Detalhes da ação

Libras: aprendendo a se comunicar com as mãos

Sobre a Ação

Nº de Inscrição

202206000036

Tipo da Ação

Cursos Online

Situação

RECOMENDADA :
CONCLUÍDA - ARQUIVADA

Data Inicio

01/08/2022

Data Fim

30/12/2022


Dados do Coordenador

Nome do Coordenador

raquel schwenck de mello viana soares

Caracterização da Ação

Área de Conhecimento

Linguística, Letras e Artes

Área Temática Principal

Comunicação

Área Temática Secundária

Educação

Linha de Extensão

Pessoas com deficiências, incapacidades ou necessidades especiais

Abrangência

Regional

Gera Propriedade Intelectual

Não

Envolve Recursos Financeiros

Não

Ação ocorrerá

Fora do campus

Período das Atividades

Noite

Atividades nos Fins de Semana

Sim

Membros

Tipo de Membro Interno
Carga Horária 60 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 60 h
Tipo de Membro Interno
Carga Horária 60 h
Resumo

Esta proposta tem o objetivo de ofertar à comunidade de Diamantina e região curso básico de Libras para o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais Libras e cultura surda. Para tanto, estão previstas aulas de Libras via Google Meet com a proponente e colaboradores. Ainda será utilizado o ambiente virtual do Google Classroom para disponibilização de materiais, avaliações e divulgação dos links das aulas.


Palavras-chave

Língua Brasileira de Sinais. Cultura Surda. Extensão.


Introdução

Ao longo de sua história, os surdos passaram por dolorosos processos discriminatórios, principalmente no que condiz à sua peculiaridade linguística. A partir do ano de 1880, em um Congresso em Milão, na Itália, os pesquisadores e profissionais da educação (ouvintes) baniram a Língua de Sinais da educação formal dos surdos. Isso acarretou grandes atrasos e prejuízos na educação dos mesmos (RAMOS, 2000). Após mais de um século de proibições, punições e ocultações de sua língua e cultura, os surdos podem se comunicar livremente e ter direito à educação em sua língua materna. No Brasil, este processo de reconhecimento linguístico ocorreu no ano de 2002 com a publicação da Lei nº. 10.436 que traz em seu artigo primeiro que “é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados” (BRASIL, 2002). Sendo assim, vivemos em um país onde coexistem duas línguas (Língua Portuguesa e Língua Brasileira de Sinais), tanto no âmbito social, quanto educacional e familiar. Porém, o contingente populacional que tem acesso e sabe se comunicar na Libras é ínfimo, fazendo com que o surdo crie uma relação de dependência dos poucos que dominam sua língua, como é o caso dos intérprete de língua de sinais (DORZIAT; ARAÚJO, 2012). Essa relação de dependência ocorre não somente com os profissionais intérpretes, mas, e principalmente, com familiares dos surdos, que são solicitados com frequência para acompanhá-los em consultas médicas, problemas jurídicos, órgão públicos, instituições educacionais, etc. Apesar de não terem pleno domínio da Língua de Sinais, os familiares conseguem se comunicar precariamente com os seus, possibilitando a comunicação e informação solicitada. Todos os cidadãos brasileiros deveriam ter acesso a essas duas línguas desde a mais tenra infância, uma vez que os surdos estão lutando por lugares sociais, laborais e buscando cada vez mais seu desenvolvimento e independência. Uma das amarras que precisam ser soltas dos surdos ainda é a barreira comunicacional. A partir do momento em que forem libertos desse impedimento linguístico, os surdos poderão fazer com que a vida em sociedade seja mais leve e satisfatória, se tornando cidadãos de fato, sendo reconhecidos como parte integrante da sociedade (QUADROS, 2006). Uma das formas de colaboração nesta inclusão linguística dos surdos é a oferta de cursos livres de Libras em instituições públicas, filantrópicas, associações de surdos, cursos privados, etc. Quanto maior o número de “falantes” da Língua de Sinais, mais acolhidos se sentirão os surdos, mais parte da sociedade se sentirão. Para tanto, após uma demanda reprimida de solicitação de curso livre de Libras pela comunidade de Diamantina e região, a partir da abertura de curso de extensão no ano de 2017 com mais de 400 inscrições, suscitou-se a possibilidade de abertura de turmas em formato remoto para capacitação da sociedade em geral em Língua Brasileira de Sinais, por meio de cursos online. Para tanto, a proposta deste curso online terá o formato com aulas síncronas (Google Meet) e assíncronas (Google Classroom) com carga total de 60 horas. As aulas ocorrerão às quartas-feiras, como possibilidade de alguns encontros aos sábados (plantões).


Justificativa

O acesso, uso e difusão da Língua de Sinais na sociedade é dever do poder público. A Lei nº. 10.436/2002 traz em seu artigo segundo, quando trata que: "deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil"(BRASIL, 2002). As instituições públicas e empresas concessionárias tem o dever de garantir atendimento e tratamento adequado às pessoas surdas, essa realidade somente ocorrerá quando seus colaboradores (funcionários) tiverem conhecimento pleno da Libras, cultura surda e especificidades linguísticas dos surdos. Um indivíduo somente pertence àquela sociedade se compreender a língua e a cultural da mesma (RESENDE, 2007). O Decreto 5.626/2005 em seu artigo 10º traz ainda que as instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua Portuguesa. Para tanto, a capacitação da comunidade acadêmica, docentes, discentes, técnicos administrativos e comunidade/sociedade em geral faz parte da tríade de Ensino, Pesquisa e Extensão proposta pelas instituições de educação superior. A comunicação é vista como um requisito básico para a socialização dos seres humanos, desde os primórdios, antes do desenvolvimento da linguagem oral, os hominídeos já se comunicavam através de gestos, desenhos, apontamentos e todo tipo de estratégia para conseguirem compartilhar acontecimentos e avisos importantes. Apesar das dificuldades comunicativas encontradas pelos surdos, eles desenvolveram uma forma de comunicação eficaz, as línguas de sinais. Porém, somente a comunidade surda ter conhecimento desta língua não é suficiente para que haja a inclusão deste indivíduo na sociedade, visto que restringe a socialização e a comunicação deste com o ambiente ao redor. Nessa perspectiva de melhorar a comunicação entre os indivíduos é que o presente projeto se justifica. Na possibilidade de divulgar, disseminar a Língua Brasileira de Sinais e Cultura Surda e incluir, de fato, o indivíduo surdo na sociedade, fazendo com que a comunidade ouvinte e surda socialize e compartilhe conhecimentos. Tanto a comunidade acadêmica da UFVJM, quanto a comunidade em geral serão brindadas com cursos de Libras e conhecimentos a respeito da cultura, identidade dos surdos, com o fim de aprimoramento e aperfeiçoamento da Língua de Sinais, desenvolvimento e progresso da comunidade surda na região e, ainda, com a obtenção de dados para futuras investigações na área da surdez.


Objetivos

• Proporcionar à sociedade de Diamantina e região os conhecimentos básicos da Língua Brasileira de Sinais Libras e cultura surda. • Desenvolver vocabulário básico de Libras para comunicação com pessoas surdas. • Ampliar conhecimentos sobre os fundamentos, filosofias e práticas na educação de surdos versados nas atuais políticas públicas.


Metas

Pretende-se com a capacitação dos 40 cursistas influenciar positivamente na inclusão de pessoas surdas da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM – Campus Diamantina e na sociedade de maneira geral, uma vez que o público ouvinte, tendo acesso à comunicação em Libras, colaborará no processo de comunicação e socialização dos surdos. A presente ação atingirá diretamente a comunidade surda, seus familiares e profissionais da sociedade diamantinense e região, visto que dará respaldo para todos no que tange à comunicação em Libras. De uma maneira indireta, acarretará o desenvolvimento na educação de surdos, pois havendo uma melhor comunicação e respeitabilidade cultural, haverá melhor desempenho educacional e social.


Metodologia

No desenvolvimento do curso, serão utilizadas as ferramentas disponíveis no Gsuite. O ambiente virtual de aprendizagem será o Google Classroom, em que serão inseridas orientações de estudos, materiais, textos para leitura, textos para análise, vídeos e avaliações de aprendizagem. Além disso, será criado um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp para envio de vídeos e atividades práticas. O classroom será alimentado toda semana. Os encontros síncronos pelo Google Meet, serão realizados às quartas-feiras das 19 às 21h, para esclarecer dúvidas e expor conteúdos e práticas.


Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002. Brasília: Congresso Nacional, 2002. ________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto n. 5.626, de 19 de dezembro de 2005. Brasília: Congresso Nacional, 2005. BRITO, L. F. Por uma gramática de línguas de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro: UFRJ, Departamento de Linguística e Filologia, 1995. FELIPE, T. A; MONTEIRO, M. S. Libras em Contexto: curso básico, livro do professor instrutor – Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, MEC: SEESP, 2001. GESSER, A. Libras? Que língua é essa? São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ________. O ouvinte e a surdez: sobre ensinar e aprender a Libras. São Paulo: Parábola Editorial, 2012. PIMENTA, N.; QUADROS, R. M. de. Curso de Libras 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006. QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. SÁ, N. L. de. Existe uma cultura surda? Artigo disponível em http://www.eusurdo.ufba.br/arquivos/cultura_surda.doc. SILVA, F. I. da; REIS, F.; GAUTO, P. R.; SILVA, S. G. L.; PATERNO, U. Aprendendo Libras como segunda língua nível básico. Caderno pedagógico I: Curso de Libras. Instituto Federal de Santa Catarina – Campus Palhoça Bilíngue, s/d.


Interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade

Promover a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade no que tange à comunicação com as pessoas Surdas na utilização da Língua Brasileira de Sinais, colaborando na superação de dificuldades comunicacionais por meio da troca de conhecimentos.


Interdisciplinaridade e Interprofissionalidade

Promover a interdisciplinaridade e interprofissionalidade por meio da colaboração de membro docente da FIH, colaborando, ainda, para a formação de indivíduos de várias áreas do conhecimento na inclusão de pessoas com surdez que utilizam a Libras para se comunicar. Na equipe do projeto há um membro docente de Libras da FIH com formação em Letras/Libras e que já trabalha na área de educação de surdos e Língua Brasileira de Sinais, podendo colaborar ainda mais em sua formação profissional e pessoal e contribuir com os cursistas com seus conhecimentos de Língua de Sinais. Ademais, há uma discente do curso de Enfermagem que já cursou a Unidade Curricular Libras e já tem um bom conhecimento e Libras, podendo aprofundá-lo e repassar aos cursistas.


Indissociabilidade Ensino – Pesquisa – Extensão

O ensino, pesquisa e extensão estarão vinculados, uma vez que esta ação de extensão parte de uma unidade curricular ofertada a todos os cursos de graduação na UFVJM, tendo a possibilidade de capacitar membros da sociedade em geral, não somente a acadêmica. A pesquisa estará presente na aplicação de um questionário pré e pós curso, com o intuito de avaliação e melhorar os próximos cursos a serem ofertados.


Impacto na Formação do Estudante: Caracterização da participação dos graduandos na ação para sua formação acadêmica

Para a discente colaboradora/monitora desta proposta poderá aprofundar ainda mais seus conhecimentos da Língua Brasileira de Sinais e cultura Surda, além de ter a possibilidade de pensar sua futura prática docente, fazendo parte de momentos didático-pedagógicos nas aulas com os cursistas. Além disso, poderá gerar futuras publicações e pesquisas.


Impacto e Transformação Social

No quesito impacto e transformação social será de grande valia para a inclusão das pessoas com deficiência, em específico às pessoas com surdez que utilizam a Libras para a comunicação, colaborando na inclusão comunicacional em várias vertentes da sociedade.


Divulgação

A divulgação será realizada pelos meios eletrônicos, redes sociais com a divulgação por meio do compartilhamento de cartaz com as informações do curso e link de inscrição nas redes sociais (Facebook, Instagram) dos membros do presente projeto e via aplicativo de troca de mensagens e comunicação em áudio e vídeo pela internet (Whatsapp) por meio do cartaz.


Público-alvo

Descrição

Toda a população de Diamantina e região serão convidados a participarem deste momento de capacitação.

Municípios Atendidos

Município

Diamantina - MG

Município

Serro - MG

Município

Datas - MG

Município

Presidente Kubitschek - MG

Município

Gouveia - MG

Município

Itamarandiba - MG

Município

Carbonita - MG

Município

Turmalina - MG

Parcerias

Nenhuma parceria inserida.

Cronograma de Atividades

Carga Horária Total: 60 h

Carga Horária 30 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Noite;
Descrição da Atividade

Aulas síncronas por meio do Google Meet.

Carga Horária 30 h
Periodicidade Semanalmente
Período de realização
  • Manhã;
  • Tarde;
  • Noite;
Descrição da Atividade

Atividades assíncronas para elaboração das atividades práticas e avaliativas e práticas comunicativas com surdos.