também eram fonte de sintomas dolorosos. Os movimentos repetitivos estáticos e dinâmicos eram realizados exaustivamente e de modo inadequado durante o estudo domiciliar, nos primeiros anos. E a autocobrança para realizar as práticas instrumentais de forma correta e no prazo indicado pelo professor gerava ainda mais dores/desconfortos, pois eu costumava tocar ignorando os sintomas corporais. O resultado era que minhas atividades do violão estavam em dia, porém o corpo estava em sofrimento constante, principalmente a coluna lombar e os membros superiores. As tarefas executadas por músicos podem ser estudadas do ponto de vista ergonômico, se considerarmos que a ergonomia é o estudo da relação entre os seres humanos, sua ferramenta de trabalho e seu ambiente laboral. Neste caso, o papel do músico equivale ao do ser humano, e o do instrumento ao doa ferramenta. Portanto, a atividade musical pode ser tema de estudo da Ergonomia. A necessidade desse tipo de relatório técnico se justifica pela importância de se identificar a prevalência de dor/desconforto em músicos profissionais em vários campos de atuação, não apenas em orquestras, como ocorre na maioria dos estudos, e pela contribuição da Ergonomia para prevenção de problemas musculoesqueléticos nesses profissionais.

Objetivo geral Fornecer informações para os músicos sobre a Prevalência da Dor Musculoesquelética em Músicos de Orquestra e os Fatores de Riscos para a atividade. Objetivos específicos Identificar as regiões de prevalência de dor/desconforto musculoesquelético entre músicos de orquestra; Verificar os fatores de riscos físicos para o surgimento de dor/desconforto musculoesquelético na atividade de instrumentistas de orquestra; Descrever se os músicos utilizam objetos para facilitar a prática musical e/ou melhorar a postura;bservar se há interferência de tensão psicológica na atividade dos dois grupos; Fornecer recomendações e sugestões para os músicos para maior conforto e melhor resultado na atividade.

Pretende-se atender aos músicos de orquestras por meio da escrita de Relatório Técnico com informações para os músicos sobre a Prevalência da Dor Musculoesquelética em Músicos de Orquestra e os Fatores de Riscos para a atividade. Metas especificas: a) Identificar as regiões de prevalência de dor/desconforto musculoesquelético entre músicos de orquestra; b) Verificar os fatores de riscos físicos para o surgimento de dor/desconforto musculoesquelético na atividade de instrumentistas de orquestra; c)Descrever se os músicos utilizam objetos para facilitar a prática musical e/ou melhorar a postura;bservar se há interferência de tensão psicológica na atividade dos dois grupos; d) Fornecer recomendações e sugestões para os músicos para maior conforto e melhor resultado na atividade.

Este trabalho será realizado tendo como base a dissertação de mestrado profissionalizante em Ergonomia da UFPE. Dissertação defendida pela aluna Isabel Soares realizado com a orientação do Professor Márcio Marçal da UFVJM que será o coordenador deste projeto de extensão. A proposta será de fazer a escrita de um relatório técnico na formatação que atenda a demanda dos profissionais músicos principalmente os que atuam em orquestra alunos e professores do curso de musica da UFPE e para a comunidade externa: associações e sindicatos de profissionais músicos. Inicialmente será feito o levantamento dos principais pontos que deverão ser considerados na escrita do relatório. Para isso será feito uma estruturação dos banco de dados já coletados que estão disponíveis em planilhas de excel bem como em plataforma de analise estatística. A dissertação de mestrado também será usado como local de consulta para auxiliar na escrita do relatório. O processo de escrita do relatório técnico será feito na residência da aluna com reuniões online com o coordenador. Desta forma manteremos os cuidados com a proteção de contaminação pela Covid 19. As reuniões de divulgação e apresentação do Relatório Tecnico serão feitas no sistema online. Estratégias para avaliação do projeto também serão montadas com uso de questionários no Google Forms ou outras plataformas para avaliar o alcance dos objetivos propostos e para servir de aprendizado para futuros projetos de escrita tecnica. Historico da metodologia utilizada que serviram de base para escrita do Relatório Técnico O trabalho foi realizado com músicos que atuação em orquestras na cidade Pernambuco. Trabalho foi aprovado pelo Comite de ética e pesquisa das Universidade Federal de Pernambuco (Parecer: 3.917.704 em anexo). A população do estudo foi composta por 67 músicos brasileiros, instrumentistas profissionais de orquestras. Questionários que foram utilizados para montagem do banco de dados coletados e analisados que serviram de base para escrita do Relatório Técnico 1) Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) Este questionário foi usado para avaliar a prevalência das queixas dores/desconfortos musculoesqueléticos. Auxiliou no mapeamento do corpo indicando nove locais de sintomas: pescoço, ombros, costas, cotovelos, região lombar, punho/mãos, quadris/coxas, joelhos e tornozelos/pés. Os entrevistados foram questionados se tiveram alguma dor/desconforto musculoesquelético nos últimos 12 meses e nos últimos 7 dias que tenha impedido o exercício da atividade. 2) Questionário sobre saúde ocupacional, hábitos de prática instrumental e contexto de tensão psicológica na atividade Este questionário foi utilizado para verificar as condições de saúde do músico, seus hábitos de prática instrumental e suas condições individuais de tensão psicológica durante uma performance. O questionário é dividido em três partes: questões sociodemográficas, de vivência com o instrumento e saúde ocupacional; questões sobre dor/desconforto no cotidiano com o instrumento e no momento da atividade; e questões sobre o contexto de tensão psicológica no momento da atividade de musico.

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Por meio da produção do relatório técnico, ocorre a troca entre os saberes sistematizado acadêmico, os músicos, maestros e professores da escola de musica da UFPE. Esta interação possibilita a produção de conhecimento resultante do confronto com a realidade, propiciando a efetiva participação da comunidade na atuação da universidade, com vistas ao desenvolvimento de sistemas de parcerias interinstitucionais

A interdisciplinaridade e a interprofissionalidade estão presentes neste projeto que envolve diferentes campos de saberes e formação bem como diferentes praticas profissionais.

Este projeto abrange as três áreas. Ensino na formação do mestrando e dos alunos de graduação da fisioterapia. O projeto de extensão proposto vem com complementação do projeto de pesquisa já realizado. Desta forma temos um projeto que contempla ensino, pesquisa e a extensão.

A estudante da graduação terá a experiência aprender fazer a escrita de um Relatório Técnico que tem uma característica profissionalizante e menos académica.

Este projeto terá um impacto na saúde do trabalhador (músicos de orquestras) bem como na instrumentação dos maestros e professores da escola de musica em mediadas que deveram ser tomadas para prevenção e promoção da saúde destes profissionais

Este projeto por ser um Relatório Técnico não requer divulgação para sua execução. A divulgação será feita do resultado final do Relatório com apresentação para os músicos, sindicato dos músicos, maestros e professores da escola de musica da UFPE.