Visitante
Cuidando de quem cuida - Atenção integral à saúde dos cuidadores de pessoas com disfunções neurológicas
Sobre a Ação
202203000050
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
CONCLUÍDA - ARQUIVADA
04/04/2022
31/12/2023
Dados do Coordenador
ana paula santos
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Educação
Saúde Humana
Regional
Não
Não
Não
Dentro do campus
Manhã
Não
Membros
O projeto será voltado aos cuidadores de pessoas com disfunções neurológicas proporcionando a esta população uma atenção integral à saúde. O projeto acontecerá na Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM, durante o atendimento fisioterapêutico dos pacientes com disfunção neurológica, viabilizando a participação dos cuidadores. A Clínica Escola possui espaços necessários para a execução desta extensão. Serão realizadas orientações, avaliações e condutas direcionadas à saúde dos cuidadores.
cuidadores; assistência integral à saúde; doenças do sistema nervoso
Cuidador é a pessoa com ou sem vínculo familiar com um paciente, que o auxilia em suas necessidades e atividades da vida cotidiana, como na alimentação, deambulação, nas eliminações (SOARES; FRAGA, 2000; BRASIL, 2008; BRASIL, 2016). Os cuidadores são vulneráveis pois podem apresentar redução das relações sociais, desgaste emocional e adoecimento; necessitando dessa forma de uma assistência mais individualizada através de estratégias de cuidado ao cuidador, que possibilite ao mesmo, vida com qualidade, contribuindo para diminuir o seu próprio processo de estresse e adoecimento (FEIJO et al., 2020; TEIXEIRA et al., 2021). O presente projeto atuará junto aos cuidadores de pessoas com disfunções neurológicas proporcionando a esta população uma atenção integral à saúde. O projeto acontecerá na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), no período matutino, durante o atendimento fisioterapêutico dos pacientes com disfunção neurológica, viabilizando a participação dos cuidadores. A Clínica Escola de Fisioterapia possui os espaços necessários para a execução desta extensão. Este projeto já possui a autorização do responsável pela Clínica para executá-lo. Dentre as atividades que serão realizadas estará a roda de conversa, sobre os mais variados temas, como as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, dúvidas sobre o cuidar, atitudes que deram certo e errado e os relacionados à saúde. A roda de conversa será formada pelos cuidadores, alunos e profissionais da área da saúde objetivando a melhoria do bem estar emocional além da troca de saberes e aprendizado a todos os envolvidos. Serão realizadas avaliações fisioterapêuticas, os alunos de fisioterapia avaliarão a postura, os possíveis locais de dor, a qualidade de vida e o manejo dos cuidadores para com os pacientes. Orientações gerais voltadas para o cuidado integral à saúde e condutas para alívio da dor e de reeducação postural serão realizadas. A depender das queixas dos cuidadores e da sua avaliação fisioterapêutica, orientações de saúde envolvendo os cursos de nutrição, medicina, educação física, enfermagem e farmácia, além de profissionais fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos serão providenciadas. Durante a execução do projeto, propostas de atividades dos alunos, professores e profissionais envolvidos, além dos próprios cuidadores serão discutidas em grupo e poderão ser realizadas. Mensalmente a equipe do projeto se reunirá para avaliar o trabalho realizado e traçar o planejamento do mês seguinte para o grupo. O feedback dos participantes em cada roda de conversa e sobre os resultados oriundos das orientações multiprofissionais serão registrados. No final do projeto as avaliações fisioterapêuticas serão novamente realizadas. Espera-se que além de melhorias na qualidade de vida dos cuidadores, este projeto promova atitudes positivas transformadoras, em todos os envolvidos, no cuidado com a saúde. Todos os cuidados necessários para a prevenção de contaminação pelo covid-19 serão tomados. Esta extensão também será utilizada para fins de creditação de extensão na disciplina Ensino Serviço Comunidade VII (ESC VII – FIT102) do curso de fisioterapia.
A função de cuidador envolve domínios da vida, que vão além do ato de prestar cuidados de higiene, alimentação e medicação (SOARES; FRAGA, 2000; BRASIL, 2008; BRASIL, 2016). Cuidar envolve também doar tempo, fazer companhia, oferecer apoio emocional, auxiliar na recreação, acompanhar a evolução, fiscalizar e assegurar atendimentos adequados, melhorar a qualidade de vida do paciente e muitas vezes ser seu porta-voz (SOARES; FRAGA, 2000; SHIOTSU; TAKAHASHI, 2000; BRASIL, 2008). Os cuidadores familiares muitas vezes não têm vínculo empregatício ou tiveram que abdicar do seu trabalho, além disso, têm sua rotina alterada e restrição da vida social. Os contratados, na maioria das vezes, não são bem remunerados (SOARES; FRAGA, 2000; PERES et al., 2018; GOMES et al., 2018). A grande maioria dos cuidadores são mulheres, mães, filhas, esposas, sobrinhas, noras e as contratadas, confirmando a tendência da sociedade em atribuir às pessoas do sexo feminino o cuidado com os doentes (LAUTERT et al., 1998; SOARES e FRAGA, 2000; POZZOLI; CECÍLIO, 2017). Papel desempenhado desde os primórdios da humanidade pela mulher (LAUTERT et al., 1998). As dificuldades associadas ao cuidar são diversas. Varia de conflitos familiares a cobrança da sociedade. O desconhecimento sobre as doenças que acometem o paciente e das técnicas inerentes ao cuidado, a falta de colaboração do paciente e a falta de recursos econômicos são outras dificuldades encontradas (POZZOLI; CECÍLIO, 2017; GOMES et al., 2018). Quando o paciente precisa ser internado não há espaço satisfatório para que os cuidadores se acomodem de forma confortável e as condições de repouso, higiene e alimentação são muitas vezes inadequadas (SANCHES et al., 2013). A sobrecarga do cuidador pode ser dividida em duas dimensões: objetiva e subjetiva. A sobrecarga objetiva está relacionada às consequências negativas do papel de cuidador: por exemplo, alterações na rotina, restrição da vida social e profissional e perdas financeiras. O aspecto subjetivo da sobrecarga refere-se às percepções, preocupações, sentimentos negativos e incômodos gerados pelo trabalho de cuidar de um paciente (MAURIN; BOYD, 1990; PERES et al., 2018). O cuidador sofre ao cuidar, e na maioria das vezes não tem com quem compartilhar esse sofrimento (KEBBE et al., 2014; GOMES et al., 2018). Ser cuidador muitas vezes é estressante, triste e cansativo, provocando um desgaste físico e emocional por conviver de perto com o sofrimento do paciente (SHIOTSU; TAKAHASHI, 2000). Muitas vezes a necessidade do cuidador de estar com seu paciente é tão grande e tão importante que este acaba relegando seus próprios problemas e responsabilidade para um segundo plano, para ficar a disposição (LAUTERT et al., 1998). Há ainda a alteração da dimensão interpessoal que coloca o centro da vida não no eu, mas no tu. Assim, as ações, os pensamentos estão para o outro, indicando que o cuidar de alguém é não somente estar fisicamente com alguém, mas ser com ele (ROSELLÓ, 2009; POZZOLI; CECÍLIO, 2017). Portanto, o cuidador pode se sobrecarregar física, social e emocionalmente, o que acarreta ansiedade, estresse, desarranjo pessoal, declínio da qualidade de vida e sobrecarga financeira (MAURIN; BOYD, 1990; PERES et al., 2018). Indicando a necessidade de cuidado específico do próprio cuidador. Contudo, é importante ressaltar que, muitas vezes, o cuidador já tem alguma morbidade, e que a atividade de cuidar pode potencializar os sintomas (GOMES et al., 2018). Os profissionais da área de saúde, devido ao ritmo e quantidade de trabalho, a priorização em recuperar a saúde dos pacientes, ou até mesmo pela limitação em sua formação, deixam de observar o contexto geral dos pacientes e os cuidadores (SOARES; FRAGA, 2000). A maioria dos cuidadores não recebe as informações necessárias da equipe multidisciplinar de como ajudá-lo, e por isso, muitas vezes utilizam a intuição (LAUTERT et al., 1998, SANCHES et al., 2013). É importante enfatizar que o cuidador é figura importante no contexto da reabilitação e precisa ser cuidado. Além de representar para o paciente, muitas coisas como: elo familiar, companheiro, guarda, mensageiro, anjo da guarda e instrutor, ele está em contato diário e constante com o paciente, fazendo ou não que este se sinta estimado, útil e encorajado. A maneira pela qual o acompanhante desempenha suas funções poderá influenciar o processo de recuperação da saúde, pois poderá acarretar saúde ou doença, alegria ou tristeza ao paciente (LAUTERT et al., 1998). Por isso, destaca-se a importância de desenvolver estratégias de saúde também para os cuidadores. O sentimento de sobrecarga precisa ser identificado, tratado e acompanhado para que se evite o declínio da qualidade de vida desta população (POZZOLI; CECÍLIO, 2017). A atenção ao cuidador proporcionará o equilibrio psico-emocional tanto para ele como para os pacientes que precisam da sua ajuda (SOARES; FRAGA, 2000). Cuidadores relatam dificuldades para sair de casa e ter um tempo para respirar. O cuidado é uma atividade que requer muita responsabilidade e, muitas vezes, dedicação exclusiva, podendo gerar sofrimento e sobrecarga aos cuidadores (KEBBE et al., 2014). O grau de dependência do paciente parece não influenciar na sobrecarga do cuidador, o que leva a pensar que o grau de sobrecarga vincula-se a deixar-se de lado (POZZOLI; CECÍLIO, 2017). As percepções dos cuidadores após assumirem a responsabilidade do cuidar variam um pouco entre os gêneros. Os homens ressaltam o aumento da preocupação, a perda de cabelo, o uso de medicamentos controlados. As mulheres relatam a instabilidade emocional, choram mais, ficam tristes, sentem dores pelo corpo, sentem-se fracas, usam antidepressivos (GOMES et al., 2018). Essas informações ressaltam a necessidade de se pensar em serviços de apoio à saúde de cada tipo de cuidador, visando reduzir o impacto social e pessoal que recai sobre eles, bem como espaço para grupos de cuidadores, que acompanham a saúde física, mental e social desta população (KEBBE et al., 2014). Faz parte das ações do fisioterapeuta, planejar e executar medidas de prevenção, redução de risco e descondicionamentos; orientar, capacitar os cuidadores, visando à maior funcionalidade e autonomia dos pacientes (EQUIPE DA GSF, 2016). A educação do cuidador desempenha um papel fundamental no tratamento de pacientes crônicos, melhorando a qualidade de vida de pacientes e cuidadores (CIANFROCCA et al., 2018). Esta extensão trabalhará nas esferas emocional, social e física dos cuidadores, oferecerá para os cuidadores diretrizes importantes sobre o manejo de pacientes com disfunção neurológica. Cursos multidisciplinares, envolvendo teoria e prática, conseguiram diminuir a sobrecarga dos cuidadores de pacientes crônicos, além disso, houve melhora da capacidade destes cuidadores em encontrar informações sobre saúde (CIANFROCCA et al., 2018). Este projeto articula-se com a política de extensão da UFVJM uma vez que se mostra sensível às repercussões negativas que ocorrem na vida de cuidadores, muitas vezes negligenciados, e por voltar-se para um dos objetivos dos Institutos de Ensino Superior que é melhorar a qualidade de vida das pessoas próximas a eles. Este projeto abrangerá além do município de Diamantina, vários outros das redondezas, como: Datas, Gouvea, Couto Magalhães, Materlândia, Carbonita e São Gonçalo do Rio Preto, dentre outros. Este projeto está em concordância com as diretrizes pactuadas pelo Forproex, pois proporcionará intercâmbio entre diversas áreas da saúde como enfermagem, fonoaudiologia, terapia ocupacional, educação física, psicologia, medicina, nutrição e fisioterapia; com maior interação entre os profissionais liberais, professores e alunos da UFVJM. Será um projeto marcado por muito diálogo e troca de saberes entre os participantes. Há indissociabilidade do ensino extensão e pesquisa, os alunos estão envolvidos com o aprendizado já costumeiro, mas estão construindo um aprendizado mais sólido através da experiência prática, de vida, de troca de saberes que a extensão proporciona; além disso, há preocupação de verificar o quão benéfica foi a extensão para a sociedade, indicadores numéricos fazem parte deste projeto. Ademais, ajuda na compreensão ampliada da saúde, definida não apenas como a ausência da doença, mas como um conjunto de aspectos psíquicos, sociais, culturais e ambientais que precisam ser levados em conta. Amplia o olhar dos profissionais para estas questões e fazer com que os cuidadores percebam a sua saúde de uma forma mais integral. Sabe-se que a área de saúde não se restringe somente ao campo da reabilitação e mesmo estando dentro de um centro de recuperação os estudantes tem que saber que ações de prevenção são possíveis e fundamentais para propiciar a melhora da qualidade de vida da população (MACIEL et al., 2005). O projeto é uma oportunidade para os alunos aprenderem isso da melhor maneira: vivenciando. E essa vivência é transformadora para todos, cuidadores, pacientes, familiares, professores, alunos, técnicos administrativos, profissionais liberais e sociedade.
Geral: Promover ações de saúde para os cuidadores de pacientes com disfunção neurológica atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da UFVJM. Específicos: Analisar as dificuldades enfrentadas por cada cuidador e proporcionar possíveis soluções; Identificar as queixas pessoais dos cuidadores e tentar saná-las através de um cuidado interdisciplinar e multiprofissional; Promover orientações referentes aos cuidados gerais com a saúde do cuidador, contemplando os aspectos físico, emocional e social; Fornecer diretrizes que garantam aprendizado e maior tranquilidade aos cuidadores no manejo com os pacientes; Promover socialização com troca de experiências e de saberes entre os cuidadores, alunos, professores e profissionais da saúde, promovendo atitudes positivas transformadoras no cuidado com a saúde; Possibilitar aos acadêmicos a oportunidade de obter uma vivência profissional, aperfeiçoando habilidades, saberes e atitudes dentro do contexto biopsicossocial; Favorecer a prática de ensino-aprendizagem entre profissionais de saúde (fisioterapeutas, enfermeiros, educadores físicos, médicos, nutricionistas, psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional) e discentes da saúde da UFVJM.
Impacto direto: Diminuir quadros de estresse, angústia e ansiedade entre os cuidadores; Diminuir a incidência de quadros álgicos nos cuidadores; Promover momentos de interação social; Melhorar a qualidade de vida dos cuidadores de pacientes com disfunções neurológicas. Impacto Indireto: Diminuir a ingestão de medicamentos e a procura por serviços de saúde devido às perturbações físicas e emocionais advindas do cuidado; Melhorar a relação cuidador-paciente e o processo de reabilitação do paciente. Será realizado controle através de avaliações e escalas durante a duração do projeto de extensão para análise da ação extensionista. O projeto pretende alcançar as metas de impacto direto em pelo menos 50 % dos participantes.
Local de realização O projeto será desenvolvido na Clínica Escola de Fisioterapia, no Campus JK – UFVJM. A Clínica possui espaços adequados para o desenvolvimento desta extensão. O projeto possui autorização do responsável pela Clínica e o de acordo da chefia de Departamento de Fisioterapia. Equipe e participantes A equipe será formada por três professores do curso de fisioterapia, alunos da graduação e da pós-graduação de diversos cursos da área da saúde. Profissionais das áreas da saúde serão convidados a participar em várias atividades do projeto. Os participantes serão os cuidadores de indivíduos com disfunção neurológica atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia – setor neurofuncional. Período de realização O projeto iniciará em abril de 2022 (início do semestre letivo) e terminará em 31 de dezembro de 2023 (prazo do Edital Proexc 03/2022). Desenvolvimento do projeto Inicialmente serão realizadas reuniões prévias com o objetivo de planejar as ações com a equipe, embasar teoricamente os discentes envolvidos e treinar os instrumentos de avaliação que serão empregados. A seguir, os cuidadores serão abordados na sala de espera da Clínica Escola de Fisioterapia e o convite para participar do Projeto “Cuidando de quem cuida - Atenção integral à saúde dos cuidadores de pessoas com disfunções neurológicas” será feito. Haverá um encontro individual com cada cuidador para avaliação fisioterapêutica geral: coleta dos dados pessoais, queixas principais, avaliação da postura, do manejo com os pacientes e dos possíveis locais de dor. Serão aplicados instrumentos de avaliação (escala e questionários) específicos para a necessidade de cada cuidador. Este encontro será realizado em sala de avaliação, com no máximo 3 pessoas. A sala ficará sempre com as janelas abertas, o aluno com máscara e face shield e o cuidador com máscara. Haverá local para lavagem adequada das mãos e o álcool 70 à disposição. Os encontros ocorrerão no período matutino (no horário dos atendimento dos pacientes na fisioterapia neurofuncional), para que haja total disponibilidade e tranquilidade dos cuidadores. As atividades desenvolvidas serão: Rodas de conversa: sobre os mais variados temas como as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, dúvidas sobre o cuidar, atitudes que deram certo e errado e os relacionados à saúde, considerando esta como o estado de bem-estar físico, mental e social, não consistindo somente da ausência de uma doença. A roda de conversa será formada pelos cuidadores, alunos e profissionais da área da saúde objetivando melhorias do bem estar emocional, e a troca de saberes e aprendizado a todos os envolvidos, almejando sempre o aprendizado transformador. Essa atividade será realizada em área aberta na clínica e todos estarão com máscaras, os alunos também estarão com face shield. Atendimentos fisioterapêuticos individuais ou em grupo visando reeducação postural e analgesia, além de ensinar técnicas de relaxamento e alongamentos. Será respeitado os limites de espaço impostos pela clínica escola, todos estarão com máscaras, os alunos também estarão com face shield. Oficinas oferecidas pelas diversas áreas de saúde com intuito de beneficiar diretamente o cuidador, mais indiretamente o paciente, como: o manuseio do paciente com disfunção neurológica, as melhores formas de transferências, como ajudar na promoção de uma maior independência do paciente, qual a melhor forma de comunicação com o paciente, alimentação saudável para o cuidador e o paciente, atividade física ajudando na saúde, dentre outros. Diretrizes que garantam aprendizado e maior tranquilidade aos cuidadores no manejo com os pacientes serão entregues além das diretrizes voltadas para o cuidado específico de cada cuidador. Algumas serão realizadas em ambiente aberto na clínica escola, com os devidos dispositivos de proteção, outras podem ser oferecidas de forma online, outras em ambiente interno seguindo as normas de biossegurança da clínica escola. A depender das queixas dos cuidadores e da sua avaliação fisioterapêutica, orientações individuais de saúde envolvendo os cursos de nutrição, medicina, educação física, enfermagem e farmácia, além de profissionais fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos serão providenciadas. Durante a execução do projeto, propostas de atividades dos alunos, professores e profissionais envolvidos, além dos próprios cuidadores serão discutidas em grupo e poderão ser realizadas. Haverá sempre disponível um caixa para que os cuidadores possam deixar suas sugestões sem identificação. Em todos os meses haverá uma reunião com a equipe do projeto para avaliar o trabalho realizado e traçar o planejamento do mês seguinte. O feedback dos participantes em cada roda de conversa será registrado, no final do projeto as avaliações fisioterapêuticas serão novamente realizadas. Todas as formas de avaliação serão arquivadas pela coordenadora do projeto. Considerações Éticas Os cuidadores serão esclarecidos sobre como será a extensão, quais os objetivos, importância e benefícios. Só participarão das atividades os cuidadores que desejarem. Os cuidadores serão informados que as informações geradas serão de responsabilidade da equipe envolvida que se compromete a guardar sigilo da identidade de todos os participantes, e que os resultados da extensão podem ser expostos em encontros e publicações de extensão. O ambiente escolhido para a realização da pesquisa terá boa iluminação e ventilação. Os indivíduos serão alertados sobre todos os possíveis riscos e as maneiras de minimizá-los. Poderá existir constrangimento para responder as perguntas das avaliações/escalas e em alguma avaliação específica, mas será minimizado pelos seguintes procedimentos: esclarecimento em relação ao sigilo das informações coletadas na avaliação e profissionalismo por parte dos pesquisadores no momento da coleta das informações. Ainda, a aplicação das escalas e das avaliações ocorrerá em uma sala reservada e na presença apenas dos pesquisadores envolvidos com o projeto. Os participantes serão comunicados que a qualquer momento poderão desistir da atividade de extensão sem que isso cause prejuízos na sua relação com a UFVJM. O termo de consentimento livre e esclarecido e o termo de cessão de imagem serão devidamente assinados por todos os cuidadores que tiverem seus depoimentos, dados e imagens utilizadas por este projeto.
BRASIL. Ministério da Saúde, Portaria GM/MS nº 825 de 25 de abril de 2016. Redefine a Atenção Domiciliar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e atualiza as equipes habilitadas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 25 abr, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Guia prático do cuidador. Brasília: Ministério da Saúde; 2008. CIANFROCCA, C., et al. The effects of a multidisciplinary education course on the burden, health literacy and needs of family caregivers. Applied Nursing Research, v. 44, p. 100-106, dez, 2018. EQUIPE DA GSF. Conduta Fisioterapêutica nas Enfermarias da Secretaria de Estado de Saúde do DF. Diário Oficial do Distrito Federal, n. 42, p. 11-13, mar, 2016. GOMES, M. L.P., et al. Escutando quem cuida: quando o cuidado afeta a saúde do cuidador em saúde mental. Revista Psicologia e Saúde, v. 10, n. 1, p. 3-17, jan./abr. 2018. FEIJÓ, M.R., et al. Grupos com cuidadores de pessoas com doença de Parkinson (DP): um convite à reflexão. Nova Perspectiva Sistêmica, v. 29, n. 68, p. 31-45, dezembro, 2020. KEBBE, L. M., et al. Cuidando do familiar com transtorno mental: desafios percebidos pelos cuidadores sobre as tarefas de cuidar. Revista Saúde em Debate, v. 38, n. 102, p. 494-505, jul-set 2014. LAUTERT, L., et al. O acompanhante do paciente adulto hospitalizado. Revista Gaúcha de Enfermagem, v.19, n.2, p.118-131, jul. 1998. MACIEL, R.V., et al. Teoria, prática e realidade social: uma perspectiva integrada para o ensino de fisioterapia. Fisioterapia em Movimento, v.18, n.1, p. 11-17, 2005. MAURIN, J. T.; BOYD, C. B. Burden of mental illness on the family: a critical review. Archives of Psychiatric Nursing, v. 4, n. 2, p. 99-107, abr, 1990. PERES, P. A. T., et al. Aspectos da sobrecarga e qualidade de vida de cuidadores de pacientes hospitalizados: uma análise baseada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v.43, n. e12, p.1-7, 2018. POZZOLI, S. M. L.; CECÍLIO, L. C. O. Sobre o cuidar e o ser cuidado na atenção domiciliar. Revista Saúde em Debate, v. 41, n. 115, p. 1116-1129, out-dez, 2017. ROSELLÓ, F. T. Antropologia do cuidar. Editora Vozes: Petrópolis, 2009. SANCHES, I. C. P. et. al. Acompanhamento hospitalar: direito ou concessão ao usuário hospitalizado? Revista Ciência Saúde Coletiva [online], v.18, n.1, p.67-76, 2013. SHIOTSU, C. H.; TAKAHASHI, R. T. O. Acompanhante na Instituição Hospitalar. Revista da Escola de Enfermagem USP, v.34, n.1, p. 99-107, mar, 2000. SOARES, A. D.; FRAGA, M. N. O. O acompanhante do adulto hospitalizado: nível de informação e expectativas. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v.1, n.2, p. 44-47, Jun/dez, 2000. TEIXEIRA, I.L.N., et al.Qualidade de vida do cuidador familiar de idoso com alzheimer: uma revisão de literatura.Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.2, p. 5221-5237, mar./apr. 2021.
Este projeto articula-se com a política de extensão da UFVJM uma vez que se mostra sensível às repercussões negativas que ocorrem na vida de cuidadores, muitas vezes negligenciados, e por voltar-se para um dos objetivos dos Institutos de Ensino Superior que é melhorar a qualidade de vida das pessoas próximas a eles. Este projeto abrangerá além do município de Diamantina, vários outros das redondezas, como: Datas, Gouvea, Couto Magalhães, Materlândia, Carbonita e São Gonçalo do Rio Preto, dentre outros. Durante toda a execução do projeto haverá troca de saberes entre a comunidade universitária e os cuidadores.
Este projeto está em concordância com as diretrizes pactuadas pelo Forproex, pois proporcionará intercâmbio entre diversas áreas da saúde como enfermagem, fonoaudiologia, terapia ocupacional, educação física, psicologia, medicina, nutrição e fisioterapia; com maior interação entre os profissionais liberais, professores e alunos da UFVJM. Será um projeto marcado por muito diálogo e troca de saberes entre os participantes.
Há indissociabilidade do ensino extensão e pesquisa, os alunos estão envolvidos com o aprendizado já costumeiro, mas estão construindo um aprendizado mais sólido através da experiência prática, de vida, de troca de saberes que a extensão proporciona; além disso, há preocupação de verificar o quão benéfica foi a extensão para a sociedade, indicadores numéricos fazem parte deste projeto. Ademais, ajuda na compreensão ampliada da saúde, definida não apenas como a ausência da doença, mas como um conjunto de aspectos psíquicos, sociais, culturais e ambientais que precisam ser levados em conta. Amplia o olhar dos profissionais para estas questões e fazer com que os cuidadores percebam a sua saúde de uma forma mais integral.
O projeto contará com a participação de estudantes do curso de fisioterapia da UFVJM mas estará aberto para os alunos dos cursos das áreas de saúde. A contribuição na formação do estudante será através da experiência prática de estar envolvido em uma realidade que encontrará em algum momento do seu curso ou na sua vida profissional. Oferecerá, além do contato com cuidadores de pacientes com disfunção neurológica, o contato com outros profissionais da saúde (professores e profissionais liberais) e com técnicos administrativos da saúde, acostumados com as dificuldades enfrentadas pelos cuidadores e pacientes com disfunção neurológica aqui de Diamantina e região (vagas para atendimento, alimentação, dispositivos de auxílio e transporte, não é incomum que os cuidadores e pacientes acordem às 5 horas e retornem para casa às 21 horas para 50 minutos de reabilitação). Ajudará na desenvoltura oral e abordagem interpessoal; no desenvolvimento de habilidades, como a escuta atenta, a comunicação e interlocução próprias para condução de uma roda de conversa e oficinas; no conhecimento teórico e burocrático necessário para condução de qualquer atividade acadêmica; na vivência da relação cuidador-paciente neurológico; para crescimento profissional e pessoal. Os acadêmicos da Fisioterapia ficarão responsáveis pelas avaliações fisioterapêuticas e a condução dos atendimentos propostos neste projeto. Os alunos dos demais cursos da área da saúde promoverão orientações específicas a cuidadores que precisarem. Os alunos serão acompanhados pelos professores que fazem parte do projeto durante toda a sua duração. Atividades que serão atribuídas aos alunos: • Estudo relacionado à saúde do cuidador; • Fabricação dos materiais de apoio que serão entregues para os cuidadores nas oficinas e rodas de conversa; • Convite a professores ou profissionais de outras áreas, caso seja interessante para a população envolvida na extensão; • Organização dos encontros semanais e desenvolvimento das atividades propostas; • Produção e aplicação de avaliações e escalas e tabulação dos dados.
Sabe-se que a área de saúde não se restringe somente ao campo da reabilitação e mesmo estando dentro de um centro de recuperação os estudantes tem que saber que ações de prevenção são possíveis e fundamentais para propiciar a melhora da qualidade de vida da população (MACIEL et al., 2005). O projeto é uma oportunidade para os alunos aprenderem isso da melhor maneira: vivenciando. E essa vivência é transformadora para todos, cuidadores, pacientes, familiares, professores, alunos, técnicos administrativos, profissionais liberais e sociedade. Espera-se também que haja melhoria da saúde integral dos cuidadores e com isso redução nos atendimentos nas unidades básicas de saúde e nas unidades de emergência, além de reabilitações neurofuncionais mais eficientes.
A divulgação do projeto ocorrerá na Clínica Escola de Fisioterapia.
Este projeto de extensão também será utilizado para fins de creditação de extensão na disciplina: Ensino Serviço Comunidade VII (ESC VII – FIT102) do curso de fisioterapia
Público-alvo
Adultos, de ambos os gêneros. Nesta proposta, apenas cuidadores vinculados aos pacientes da clínica escola serão convidados.
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Couto de Magalhães de Minas - MG
Gouveia - MG
Datas - MG
Carbonita - MG
São Gonçalo do Rio Preto - MG
Parcerias
A extensão será realizada nas dependências da clínica escola de fisioterapia. A clínica escola fornecerá espaços internos e externos para as avaliações, rodas de conversa e capacitações. Fornecerá também, quando necessário, os aparelhos e dispositivos para os atendimentos dos cuidadores. A extensão possui a anuência da chefia de fisioterapia e do técnico responsável.
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 488 h
- Tarde;
Ocorrerão capacitações para os alunos envolvidos no projeto para melhor execução das avaliações, condutas. As reuniões ocorrerão com todos os integrantes para discussão sobre o andamento do projeto e melhorias.
- Manhã;
As atividades serão realizadas de forma presencial no período de atendimento dos pacientes com disfunção neurológica. Essas atividades serão: avaliações fisioterapêuticas, rodas de conversa envolvendo assuntos sobre a saúde do cuidador, capacitações com o objetivo de melhorar o ato do cuidar, diminuindo a sobrecarga do cuidador e ajudando no sucesso da reabilitação, condutas fisioterapêuticas e de outras áreas da saúde (nutrição, enfermagem, educação física, medicina, psicologia, fonoaudiologia) quando necessário. Atividades online serão permitidas desde que seja de interesse dos cuidadores; essas atividades envolverão envio de dicas sobre o ato do cuidar, vídeos explicativos e explicações de dúvidas que possam surgir.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Todas as ações extensionistas serão analisadas. Todos os cuidadores farão uma avaliação fisioterapêutica no início da sua participação e ocorrerão reavaliações a cada final de semestre. Os resultados serão tabulados e será realizada uma análise descritiva dos dados com medidas de tendência central, variabilidade e frequência. As rodas de conversa, capacitações e condutas específicas serão avaliadas pelos cuidadores. Essas avaliações serão objetivas e claras para melhor entendimento dos cuidadores. Usaremos questões fechadas de 0 a 5 (tipo Likert) onde quem responde terá que indicar o quanto cada atividade o ajudou, se ajudou. Estes dados serão tabulados e analisados. Sempre haverá espaço para que os cuidadores façam um feedback verbal ou escrito; os alunos também responderão a questões fechadas e abertas sobre o aprendizado obtido com a extensão, todos estes dados serão analisados para que haja um melhor direcionamento para as ações futuras e para demonstrar os possíveis benefícios da extensão.
- Manhã;
- Tarde;
- Noite;
Resumos serão redigidos para apresentação no Sintegra e em Simpósios relacionados à extensão. Será redigido um artigo para apresentação da experiência extensionista a ser publicado em revistas de extensão.