O soldador, na indústria, é um profissional extremamente requerido, respeitado e bem remunerado pois trata-se de uma função estratégica tanto em setores de produção quanto de manutenção. Assim, este projeto visa oferecer aos participantes um aperfeiçoamento das técnicas de soldagem a eletrodo revestido e MIG/MAG, visando a economia de consumíveis, tempo de trabalho e melhor eficiência na leitura correta de símbolos de soldagem em projetos de solda.

Soldagem, Manutenção, Indústria, Economia

A recuperação da economia e do emprego no Brasil, tem ocorrido de forma gradativa graças ao esforço da população na procura por qualificação em diversas áreas produtivas. Destaca-se, nesse sentido, a melhoria na qualidade da mão de obra industrial. O soldador, na indústria, é um profissional extremamente requerido, respeitado e bem remunerado pois trata-se de uma função estratégica tanto em setores de produção quanto de manutenção. No entanto, percebe-se que grande parte destes profissionais que atuam em empresas e oficinas da cidade de Janaúba MG, apesar de já exercerem a prática da profissão receberam pouco ou nenhum treinamento teórico. Alguns aprenderam a soldar por "curiosidade" ou por influência de familiares e amigos próximos. Isso pode fazer com que o profissional entregue um serviço que poderia apresentar uma melhor qualidade. É bem provável que em toda região Norte de Minas, em municípios próximos a Janaúba, essa situação seja realidade. Assim, este projeto visa oferecer aos participantes um aperfeiçoamento das técnicas de soldagem a eletrodo revestido e MIG/MAG, visando a economia de consumíveis, tempo de trabalho e melhor eficiência na leitura correta de símbolos de soldagem em projetos de solda. O curso oferece uma ênfase em leitura e interpretação de projetos e símbolos de soldagem, além de melhor entendimento de unidades de medida, cálculos de consumo e consequências mecânicas e metalúrgicas relacionadas a parâmetros de soldagem. Após a realização da capacitação teórica, os participantes serão direcionados para as práticas onde tais requisitos serão avaliados.

A chegada do Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia na cidade de Janaúba MG, traz três cursos de engenharia para a região até então carente desses de cursos de graduação. Uma das possibilidades que a presença deste instituto pode trazer para a comunidade é a de oferecer um curso de extensão, na área de tecnologia, onde os alunos bolsistas e/ou voluntários da Universidade podem interagir com os participantes e trocar conhecimentos. Um curso de aperfeiçoamento em soldagem pode abrir portas e trazer perspectivas até então desconhecidas para algumas pessoas da região, que não conta com outras instituições que oferecem tal qualificação. Nesse processo de recuperação da economia e do emprego no Brasil, a demanda por soldadores aumentará consideravelmente, o que despertará ainda mais o interesse dos participantes em adquirir este conhecimento, e até talvez em fazer parte do corpo discente deste instituto. Os processos de união de metais mais conhecidos e aplicados na engenharia são aqueles que envolvem a soldagem a arco, sendo uma operação que visa obter a coalescência localizada, produzida pelo aquecimento até uma temperatura adequada, com ou sem a aplicação de metal de adição na junta a ser soldada. Para tal, na soldagem por fusão, haverá a aplicação localizada de calor na região de união para a sua fusão e do metal de adição (quando este for utilizado), produzindo a ligação pela solidificação do metal fundido (MARQUES, et al, 2016). A soldagem é, portanto, uma técnica amplamente utilizada desde a indústria aeroespacial e automobilística até para aplicações do dia-a-dia, como manutenções de veículos, máquinas agrícolas, portões, bicicletas, etc. Neste curso de extensão em soldagem, duas das principais técnicas de soldagem a arco elétrico serão apresentadas aos alunos: eletrodo revestido e MIG/MAG. A soldagem com eletrodos revestidos, é um processo que solda os metais pelo aquecimento destes com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico revestido e a peça. O eletrodo revestido consiste em uma vareta metálica, chamada “alma”, trefilada ou fundida, que conduz a corrente elétrica e fornece metal de adição para enchimento da junta. A alma é recoberta por uma mistura de diferentes materiais, numa camada que forma o revestimento do eletrodo (MODENESI, 2012). Os equipamentos utilizados são de baixo custo, pois compreendem em geral uma fonte de energia, cabos, porta eletrodos, picadeira, escova de aço, lixadeira, eletrodos, máscara, óculos e avental (MARQUES, et al, 2016). Como é um processo manual, a técnica e experiência do soldador são fundamentais para se obter uma solda de alta qualidade. Já na soldagem MIG/MAG, ou soldagem a arco com proteção gasosa, a união das peças é produzida pelo aquecimento dessas com um arco elétrico estabelecido entre um eletrodo metálico consumível não revestido e a peça de trabalho. A proteção do arco e da região da solda contra contaminação pela atmosfera é feita por um gás ou mistura de gases, que podem ser inertes (MIG) ou ativos (MAG). Trata-se de uma técnica que produz um cordão de solda com maior qualidade em relação à soldagem com eletrodos revestidos, mas seus equipamentos e consumíveis apresentam valores superiores. Além da fonte, com o alimentador automatizado de arame, é necessário o uso de gases como o argônio. Este projeto de extensão consiste em apresentar aos participantes uma fundamentação teórica sobre estes dois importantes processos de soldagem. Além disso, aulas práticas da técnica de soldagem a eletrodos revestidos serão oferecidos, dando condições aos alunos de trabalharem em pequenos serviços de soldagem deste tipo como autônomos, além de conseguirem uma base para procurar uma qualificação em cursos técnicos da área, podendo assim, trabalhar em grandes indústrias.

• Instruir de forma teórica e prática, aos soldadores que atuam em oficinas de Janaúba e região nas técnicas de eletrodos revestidos, MIG/MAG; • Desenvolver as atividades práticas de soldagem; • Buscar constantemente parcerias para apoio e divulgação; • Divulgar, por meio do curso e do contato com a comunidade junto ao campus, as demais atividades de ensino e pesquisa, manifestando dessa forma o interesse da população em fazer parte da comunidade acadêmica;

1) atingir o publico alvo com efetividade; 2) desenvolver práticas pedagógicas que mantenham os participantes ativos e frequentes durante toda a carga horária; 3) mobilizar a direção do IECT a apoiar nas necessidades do curso, principalmente em relação a espaço físico e funcionamento noturno; 4) viabilizar a parceria com empresas da região para doação/empréstimo de equipamentos e consumíveis.

A execução deste projeto está dividida em duas partes: 1ª PARTE: voltada para a implantação do curso - divulgação junto ao público alvo. Visita a empresas diversas da região, visita a obras e oficinas; nessa etapa também serão feitas negociações junto ao direção da unidade para autorização de funcionamento noturno, bem como em relação a estrutura física para a realização do curso; 2ª PARTE: oferta do curso teórico - o curso contará com uma carga horária de 25 horas, com dois encontros semanais noturnos de 1 hora e 30 minutos, sendo oferecido o seguinte conteúdo programático: Unidade 1 – Notação científica (10h) Escrever números utilizando a base dez Noções de dimensão escalas métricas unidades de medida – comprimento, polegada, conversão de unidades, medidas de comprimento, área e volume paquímetro e micrômetro Unidade 2 – Simbologia e Terminologia de Soldagem (10h) Juntas Chanfros Características do Cordão de Solda Símbolos e Aplicações Perna de solda, garganta de solda Custos de soldagem Unidade 3 – Processos e Equipamentos de Soldagem (5h) Soldagem ao Eletrodo Revestido Soldagem a Arco com Proteção Gasosa 3ª PARTE: oferta do curso prático - serão oferecidas práticas de soldagem por eletrodo e/ou MIG-MAG com as abordagens feitas em sala de aula, com uma carga horária de 15 horas. Essa etapa, a princípio, está sendo discutida sua viabilidade pois envolve questões de busca por parceiros que possam emprestar/doar equipamentos e consumíveis para a montagem de uma oficina no IECT (visto que não temos tais equipamentos nos laboratórios da unidade) ou a negociação para se usar o espaço de alguma oficina já existente na cidade. Questões burocráticas sobre essas parcerias ainda precisam ser discutidas.

EVANS, G. M.; BAILEY, N. Metallurgy of Basic Weld Metal. New York USA: Abington Publishing, 1997; MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q. Soldagem: Fundamentos e Tecnologia. 4ª. ed. Belo Horizonte: Elsevier, 2016. 370 p; MODENESI, P. J. Soldabilidade dos Aços Transformáveis. Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Belo Horizonte, MG, p. 79. 2012; Don Geary; Rex Miller. Soldagem - 2.ed.: Série Tekne, Bookman 2013.

Uma consequencia direta desta ação de extensão é de tornar a Universidade conhecida aos profissioais e a suas famílias. Mostrar o potencial da Instituição e todos os benefícios que ela pode trazer para a comunidade. O processo dialógico ocorrerá de maneira direta pelo contato inicialmente na divulgação corpo a corpo e levendo as pessoas ao Campus. Em seguida, durante o curso haverão oportunidades de interação em que todos poderão conhecer melhor como funciona o ambiente academico e sobre nossos cursos de graduação.

A ideia de interdisciplinaridade e interprofissionalidade aplicada ao curso está relacionada aos conceitos que serão tratados. O público alvo são os trabalhadores da área de soldagem que em sua grande maioria não possuem formação em nível superior, portanto os conceitos de matemática e física serão tratados numa linguagem voltada ao dia a dia do trabalho destas pessoas, além do foco na escrita e leitura de normas, projetos, segurança e na leitura correta de documentações, tudo isso sendo correlacionado com a importância das Engenharias e mercado de trabalho.

A metodologia proposta para o curso promove esta relação com base nas etapas do curso. A etapa de ensino, onde práticas pedagógicas poderão ser aplicadas às aulas teóricas e os bolsistas terão o primeiro contato com uma sala de aula, na posição de monitor. A etapa de pesquisa está relacionada com as aulas práticas sugeridas no curso. A aquisição de equipamentos de soldagem auxiliará em propostas de pesquisa para desenvolvimento de consumíveis e aperfeiçoamento da técnica. além disso, os equipamentos auxiliarão nas aulas do curso de graduação em Engenharia de Materiais, despertando o interesse do aluno. Como extensão, o projeto promove um contato com a comunidade que ainda desconhece a presença deste instituto em sua cidade, aprendendo a usufruir de seus benefícios.

A presença dos discentes do curso de engenharia de materiais será fundamental para os bons resultados esperados. O contato com profissionais das oficinas da região proporcionará uma troca de experiência e a oportunidade de lhe dar com pessoas de várias idades e comportamentos, situação bem parecida com as que provavelmente vivenciarão na sua carreira coordenando equipes e se responsabilizando pelas mesmas, dentro de uma empresa.

A qualificação de mão de obra, seja ela qual for, é sempre um quesito importante na melhoria da qualidade de vida do trabalhador. No caso específco desta ação de extensão, os participantes terão oportunidade de valorizar seu trabalho, tomar conhecimento de dicas e orientações que podem levá-lo a melhorar muito e agregar mais valor a seus serviços prestados.

Por meio de corpo a corpo e pela página já criada no Instagram, disponível em https://instagram.com/ferroefogoufvjm?igshid=YmMyMTA2M2Y=