Na macrorregião nordeste de MG existe uma defasagem em relação ao acesso às políticas públicas de saúde. Na pandemia de Covid-19, a dificuldade para a realização de diagnósticos mobilizou um grupo de servidores para a estruturação do CTCM-UFVJM-Mucuri com o propósito de promover ações de acompanhamento e controle da pandemia. A partir dos resultados alcançados pretende-se com esta proposta desenvolver ações que contribuam com a implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde na região

Vigilância em Saúde, diagnóstico molecular, saúde ambiental, Educação, Vale do Mucuri e Jequitinhonha

Uma das principais estratégias de prevenção e controle de epidemias abrange o diagnóstico precoce e oportuno, o que demanda a aplicação de técnicas que apresentem altos padrões de validade e reprodutibilidade, como os métodos de biologia molecular (BRASIL, 2021). Entretanto, existem alguns óbices à utilização dessas técnicas em larga escala, como a demanda de pessoal especializado e de equipamentos e instalações de alto custo (FENG et al., 2020). Nesse contexto, as universidades e centros de pesquisa têm contribuído para a interiorização e ampliação da oferta de diagnóstico molecular no Estado de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 2020). O Laboratório de Pesquisa e Diagnóstico em Biologia Molecular da UFVJM-Mucuri (LabBM-Mucuri) surgiu como uma iniciativa do Comitê Técnico Científico Multidisciplinar de Assessoramento da UFVJM-Mucuri (CTCM-Mucuri) para auxiliar no controle da Covid-19 na macrorregião nordeste mineira. Através da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica (TCT) entre o município de Teófilo Otoni e a UFVJM foi possível a estruturação do LabBM para a realização do diagnóstico de Covid-19. A partir do sucesso com a descentralização do diagnóstico de Covid-19, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) estabeleceu diretrizes para o cadastro de instituições como Centros Colaboradores da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública de Minas Gerais (RELSP-MG), conforme Deliberações CIB-SUS/MG nº 3.576, de 21 de outubro de 2021 e suas alterações; CIB-SUS/MG nº 3.681, de 16 de dezembro de 2021, para a ampliação do escopo de atuação dos laboratórios cadastrados. Dessa maneira, como Centro Colaborador da SES-MG, o LabBM foi habilitado para realizar diagnósticos de Dengue, Zika, Chikungunya, Febre Amarela, Influenza, Vírus Sincicial Respiratório e Covid-19. Para atender a uma demanda da SES-MG e do Ministério da Saúde, o LabBM também vem realizando contagem de células TCD4+ e, em breve, iniciará a determinação de carga viral de HIV e hepatites B e C, para acompanhamento de pacientes vivendo com essas patologias. Com a atual estrutura e a equipe de sete servidores técnicos e docentes da UFVJM, o LabBM pode realizar até 150 testes/dia de RT-PCR, 100 testes/mês de contagem de células TCD4+ e 200 testes de carga viral, colaborando com o atendimento da demanda dos exames diagnósticos citados acima, reduzindo o tempo para a obtenção dos resultados, o custo e risco do transporte de amostras até a cidade de Belo Horizonte. No contexto atual, essa oferta de testes cobre a demanda dos 57 municípios da macrorregião nordeste, que compreende uma população de cerca de 835 mil habitantes. O LabBM se encontra completamente amparado pelos serviços de vigilância sanitária municipal e estadual e, portanto, está apto para funcionamento como laboratório de análises clínicas. A implantação do LabBM como centro diagnóstico para a Covid-19 na região Nordeste de Minas Gerais permitiu a detecção precoce dessa condição e auxiliou os profissionais nas tomadas de decisão quanto às medidas mitigatórias e de isolamento. O reconhecimento dessa contribuição permitiu a formalização de parcerias que levaram à expansão do escopo diagnóstico do laboratório e a perspectiva de crescimento nos serviços ofertados. Nesse sentido, o objetivo dessa proposta é contribuir com a implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) nos municípios da macrorregião nordeste de saúde de Minas Gerais promovendo a oferta perene de um conjunto de exames laboratoriais para o monitoramento de doenças de notificação compulsória e de vigilância em saúde ambiental, além de ações de Educação em Saúde Coletiva e produção de informações sócio-referenciadas. A proposta é consonante com o processo de descentralização da vigilância laboratorial, que já vem ocorrendo por iniciativa da SES-MG que visa promover a estruturação dos Centros Colaboradores para readequar e aprimorar os processos de trabalho das redes atuais, principalmente relacionados a rede laboratorial da malária, doença de Chagas, leishmaniose tegumentar americana (LTA), leishmaniose visceral humana (LVH), tuberculose, HIV e hepatites virais e de análises microbiológicas e físico-químicas de água.

De acordo com o Plano Diretor de Regionalização de Minas Gerais (PDR, 2020), a Macrorregião Nordeste deste estado, cujo pólo é o município de Teófilo Otoni, é constituída por 57 municípios, com população estimada em 835.346 habitantes, distribuída em oito microrregiões: Águas Formosas, Almenara/Jacinto, Itambacuri, Itaobim, Nanuque, Padre Paraíso, Pedra Azul e Teófilo Otoni/Malacacheta. A Unidade Regional de Saúde do Estado de Minas Gerais, em Teófilo Otoni, possui 32 municípios, os quais estão sob a jurisdição da Superintendência Regional de Saúde, perfazendo um total de 503.458 habitantes. Os demais municípios estão sob responsabilidade da Gerência Regional de Saúde de Pedra Azul. Apesar da sua posição de referência em saúde para uma boa parte da população mineira, a cidade de Teófilo Otoni não possui serviços públicos de análises clínicas, e até 2021, todos os diagnósticos utilizando técnicas de biologia molecular eram feitos por laboratórios privados fora da cidade ou pela Funed (Lacen-MG). A distância de Belo Horizonte, as situações de calamidade pública em febre amarela, a pandemia de Covid-19 e a atual situação de emergência por Dengue e Chikungunya vivenciadas pelos municípios da macrorregião nordeste, evidenciam o desigual acesso às políticas públicas, em especial as de política de saúde coletiva dessa população. Dessa maneira, ao possibilitar a realização de diagnósticos laboratoriais nessa região, atende-se uma considerável população e permite a tomada de decisões mais rápidas no contexto do controle de doenças, quanto ao cuidado dos doentes e a mitigação da transmissão. Dentro do seu papel histórico, a UFVJM sempre objetivou potencializar o desenvolvimento e o bem estar do povo brasileiro e, de modo mais específico e em particular, das populações de Minas Gerais e dos Vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri. Além de ampliar o acesso ao ensino superior e suas potencialidades, a UFVJM também busca atuar em dimensões sociais, econômicas, políticas, culturais, na melhoria da saúde pública e na preservação ambiental. A presente proposta se justifica porque colabora com esse fortalecimento, o qual passa a saldar uma dívida histórica, relativa à pouca atenção concedida, em termos de ensino superior e de atenção em saúde, à imensa região mineira, que se estende ao norte de Teófilo Otoni até as fronteiras com o sul da Bahia. Durante anos, tal território padeceu em um vazio de instituições federais de ensino superior, bem como de estruturas adequadas ao cuidado com a saúde das maiorias: uma é espelho da outra. Dentro desse contexto histórico, socioeconômico e geográfico é de suma importância, portanto, que se deixe registrado que a implantação de instituições de ensino e pesquisa, responsáveis não somente pela formação de mão de obra qualificada, mas pela geração de um conjunto de conhecimentos multiplicadores de produtos, técnicas, tecnologias e também de novos conhecimentos está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e social dos lugares que se inserem. As universidades são multiescalares, pois possibilitam aos lugares se conectarem com o mundo ao mesmo tempo em que se enraízam, podendo se articular e interagir tanto com o lugar a qual estão implantadas como com a região, o território nacional e o mundo. É sob esses preceitos que atua esta universidade, tornando a realização de diagnósticos na cidade de Teófilo Otoni de grande relevância. A instituição, além de possuir o material humano qualificado para o desenvolvimento dos testes diagnósticos propostos neste Projeto, busca tanto formar alunos capacitados para os mercados de trabalho local quanto ser parceira dos demais atores regionais. Assim, a partir dessa iniciativa pretende-se que a UFVJM oferece, por meio do LabBM, os serviços de diagnósticos na região Nordeste de Minas Gerais, o que está consoante com a área temática “Saúde”, tópicos “cooperação interinstitucional e cooperação internacional na área”, “desenvolvimento do sistema de saúde” e “novas endemias e epidemias”, conforme o Regulamento das Ações de Extensão Universitária da UFVJM (UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, 2008). Importante destacar que a UFVJM já possui Acordos de Cooperação Técnica com a SES-MG, que estabelecem a mútua cooperação entre os partícipes, para a realização de exames laboratoriais de RT-PCR para diagnóstico e vigilância epidemiológica de arboviroses e vírus respiratórios e para acompanhamento de pessoas vivendo com HIV e com Hepatites Virais B e C. Os serviços já estão sendo ofertados e atendem municípios de circunscrição das Regionais de Saúde de Teófilo Otoni e Pedra Azul. A presente proposta vem como uma continuidade ao processo de descentralização da vigilância laboratorial iniciado pela SES-MG e visa ampliar o escopo de atuação do Centro Colaborador para diagnóstico de outras condições de notificação compulsória, como Doença de Chagas, Leishmanioses Tegumentar e Visceral e tuberculose; participar do acompanhamento de pacientes vivendo com HIV e hepatites virais B e C, através da determinação de Carga Viral e contagem de células TCD4+; realizar análises entomológicas para identificação e monitoramento de triatomíneos e culicídeos; realizar análises microbiológicas e físico-químicas de água. Os papéis de cada partícipe e os serviços a serem ofertados são descritos na Resolução SES/MG nº 7.797, de 21 de outubro de 2021; na Deliberação CIB-SUS/MG nº 3.576, de 21 de outubro de 2021 e suas alterações; Deliberação CIB-SUS/MG nº 3.681, de 16 de dezembro de 2021; Resoluções SES-MG nº 8440 e nº 8441 de 9 de novembro de 2022 e fundamentados nas Leis no 8.666, de 21 de junho de 1993; Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994; Decreto nº 7.423, de 31 de dezembro de 2010; Decreto nº 6.170, de 25 de julho de 2007; Portaria Interministerial nº 424, de 30 de dezembro de 2016; Resolução CONSU - 12/2016 e demais legislações afetas à matéria.

Geral Contribuir com a implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde na macrorregião nordeste de saúde de Minas Gerais. Específicos 1- Realizar exames laboratoriais de diagnósticos, como previstos nas Resoluções SES-MG nº 8440 e nº 8441 de 9 de novembro de 2022 e suas alterações. 2- Realizar exames laboratoriais de apoio à vigilância ambiental em saúde para monitoramento de fatores determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, como previstos nas Resoluções SES-MG nº 8440 e nº 8441 de 9 de novembro de 2022 e suas alterações. 3- Realizar ações de Educação em Saúde Coletiva junto aos atores sociais da saúde coletiva; 4- Produzir e socializar informações sócio-referenciadas sobre a temática do projeto.

Objetivo específico 1: Realizar 100 análises para doenças de Chagas por ano; Realizar 850 análises para Leishmaniose Tegumentar por ano; Realizar 850 análises para Leishmaniose Visceral por ano; Realizar 1700 análises para Tuberculose por ano; Realizar 5000 análises para contagem de carga viral do HBV; HCV; HIV por ano. Objetivo específico 2: Realizar 250 análises para identificação de espécie de Triatomíneos por ano; Realizar 250 análises para pesquisa de infecção natural por tripanossomatídeos em triatomíneos por ano; Realizar 4500 análises para identificação de larvas e pupas de Aedes por ano; Realizar 5500 análises microbiológica de água por ano; Realizar 5500 análises de flúor na água por ano; Realizar 5500 análises de pH e Turbidez na água por ano. Objetivo específico 3: Realizar quatro encontros presenciais junto aos atores sociais da saúde coletiva. Objetivo específico 4: 01 relatório de Indicadores de produção contendo análise do número de amostras cadastradas e recebidas; número de amostras analisadas e de laudos liberados; quantificação de positivos e negativos e inconclusivos; tempo médio de liberação de resultados. 01 relatório com definição dos fluxos de amostras de acordo com a patologia a ser investigada, a partir de estudo realizado com a SRS para definição da demanda laboratorial.

Exames diagnósticos: O LabBM funcionará das 8:00 às 18:00, de segunda a sexta-feira. Todos os membros do laboratório ou seus usuários externos (pesquisadores, alunos de pós-graduação e iniciação científica), deverão receber treinamento sobre as diferentes técnicas moleculares realizadas no LabBM, noções de biossegurança, boas práticas laboratoriais e descarte de resíduos sólidos em saúde. As diferentes etapas de um exame diagnóstico podem ser compreendidas em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. A fase pré-analítica consiste na preparação dos pacientes que consistem no público-alvo do presente projeto. Tem-se relação com a coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico, antes da determinação analítica. Ou seja, engloba todas as atividades que precedem o ensaio laboratorial, dentro ou fora do LabBM. Nessa fase, a coleta e o transporte das amostras até o LabBM serão de responsabilidade das prefeituras ou da SES-MG, obedecendo as condições e fluxo já estabelecidos pela Funed ou SES-MG, devendo estar de acordo com as legislações vigentes (RDC 20 de 10/04/2014 e Portaria Conjunta Nº 370, de 07/05/2014). No LabBM serão recebidas por um servidor treinado para a função, que verificará as condições das amostras e documentação, registrando ocorrências e não conformidades que podem determinar o aceite ou recusa do recebimento. O servidor realizará os primeiros passos para a análise analítica, como a identificação das amostras com o número interno do laboratório, desinfecção prévia e encaminhamento para a sala de extração. A fase analítica inicia-se com a validação do sistema analítico, através do controle da qualidade interno na amplitude normal e patológica e se encerra quando a determinação analítica gera um resultado. Toda essa fase será realizada pelo LabBM, compreendendo o acondicionamento e preparo da amostra, preparo de reagentes, realização das técnicas de diagnóstico, avaliação dos resultados e descarte de resíduos sólidos em saúde. Já a fase pós-analítica inicia-se após a geração do resultado analítico, quantitativo e/ou qualitativo, sendo finalizada após a entrega do laudo. Como pactuado com a SES-MG e Funed, todos os resultados das análises serão liberados pelo sistema GAL, exceto os exames de carga viral de HIV e hepatites e contagem de células TCD4+, que serão liberados pelo SISCEL. A equipe LabBM já recebeu treinamento para o lançamento dos resultados nos referidos sistemas e já conta com responsável técnico habilitado para a assinatura dos laudos. Abaixo as metodologias para os demais exames e análises. Doença de Chagas Chagas: Enzimaimunoensaio e TB IGRA Leishmaniose Tegumentar Americana: LTA- parasitológico direto (“imprint”) Leishmaniose Visceral Humana: LVH- Teste rápido Tuberculose: TB Teste Rápido molecular para tuberculose. Tuberculose: TB- cultura Tuberculose: TB – Baciloscopia Tuberculose TB: -IGRA Análise Microbiológica de água: Coliformes Totais - Metodologia: Substrato Cromogênico definido ONPG-MUG, com resultados confirmativos para presença de coliformes Totais em 24 horas pelo desenvolvimento de coloração amarela e resultados positivos para E. coli. confirmativo em 24 horas pela observação de Fluorescência, sem necessidade de adição de outros reagentes para confirmação. Metodologia de acordo com Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. Escherichia coli - Metodologia: Substrato Cromogênico definido ONPG-MUG, com resultados positivos para E.Coli. confirmativo em 24 horas pela observação de Fluorescência, sem necessidade de adição de outros reagentes para confirmação. Metodologia de acordo com Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. -Análise Físico-química da água: - Flúor: Espectrofotometria Potencial hidrogeniônico: Medidor de bancada de pH com Faixa de medição: pH: - 2.00 a 19.99 pH; Temp.: 0 a 100 °C; Exatidão: pH: ± 0.02pH. - Turbidez: Método nefelométrico, utilizando o aparelho turbidímetro Controlo Poli (modelo AP 2000) Educação em saúde: Na realização dos encontros presenciais, os participantes serão incentivados a se manifestarem pois, conforme Freire (1987) “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Serão utilizadas, desta forma, metodologias participativas a serem definidas pelo facilitador que potencializem, também, o trabalho em grupo. Na definição de uma estratégia de atuação, SOUZA (2004) ressalta que se devem utilizar as metodologias participativas como norteadoras do desenvolvimento dos trabalhos priorizando-se, fundamentalmente, a possibilidade de expressão dos participantes. As ferramentas de visualização das ideias em tarjetas, cartazes, textos, cartilhas são usadas como facilitadoras de discussões. O uso destas metodologias permite às pessoas participarem ativamente expressando seu potencial criativo, exercitando o diálogo entre os seus pares nos espaços de construção coletiva de conhecimento. Avaliação: Para a etapa de avaliação os participantes serão incentivados a emitir parecer sobre a importância do projeto, o acréscimo de conhecimento promovido por ela, entre outros pontos. A equipe de coordenação do projeto se reunirá quinzenalmente para analisar as avaliações e sugestões apresentadas, de forma, caso necessário, promover mudanças nas estratégias adotadas. As atividades previstas neste projeto serão acompanhadas por meio de relatórios conforme o exigido pela PROEXC, dos quais constarão avaliações quantitativas e qualitativas das ações desenvolvidas, considerados os parâmetros objetivos, as metas e os indicadores numéricos.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica: emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019 - Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 86 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento da Covid-19. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. 87 p. CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDC). Update on Emerging SARS-CoV-2 Variants and COVID19 vaccines. Apresentado bor Heather Scobie, em 13 de agosto de 2021. Disponível em: www.cdc.gov/vaccines/acip/meetings/downloads/slides-2021-08-13/04-COVID-Scobie-508.pdf. Acesso em 20/08/2021. FENG W, NEWBIGGING AM, LE C, et al. Molecular Diagnosis of COVID19: Challenges and Research Needs. Anal. Chem. 2020. 92(15):10196–10209. LIMA, RC Distanciamento e isolamento sociais pela Covid-19 no Brasil: impactos na saúde mental. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online]. 2020, v. 30, n. 02 [Acessado 20 Agosto 2021] , e300214. Disponível em: . Epub 24 Jul 2020. ISSN 1809- 4481. https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300214. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Operações de Emergência em Saúde – COES MINAS COVID-19. Nota Técnica COES MINAS COVID-19 Nº 26 – 22/04/2020. Proposta de Ampliação da RELSP no contexto do enfrentamento ao COVID-19. 2020. Disponível em . SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. Subsecretaria de Gestão Regional. Ajuste do Plano Diretor de Regionalização de Saúde de Minas Gerais (PDR/MG). 1. ed. Belo Horizonte: SES-MG, 2020. Disponível em: www.saude.mg.gov.br. Acesso em: 20/08/2021. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Anexo da Resolução nº. 01-CONSEPE, de 21 de setembro de 2007, alterado pela Resolução nº. 24 - CONSEPE, de 17 de outubro de 2008. Regulamento das Ações de Extensão Universitária. 2008.

O projeto preza pela interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade em geral, precisamente porque o CTCM, por intermédio do LabBM, tem garantido a constante relação entre ambos os pólos e o atendimento das demandas oriundas da sociedade, apreendidas através dos parceiros institucionais listados neste projeto. A própria criação do laboratório surgiu do centro dessa interação, como resposta da academia à necessidade imediata, relativa à pandemia, mas também histórica de longa data de se criar um serviço público em diagnóstico em saúde, localizado na macrorregião nordeste. Essa interação não cessa de passar, estando mesmo o presente projeto aberto às adequações oriundas do diálogo com a sociedade em geral e de suas necessidades imperiosas.

O presente projeto garante a interdisciplinaridade e interprofissionalidade no seguinte sentido: a própria equipe do CTCM possui diretamente colaboradores de todas as Unidades Acadêmicas do campus Mucuri, tanto da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas (FACSAE), Instituto de Ciências, Engenharia e Tecnologia (ICET), da Faculdade de Medicina do Mucuri (FAMMUC), bem como dos técnicos administrativos deste campus. Essa equipe conta, por exemplo, com cientistas e profissionais das áreas de humanas, sociais aplicadas, exatas, biológicas e da saúde: todos esses trazem suas colaborações teóricas e profissionais ao projeto, concorrendo para uma significativa interdisciplinaridade e interprofissionalidade.

O presente projeto garante a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, na medida em que transborda, em sua dinâmica, para o envolvimento de estudantes de graduação e pós-graduação, com produção de informações que viabilizem pesquisas científicas, e para a população em geral da macrorregião Nordeste de saúde, promovendo, assim, a articulação entre Universidade e Sociedade, propiciando o conhecimento e a interação com a sociedade em diversos níveis de integração.

A técnica de PCR permite a identificação de pequenos fragmentos de ácidos nucléicos em diversos tipos de amostra, tendo várias aplicações além da detecção de agentes patogênicos como o SARS-Cov2. Na área diagnóstica, pode ser utilizada para detecção de mutações, desordens genéticas, caracterização e estadiamento de tumores, monitorização de tratamentos, seleção de doadores de órgãos. Além disso, pode ser utilizada para identificação de organismos geneticamente modificados (OGM) em alimentos, diferenciação entre espécies, aplicações veterinárias, e em medicina forense, auxilia na identificação de criminosos, permite estabelecer paternidade e outras relações parentais, identificar vítimas de catástrofes, dentre outros. Dessa maneira, seja para fins diagnósticos ou de pesquisa, são necessários conhecimentos das áreas biológicas e da saúde, o que torna estudantes de graduação e pós-graduação nessas áreas elegíveis para participar como colaboradores no projeto e/ou utilizar da estrutura do LabBM para o desenvolvimento de seus projetos de pesquisa. Tem-se como intuito a aquisição de conhecimentos e habilidades necessárias para boas práticas laboratoriais em biologia molecular, contribuindo para a sua formação enquanto pesquisador e promotor de saúde. Os estudantes envolvidos com o projeto receberão treinamento teórico e prático, para o bom desempenho de suas atividades em controle de biossegurança e gestão laboratorial, participando ativamente da rotina do LabBM, seja qual for o objeto do seu trabalho, ou gestão laboratorial, auxílio diagnóstico ou pesquisa científica. Eles participarão de reuniões e de atividades de educação em saúde. Serão sempre acompanhados pela equipe técnica do laboratório, Os estudantes envolvidos serão avaliados quantitativa e qualitativamente por meio de sua participação e compromisso com o presente projeto. A participação no projeto permitirá aos estudantes das diversas áreas do conhecimento nos cursos da UFVJM, Campus Mucuri, vivenciar as estratégias de operacionalização das políticas públicas de saúde, notadamente as voltadas à vigilância em saúde, com vistas à prevenção de agravos endêmicos na região, contribuindo na formação profissional.

A saúde é o maior patrimônio de cada cidadão individualmente, da sociedade mineira e brasileira como um todo. O atual projeto tem alto potencial de impacto e transformação social. Isso porque a oferta de um diagnóstico rápido, preciso e de qualidade garante uma abordagem terapêutica ágil. É evidente que isso aumenta a resolubilidade em saúde, garantindo o cuidado e a sobrevida da população atendida, público alvo do nosso projeto. Nesse sentido, a manutenção da vida, esse patrimônio individual e coletivo, consiste no maior impacto e transformação social possíveis. Ademais, o projeto vem preencher um vazio geográfico e histórico de diagnóstico em saúde. Somente agora, na terceira década do século XXI, a região nordeste de Minas Gerais conquista um laboratório público, saturando esse vácuo de serviço em diagnóstico, abrindo o horizonte para a ampliação futura, pós-pandemia, para diagnosticar outras doenças, sejam endêmicas, epidêmicas ou novamente pandêmicas.

A divulgação das atividades será realizada por meio de informativos do Comitê Técnico, Científico e Multidisciplinar do Campus Mucuri, publicação em redes sociais, jornais impressos e rádios locais.