A divulgação científica tem uma importância fundamental para o progresso da ciência e para que a sociedade possa usufruir dos avanços possíveis em função do desenvolvimento científico. Sendo assim, este evento tem o objetivo de promover a divulgação de conhecimentos científicos sobre temas contemporâneos vinculados às áreas de ciência, tecnologia e inovação tecnológica, tendo a arte como ferramenta. Serão realizadas 06 ações, em, pelo menos, 02 escolas e 02 turnos diferentes.

Divulgação cientifica, ciência, arte.

A divulgação científica tem uma importância fundamental para o progresso da ciência e para que a sociedade possa usufruir dos avanços possíveis em função do desenvolvimento científico. Sua principal finalidade então é tornar conhecida a trajetória da ciência. Como Brecht salientou na obra teatral Vida de Galileu, “já se descobriu muita coisa, mas há mais coisas ainda que poderão ser descobertas. De modo que também as novas gerações têm o que fazer” (BRECHT,1991). A partir do conhecimento da trajetória da ciência, vai se construindo e fortalecendo uma cultura científica que extrapola os limites da academia. Sendo assim, este evento tem o objetivo de promover a divulgação de conhecimentos científicos sobre temas contemporâneos vinculados às áreas de ciência, tecnologia e inovação tecnológica, tendo a arte como ferramenta. A organização deste evento se dará no âmbito das disciplinas Metodologia da Pesquisa (CTT460) e Introdução à Ciência, Tecnologia e Engenharias (CTT172) do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia (BC&T) do Campus do Mucuri, visto que tais disciplinas, conforme projeto pedagógico vigente, têm parte de suas cargas horárias dedicadas à extensão, com vistas ao atendimento do item 12.7 da meta 12 da Lei nº 13.005/2014, de 25/06/2014 (Plano Nacional de Educação), onde é determinado que seja assegurado, no mínimo, 10% (dez por cento) do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em programas e projetos de extensão universitária, sendo tal meta regulamentada na UFVJM pela Resolução nº 2, do Consepe, de 18/01/2021. Por fim, vale ressaltar que este evento está vinculado ao Programa “CienCEArte – Ciência, Cultura, Educação e Arte: diálogos transdisciplinares entre universidade e sociedade”, registrado na PROEXC sob o número TO 001.1.001-2018.

A divulgação científica constitui um meio profícuo de popularização da ciência. Ela vem sendo realizada de diversas maneiras, como apontado por Massarani e Moreira (2021), a saber: criação de espaços, institutos, organizações e museus de ciência; uso de rádio, televisão, internet e redes sociais; publicação de artigos e matérias em revistas e jornais; realização de olimpíadas nacionais de ciências e da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT). O acesso ao conhecimento científico pode contribuir para a ampliação do horizonte de possibilidades de exercício da cidadania científica, entendida como a capacidade para participar das decisões públicas que envolvem assuntos relacionados à ciência e tecnologia. Além disso, potencializar o conhecimento social da ciência significa empoderar os cidadãos para que possam exercer um protagonismo público (MORALES, 2018; RIBEIRO, 2008). Ademais, segundo Massarani e Moreira (2021), atividades de divulgação científica “podem contribuir também para o aprimoramento e modernização do ensino de ciências em todos os níveis, com ênfase em métodos e práticas que valorizem e promovam a criatividade, a experimentação e a interdisciplinaridade”. Para a disseminação desses conhecimentos podem ser utilizadas variadas estratégias, desde as mais restritas aos círculos acadêmicos até aquelas que visam alcançar o maior número possível de interlocutores. Nesse sentido, a arte pode se mostrar como uma excelente estratégia de divulgação científica e de reflexão sobre os contextos histórico e social brasileiro, conforme destacado por Lopes e Dahmouche (2019): “As artes, mais que as Ciências, ou mesmo a Filosofia, demonstram a coexistência de múltiplos pontos de vista. Muito além da formação acadêmica, escolha profissional ou posição político-partidária, sensibilidade e bom senso podem descortinar um mundo injusto, no qual muitos possuem pouco e poucos têm muito. Não há equilíbrio de oportunidades. É, portanto, um mundo que precisa ser transformado” (LOPES; DAHMOUCHE, 2019). Ainda considerando o potencial da arte como ferramenta para a divulgação científica, pode-se destacar que “a interação entre ciência, cultura e arte, com valorização dos aspectos culturais e humanísticos da ciência, é uma perspectiva relevante, assim como o é a promoção da interculturalidade na relação entre a ciência e os demais conhecimentos” (BRASIL, 2010). O uso da arte como ferramenta para ações de divulgação cientifica, promovidas no contexto da extensão universitária e da creditação da extensão, também tem um papel importante na formação integral dos estudantes (universitários e da educação básica) pois, de acordo com Padilha (2018), todas as linguagens artísticas são “formas de incentivar as novas gerações a cultivar e a vivenciar novos valores para além dos condicionantes históricos já existentes, sobretudo que possam transpor a lógica do consumo, da competição desenfreada, da lógica do utilitarismo, da guerra, da violência, com a qual as sociedades convivem, nos dias atuais, em suas vidas cotidianas, principalmente quando expostas aos meios de comunicação de massa e também às redes sociais que, por mais importância que tenham hoje em nossas vidas, também servem para incentivar, muitas vezes acriticamente, o ódio, a intolerância, o preconceito, a discriminação e a injustiça.” (PADILHA, 2018). Vale ainda reforçar que realizar a divulgação científica por meio da extensão universitária pode se constituir como um processo bastante rico, tanto para o público alvo, quanto para os estudantes universitários e docentes envolvidos nas ações. De acordo com o documento produzido na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para o Desenvolvimento Social, “a extensão universitária é uma atividade essencial para que a universidade forme não apenas profissionais qualificados e inovadores, mas também cidadãos comprometidos com a sociedade em que vivem” (BRASIL, 2010). Ainda de acordo com este documento, “valorizar as atividades de popularização da C&T [Ciência e Tecnologia] e promover a formação qualificada de jornalistas científicos, comunicadores da ciência e assessores de comunicação, bem como a capacitação de cientistas, professores e estudantes para a comunicação pública da ciência” é uma das recomendações destacadas no eixo C,T&I para o desenvolvimento social (BRASIL, 2010). Quando ações de divulgação científica, promovidas por meio da extensão universitária, estão vinculadas à creditação da extensão, há uma possibilidade de se potencializar o volume de atividades, com grande probabilidade de que tais ações contribuam efetivamente, conforme destacado no projeto pedagógico do BC&T, “na formação integral do estudante, estimulando sua formação como cidadão crítico e responsável” (UFVJM, 2022).

Geral Promover a divulgação de conhecimentos científicos sobre temas contemporâneos vinculados às áreas de ciência, tecnologia e inovação tecnológica, tendo a arte como ferramenta. Específicos a) Realizar pesquisas bibliográficas que fundamentem as ações a serem promovidas durante a realização do evento; b) Definir temas a serem explorados por cada grupo de estudantes organizadores nas ações vinculadas ao evento; c) Construir roteiros para a preparação das intervenções vinculadas ao evento; d) Definir escolas para a realização do evento, considerando o público alvo especifico, de acordo com os temas abordados e com as ações planejadas; e) Realizar as ações planejadas para o evento em escolas da educação básica; f) Produzir textos a serem publicados no perfil do Arte e Ciência no Facebook, relacionados aos temas e ações vinculados a este evento; g) Elaborar relatório final contendo todas as informações pertinentes ao evento; h) Elaborar trabalho científico (resumo, resumo expandido ou trabalho completo) a respeito das ações realizadas no evento, para posterior apresentação em congressos científicos.

Realização de 06 ações de divulgação científica, em, pelo menos, 02 escolas da educação básica diferentes e em, pelo menos, 02 turnos diferentes.

A organização deste evento se dará no âmbito das disciplinas Metodologia da Pesquisa (CTT460) e Introdução à Ciência, Tecnologia e Engenharias (CTT172) do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia do Campus do Mucuri. A equipe se reunirá semanalmente para a organização do evento. Serão realizadas pesquisas bibliográficas que fundamentem a escolha dos temas e a organização das ações de divulgação científica a serem promovidas durante a realização do evento. A equipe será dividida em grupos, tendo, cada grupo, 05 estudantes universitários aproximadamente. Cada grupo, após a definição do tema de interesse, deve construir o roteiro de sua ação de divulgação científica e preparar seu material de apoio, contando com a colaboração e orientação dos docentes vinculados à equipe deste projeto. Além dos docentes envolvidos inicialmente nesta atividade, outros serão convidados a colaborarem, de acordo com os temas definidos pelos estudantes universitários, ou seja, serão convidados físicos quando os temas tiverem relação com a física, biólogos quando os temas forem vinculados à biologia, etc, o que se constituirá em uma excelente oportunidade de promover a interdisciplinaridade no BC&T. O material de apoio preparado pelos estudantes universitários deve contemplar formas de manifestação artística que tenham a finalidade de atuarem como ferramentas para a discussão dos temas científicos escolhidos pelos estudantes universitários. São exemplos de materiais de apoio que poderão ser utilizados: slides, maquetes, exposições de fotografias, gravuras, desenhos e esculturas, charges e histórias em quadrinhos, textos literários e dramatúrgicos, músicas e vídeos, intervenções teatrais, leituras dramatizadas e performances, etc. Uma vez preparadas as atividades pelos estudantes universitários, escolas da educação básica de Teófilo Otoni serão contatadas e verificar-se-á o interesse das mesmas em acolher as ações deste evento. Deverão ser escolhidas, pelo menos, duas escolas diferentes e realizadas, pelo menos, seis ações de divulgação cientifica do escopo deste evento, em, pelo menos, dois turnos diferentes. Todas as ações do evento serão realizadas em espaços que sejam acessíveis a pessoas com deficiência. O número de participantes das atividades estará condicionado à lotação máxima permitida no espaço onde tais atividades serão realizadas, inclusive considerando as restrições impostas em função da pandemia de Covid-19, caso haja. A etapa seguinte consistirá na realização das atividades de divulgação cientifica preparadas, conforme descrito anteriormente, nas escolas selecionadas. Para a avaliação das atividades pelo público, será criado formulário simples e objetivo, em que os participantes poderão emitir parecer sobre a importância da ação, o acréscimo de conhecimento promovido por ela, o desempenho do mediador e a dinâmica da atividade. Também haverá espaço para outras sugestões e críticas. A equipe também avaliará as ações, na primeira reunião subsequente à realização das mesmas. Nesta reunião da equipe, também serão analisadas as avaliações feitas pelos participantes das ações. Desta forma, se forem identificadas mudanças necessárias a partir da análise da equipe e dos formulários de avaliação preenchidos pelos participantes, as mesmas serão empreendidas antes da ação seguinte. Além disso, serão preparados e postados textos relacionados aos temas abordados neste evento e à sua realização, no perfil do Arte e Ciência no Facebook. Será redigido também o relatório final do evento contendo todas as informações pertinentes e a análise da metodologia implementada em sua realização. Ademais, será redigido trabalho científico (resumo, resumo expandido ou trabalho completo) para apresentação futura em eventos científicos institucional e/ou externo.

BOAL, A. Jogos para atores e não atores. São Paulo: Cosac Naify, 2015, 416 p. BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Livro Azul da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. Brasília: MCT: CGEE, 2010. BRECHT, B. Teatro completo. V. 6. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. LOPES, T.; DAHMOUCHE, M. S. Teatro, ciência e divulgação científica para uma educação sensível e plural. Urdimento, v.3, n.36, p. 306-325, nov/dez, 2019. MASSARANI, L.; MOREIRA, I. C. (editores). Pesquisa em divulgação científica: textos escolhidos. Rio de Janeiro: Fiocruz/COC, 2021. MORALES, A. P. O conhecimento social da ciência empodera os cidadãos. Ciência e Cultura, v. 70, n. 1, p. 14-19, 2018. PADILHA, P. R. Educar em todos os cantos: educação integral com qualidade sociocultural e socioambiental no município que educa. In: GADOTTI, M; CARNOY, M. (org.) Reinventando Paulo Freire: a práxis do instituto Paulo Freire. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2018. RIBEIRO, E. A. A crítica sociológica às abordagens epistemológicas tradicionais e o exercício da cidadania científica. Acta Scientiarum, Human and Social Sciences, v. 30, n. 1, p. 1-7, 2008. UFVJM. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Ciência e Tecnologia (BC&T). Disponível em http://ufvjm.edu.br/prograd/projetos-pedagogicos.html. Acesso em 02/07/2022.

Durante as atividades do evento, buscar-se-á uma interação entre os participantes, que serão muito incentivados a se manifestarem pois, conforme freire (1987) “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”. Neste sentido, durante e após a realização das ações de divulgação científica vinculadas a este evento, os presentes serão estimulados ao debate, à reflexão sobre os temas abordados, a compartilharem suas impressões e conhecimentos sobre os assuntos abordados, bem como a fazerem os questionamentos desejados para aprofundamento dos temas, conforme seus interesses.

A equipe de execução desse evento envolve profissionais vinculados às artes, à educação e às ciências exatas e da terra, o que lhe garante um aspecto interdisciplinar. Ademais, serão convidados outros docentes para colaborarem com o evento, considerando, para tal, os temas de interesse dos estudantes universitários para o desenvolvimento das ações que eles irão, sob orientação dos coordenadores desta proposta, realizar nas escolas.

No que diz respeito ao ensino, a dinâmica de participação de estudantes no referido evento passa pela concepção de Paulo Freire, que diz que ”ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”, ou seja, o estudante terá a oportunidade de contribuir socializando seus conhecimentos, conciliando-os com os conhecimentos dos demais e, a partir dessas trocas e vivências, poderá contribuir para a transformação da realidade.

Os estudantes terão oportunidade de interagir com sujeitos diversos, possibilitando o desenvolvimento da reflexão a respeito dos ambientes sociais e das experiências desses sujeitos, permitindo um exame social crítico e autocrítico.

O impacto e a transformação social são possíveis por meio da arte, conforme destacado, por exemplo, por Augusto Boal (2015): "o teatro deve trazer felicidade, deve ajudar-nos a conhecermos melhor a nós mesmos e ao nosso tempo. O nosso desejo é o de melhor conhecer o mundo que habitamos, para que possamos transformá-lo da melhor maneira. O teatro é uma forma de conhecimento e deve ser também um meio de transformar a sociedade. Pode nos ajudar a construir o futuro, em vez de mansamente esperarmos por ele." Nesse sentido, o evento visa contribuir, por meio de reflexões diversas mediadas pelas artes, com a uma transformação social.

A divulgação do evento será feita pelas redes sociais do Arte e Ciência no Facebook e no Instagram e pelos veículos de comunicação das escolas onde ações vinculadas ao evento forem ocorrer.