Visitante
conhecendo para cuidar melhor
Sobre a Ação
202203000122
032022 - Ações
Projeto
RECOMENDADA
:
EM ANDAMENTO - Normal
24/04/2023
30/03/2024
Dados do Coordenador
celio marcos dos reis ferreira
Caracterização da Ação
Ciências da Saúde
Saúde
Saúde
Saúde da família
Local
Sim
Não
Sim
Fora do campus
Manhã
Não
Membros
O projeto visará à orientação e capacitação de cuidadores de paciente com lesão ou alteração neurológica no âmbito hospitalar . O mesmo, será desenvolvido na clínica neurológia da Santa Casa de Caridade de Diamantina/MG, pelos alunos do curso de Fisioterapia e residentes. Para seu desenvolvimento, inicialmente iremos ler o prontuário, discutir o caso e posteriormente realizaremos as orientações e a entrega de uma cartilha. Ao final os cuidadores responderam um questionário de satisfação
cuidador , lesão neurológica , AVC , TRM , TCE
O mundo está no centro de uma transição do processo demográfico único e irreversível que irá resultar em populações mais velhas em todos os lugares. À medida que taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais deve duplicar entre 2007 e 2050, e seu número atual deve mais que triplicar, alcançando dois bilhões em 2050. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões até lá (WHO, 2019). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira manteve a tendência de envelhecimento dos últimos anos e ganhou 4,8 milhões de idosos desde 2012, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, o que corresponde a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Características dos Moradores e Domicílios, as mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo) (IBGE, 2018). WHO em 2016 observou que houve 56,9 milhões de mortes globais em 2016, 40,5 milhões, ou 71%, foram devidas a doenças não transmissíveis (DNTs), onde se enquadra o Acidente Vascular Encefálico (AVE) como a segunda principal causa de morte no mundo. O AVE apresenta-se como a principal causa de incapacidade a longo prazo, os sobreviventes geralmente vivem de um a oito anos após o episódio da doença e a maioria experimenta diferentes graus de deficiência crônica, que limitam as suas capacidades funcionais e cognitivas, afetando as atividades de vida diária (SULLIVAN; SCHMITZ, 2011). Outras lesões neurológicas podem estar associadas a uma piora na qualidade de vida do paciente como TCE (traumatismo crânio encefálico), TRM (traumatismo raquimedular), juntamente com do seu cuidador. De acordo com o grau de comprometimento das sequelas apresentadas, o paciente acometido necessitará de cuidados frequentes e, nesse momento, surge a figura do cuidador que pode ser um profissional ou membro da família (ARAÚJO et al., 2015). Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) o cuidador é alguém que presta cuidados a partir dos objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. Porém, sabe-se que essa assistência muitas vezes é realizada por cuidadores informais, que são familiares ou pessoas da comunidade sem qualquer formação para exercer tal atividade. Em 2015, Costa et. al. descreveram que no Brasil a figura do cuidador tem sido desvalorizada tanto em nível governamental, devido à falta de estratégias e infraestruturas para intervir, de forma sistemática, no contexto da situação de dependência, quanto em nível não governamental, que inclui a própria família e profissionais de saúde, fazendo com que os cuidadores enfrentem desafios e inúmeras demandas que podem impor restrições em relação à própria vida, contribuindo para o aparecimento de sobrecargas. Estudo que aborda cuidado domiciliar, mostram que cuidar de doentes em casa é uma realidade da sociedade brasileira, porém por muitas vezes os cuidadores enfrentam dificuldades financeiras, sobrecarga física e emocional além de relatarem despreparo em lidar com a doença (CRUZ et. al., 2017). Por muitas vezes os familiares deixam a unidade hospitalar inseguros, com dificuldade de dar sequência ao tratamento, devido as informações recebidas durante a alta não serem claras sobre as necessidades dos cuidados domiciliares, sendo na maioria das vezes de forma generalizada (REIS e COBUCCI, 2011). O comprometimento funcional e/ou cognitivo que as lesões neurológicas podem acarretar, trás impactos não só na vida do indivíduo acometido, mas também na dos seus familiares. A qualidade de vida relacionada à saúde dos cuidadores familiares apresentou-se comprometida em quase todos os domínios (físico e emocional) (COSTA et. al. 2016). Torna-se evidente a necessidade da discussão sobre a elaboração e implantação de um plano de orientações, considerando as necessidades do paciente e do cuidador, criando uma estratégia de apoio e suporte para minimizar os impactos gerados no ambiente familiar em que estão inseridos (CAMPOS DE OLIVEIRA; GARANHANI; GARANHANI, 2011).
Estudos mostram que os cuidadores enfrentam dificuldades financeiras, sobrecarga física e emocional além de relatarem despreparo em lidar com a doença e com doente. Além disso, a literatura mostra também que eles deixam a unidade hospitalar inseguros, com dificuldade de dar sequência ao tratamento, devido as informações recebidas durante a alta não serem claras sobre as necessidades dos cuidados domiciliares, sendo na maioria das vezes as informações são de forma generalizada. Devido a isso , este projeto buscará capacitar o cuidador para que ele possa ter mais segurança quando levar o paciente para casa.
Este projeto visará preparar o familiar (cuidador) da pessoa com sequela neurológica para que possa receber o paciente após a alta hospitalar em casa com mais segurança
1- Capacitar os alunos em relação as patologias, avaliação dos pacientes com lesão neurológica 2- Capacitar o aluno a orientar e capacitar o cuidador 3- Realizar as orientações e capacitações dos cuidadores
O projeto acontecerá na Santa Casa de Caridade de Diamantina (SCCD), no setor da Clínica Neurológica (CLN), após aprovação da DEPE e pela proexc. As atividades serão executadas pelos acadêmicos do curso de Fisioterapia e pela residente fisioterapeuta em Saúde do Idoso da UFVJM, sob a coordenação de um supervisor, de abril de 2023 a fevereiro de 2024, sendo realizadas as sextas feiras, duas horas semanais, em que serão oferecidas orientações e capacitação ao cuidador ou acompanhante dos pacientes com sequela neurológicas. Para escolha dos cuidadores e paciente, inicialmente será realizada uma análise aleatória dos prontuários dos pacientes diagnosticados com sequela neurológica, internados na clínica neurológica da santa casa de caridade de Diamantina SCCD, e preferencialmente sendo acompanhados por um cuidador no momento da intervenção. Anteriormente a intervenção (orientação) do dia, o caso clínico do paciente será discutido antes, com os acadêmicos e a residente, juntamente com o supervisor, com objetivo de conhecer melhor a evolução do paciente e as suas limitações neurofuncionais. Nesse momento será abordada as questões relacionadas a doença, com foco nos pontos mais relevantes de cada caso clínico, e sanadas as dúvidas que surgiam entre os discentes, preparando-os melhor para a realizar a avaliação no paciente e oferecer as orientações a serem dadas. As orientações ocorrerão com uma aula explicando a patologia e esclarecimento de dúvidas. A prática ocorrerá juntamente com o paciente, explicando como realizar mudanças de decúbitos, transferências e alguns exercícios que possam proporcionar uma melhora do seu quadro clínico. Ao final, iremos aplicar um questionário de satisfação para o cuidador
ARAÚJO, Jeferson Santos et al. O lado paralelo do cuidar desvelado pelas representações dos cuidadores de adoecidos após acidente vascular cerebral. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 18, n. 2, p. 109-114, 2015. BORDIN, Danielle; BORDIN, Rodrigo; BERGER FADEL, Cristina. Projeto de extensão ‘Nós na Rede’: a odontologia à luz da promoção da saúde. Revista Conexão UEPG, v. 8, n. 1, 2012. BRASIL. Acidente vascular cerebral (AVC) [citado 17 nov. 2017]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/acidente-vascular-cerebral-avc. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação brasileira de ocupações [citado 16 Nov 2017]. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br. CAMPOS DE OLIVEIRA, Barbara; GARANHANI, Mara Lúcia; GARANHANI, Márcia Regina. Cuidador de pessoa com acidente vascular encefálico: necessidades, sentimentos e orientações recebidas. Acta Paulista de Enfermagem, v. 24, n. 1, 2011. CHAVES, Márcia LF. Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens, v. 7, n. 4, p. 372-82, 2000. DA COSTA, Tatiana Ferreira et al. Qualidade de vida de cuidadores de indivíduos com acidente vascular encefálico: associação com características e sobrecarga. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 49, n. 2, p. 245-252, 2015. DA CRUZ, Tarzie Hübner et al. Dificuldades enfrentadas por cuidadores familiares de pacientes acometidos por acidente vascular encefálico. Revista Rede de Cuidados em Saúde, v. 11, n. 1, 2017. DE ANDRADE, O G; RODRIGUES, R A. P. O cuidado familiar ao idoso com seqüela de acidente vascular cerebral. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 90, 1999. DE SOUSA RODRIGUES, M. et al. Fatores de risco modificáveis e não modificáveis do AVC isquêmico: uma abordagem descritiva. Revista de Medicina, v. 96, n. 3, p. 187- 192, 2017. FERNANDES, B C W et al. Influência das orientações fisioterapêuticas na qualidade de vida e na sobrecarga de cuidadores. Fisioterapia em Movimento, v. 26, n. 1, 2017. FERREIRA DA COSTA, T. et al. Acidente vascular encefálico: características do paciente e qualidade de vida de cuidadores. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 69, n. 5, 2016. FONSECA, M. P.; ROCHA, M. A. Desvelando o cotidiano dos cuidadores informais de idosos. Recuperado el, v. 7, p. 801-8, 2008. FONSECA, Natália da Rosa; PENNA, Aline Fonseca Gueudeville. Perfil do cuidador familiar do paciente com seqüela de acidente vascular encefálico. Ciência & Saúde 21 Coletiva, v. 13, p. 1175-1180, 2008. GREENBERG, David A.; AMINOFF, Michael J.; SIMON, Roger P. Neurologia clínica-8. AMGH editor, 2014. LACERDA, Maria Ribeiro; OLINISKI, Samantha Reikdal. A família e a enfermeira no contexto domiciliar: dois lados de uma realidade. Texto & contexto enferm, v. 12, n. 3, p. 307-313, 2003. LIMAM, Carolline Paulo Neto da Cunha; COSTA, Marta Miriam Lopes; SOARES, Maria Julia Guimarães Oliveira. Perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por acidentes vasculares cerebrais. Rev. enferm. UFPE on line, v. 3, n. 4, p. 857-863, 2009. OPARA, Józef A .; JARACZ, Krystyna. Qualidade de vida de pacientes pós-AVC e seus cuidadores. Jornal de medicina e vida, v. 3, n. 3, p. 216, 2010. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manual STEPS de acidentes vascular cerebrais da OMS: enfoque passo a passo para a vigilância de acidentes vascular cerebrais.Genebra: WHO Press; 2006. Disponível em: http://www1.paho.org/hq/dmdocuments/2009/manualpo.pdf. O'SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. In: Fisioterapia: avaliação e tratamento. 2010. PINTO, Meiry Fernanda et al. Qualidade de vida de cuidadores de idosos com doença de Alzheimer. Acta paulista de enfermagem, v. 22, n. 5, 2009. REIS, A. M.F.; COBUCCI, R. A. S. Preparo para alta hospitalar do usuário acometido por acidente vascular encefálico: visão do cuidador familiar. Revista Enfermagem Integrada, Ipatinga, v. 4, n. 1, 2011. SCHIER, Jordelina; GONÇALVES, Lúcia Hisako Takase; DE OLIVEIRA LIMA, Maria Gliolanda. Programa de acompanhante hospitalar para paciente geriátrico. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 24, n. 1, p. 61, 2003.
será feita na santa casa na clínica neurológica na hora da orientação
Interdisciplinaridade: com a discussão de caso clínicos, os alunos terão que recordar , anatomia, fisiologia, patologia e técnicas terapêuticas interprofissionalidade : pode ocorrer durante as discussões com profissionais da santa casa que tiverem interesse de participar ou com residentes
O projeto tem : - uma parte com vinculo com ensino: quando discutimos o caso clínico e avaliamos o paciente , o aluno terá que recordar neuroanatomia, neurofisiologia , neuropatologia, e a propedêutica neurológica durante a discussão do caso clínico e durante a avaliação do paciente - uma parte com vinculo com a extensão: quando orientamos e capacitamos o cuidador para a alta hospitalar - uma parte com vinculo com a pesquisa , quando catalogamos os dados , quantificamos quantos pacientes foram avaliados separamos por sexo , patologia e se as orientações passadas foram produtiva ou não para o cuidador
Vai melhorar o conhecimento na fisiopatologia, na relação profissional paciente e despertar a melhorar as orientações para o paciente e cuidador
melhorar o conhecimento do cuidador tanto teorico quanto prático, proporcionando uma redução da ansiedade e do medo em receber seu ente querido
será feito pessoalmente na clínica neurológica junto aos cuidadores
Artigo e apresentação de resultado em congresso
Público-alvo
cuidadores que estão acompanhando paciente com sequela neurológica na santa casa de caridade de Diamantina
Municípios Atendidos
Diamantina - MG
Parcerias
Santa Casa de Caridade de Diamantina clínica neurológica
Cronograma de Atividades
Carga Horária Total: 10 h
- Manhã;
Os alunos receberão aula de revisão das principais patologias neurológicas, avaliação neurológica e será iniciado a construção das cartilhas de orientação
- Manhã;
os alunos irão construir cartilhas de orientação para o cuidador onde fala o que é a doença, fatores de risco, exercícios para serem realizados em casa
- Manhã;
os alunos junto com professor irão realizar orientação e capacitação dos cuidadores
- Manhã;
os alunos junto com o professor irão fazer o relatório final